Deixei passar propositadamente alguns dias antes de fazer um comentário mais extenso à demissão do Conselho Vitoriano porque há matérias em que mais vale deixar o "ferro" arrefecer em vez de o malhar enquanto está quente.
Devo dizer sem falsas modéstias que tenho alguma moral para falar acerca do Conselho Vitoriano.
Porque ao longo de mais de dez anos tenho escrito vários textos sobre esse orgão social manifestando a minha opinião sobre ele, as funções que lhe estão atribuídas, a forma como é eleito e aquilo em que poderia ser potenciado se sem sede de revisão estatutária quisessem ou o quiserem fazer.
Inclusivé quando no último mandato do presidente Júlio Mendes foi criada uma comissão de revisão dos estatutos foi por esta disponibilizado um endereço de e-mail para onde os associados podiam mandar as suas propostas quanto à revisão dos estatutos. E nesse âmbito para lá enviei algumas versando vários aspectos e também o CV com as minhas ideias quanto a isso.
E a opinião que tenho é a mesma há muito tempo.
O orgão deve existir mas deve ser eleito directamente pelos associados e não escolhido pelas direcções e depois votado em AG.
Eleito por método de Hondt com as listas concorrentes aos orgãos sociais a terem de apresentar também lista para esse orgão e podendo um grupo de associados que não quisessem concorrer aos outros orgãos apresentar lista apenas para o Conselho Vitoriano.
E nele deveriam ter assento por inerência todos os anteriores presidentes do Vitória reportando ao orgão um capital de experiência muito importante acerca do que é o clube.
E assim o orgão representaria uma abrangência quase total das correntes de opinião dentro do Vitória.
É a minha opinião. Que expus aqui e noutros espaços por várias vezes ao longo dos anos.
E em função disso creio ter a tal moral para falar do assunto porque não descobri agora, como outros, a existência do CV e a relevância ou irrelevância das suas atribuições.
De facto raia o burlesco, e a mais completa falta de vergonha, gente que nunca escreveu uma linha sobre o CV vir agora que o actual elenco se demitiu dizer aos sete ventos que o CV não serve para nada, não tem utilidade nenhuma e que os seus membros queriam era mandar no clube.
Apenas e só porque o CV tomou uma posição digna, e que se se tem algo a apontar-lhe é o ter pecado por tardia, depois das desconsiderações de que foi alvo nomeadamente com questões colocadas nas Assembleias Geraos de Março e Maio e cujas respostas dadas pelo presidente do clube se verificou não terem correspondência com a verdade dos factos.
Fizeram bem e ao fazê-lo dignificaram o orgão e defenderam os interesses do clube.
De resto conhecendo todos os membros demissionários do CV, com uma única excepção, e olhando os seus números de sócios estou à vontade para considerar que são todos vitorianos de corpo inteiro, que nunca tiveram simpatias por outros clubes e menos ainda foram deles associados , que sempre defenderam o Vitória e a ele prestaram nalguns casos relevantes serviços em orgãos sociais e comissões de que fizeram e fazem parte bem como na publicação de livros, textos e artigos sobre o nosso clube.
E digo-o com um à vontade reforçado pelo facto de tanto quanto sei apenas um deles ter apoiado nas últimas eleições a lista que eu apoiei.
Mas o mérito e o vitorianismo de cada um não pode ser nunca beliscado, posto em causa, ou negado em função de legítimas opções eleitorais.
Depois Falamos.
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