Não valerá muito a pena escrever muito mais sobre a deslocalização fiscal do grupo "Jerónimo Martins" para a Holanda tão abundante tem sido a informação, e a opinião, sobre o assunto.
Deixaria apenas três notas sobre o assunto.
A primeira para ir ao cerne da questão.
Que é a pesada tributação fiscal a que portugueses e empresas estão sujeitos e que torna o nosso país tão pouco competitivo para quem nele quer investir e/ou trabalhar.A segunda para considerar perfeitamente ridículo qualquer boicote aos supermercados "Pingo Doce" como represália á referida deslocalização.
Neste mundo globalizado os consumidores devem comprar aonde a relação qualidade/preço lhes seja mais favorável. Independentemente da localização fiscal da sede da empresa.
A terceira para uma palavra de simpatia para José Sócrates.
Que tantas vezes critiquei neste blogue mas a quem agora, e neste contexto especifico, entendo prestar solidariedade.
Há cerca de um ano atrás, numa qualquer conferência, o patrão da "Jerónimo Martins" (Alexandre Soares dos Santos)disse depreciativamente que "...truques era com o governo de Sócrates...".
Era de facto.
Mas não só como agora se comprova!
Depois Falamos
9 comentários:
Estou inteiramente de acordo com os dois pontos iniciais e nao com o ultimo.
temos que nos recordar que falamos de uma empresa privada e que tem de procurar a melhor soluçao legal para sua empresa.
Todos sabemos que a carga fiscal no nosso país é elevadissima e está e estrangular a economia,nomeadamente a situaçao financeira das empresas.
Lembrar que o grupo Jeronimo Martins dá emprego a 28000 pessoas (vinte e oito mil!!!!),ou sera que os portugueses que criticaram preferiam que o grupo dispensa-se funcionarios?
Um ultimo comentario em relaçao às declaraçoes do deputado JOAO ALMEIDA DO CDS-PP,a insinuar um boicote ao Pingo Doce.Esta atitude é tipica da esquerda! Foi ridicula e sem sentido,esperando que o presidente do seu partido o tenha repreendido.
Pois...mas uma palavra de simpatia para o trampolineiro que mais nos empurrou para o burado que o Cavaco começou a abrir uns anos antes?!... Simpatia muito discutível...
Caro Anónimo:
Estou de acordo com o seu comentário.
E naturalmente que "boicotes" é uma atitude patética.
Caro Anónimo:
Simparia muito restrita e aplicável apenas a este caso
não pode valer tudo, esta é a (minha) convicção.
Por isso, patético ou não, evitarei consumir no pingo doce.
quanto aos 28000 postos de trabalho, não foram criados. foram roubados ao comércio tradicional.
e se desaparecessem agora, surgiriam outros no Continente ou no jumbo
Caro Anónimo:
Aceito a sua opinião.
Sr. LC
Não houve deslocalização fiscal. Houve transferência de propriedade das acções, para se conseguirem financiar no exterior.
A única perda para o fisco português é apenas no caso de dividendos pagos.
Então o Sr. LC não sabe o que estão a sofrer as empresas lusas pelo simples facto de a nossa banca lusa lhes estar a cortar todas as linhas de credito! Ainda bem que a JM consegue financiar-se fora do país. Impuseram-lhe que a empresa fosse não-portuguesa por causa do rating. E eles preferiram isso a fechar portas. E agora vêm falar/comparar com o JS ?
Discordo totalmente.
JM
Caro JM:
Eu não critiquei a decisão na sua essência. Apenas a comparei com o que ASS afirmava de Sócrates. Porque em ambos os casos se trata de truques.
Não é a culpa da J. Martins : é a culpa da Europa! Esta Europa que nos serviram, que foi uma ideia que começou ligeira e apaixonante e acaba por ser feroz . Porque as leis foram feitas sob a pressão das potências económicas e para elas só.
Este é o vicio escondido da ideia europeia, que correspondia menos a um desejo dos povos que a uma necessidade das empresas para se libertarem do seu Estado-Naçao para ,assim, melhor abraçar o mundo.
O real voltou em cheio à nossa face. Seria mais importante participar ao desejo íntimo e poderoso dos povos a recuperar o seu poder soberano.
Freitas Pereira
Caro Freitas Pereira:
Sem duvida.
E devo dizer que se há algo no projecto europeu que sempre me desagradou foi a perda de soberania.
Como é igualmente incompreensível que dentro do mesmo espaço existam impostos diferentes,salários desiguais,legislação divergente e por aí fora.
Ou é um espaço homogeneo ou não é. E se não é então a questão da soberania voltará inevitavelmente a por-se.
Infelizmente a Europa de hoje não tem Churchill,De Gaulle,Adenauer,Olaf Palme e outros de dimensão superior.
Perdemos os marechais e somos governados pelos ajudantes de campo como sarkozy,merkel e afins
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