Cavaco Silva foi primeiro ministro de Portugal durante dez anos.
Durante grande parte desse tempo conviveu,sabe Deus com que dificuldade,com um presidente da república hostil,com falta de sentido de Estado e que não se coibiu de utilizar o cargo para ser ele próprio a liderar a oposição.
Tudo isso está amplamente documentado,contado e recontado.
Ao ser eleito Presidente,e goste-se ou não Cavaco tem um profundo sentido de Estado,era perfeitamente evidente que faria o seu caminho e que jamais aceitaria ser muleta de qualquer estratégia.
Do governo ou da oposição !
O apoio que recebeu do PSD, e que foi essencial para a sua eleição,não o obrigava como é evidente,a seguir estratégias do partido.
Muito enganado estaria quem pensasse o contrário.
Ou muito mal conheceria Cavaco Silva.
É por isso que resultam incompreensiveis algumas criticas de dirigentes do partido á actuação do presidente da república.
Desde logo, por não me parecerem justas, na medida em que Cavaco tem correspondido ás expectativas e exercido o cargo de forma que merece a aprovação de uma larga maioria dos portugueses.
Podemos questionar uma ou outra decisão,esta ou aquela opção,mas de uma forma geral tem sido um bom Presidente,que tem prestigiado o País e dignificado o cargo.
Por outro lado,se alguém tem a expectativa de ganhos politicos com criticas ao presidente,pode tirar o "cavalinho da chuva".
Em Portugal atacar o Presidente da Republica,ainda que com razão,nunca rendeu politicamente.
Veja-se Sá Carneiro com Eanes ou Cavaco Silva com Soares.
Por isso parece-me mais sensato,se é que por lá ainda resta alguma sensatez,que os dirigentes do PSD façam o seu caminho e deixem o Presidente fazer o dele.
Os portugueses,no tempo certo,saberão premiar ,e castigar, as estratégias seguidas.
E os militantes do PSD...também !
Depois Falamos
5 comentários:
Goste-se ou não certo é que o sentido de estado que refere é a razão da postura e neste momento é a que o país necessita. E cá entre nós isto já vai tão mal... que fazer barulho só por fazer é tonteria...ou medo de não ser visto.
Penso que a Lena Martins colocou uma questão interessante e que merecerá comentário numa proxima postagem.
De facto,o pequeno "calcanhar de Aquiles" da presidencia de Cavaco Silva está precisamente na politica externa.
Eu não sei se todos os partidos são como o PSD, de quem sou simpatizante, mas fica a impressão de que é mais um grupo de pessoas que se juntam para falar umas das outras e reproduzir no seu interior a sociedade que temos que, de facto, em busca de uma intervenção social liderada por um ideal de uma sociedade diferente e democrática...A ideia com que fico, e que cada vez mais me deixa desapontada resume-se numa frase de Proust "O desejo de agradar aos amigos é por assim dizer uma desforra da ambição"...
Mas o homem já não pode ir onde quer sem que tal represente um problema!...pobre Estadista sem liberdade para ir onde lhe apetece. Pensem que deve ser por nesses países ser mais fácil perceber a lingua deles...
Bom o Salazar era criticado por não saír do país, Cavaco, que também é magro, é "questionado" pelas opções de deslocação...
Ser governante é pesado!...
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