Tenho muito respeito pela classe médica.
Mas não tenho respeito nenhum, bem pelo contrário, por aqueles médicos(muito longe de serem a maioria deles) que consideram a Saúde uma coutada pessoal onde nada pode ser decidido ou feito sem a sua aprovação e escolha para os lugares liderantes.
Todos sabemos que os médicos são um dos lobbys mais influentes deste país, Leonor Beleza que o diga, e quem ousar afronta-los tem grandes sarilhos pela frente é mais que certo e sabido.
E uma das coisas que esses médicos com tiques feudais acham é que a direcção de hospitais e centros de saúde lhes deve estar cometida sendo autêntico sacrilégio a escolha de pessoas oriundas de outras áreas profissionais.
Coisa que, felizmente, este governo teve a coragem de fazer na escolha de personalidades para dirigirem hospitais e centros de saúde de norte a sul sem prestar vassalagem a esses auto nomeados “couteiros mor”.
Talvez por considerar, e muito bem, que os médicos são mais uteis a tratar doentes do que a dirigir unidades de saúde.
A guerra que por aí vai…
Recebi por mail a cópia de um documento de uma coisa chamada FNAM (federação nacional dos médicos) que estes dirigiram à troika (imagine-se…) e que é absolutamente nojento, inaceitável e com laivos pidescos.
Nele a coisa FNAM faz queixa do governo português a propósito de um conjunto de nomeações, faz insinuações e afirmações descontextualizadas quanto aos nomeados, demonstra ter andado a investigar (com que poder e com que direito bem gostava de saber) dados pessoais absolutamente irrelevantes para o assunto em causa e permite-se uma arrogância completamente inaceitável em apreciações que faz quantos aos currículos das referidas pessoas.
Uma vergonha!
Tudo por despeito de lhe terem tocado na “coutada”.
Foi pena que a coisa FNAM nesta sua actividade a que se acha com direito, que nenhum bufo da Pide desdenharia face aos moldes evidenciados, e tão preocupada que parece estar com o memorando de entendimento entre o Estado português e a troika não tenha aproveitado a oportunidade para informar os nossos credores de alguns pormenores relevantes.
Por exemplo:
Dinheiro gasto pelo Estado devido a erros e negligência dos médicos no tratamento de doentes e consequentes indeminizações.
Produtividade comparada dos médicos no SNS e nas clinicas privadas em que trabalham nomeadamente em número de consultas e cirurgias.
Número de doentes/ano que são encaminhados do SNS para as tais clinicas/consultórios privados onde os doentes pagam muito mais do que pagariam num hospital ou centro de saúde.
Número de utentes por médico de família e comparação com outros países europeus.
Casos evidentes de negligência médica, com graves repercussões na saúde e até na própria Vida dos utentes, em que os responsáveis foram devidamente penalizados.
“Numerus clausus” elevadíssimos nas faculdades de medicina, impostos pelo lobby médico, que defendem o “negócio” mas prejudicam a assistência em quantidade/qualidade a quem dela necessita.
Para não dar mais exemplos.
Que existem e muitos!
A Saúde em Portugal tem sido dirigida em grande parte por médicos.
Direcções gerais, hospitais, centros da saúde, o próprio ministério e secretarias de estado, o lobby poderosíssimo da Ordem dos Médicos contra o qual pouco ou nada foi feito ou decidido nestes anos de democracia em termos de Saúde.
Não me parece que os portugueses estejam particularmente satisfeitos com a Saúde que tem!
E por isso bem andarão os médicos se fizerem aquilo para que foram preparados (e com custos elevados para o país) que é tratar da saúde dos doentes com competência, zelo e profissionalismo deixando de olhar para área da Saúde como uma coutada onde se acham reis e senhores.
Se assim fizerem todos lhes ficaremos devidamente agradecidos.
Depois Falamos
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4 comentários:
Caro Sr. Luis Cirilo
Concordando plenamente com o seu post a respeito desta classe elitista, não deixaria de juntar a este autêntico "trust", outra que é representada por
esse exemplo de pai espiritual da advocacia, que dá pelo nome de Marinho e Pinto.
São grupos extremamente poderosos, intelectuais de profundas contradições profissionais, que se estão borrifando, para com os desgraçados de capacidade económica mais débil, mas céleres e extremamente eficazes quando lhes tocam ao de leve nos seus interesses individuais ou de grupo.
Resumindo e concluindo, tudo bons rapazes.
Cumprimentos
gostei. Também eu conheço muitos casos como os que refere em que da negligencia/incompetencia de médicos resultaram graves danos para os doentes. Mas desses casos não falam esses bufos da fnam que devfiam ter vergonha de se andarem a queixar a estrangeiros do próprio país. Parabéns pela frontalidade
Desde sempre que tenho uma ideia clara quanto à classe médica por quem tenho respeito, mas olho-os com profunda desconfiança. Já fui emigrante na Suiça e sempre que entro num Hospital em Portugal mais parece que estou a entrar numa agência funerária ou capela mortuária. Se é pobre, é dispensável e deixam-no morrer num cantinho escuro do hospital. Se é rico, fazem de tudo para mantê-lo vivo porque é uma torneira que não se esgota e não vai sobrecarregar a máquina estatal enquanto tiver dinheiro.
Ultimamente, esta vaga de Hospitais Privados, só reforça a perseguição por contas bancáriaa chorudas, enfim, dos que têm medo de serem reconhecidos por vergonha nas filas hospitalares e não se importam de pagar para não se sujeitarem ao ridículo do Serviço Público, dominado por médicos que têm "umbigos" do tamanho do Mundo. Duma maneira ou doutra, o paciente esta sempre tramado se não tiver bons padrinhos.
Caro Anónimo:diz bem, tudo bons rapazes.
Caro Anónimo:
Piores do que eles são os que se agacham com medo deles.
Caro Rosalino:
Infelizmente é como diz em muitos casos
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