Há alturas em que a convicção de que o PSD é o partido mais português de Portugal, como desde sempre se intitulou, faz ainda mais sentido perante alguns exemplos que são perfeitamente elucidativos.
Como o que esta fotografia representa!
Nela se vê um Presidente da República social democrata, e antigo líder do PSD, entre um ex Presidente e um ex primeiro-ministro socialistas todos eles em Nova Iorque no decorrer de uma acção de campanha de António Guterres para secretário-geral da ONU.
Marcelo e Guterres foram amigos de juventude.
Mas também foram em simultâneo lideres do PSD e do PS, Marcelo na oposição e Guterres como primeiro-ministro, e nessas qualidades travaram duros combates políticos (não no Parlamento porque Marcelo não era deputado) que ao tempo trouxeram até algum afastamento na relação pessoal de amizade entre ambos.
Marcelo venceu os referendo do aborto e da regionalização (consta que em ambos os casos sem que Guterres ficasse muito incomodado...) mas viria a deixar a liderança do partido em 1999 na sequência de desentendimentos com Paulo Portas na constituição de uma aliança entre ambos os partidos enquanto Guterres se demitiria de primeiro-ministro em 2001 na sequência de uma enorme derrota do PS nas autárquicas e se afastaria da política nacional desde então.
Quis o destino que quinze anos depois quando Guterres decidiu candidatar-se a secretário-geral da ONU, depois de uma década de relevantes serviços como alto comissário para os refugiados, o velho amigo seja Presidente da República.
E nessa qualidade, reconhecendo a importância para Portugal da eleição de um português para um alto cargo internacional, tem sido incansável na defesa e promoção da candidatura de António Guterres deixando de lado as diferenças partidárias e os enfrentamentos políticos do passado.
Exemplar.
Pôr o interesse de Portugal à frente das diferenças partidárias e ideológicas.
E aqui não posso deixar de recordar o que disseram e fizeram dirigentes socialistas, e como votaram algum dos seus eurodeputados, quando em 2004 Durão Barroso foi candidato (eleito) a presidente da comissão europeia.
Onde em Marcelo se vê sentido de Estado e defesa dos interesses de Portugal nesses socialistas apenas se viu chicana política, declarações rasteiras e até insultuosas, total ausência de sentido de Estado e de defesa da importância de o país ter como presidente da comissão europeia um seu cidadão.
Foi há muito tempo mas não me esqueci.
E este excelente exemplo de Marcelo avivou a memória e realçou as diferenças.
Sim. O PSD é o partido mais português de Portugal.
Depois Falamos
P.S O apoio público que o PSD e Pedro Passos Coelho tem dado a António Guterres apenas reforça o que atrás está escrito.
De facto a perspectiva social democrata do interesse nacional é diferente, para bem melhor, da das esquerdas que nos governam.
8 comentários:
O que vale é que lá por fora ninguém sabe que Pedro Passos Coelho também apoia o livro do José António Saraiva. Apoios destes...
Notícia de última hora: José António Saraiva DESOBRIGOU Pedro Passos Coelho da apresentação do livro (?) ! Haverá coisa mais ridícula ?
Caro Anónimo:
Sobre o livro falarei depois de o ler.
Até lá vou observando o "festival" em volta
Quanto ao teor do livro, sem o ter lido, mas olhando às manifestações de quem o leu - incluindo Pedro Passos Coelho - é um desfile de inconfidências, "estórias" de índole pessoal que não interessam a mais ninguém senão aos visados. As motivações de José António Saraiva para dar à luz um "monstro" destes, só ele as saberá. Da mesma forma que não me interessa o Big Brother ou a Casa dos Segredos, essa escória também não me interessará.
O interessante disto tudo é o líder do seu partido se ter prontamente disposto a apresentar o "livro" aparentemente sem saber o que lá ia, ou pior, sabendo do que lá ia ter achado piada à coisa. Depois de ser apanhado na descida pediu a desobriga ! Um ex- PM, candidato a PM não pode ser apanhado na descida desta maneira.
Não vai apresentar o "livro", mas é como se o tivesse apresentado. Já ficou colado.
Caro Anónimo:
Se calhar ao contrário do que esperava estou de acordo consigo.
Não li o livro (mas vou ler) e por isso não me pronuncio sobre o conteúdo.
Mas neste "apresenta","não apresenta" foi pior a emenda que o soneto
Se fosse o contrário NUNCA aconteceria. A arrogância e o facciosismo republicano socialista e laico é assim. Lembro-me de que quando a maioria dos governos europeus eram social-democratas, o PS ia dizer mal do governo AD e tinha o desplante de o dizer aqui -"fomos fazer com que não oiçam e respeitem Sá Carneiro e &".
Durante o governo Passos não o fizeram porque a MAIORIA dos governos europeus são conservadores, senão iam pedir para aumentar os juros.
Cara il:
Socialistas e esquerda não rimam com sentido de Estado.
Quando estão no poder acham que todos tem de os apoiar.
Na oposição é o mais soez bota abaixo.
Basta ver o comportamento do PS entre 2011 e 2015 quando o governo de Passos andava a consertar as asneiras do "menino de ouro" do PS
Não esperava propriamente que estivesse em desacordo com o que escrevi.
Há limites para a partidarite.
Caro Anónimo:
Tem de haver.
Até porque o bom senso é imprecindivel a quem quer andar na vida pública
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