Por muito que me desagradem algumas coisas a que vou assistindo não sou daqueles que acha que o PSD tem de mudar de líder apenas e só porque o tipo de oposição que vem sendo feita não agrada a todos.
Até porque sei bem, com a experiência própria de quem já esteve na politica nacional durante alguns anos, que quando o PS está no poder tem como uma das suas ocupações favoritas tentar fragilizar as lideranças do PSD para o que conta com uma comunicação social que quando não há "sangue" para noticiar...cria-o!
E, já agora,com alguns que dentro do próprio PSD se prestam a esses papel de colaboradores conscientes com os adversários ou de simples "idiotas úteis".
Aconteceu com Sá Carneiro, com Mota Pinto, com Fernando Nogueira,com Durão Barroso, com Marques Mendes, com Luís Filipe Menezes,com Manuela Ferreira Leite e por isso nada admira que agora toque a vez a Passos Coelho.
Não quero com isto dizer que o facto de se estar a passar com ele o que já se passou com outros líderes justifique atitudes crispadas da sua parte ou o toque a reunir que alguns fundamentalistas que lhe são próximos parecem querer fazer como se a Pátria corresse perigo.
Não corre.
E por isso a mesma legitimidade que acho que Passos Coelho tem para se manter na liderança serve para que outros companheiros de partido lancem movimentos para fomentar o debate interno ou equacionem a possibilidade de um dia se candidatarem à presidência do partido.
Há que aceitar isto com naturalidade num partido democrático em que há liberdade de opinião e não existem nem lideres eternos nem verdades oficiais.
No caso que tanto parece ter perturbado alguns militantes e dirigentes da anunciada disponibilidade de Rui Rio se candidatar ,um dia, à liderança do PSD devo dizer o seguinte:
Rio é um dos mais prestigiados militantes do PSD, de que foi secretário geral e vice presidente, por quem foi deputado em várias legislaturas e para quem ganhou por três vezes a Câmara do Porto o que não me lembro de mais algum militante ter feito.
Meses atrás,aquando das directas e do congresso de Espinho, escrevi e agora reitero que Rio fez bem em não ter disputado as directas contra um líder que ganhara eleições mas fora apeado da governação pela manobra geringonçeira mas fez mal em não ir ao congressos apresentar as suas ideias.
E ainda pior foi a justificação que deu para não ir.
Agora é outro tempo.
E acho perfeitamente normal que Rui Rio pense numa candidatura a médio prazo à liderança do partido não só porque está no seu direito enquanto militante mas também porque quem lidera o PSD sabe que está em permanente avaliação e sabe que essas são as regras do jogo.
O que equivale a dizer, para ser clarinho, que é evidente que a liderança de Passos estará em avaliação nas autárquicas do próximo ano e não vale a pena tentarem fazer de conta que uma coisa não tem a ver com outra.
Porque tem.
Especialmente se voltarem a ser cometidos erros grotescos como o de Sintra em 2013 que deu a câmara ao PS.
Daqui até lá, isso sim, é o tempo da união de esforços e do "remarem" todos para o mesmo lado de molde a conseguirem para o PSD uma vitória nessas eleições para as quais partimos,é bom lembra-lo, com um atraso significativo.
E essa conjugação de esforços pode e deve passar por alguns desses "notáveis" ,que tanto se indignam com opiniões internas divergentes, se disponibilizarem ao líder do partido para serem candidatos a câmaras municipais (se forem entendidos,é claro, como mais valias) e ajudarem ao resultado global do PSD.
Porque de treinadores de bancada já estamos todos um bocadinho fartos...
Em suma não é tempo do PSD mudar de líder.
Mas talvez seja tempo de o líder mudar de atitude, de dispensar este ou aquele conselheiro, de aparecer aos portugueses numa postura e com um semblante que induza esperança em vez de permanentemente recordar as agruras de um passado recente.
Depois Falamos.
2 comentários:
Caro Luis Cirilo,
Rui Rio é uma boa alternativa.
A direita neste momento tem mais soluções para líder do que o a esquerda.
Vejamos
PSD Pedro Passos Coelho, Luis Montenegro, Rui Rio, Paulo Rangel, José Eduardo Martins
PP Assunção Cristas, Nuno Melo, Adolfo Mesquita Nunes, Telmo Correia.
PS António Costa
BE Catarina Martins, Mariana Mortágua
PCP Jerónimo de Sousa, Bernardino Soares
Caro cards:
No PS também há alternativas.
Francisco Assis e António José Seguro pelo menos.
E no PCP não excluiria João Oliveira da equação.
Quanto ao PSD há esses. E mais um ou outro
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