Devo dizer que não fiquei excessivamente admirado com a promessa de bofetadas de João Soares a dois colunistas do jornal "Público".
Por duas razões.
A primeira tem a ver com a forma como alguns dirigentes do PS se posicionam na politica e perante a comunicação social.
Por razões que ninguém a não ser eles entende acham-se os donos disto tudo.
Foi Jorge Coelho como o famoso "...quem se mete com o PS leva...", foi o "animal feroz" com a forma como perseguiu jornalistas e orgãos de comunicação que o criticavam, foi António Costa com os SMS ameaçadores para um jornalista do Expresso.
Está-lhes no sangue.
A arrogância, o sentimento de impunidade, as reacções brutais quando se sentem criticados.
A outra razão tem a ver com o ADN da própria família Soares.
Pai e filho.
Que à moda deles se acham uma espécie de família real, pairando acima dos comuns mortais, e reivindicando para eles um estatuto que não reconhecem a mais ninguém.
De que os absurdo privilégios da "Fundação Mário Soares", alguns dos quais dados pelo próprio filho no tempo em que presidiu à Câmara de Lisboa", são apenas um dos muitos exemplos possiveis de serem citados.
No pai são muitos os episódios de sobranceria e desprezo por quem não lhe apara o jogo dos quais o mais mediático terá sido a forma como, enquanto Presidente da República, expulsou de uma comitiva um agente da GNR que apenas cumpria o seu dever de escolta.
No filho, a quem nitidamente o poder subiu à cabeça, são em pouco tempo vários os exemplos de arrogância e malcriadice que caracterizam bem a sua falta de preparação, até em termos de educação, para ser ministro de um país da União Europeia.
Bastará recordar a forma malcriada e sobranceira como despediu António Lamas da presidência do Centro Cultural de Belém para perceber que "dali" tudo era possível.
E por isso não me admirei muito por este episódio.
Nem sequer me admiro de depois de cair em si (se é que chegou a cair...) não ter pedido a demissão ou de o primeiro-ministro o ter sumariamente demitido.
Em boa verdade são farinha do mesmo saco!
Depois Falamos.
P.S. Um dia um ministro de Cavaco Silva contou uma anedota com pouca piada.
Foi sumariamente demitido.
Mas comparar Cavaco com Costa é como comparar a estrada da Beira com a beira da estrada...
4 comentários:
Já para não falar no "Malhador", o Augusto Santos Silva, que disse uma vez que adorava "malhar" na direita!
Eles é que tiveram muita falta de estalo quando eram crianças...
Caro Saganowski:
Este, entretanto,já foi dar chapadas para outro lado
Pois é ministro dos negócios estrangeiros. Se houver problemas já sabemos: o 'querido' malha.
Também não estranhei a boçalidade soaresca filha. Conheci, em serviço oficial, o vereador da cultura e o presidente da CML, João Soares. Das duas vezes notei a sua estreiteza mental, o insulto fácil e até o enxovalhar de uma senhora (vereadora PSD). Conheci cavadores de terra que teriam vergonha de tais atitudes.
Cara il:
Eu fui colega dele no parlamento.
E fizemos durante quase dois anos parte da mesma comissão. A de Defesa.
Confesso que não fiquei bem impressionado com algumas posturas dele ao longo de reuniões em que participamos.
Uma certa presunção, alguma arrogância, até aqui ou ali algum complexozinho de superioridade perante os colegas.
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