quinta-feira, maio 04, 2006
Navegar é Preciso...
Sou dos que acredito,e como é importante acreditar,que nascemos com determinadas caracteristicas genéticas que tem muito a ver com a comunidade de que fazemos parte,os nossos ancestrais,a linha de evolução de que somos um elo da cadeia.
Os portugueses,de que ainda tenho orgulho em fazer parte,são um povo que tem uma intima relação como o mar que vem de tempos remotos,em que nao havendo Portugal já existiam portugueses,e em que navegar fazia já parte de um certo código genético.
Fui educado,nomeadamente na escola primária e no ciclo preparatório,na glorificaçao da gesta portuguesa ,na epopeia des descobertas e no dar novos mundos ao mundo.
Era o tempo de um imenso Portugal,do Minho a Timor,em que se exaltava o orgulho de ser português e o papel que Portugal desempenhara nos 500 anos anteriores.
Era Vasco da Gama e o caminho maritimo para a India,Pedro Alvares Cabral e o Brasil,Bartolomeu Dias e a ultrapassagem do cabo da Boa Esperança,Afonso de Albuquerque e a epopeia portuguesa no Oriente.
Li muito,mas mesmo muito,sobre este periodo da nossa história,nomeadamente sob o reinado de D.João II,porventura o mais importante rei logo a seguir a D.Afonso Henriques sem o qual não haveria...história !
Houve logo a seguir á formação do Estado português e ao periodo das descobertas,uma época que sempre me fascinou; a colonização de Africa,o mapa cor de rosa,as viagens de Serpa Pinto,Capelo e Ivens de Angola á contra costa,a exploração do interior desses territórios imensos.
Particularmente Moçambique e Angola,ao tempo as mais importantes colónias portuguesas em Africa,sempre me atrairam a atenção;pela vastidão dos territórios,pela tremenda diferença em relação ao Portugal que conhecia,pela diversidade da fauna,pela vida selvagem,pelo mistério revestido de algum encanto que encerravam.
Mas acima de tudo,como bom português,existia e existe a sedução pelo mar.
Pela sua imensidão,por ser um caminho para o mundo,por encerrar em si ainda tanto mistério,tanto por descobrir e explorar.
O mar é,sempre e cada vez mais,um apelo que existe dentro de nós.
O apelo á descoberta,aos novos caminhos,á possibilidade de encontrar novos mundos neste velho mundo.
Encerra perigos,dificuldades,medos ancestrais continuamente renovados.
O medo do desconhecido,das realidades que não se conhecem,do tirar,ainda que momentaneamente,os pés de terra e navegar.
Navegar ora com vento favorável,ora no meio da tempestade,mas navegar com rumo e sabendo que existem portos de abrigo.
Nós sempre soubemos navegar !
É sempre tempo de nos fazermos ao mar.
Até porque o mar tem também uma enorme sensação de liberdade e desafio.
A liberdade de seguirmos o nosso caminho,o desafio de sermos capazes.
Depois Falamos
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