sexta-feira, junho 17, 2011

O Governo

Hoje, cumprindo prazos excepcionalmente apertados, o Primeiro Ministro levou ao Presidente da República a composição do governo.
Desde logo uma nota de aprovação pela forma sigilosa como todo o processo foi tratado e que levou a que a generalidade dos comentadores e analistas tivesse falhado rotundamente as suas previsões acerca dos ministeriáveis.
Depois o reconhecimento de que aqueles e aquelas que tiveram a coragem de aceitar os convites vão ter pela frente uma tarefa ciclópica para a qual bem precisariam de ter os super poderes de algumas das figuras retratadas acima.
Finalmente uma nota para a juventude relativa de alguns ministros no que parece significar um claro virar de página.
Até geracional!
Quanto ao governo propriamente dito alguns comentários.
Na certeza de que ainda não há programa nem secretários de estado pelo que uma apreciação mais global ficará para depois.
Já realcei pela positiva a juventude.
Agrada-me menos (já sei que isto é politicamente incorrecto) o número de independentes.
Tantos como os que são militantes do PSD.
Que apenas tem mais um ministro que o CDS.
Destacando contudo, por ser inteiramente justo,que os independentes tem excelentes currículos e podem ser mais valias da governação se conseguirem traduzir na prática os conhecimentos que indubitavelmente tem.
Quanto aos nomes:
Há valores seguros.
Miguel Relvas e Miguel Macedo (embora esperasse vê-los noutras pastas para ser sincero),Paulo Portas e Aguiar Branco.
Por estes não terá o PM dores de cabeça.
Há apostas que se podem revelar muito interessantes.
Vítor Gaspar, Nuno Crato,Paulo Macedo.
Um, Álvaro Santos Pereira, desperta excelentes expectativas e terá sido das melhores escolhas deste governo.
Uma,Assunção Cristas, deixa-me algumas duvidas não pela sua capacidade mas pela dimensão das tarefas que lhe estarão cometidas.
Agricultura,Ordenamento,Ambiente e Mar para quem não tem qualquer experiência governativa parece-me excessivo. Oxalá me engane.
A Paula Teixeira da Cruz e a Pedro Mota Soares dou o beneficio da duvida.
Mas são as duas escolhas que menos me agradaram.
Nota final para os secretários de estado que já se conhecem.
Carlos Moedas era previsível a(boa) escolha e vai certamente ser o apoio mais próximo do PM em matérias económicas.
Luís Marques Guedes é uma escolha curiosa...mas vai certamente desempenhar muito bem o lugar.
Que já ocupou nos tempos de Cavaco Silva.
Digamos que se tivesse de dar uma nota a PPC pelas escolhas daria um 16.
Pelo forma como processou a formação do governo, longe da comunicação social, daria 18.
Pelo tempo em que o fez um 20 absolutamente merecido.
Aguardando pelo programa e pelos secretários de estado para uma opinião final devo dizer que este inicio foi bom.
E começar bem é muito importante.
Depois Falamos

10 comentários:

Luisa Magalhães disse...

Meu caro,

Aqui está um bom exercício de classificação...
A PPC desejo que mantenha os media sob controle: não a ''comunicação social'', que simplesmente não existe, mas os media em si mesmos.
O segredo está em introduzir a medida certa de entropia para despertar curiosidade sem dar pistas ao público. Porque o problema não está na mensagem transmitida, está na mensagem NÃO transmitida: na mensagem transpirada.
PPC precisa de dominar os sinais de transpiração, tornando-os invisíveis ou pelo menos imprevisíveis ao controle editorial.
Desejo-lhe essa sabedoria.
Porque quero (pelo menos) 4 anos de governo.
E mais não digo.

luis cirilo disse...

Cara Luisa:
E já disseste muito para quem quiser perceber.
Eu também desejo um governo que dure esta legislatura e as próximas.
Mas para isso será necessário dominar os "sinais de transpiração" com os "desodorizantes" adequados.
Ou seja trabalhar a comunicação politica com grande habilidade.
E tal como tu...mais não digo

Yokiko disse...

A única coisa com que fiquei apreensivo foi a escolha de um banqueiro para a pasta de ministro da saúde (Paulo Macedo). Das últimas vezes que aconteceu, os médico a certa altura revoltaram-se.

A saúde é uma coisa complexa, não se pode cortar as despesas em coisas extremamente caras mas absolutamente necessárias, Daí que eu pense que o ministro da saúde seja um médico, porque esses sabem aonde se pode cortar a despesa, e onde não.

Espero estar enganado...

Vimaranes disse...

Uma equipa que me agrada. Pela juventude e pelo currículo dos escolhidos. Na área da ciência, porque e a que mais me toca, excelente a escolha de Nuno Crato, principalmente atendendo ao facto de terem optado pela extinção do ministério da ciência e tecnologia. Que seja capaz de estar a altura de Mariano Gago.
Olha também com grande satisfação para o facto de terem sido escolhidos 4 independentes para as pastas mais importantes, creio que e um bom sinal, assim como o facto da segunda figura do estado ser um independente como Vitor Gaspar. Curiosamente a escolha que menos me agrada acaba por ser o próprio Miguel Relvas. Nao pela sua competência, mas porque creio que o PSD sairia a ganhar se o tivesse num cargo menos exposto... De resto, excelente inicio deste governo, a que acrescentaria a exçelente escolha de Francisco José Viegas para a secretario de estado da cultura.
De resto, que tenham sorte, e o que se deseja!

luis cirilo disse...

Caro Yokiko:
Também espero que esteja enganado.
Creio que Paulo Macedo vai ser uma agradável surpresa.
Caro Vimaranes:
Estamos genericamente de acordo.
Falta agora preencher os lugares de secretários de estado para ficarmos com uma ideia definitiva da valia governamental.
Talvez por ser uma área que me interessa, e á qual estive bastante ligado enquanto deputado,confesso que estou curioso quanto ao nome escolhido para a secretaria de estado da juventude e desporto.
E que tenham sorte como você diz e bem.

ricardo ribeiro disse...

E o que diz da escolha do chefe de gabinete de Passos Coelho?

luis cirilo disse...

Caro Ricardo:
Entendo que na formação de um gabinete de apoio as pessoas escolhidas devem inserir-se estritamente na lógica e preferências de quem escolhe.
Ou seja,não devem ser susceptiveis de avaliação politica.
Assim sendo acho que se PPC escolheu quem escolheu é porque entendeu que seria a melhor escolha.
Tudo isto, muito redondinho,para dizer que não fiquei nada...entusiasmado com a escolha.
Mas quem sou eu para a criticar?

Rita Oliveira disse...

Luis concordo com o 20 e o 18.
Mas discordo do 16 que é excessivo.
Porque houve várias recusas na formação do governo.
Porque há ministros em pastas que me parecem demasiada areias para as suas camionetes.
Discordo de si quanto á Paula Teixeirta da Cruz.
Mas concordo quanto ao Mota Soares sem duvida.
E acrescento mais dois nomes que me parecem peças fora do sitio.
Julgo que Miguel Macedo estaria bem nos assuntos parlamentares mas parece-me sem gabarito para a dministração interna.
Miguel Relvas não me parece talhado para os assuntos parlamentares e assusta-me a ideia de autarquias e reorganização administrativa ficarem nas suas mãos. Ainda me lembro daquela mega trapalhada das areas metropolitanas.
Gosto como o Luís do perfil dos independentes que me parecem francamente bons.
Mas acho deplorável a escolha do chefe de gabinete do primeiro ministro.
Um socialista!
Que trabalhou com luis amado e jaime gama como pode ser chefe de gabinete de um primeiro ministro do PSD?
Realmente o 16 é demasiado benévolo.
Eu dava um 13 ou um 14. E...e...
De qualque forma parabéns pela análise com que me identifico quase totalmente.

Anónimo disse...

Caro Sr. Luis Cirilo
Entendo as suas preocupações em alguns ministérios porque como é evidente as pessoas nomeadas suscitam algumas dúvidas. Mas tal como diz,e eu penso que quanto a isso ninguém terá qualquer dúvida, um ministro por muito pouco talento que tenha ,se se rodear de secretários de estado com muito bom desempenho e com conhecimentos dos dossier's respectivos é caminho andado para o sucesso. O contrário também se aplica àqueles que aparentemente já estão à priori talhados para o sucesso.
Por isso só nos resta aguardar e "rezar" para que tenham todos um desempenho de tal ordem que o país consiga sair do fosso para onde os irresponsáveis o atiraram.
Cps
S. Guimarães

luis cirilo disse...

Cara Rita:
Obrigado pelas suas palavras e pela substância do comentário que aqui deixou.
Nesta história de escolher inistros é evidente que cada um tem a sua opinião sendo que a unica que interessa é a de quem escolhe. Quanto a Miguel Macedo e Miguel Relvas eu próprio admiti que esperava vê-los noutras pastas.
Paula T. Cruz, de facto e ao contrário do que acontece consigo,suscita-me muitas duvidas mas espero estar enganado.
Quanto ao chefe de gabinete é uma escolha muito pessoal e por isso não entra numa avaliação politica.
Admito que fiquei muito surpreendido. E não foi propriamente pela positiva!
Veremos se o governo merece, na prática, a sua nota ou a minha.
Desejável era que fosse superior á minha. Muito mau se fosse inferior á sua.
Caro S. Guimarães:
Efectivamente a escolha dos secretários de estado vai assumir particular importância face ao perfil de alguns ministros.
Terão de ser um complemento perfeito dos seus ministros.
E isso obrigará a que uns tenham perfil acentuadamente técnico e outros vincadamente politico.
Em caso algum devem ser escolhuidos com base em "compensações" partidárias ou equilibrios de poder interno.
Conhecendo PPC creio que ele nunca permitiria isso.
Mas que vai haver tentações isso vai.