Podemos olhar para este jogo entre equipas vimaranenses, do ponto de vista vitoriano, à luz da velha teoria dos copos.
O copo meio cheio e o copo meio vazio.
Os que defendem a teoria do copo meio cheio argumentarão que o Vitória ganhou, conquistou os três pontos e manteve-se na luta pelo quarto lugar e pela presença na final do Jamor que é o que mais importa porque o futebol faz-se de resultados e não de exibições.
E tem razão!
Por seu turno os defensores do copo meio vazio dirão que o Vitoria fez uma exibição muito pobrezinha, que o tal plantel mais equilibrado e com mais soluções continua longe de ser visto, que o Moreirense foi a melhor equipa e a que mais oportunidades criou e que por este caminho não só vai ser difícil o quarto lugar como antes de pensar no Jamor há que pensar com muita preocupação nos jogos com o Chaves.
E também estes tem razão!
É este o retrato possível do jogo de ontem.
Em que o Vitória a jogar em casa perante o 16 classificado viu este ser-lhe superior em jogo jogado, em número de remates, de pontapés de canto e de oportunidades de golo enquanto o Vitória apenas assegurou vantagem na posse de bola mas soube ser mais eficaz na hora de concretizar e apenas por isso ganhou um jogo em que não foi a melhor equipa.
E não o foi porque já toda a gente, pelo menos os que nos defrontam, percebeu que o nosso meio campo joga a "gasóleo" , que a dinâmica ofensiva da equipa vive dos rasgos de Hernâni e das subidas de Bruno Gaspar e Konan e que conseguindo perturbar a acção dessas unidades o Vitória tem imensas dificuldades em ser ofensivamente consistente porque Marega está longe do Marega do inicio da liga , Rafael Martins...não está e Hurtado não consegue pegar no jogo com a fiabilidade e consistência que se espera de um numero 10.
Augusto Inácio, um treinador experiente e competente, estudou bem o Vitória e organizou-se defensivamente de forma a neutralizar da melhor forma os seus movimentos ofensivos vitorianos e simultaneamente pôs a sua equipa a atacar (incluindo as jogadas estudadas em lances de bola parada) da forma que mais problemas causasse à defensiva adversária.
Não fora a inépcia concretizadora dos jogadores do Moreirense, e a boa exibição de Douglas, e certamente que Inácio teria visto a sua estratégia atingir o sucesso total e regressado a Moreira de Cónegos com os três pontos no bornal.
Em suma há que dizer que o Vitória venceu, e ainda bem, mas que a equipa continua longe de atingir os padrões exibicionais exigíveis a quem tem aspirações de se classificar no "seu" quarto lugar à frente do pior Braga da ultima meia dúzia de anos.
Já sabemos, e atrás disse-o, que numa prova de regularidade os resultados contam muito mais que as exibições.
Mas todos sabemos,também, que jogando bem é mais provável vencer-se.
É dos livros.
O árbitro Jorge Ferreira não teve influência no resultado mas rubricou uma exibição fraquíssima com o Vitória a ter fartas razões de queixa face à sua permissividade disciplinar com o jogo faltoso de alguns jogadores do Moreirense.
6 comentários:
Positivo a vitória e o empate do Braga. Positivo as rádios de Guimarães terem relatado o jogo do moreirense. Negativo a qualidade de jogo do Vitória. H.M.
Caro H.M.:
De acordo. Acho que o Braga não tarda a voltar a mudar de treinador. Embora por mim este esteja lá muito bem
Ver o Vitória a jogar tem sido, desde 1 de Fevereiro, um enorme exercício de masoquismo, misturado com um grande amor ao clube. É preciso que alguém acabe com este masoquismo das 2ªs voltas de uma vez por todas, para que o amor ao clube não acabe num divórcio!
Caro Saganowski:
É o quarto ano consecutivo em que Janeiro se transforma num pesadelo.
Por isso parece-me que para mudar o paradigma só mudando os responsáveis.
São vezes demasiadas para ser coincidência
A SAD maioritária do Vitória Sport Clube é escrava do mercado de transferências. Porque têm de ser prestadas contas ao sócio maioritario.
A propósito disto, veja-se a celeuma em volta da possibilidade do Sporting perder a maioria na SAD e o que isso pode causar a Bruno de Carvalho
Caro Anónimo:
A SAD escolheu o caminho que quis. E por ele terá de prestar contas.
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