Agora que o mercado de transferências encerrou é tempo de fazer um balanço , em termos de Vitória(A e B), dos proveitos e perdas do mesmo.
A primeira constatação a fazer é que o Vitória contratou nesta janela de mercado doze jogadores!
Doze!
O que demonstra uma gestão desportiva algo...errática.
Depois constata-se que nas doze entradas (esquecendo Mateus que foi ao Brasil voltar os papeis e ficou por lá) há nove estrangeiros e apenas três portugueses.
O que dá num total de 56 jogadores (mesmo com duas equipas é demasiado) uma realidade de 29 portugueses e 27 estrangeiros.
A saber:
8 brasileiros.
3 costa marfinenses.
2 franceses
1 sul africano.
2 indianos.
3 ganeses.
2 uruguaios.
2 cabo verdianos
1 tunisino.
1 burkina fasense.
1 sérvio.
1 guineense.
Ou seja 13 nacionalidades diferentes a coabitarem no mesmo balneário.
E há uma conclusão que se pode tirar por mais que a alguns custe admitir.
O projecto desportivo assente na formação e no futebolista português acabou.
Não quer dizer que os jogadores portugueses e os oriundos da formação deixam de ter o seu espaço mas esse espaço está severamente reduzido por esta nova politica de gestão desportiva adoptada pela SAD vitoriana.
Quanto ás saídas elas foram seis.
Quatro portugueses e dois estrangeiros o que vai na linha do atrás exposto.
Nas saídas incluem-se dois titulares indiscutiveis (Hernâni e Traoré), dois jogadores com experiência da equipa A (Crivellaro e Amorim)e dois jovens da equipa B (Tiago Marques e Pedro Campos este por empréstimo ao...Nogueirense) que não faziam parte das habituais opções de Evangelista.
Nas entradas regista-se um claro reforço (Valente que é avançado e chegou, joga e marca), um que parecia ser mas para já ainda não foi (Kanu), dois jovens que despertam expectativas (Denis e Breno) três emprestados (Ivo,Otávio e Sami) dos quais os dois primeiros nada acrescentam ao que já cá tinhamos e o terceiro acaba de ser corrido do Braga por indisciplina o que não é grande carta de apresentação e mais cinco entradas (Rómulo, Haashim, Joseph, Maithani e Gurung) que prefiro nem comentar futebolisticamente (porque são totalmente desconhecidos) mas que estatisticamente contribuem e muito para a descaracterização do plantel em termos de aposta no futebolista português.
E depois há ainda o "mistério " Barrientos que não se sabe se ainda é jogador do clube.
Face a tudo isto parece-me óbvio que o aumento da quantidade de opções não significou uma melhoria na qualidade das mesmas, no que à equipa A se refere, sendo evidente que as saídas de Hernâni e Traoré não foram compensadas por jogadores que possam trazer à equipa as qualidades que os dois garantiam.
Não quero com isto dizer que alguns dos agora contratados não possam vir a revelar-se como agradáveis surpresas e "desmentirem" o cepticismo que aqui se evidencia quanto ás movimentações nesta janela de mercado.
Oxalá que sim e nesse caso terei o maior gosto em dar a mão à palmatória.
Mas para já, e face ao que o histórico de cada um dos entrados nos mostra, ainda acho que os grandes reforços de Fevereiro (para além do citado Valente) vão ser os "regressados" Álvez, Bouba, Defendi e Bruno Alves.
Esses sim serão "reforços" com que podemos seguramente contar na luta pelo apuramento europeu.
Os outros...veremos.
Depois Falamos.
P.S. Uma menção especial para Sami. Um jogador interessante que fez uma bela época no Marítimo a temporada passada. Viesse ele a titulo definitivo e seria provavelmente outra a minha opinião.
Emprestado, e despedido do Braga por indisciplina (por não acatar opções do treinador), receio que o risco seja maior que o proveito.
4 comentários:
Olhe que creio que o Ivo e o Otávio o vão surpreender. Conheço principalmente o Ivo, das camadas jovens portuguesas, e está ali um belíssimo jogador.
Mas também não concordo com empréstimos. Fala-se, e muito se fala por estes dias, que temos opção de compra pelo Sami, veremos. Mas é como dar 3 euros por ter 100, porque os outros 2, na minha opinião, são bem melhores.
Não consigo perceber a vinda dos 2 Indianos.
Por último, acho que o Bruno quando voltar vai ter dificuldade em entrar em qualquer uma das equipas, pois Nassim, Fábio Vieira e João Pedro estão numa forma tremenda, e ainda bem para nós.
Os dois indianos vêm claramente por motivos extrafutebol.
Um jogador indiano de 27 anos que nunca conseguiu sair da India, não deve ter lugar no Torcatense.
Por isso, ou vêm a pagar, ou há outro tipo de contrapartidas (para o Vitória, ou não).
Os emprestados do Porto, já muito se disse; o Porto não sabe que lhes há-de fazer esta época, mandou-os para cá.
Os restantes, são valores a médio prazo, para esta época estamos conversados
Que esperar de quem (o Presidente do clube e da SAD + o Manager) não define objectivos claros e fortes no inicio da época?
Existem algumas duvidas de que a tal mudança, as tais "ruturas", que Júlio Mendes apregoa não passam (passaram?) de uma mera condição imposta pela necessidade e urgência? Existem ainda algumas duvidas que com a maior abundância (será real?) de dinheiro "este difícil e ambicioso projecto" vai logo para o esgoto?
Não quero com isto dizer que Júlio Mendes deve sair ou que tudo é mau, não, longe disso, apenas constato que, infelizmente, o que de bom estava a ser feito está a deixar de o ser. E o que espero é que seja corrigida de imediato esta inflexão do rumo, com actos e não com palavras que essas leva-as o vento.
Quanto ao "mercado de inverno", não comento, porque nem gosto de pensar muito nisso.
PS: como o ilustre blogger falou um pouco mais de Sami que dos outros, deixo aqui a informação que ele já foi orientado por Rui Vitória no Fátima e é sempre mais fácil manter feliz quem se conhece.
Caro Anónimo:
Tenho muita pena,embora concordando quanto ao Ivo,mas espero que nem joguem na equipa A. Não somos clube satélite de ninguém. Quanto aos indianos nem assunto é. veja que nem se sabe em que posição jogam.
O Bruno Alves vai ter de lutar pelo seu espaço mas ele está habituado a isso.
Caro luso:
Os indianos são como os quatro árabes que por aí andaram em 2013. Uma tristeza.
Para esta época aproveita-se o Valente. Talvez o Sami.O resto,em termos de equipa A, é para esquecer.
Caro Francisco:
Estou de acordo. E tal maior abundância (real ou não) não só está a dar cabo da opção correcta como já permite ter 56 jogadores quando 42/43 chegavam para as duas equipas.
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