Foto: Tribunal de Cabeceiras de Basto
São muitas as razões que contribuem para a crise que todos vamos pagar até sabe-se lá quando.
Umas mais visíveis,outras mais discretas,mas todas contribuindo para que um pequeno país que tinha tudo para ser bem sucedido seja hoje visto como quase um pária numa Europa também ela completamente à deriva.
Entre as muitas razões, algumas até anteriores ao já longínquo 25 de Abril de 1974, está certamente a falta de planeamento das obras públicas que se foram fazendo quantas vezes ao sabor de "clientelismos" partidários e grandes negociatas e não porque fossem de facto necessárias.
Tenho para mim como evidente que num país bem governado a construção de hospitais,escolas,tribunais,repartições de finanças e por aí fora se deve fazer como uma prioridade do Estado e não com base em pruridos ideológicos ou conveniências do momento.
Soube-se este fim de semana,e para irmos ao assunto, que o ministério da Justiça planeia encerrar 47 tribunais em todo o país com base em três critérios:
-Menos de 250 processos/ano entrados
- Proximidade de menos de uma hora de viagem do tribunal para que vão ser transferidos os serviços.
- Instalações inadequadas ao funcionamento do tribunal.
Não conheço,obviamente,todas as situações.
Mas conheço duas que me chocam.
Meda, no distrito da Guarda,onde um tribunal completamente novo nem chegou a abrir portas.
E Cabeceiras de Basto no distrito de Braga,o meu, e que por isso conheço bem.
A intenção do MJ será transferir os serviços do tribunal de Cabeceiras para Celorico de Basto.
Sendo que o tribunal de Cabeceiras de Basto foi inaugurado há dois anos e picos, tem excelentes instalações e recebe mais de 259 processos/ano pelo que o único critério (e muito mau diga-se de passagem) é o facto de entre a sede dos dois concelhos o tempo de viagem ser inferior a uma hora.
E falo deste assunto com particular à vontade porque Cabeceiras é uma câmara socialista e Celorico social democrata pelo que nem posso ser minimamente acusado de partidarismo exacerbado.
Acontece que o dinheiro com que pago impostos é meu.
E detesto vê-lo mal estragado que é exactamente o que acontecerá com esta absurda e anunciada mudança.
Depois Falamos
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6 comentários:
É o que dá ter um Governo (?) que age como um administrador de falências e que tem palas apertadas, só vendo uma ou duas coisas: combater o déficit e esmifrar a classe média, média alta e média baixa.
Por outro lado, é destituído, o dito Governo (?) de qualquer sentido de estado. de serviço público e de dignidade.
Caro Rui:
Não vou tão longe como tu mas concordo que este governo está demasiado preso à questão de (como "Aluno" bem comportado) cumprir cadernos de encargos que manifestamente vão matar o "doente".
Da "cura" e não da doença!
É pena que hoje o PSD seja uma "caricatura" do que foi no passado!
Porque só um partido forte podia inverter este estado de coisas.
Depois de um bom jantar, pode-se perdoar a não importa quem, mesmo à família.
Enquanto “os dinheiros” eram fáceis, quem pensava que um dia haveria pouco dinheiro e obras demais ? Os estádios de futebol do Euro talvez seja um outro bom exemplo. Que pensa o meu Amigo ?
Freitas Pereira
Caro Freitas Pereira:
e então quando essas jantaradas metiam robalos é que os dinheiros corriam de forma imparável.
Quanto aos estádio do Euro 2004 é evidente que foram mania de rico de um país pobre.
Quatro deles não fazem nenhum sentido.
Braga,Bessa,Leiria e Faro/Loulé.
E sobre Aveiro tenho muitas duvidas.
Mas,lá está,os compadrios partidários falaram mais alto e deram naqueles monumentos ao desperdicio.
PTC quer guerras e parece que vai conseguir.
Não me parece é ser o caminho ideal, porque não discutiu com ninguém. Lembro-me da reforma que estava em curso e que tinha sido longamente negociada pelo PS com o PSD, sendo aliás apontada como o caminho correto para a abordagem das questões estruturais de estado.
.
Já Miguel Relvas também se meteu numa guerra parecida e sem sentido.
Auguro um mau futuro para o governo.
Caro Anónimo:
O tempo não está muito para guerras não senhor.
Especialmente quando nem há a certeza se são guerras justas.
Seria bom que nalgumas áreas arrepiassem caminho.
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