Publiquei este artigo na edição de hoje do jornal "Povo de Guimarães"
São duas siglas actualmente muito em voga no léxico vitoriano por força das profundas alterações que o clube vem vivendo desde a eleição dos actuais órgãos sociais.
Comecemos pelo ADN.
Foi introduzido no vocabulário vitoriano nas últimas eleições por força de um projecto, de que falaremos adiante, que fazia parte do programa eleitoral da lista que viria a recolher um apoio claríssimo por parte dos associados do clube.
E essa terminologia começou a ser utilizada, desde logo, para marcar uma clara diferença entre os vitorianos que o são desde pequeninos e que nunca tiveram qualquer simpatia por outro clube concorrente do Vitória e os anteriores órgãos sociais dominados por personalidades que não estando em causa (numa perspectiva quiçá excessivamente benévola…) se eram vitorianas mas sabia-se da simpatia existente por um clube cujo símbolo é um animal com penas.
Talvez por isso tenham deixado o Vitória mergulhado em duras…penas!
Adiante.
Mas o essencial do ADN constante do programa de acção dos actuais órgãos sociais, para além da referida distinção genética em relação a alguns anteriores dirigentes, era evidentemente outro.
Que tem tudo a ver com a forma como se entende a formação de jovens atletas do clube, para já apenas no futebol mas eventualmente aplicável a outras modalidades numa etapa posterior, e que passa pela sua formação desportiva mas também humana e escolar para que o Vitória possa cumprir cabalmente a sua missão de formador de atletas mas também de homens e mulheres enquanto cidadãos.
Essencialmente o modelo que se pretende aplicar (para já apenas ao futebol repito) é fruto de um trabalho exaustivo levado a cabo por um pequeno grupo de pessoas altamente habilitadas e que mereceu o contributo dos treinadores Rui Vitória, Luiz Felipe e técnicos da formação no sentido de o tornarem tão eficaz e modelar quanto possível.
Compõe-se essencialmente de cinco modelos:
Modelo de clube, modelo de jogo, modelo de treino, modelo de jogador e modelo de comunicação.
Não entrarei em detalhes, porque mais técnicos e reservados quanto aos últimos quatro modelos, mas direi que o primeiro (e essencial para o sucesso global de todos os outros) visa essencialmente fornecer ao jovem atleta indicações essenciais para quem quiser servir bem o Vitória.
Nele é abordada a História de Portugal e de Guimarães, a História do clube, a filosofia que se pretende consolidar no clube, a dimensão do mesmo actual e que se perspectiva para o médio prazo, o meio social em que o Vitória está inserido e o perfil dos adeptos vitorianos.
Esta formação cultural de base será depois complementada pela acção levada a cabo pelo DAS (departamento de acção social) e que visa o acompanhamento escolar do atleta ao longo dos anos em que se encontra na formação do clube bem como outras iniciativas que contribuam para o seu sucesso escolar e pessoal.
Um pouco a exemplo do que se faz no DAR (departamento de apoio rendimento) para enquadrar os atletas e potenciar as suas qualidades físicas e técnicas.
É assim que vamos “fazer” os atletas vitorianos do futuro.
Potenciando as suas qualidades desportivas e complementando-as com uma formação escolar e cívica tão perfeita quanto possível.
Desta “mistura” resultarão, certamente, melhores atletas e melhores cidadãos.
E aqui, por paradoxal que pareça, aparece a SAD.
Que é como se sabe, embora alguns prefiram continuar a alimentar demagogias inconsequentes, o modelo de gestão para o futebol do Vitória (e não para o próprio clube) que visa potenciar economicamente as imensas possibilidades que a nossa instituição encerra como é comummente sabido.
Resulta da análise, e do compromisso leitoral convém não esquecer, que os actuais órgãos sociais atempadamente fizeram e que a apontou como a única solução viável para retirar o clube da situação calamitosa em que estava mergulhado e recoloca-lo no caminho dos sucessos desportivos.
Aprovada pelos sócios, e com acções já em fase de comercialização, se há coisa que não vale a pena discutir é a própria sociedade anónima.
Mas apenas reiterar que ele é complementar do ADN e não adversária do mesmo.
Porque a formação de atletas, o inculcar-lhes valores vitorianos fundamentais, consciencializá-los de que o grau de exigência aqui nada deve ao dos chamados “grandes”, torna-los melhores atletas e melhores cidadãos apenas contribuirá para que o nível de qualidade das nossas equipas seja mais alto, o sucesso desportivo mais provável e a estabilidade económica do clube uma certeza.
ADN e SAD são afinal, e apenas, dois instrumentos ao serviço de um Vitória Sport Clube cada vez maior e cada vez melhor!
10 comentários:
Os verdadeiros vitorianos,aqueles que o sao desde pequeninos,aqueles que nao têm mais nenhum clube,acreditam neste projeto,sabem que este é o caminho,sabem que não há outra solução.Mas sabe o que eles têm como certeza???O reconhecimento da vossa coragem por pegarem no clube nesta situação calamitosa!!!Continuem o bom trabalho,continuem com esse projeto,encham-me de orgulho,os verdadeiros estarão na vossa retaguarda pois com esses o VITÓRIA nunca acabará!Provavelmente muitos vão achar que ste comentário é para puxar o lustro a alguem...Não,não é,virei sempre aqui deixar um comentário de força e coragem,precisamente o contrário dos que vêm aqui deixar o comentário do bota abaixo do costume!!!Viva o VITÓRIA!
Caro Ricardo:
Agradeço as suas palavras. Nestes tempos dificeis para o Vitória é sempre reconfortante percebermos que há muitos vitorianos que percebem o caminho que estamos a trilhar.
estou de acordo com o artigo. Espero é que orgãos sociais do clube e da SAD todos tenham esse tal ADN vitoriano de que fala. porque sinceramente há pessoas que nunca vi no Vitoria antes de integrarem os orgãos sociais. Claro que não estou a falar de si, do engenheiro Isidro ou do dr Principe entre outros.
Caro Anónimo:
Nos orgãos sociais do clube não há falta de ADN
Caro Dr. Luís Cirilo,
O mais importante para os sócios neste momento é saberem se há esperança para o nosso clube. Ou seja, existem perspectivas ou até uma possibilidade forte de surgir algum investidor que permita resolver (pelo menos em parte) os os problemas financeiros do Vitória? E que consiga alavancar o projecto desportivo do VSC?
Caro Ricardo:
E uma resposta que não cabe a mim dar.
Eu acredito no futuro do nosso clube.
Caro cirilo,
Um bom artigo,espero, muito sinceramente, que estas ideias sejam concretizadas.
Abraço
Caro Luis Cirilo
Espero francamente que o verdaderiro ADN vitoriano nunca venha a faltar no nosso clube.
Mas para isso é necessário que lá estejam verdadeiros vitorianos.
Esperemos que, apesar de certas notícias que ouvimos, o clube possa ser preservado.
Abraço
cm
Caro Pedro:
Oxalá que sim.
Por elas passa o futuro do Vitória.
Caro cm:
Por mim, como por qualquer vitoriano, o clube será sempre preservado.
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