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quinta-feira, novembro 30, 2017

O Sniper

Henrique Chaves não tem currículo político e/ou partidário para figurar numa Comissão de Honra de pseudo elites do PSD que apoiam uma candidatura à liderança do partido nas directas do próximo dia 13 de Janeiro de 2018.
Foi deputado,como tantos, foi ministro durante meses sem obra nem qualquer notoriedade positiva,como tantos também, é militante do partido há muitos anos como imensos outros militantes.
Então qual a razão de figurar na tal comissão de honra?
Péssimas razões desconfio.
Chaves foi o ministro cuja demissão irresponsável e sem razão para tal, com graves e nunca provadas acusações ao carácter de quem o tinha convidado para o governo, deu a Jorge Sampaio o ultimo pretexto para dissolver um Parlamento onde existia uma maioria coerente e estável e convocar eleições antecipadas que deram o poder a José Sócrates com os tristes resultados que o país conhece e paga!
Com essa atitude,sem fundamentação política e baseada apenas em questões de vaidade pessoal, Chaves foi desleal com o  primeiro-ministro que o convidara, foi desleal com os seus colegas de governo e foi desleal para com o PSD.
E por isso votado a um ostracismo partidário que durou doze anos durante os quais ninguém no partido ouviu falar dele nem foi visto em nada que ao partido dissesse respeito.
Estranhamente reaparece agora na comissão de honra de Rui Rio.
Com dois objectivos claros:
Por um lado para tentar relembrar a ladainha mentirosa  que a esquerda e Sampaio utilizaram, e que alguns dos seus colegas da comissão de honra infelizmente secundaram, de que a dissolução do parlamento se devera a erros próprios do governo e não a um autêntico golpe de estado a partir de Belém para favorecer o PS como na realidade aconteceu.
A segunda para, qual "sniper" contratado, disparar contra o outro candidato à liderança mais uns ataques pessoais como foi perceptivel através das primeiras declarações que fez à imprensa após doze anos de merecido anonimato e ostracismo político.
Que Henrique Chaves se preste a esse papel é problema dele e daí não vem mal ao mundo porque o que ele tinha para fazer de mal ao partido e ao país...já fez!
Mas que a candidatura de Rui Rio, seguramente com a anuência do próprio candidato, se preste a manobras destas é triste e apenas desqualifica quem aspira a ser líder do maior partido português e única alternativa à Frente de Esquerda que nos governa.
Usar quem ajudou a derrubar um governo do PSD e abrir o caminho a Sócrates, dando-lhe até o estatuto de membro de uma comissão de honra (valham o estatuto e a comissão o que valham...),para atacar pessoalmente o outro candidato é de uma pobreza política, democrática e até ética de tal ordem que seguramente os militantes do PSD não perderão a oportunidade de a 13 de Janeiro mostrarem o que pensam disso.
Porque em tempo de clarificar, e para lá das qualidades políticas e pessoais dos candidatos que são em ambos os casos inquestionáveis, é mais que tempo de aqueles que nos tempos difíceis da governação estiveram ao lado dos adversários contra o partido perceberem que esses comportamentos não tem aceitação nem aplauso dos militantes.
Embora nalguns casos esteja mais que provado que isso pouco lhes importa.
Depois Falamos

P.S. Quando numa Comissão de Honra se "mostra" Henrique Chaves e se "esconde" Pacheco Pereira está tudo dito sobre a frontalidade com que uma candidatura encara os militantes.

Guimarães (Anos 60)

Esta fotografia do final dos anos 60 mostra a panorâmica de uma Guimarães que conheci bem mas que em boa parte já  não existe  com esta configuração.
Lá estão o conjunto monumental composto pelo castelo, paço dos duques, as capelas de S.Miguel e de Santa Cruz, mas por trás deles ainda não existe a Urbanização da Quintã (hoje uma das maiores zonas residenciais da cidade) nem tão pouco a Universidade do Minho que só seria ali construída bastantes anos depois.
Ao fundo vê-se o estádio na sua versão antiga, e acima dele o campo da Amorosa, mas ainda não existem as urbanizações de Nossa Senhora da Conceição e da Atouguia também elas importantes núcleos residenciais da actualidade.
Mesmo ao fundo veem-se as antigas estradas para Braga e Famalicão e os espaços então agrícolas onde hoje está a Avenida de Londres, o Hospital e o Guimarães Shopping entre outros edifícios que hoje ocupam esses espaços.
Memórias de uma cidade mais pequena mas nem por isso menos interessante.
Depois Falamos

terça-feira, novembro 28, 2017

Francisco Sá Carneiro

O meu artigo desta semana no Duas Caras.

Na próxima segunda feira completam-se 37 anos sobre a morte de Francisco Sá Carneiro.
Crime ou acidente ?
Convicto de que se tratou de atentado,(desde a primeira hora) tenho pena de nestes 37 anos decorridos o País ainda não ter sabido resolver esta questão pese embora as inumeras comissões de inquérito parlamentares que para analisar o assunto foram constituidas.
Apurar a que deveu a morte do seu então primeiro ministro.
Mas não é disso que quero falar hoje.
Prefiro recordar o estadista de excepção,o lider visionário,o homem livre,o politico que orientou a sua vida pública no sentido de conseguir o melhor para Portugal.
O homen que aliva como mais ninguém o sentido de Estado e o distanciamento que tal impõe em relação a determinadas regras e grupos com o genuino afecto pelos militantes do seu partido e a confiança que neles depositava.
E que por eles foi sempre retribuida!
Francisco Sá Carneiro prestigiava o país, preservava e defendia o Estado de Direito, sentia-se bem com os portugueses.
Porque sabia que Portugal merecia.
A ele,ao seu carisma,ao fascinio que exercia sobre quem contactava,se deve boa parte das razões porque aderi á JSD em Janeiro de 1975.
Numa sociedade portuguesa em ebulição,com o esquerdismo na moda,com pesados anátemas sobre quem não fosse de esquerda,desde logo senti profunda admiração por quem,não só pensava diferente,como tinha a coragem de o dizer.
Incompreendido e rejeitado por muitos dos barões do partido (tal como todos os líderes que depois dele tiveram sucesso de Cavaco Silva a Passos Coelho),vitima de cabalas,insultos e invenções,sujeito a cisões no PPD,nunca se desviou do seu caminho,nunca abdicou daquilo em que acreditava.
Tenho ainda hoje uma profunda admiração por Francisco Sá Carneiro.
Como português tenho imensa pena que tenha partido tão cedo.
Tenho a certeza que com ele no governo durante muito mais tempo,Portugal estaria hoje bem melhor do que está.
Tive a felicidade politica de poder assistir,ao vivo,a alguns comicios em que Francisco Sá Carneiro foi orador.
Ainda hoje recordo,com alguma emoção,como uma pessoa de pequena estatura podia "preencher" tão grandes espaços.
Depois a vida ensinou-me que há pessoas assim...
Mas na altura foi uma surpresa,uma descoberta,uma revelação.
Acredito que hoje,neste Portugal do século XXI,vale a pena continuar a seguir o exemplo de vida,de pensamento e de acção de Francisco Sá Carneiro.
No País,e no PSD,ainda não vi melhor.
 E por isso num tempo difícil em que o PSD volta a ser chamado a escolher um líder sabendo  esse líder que quando for primeiro ministro terá, uma vez mais (é sina do partido), de tomar medidas que imponham a ordem na desordem causada pelo governo da Frente de Esquerda eu “regresso” a Francisco Sá Carneiro.
Ao seu carisma, ao seu estilo de liderança, ao seu gosto pela clarificação e pela ruptura quando necessária, à sua coragem de afrontar lobbys e grupos de interesses, ao seu absoluto desprezo por “barões” e “baronatos”, à sua fortissima relação umbilical com os militantes do seu partido.
E esse “regresso” aponta claramente para Pedro Santana Lopes.
Que é não só dos dois candidatos o único que tem algumas qualidades políticas e pessoais idênticas às de Francisco Sá Carneiro como também aquele que mereceu de Sá Carneiro um convite para com ele trabalhar de perto enquanto primeiro-ministro.
Se Pedro Santana Lopes mereceu a escolha de Francisco Sá Carneiro como não há de merecer a dos militantes do PSD?
Há alturas na vida dos partidos e das pessoas em que não se pode dar ao luxo de opções erradas.
E Pedro Santana Lopes é a escolha certa!

segunda-feira, novembro 27, 2017

Massificação

O meu artigo desta semana no zerozero.

Sou de um tempo em que ver futebol na televisão era um autêntico luxo!
Cinquenta anos atrás a televisão era a preto e branco, existiam apenas dois canais (ambos na RTP) e o futebol estava muito longe de ser uma prioridade na programação televisiva.
Semanalmente havia um programa de futebol, o “Domingo Desportivo” , emitido no final da noite de domingo, e em que para lá dos resultados e classificações da primeira divisão davam dois curtos resumos dos dois principais jogos da jornada que envolviam sempre Benfica e Sporting.
A excepção era quando esses dois clubes se defrontavam e então havia lugar a um segundo resumo que envolvia outros clubes que eram quase sempre o Porto e o Belenenses porque nesse tempo o resto do país era pura paisagem.
Às vezes quando um dos clubes da segunda circular jogava longe de Lisboa e as imagens não chegavam a tempo lá havia lugar ao resumo do jogo do Barreirense ou do Atlético que ficavam ali à mão dos estúdios do Lumiar.
Jogos em directo é que nem vê-los!
Os do campeonato era impensável porque jogavam-se todos aos domingos às 15 horas e portanto a transmissão de um tiraria público a todos os outros (era essa a mentalidade) pelo que tínhamos de nos limitar aos tais resumos do programa desportivo onde aqueles que não fossem adeptos dos tais dois clubes passavam semanas a fio sem verem uns minutinhos do seu clube na televisão.
No que concerne aos jogos da selecção era ligeiramente diferente.
Transmitiam alguns, não todos, nas fases de apuramento e com isso tínhamos de nos contentar porque com a excepção do Mundial de 1966 a “equipa de todos nós” regra geral não se apurava para as fases finais pelo que dessas só víamos as outras selecções em competição.
Restavam as noites europeias do Benfica (porque os outros tinham passagens sem história pelas competições fora de portas) e aí era sempre um suspense até ao último minuto porque umas vezes a RTP chegava a acordo com o clube e havia transmissão mas noutras isso não era possível e não havia nada para ninguém.
Nos anos 70 e 80 as coisas evoluíram e as transmissões televisivas foram-se tornando mais comuns e passaram a ver-se dois/três jogos por jornada na RTP com natural preferência por alguns clubes mas com uma “democratização” maior daqueles que iam aparecendo nos ecrans tornando-se comum a transmissão de jogos em que não participavam os chamados “grandes”.
Depois apareceram os operadores privados,SIC e TVI, e posteriormente a sport-tv banalizando-se a transmissão televisiva dos jogos dos nossos campeonatos bem como de outras ligas como a italiana, espanhola,inglesa, alemã ou francesa com jogos a quase todas as horas e para quase todos os gostos.
Curiosamente, e à excepção da selecção e de um jogo por jornada da liga dos campeões e da liga Europa, o futebol desapareceu dos canais abertos sendo apenas possível vê-lo em canais pagos.
O que não obstou a que se assista e uma enorme massificação do futebol em termos de televisões.
Porque para lá das transmissões, que ao fim de semana contemplam dezenas de jogos, ainda temos “direito” a inúmeros programas de pseudo debate desportivo, mas que em boa verdade não passam de arruaça televisionada, bem como notícias sobre futebol (leia-se Benfica,Porto e Sporting) em todos os telejornais de todos os canais televisivos todos os dias.
É demais!
E mesmo para quem gosta muito de futebol, como é o meu caso, torna-se insuportável tanto futebol, tanto programa futebolístico, tanto noticiário sobre futebol (a maior parte das vezes sem qualquer interesse) em que se mostram e propagandeiam até à exaustão-do telespectador- sempre os mesmos clubes, sempre os mesmos personagens, sempre a mesma “banha da cobra” clubística.
É futebol a mais para um país que devia ter muitas outras prioridades e para televisões que deviam ter bem melhor e mais equilibrada programação do que insistirem na “futebolização” dos seus telespectadores.
Ainda por cima num tempo em que do futebol e dos seus principais protagonistas (exceptuando jogadores e treinadores) a nível de dirigentes os exemplos que vem são simplesmente lamentáveis.
Rui Vitória, que para além de ser um excelente treinador é um cidadão que se preocupa em pensar o futebol para lá do...futebol, alertava um destes dias para a diminuição de público nos estádios e de audiências televisivas por causa das inúmeras polémicas em que a modalidade está continuamente envolvida.
Tem razão.
As polémicas afastam espectadores do futebol.
E o futebol “ a mais” nas televisões também!

sexta-feira, novembro 24, 2017

Desoladora

Foto: zerozero.

Escrever sobre "este" Vitória e sobre a desoladora temporada que vem fazendo é cada vez mais "chover no molhado".
Porque jogo após jogo, competição após competição, repetem-se as más exibições que vão dando origem ao sucessivo falhar de objectivos rumo a uma época de total frustração dos adeptos face a tanto desperdício.
Ontem em Salzburgo foi apenas mais um capitulo triste daquela a quem ousaram chamar uma das melhores equipas dos últimos dez anos mas que a realidade vem provando que é provavelmente a pior.
Uma equipa sem fio de jogo, dando sinais de estar fisicamente de rastos, com jogadores que ninguém percebe o que andam ali a fazer, sem ambição nem espírito de conquista, dando uma pálida imagem daquilo que devia ser um Vitória que entrou nesta época sabendo (desde Abril !) que tinha cinco competições para disputar.
Uma equipa débil a defender (então nos flancos...) , com um meio campo sem capacidade de construção e de dar jogo aos avançados e um ataque em que cada um joga por si e todos à espera da inspiração de Raphinha.
Uma equipa que precisava bem de meia dúzia de reforços,aptos a entrarem imediatamente no onze, mas que mesmo que eles venham em Janeiro( o que não acredito) corre o risco de ser demasiado tarde para salvar o que nos resta que é a tentativa de ir a um qualquer play off da Liga Europa da próxima época.
Mau demais para o Vitória. Mais demais para nós,adeptos, que merecemos muito mais e muito melhor.
Três notas finais:
Uma para as lesões. Que demoram eternidades a curar mas cuja cura é por vezes efémera deixando muitas interrogações sobre a eficácia de um departamento médico de cuja total remodelação continuam sem se ver os resultados positivos.
Outra para o guarda redes. Que são ambos excelentes (quer Miguel Silva quer Douglas) mas que são impotentes para resolver os problemas causados por um sector defensivo débil e por uma equipa que defende mal. Jogo após jogo prova-se que o problema não está, nem nunca esteve, nos guarda redes.
A terceira para as opções de Pedro Martins. Especialmente para a teimosia em Sturgeon que se tem revelado um total disparate face à nulidade das exibições do jogador. A verdade é que até num jogo decisivo para a continuidade na Liga Europa ( prestígio e dinheiro) se apostou num jogador que em nada justificou a aposta enquanto se deixou no banco Héldon e Hélder Ferreira e na bancada Vigário.
Razões haverá para esta insistência em Sturgeon. 
Não são é visíveis no relvado!
Em suma resta a esperança, bem pequena, de que o Salzburgo vá ganhar a Marselha para podermos aspirar ao apuramento para a próxima fase desde que ganhemos em Guimarães ao Konyaspor o que com este Vitória está muito longe de poder ser uma certeza.
É o que temos...
Depois Falamos

quinta-feira, novembro 23, 2017

G 15

Abaixo deixo transcritas as propostas que o Sporting de Braga levou à reunião do chamado G 15 (que acabou por ser G 11 porque lamentavelmente houve quatro clubes que faltaram)e que agora serão trabalhadas pelos restantes clubes para em próxima reunião-29 de Novembro em Vila do Conde- ser aprovado um documento final com contributos de todos eles.
Creio que é fácil estar de acordo com este documento inicial.
Pessoalmente, neste blogue  noutros espaços, já defendi ao longos últimos anos algumas delas por entender que contribuirão de forma importante para um futebol mais verdadeiro, mais competitivo, financeiramente mais equilibrado e com mais oportunidades para todos.
Creio que qualquer vitoriano que queira analisar o assunto sem palas, e menos ainda agarrado a rivalidades que neste contexto não tem lugar a existirem, estará de acordo que é do interesse do Vitória que sejam aprovadas e rapidamente implementadas.
Até porque já se perdeu demasiado tempo e este "status quo" já dura há demasiado... tempo!
E por isso espero que na próxima reunião o Vitória esteja presente e assuma as suas responsabilidades na liderança do movimento enquanto clube histórico do nosso futebol e aquele que fora do universo dos chamados "grandes" mais adeptos representa.
Depois Falamos.


ORGANIZAÇÃO E COMPETIÇÕES

Proibição dos empréstimos entre clubes do mesmo escalão

A possibilidade de cedência de três jogadores a um clube participante da mesma competição é uma forma indireta de exercício de influência e de condicionamento da verdade desportiva que, por um lado, permite aos clubes mais fortes criar laços e parcerias e, por outro, aumentar exponencialmente os seus quadros sem qualquer relação direta com o reforço das respetivas equipas principais, inflacionando o mercado interno.


Alterações ao sorteio condicionado

O benefício concedido a alguns clubes no sorteio das competições atenta contra os princípios fundamentais das provas e impede a igualdade de tratamento que é devida a todos os competidores. Assim, entende-se que só os critérios de ordem geográfica são relevantes para condicionamento do sorteio.

Conselho de presidentes

Criação de uma assembleia de presidentes das SAD e SDUQ constituintes dos campeonatos profissionais e da qual emana a estratégia que deve ser concretizada pela Direção da Liga. O Conselho de Presidentes deve integrar também o Secretário de Estado do Desporto, comprometendo assim o Governo de Portugal com as grandes decisões que influenciam a atividade e o sector de negócio. Deve integrar também os Presidentes da Liga Portugal e da Federação Portuguesa de Futebol.

Alterações de estatutos para reformulação da direção da Liga

O assento fixo dos três clubes que apresentam melhor somatório de classificações deve ser revisto, bem como a possibilidade de estes mesmos clubes nomearem dois representantes da Liga NOS, logo assim condicionando a atividade da Direção a uma elite. A forma de composição da Direção da Liga deve obedecer a critérios democráticos, espelhando a vontade da maioria.

Antecipação do fecho da janela de transferências de verão

Fecho da janela de transferência coincidente com a semana prévia ao arranque oficial dos campeonatos profissionais, em conformidade com a decisão já anunciada pela Premier League inglesa. A imposição desta medida deve implicar a Liga Portugal e a Federação Portuguesa de Futebol, para que, em sede própria e considerando as relações institucionais com a UEFA e a FIFA, se decida a aplicação da mesma a todos os principais campeonatos europeus.

ARBITRAGEM

Entidade autónoma para gerir a arbitragem

Proposta de criação de uma entidade autónoma, externa aos organizadores das competições, que concentre e comande todo o sector da arbitragem, a exemplo do que já sucede noutras ligas profissionais.

Ex-árbitros de elite para a função de VAR

A confusão de papéis entre os árbitros não contribui para o melhor desempenho das funções, considerando ainda que a classe varia entre os seus membros no que respeita a idade, categoria ou experiência na função. Entende-se como profícua a discussão da proposta de criação de um grupo de ex-árbitros de elite que possa desempenhar a função de VAR, libertando o atual quadro de árbitros para o terreno e inibindo os constrangimentos inerentes à relação entre pares.

Divulgação dos áudios entre árbitro e VAR

Uniformização do critério de divulgação da informação respeitante à arbitragem e à organização dos jogos, respeitando o princípio da igualdade. Assim, a divulgação não pode ser avulsa, antes se verificando para todos os jogos da mesma competição ou para nenhum. Nesse âmbito cabe a divulgação dos áudios entre árbitro e VAR.

As mesmas câmaras em todos os estádios

No âmbito da função de vídeo-árbitro, urge que se defina que e quantas câmaras são necessárias para a capaz avaliação de quem serve de retaguarda aos árbitros, garantindo também que os meios de análise são iguais em todos os estádios. Não é aceitável que o escrutínio seja maior, e logo mais capaz, nuns jogos do que noutros.

Linhas de fora de jogo e tecnologia de linha de baliza

As entidades responsáveis devem forçar a implementação das tecnologias das linhas de fora de jogo e das linhas de baliza. Tais avanços são essenciais para que se possa aferir, através do VAR, situações que são de enorme influência no desfecho de um jogo e que, através dos meios já existentes, podem ser esclarecidos de forma cabal.

RECINTOS DESPORTIVOS

Segurança nos estádios

Necessidade de diligenciar junto das entidades competentes que a segurança dentro dos estádios, e considerando que o futebol é a principal indústria do País e uma bandeira da nação, seja garantida e assegurada pelo Estado, sem custos para os clubes, os quais continuarão a poder complementar esta missão com a presença de ARD (Assistentes de Recinto Desportivo).

Criação de fanzones nos estádios

Na sequência da revisão do regime de segurança nos recintos desportivos, atuar de forma a que seja possível a criação de fanzones, como centro de convívio dos adeptos.

FORMAÇÃO

Salvaguarda dos contratos de formação

Reforço urgente dos contratos de formação, permitindo às entidades formadoras salvaguardar o trabalho desenvolvido ao nível dos escalões jovens e reforçando a abrangência dos contratos de formação, atualmente um fator de diferenciação negativa.

MEDIA E ESPAÇO PÚBLICO

Intervenção sobre a qualidade da discussão do futebol

Criação de uma task force envolvendo todos os principais agentes da atividade futebol (Clubes, Liga Portugal, Federação Portuguesa de Futebol e Secretaria de Estado do Desporto) com o objetivo de restringir as intervenções públicas que lesam a honra dos vários agentes e contribuem para o descrédito do futebol nacional, estudando até a erradicação de dirigentes ou a proibição do exercício de funções de âmbito desportivo.

Promoção das competições e dos jogadores

Discussão alargada, envolvendo também os media, com o objetivo de encontrar uma plataforma comum que permita desenvolver positivamente a imagem do futebol português, garantindo espaço mediático aos seus protagonistas e permitindo a projeção, nacional e internacional, das competições.


Decisivo

O Vitória disputa hoje em Salzburgo uma partida absolutamente decisiva para a sua continuidade na Liga Europa.
Num grupo bastante disputado e em que o apuramento, bem como o primeiro lugar, ainda estão ao alcance das quatro equipas tudo dependerá dos resultados nos jogos que faltam para se saber quem segue em frente e quem fica pelo caminho nesta fase.
Com o Salzburgo a registar oito pontos, o Marselha seis e Vitória e Konyaspor quatro parece-me claro que se o Vitória vencer os dois jogos que faltam será apurado mas se vencer apenas um e empatar outro já o apuramento dependerá de muitas contas e provavelmente não acontecerá.
Para evitar isso, e num grupo que em condições normais permitiria o nosso apuramento sem complicações de maior, há que vencer hoje em Salzburgo face a uma equipa de alguma qualidade mas que está longe de ser inultrapassável mesmo para este Vitória que tantas decepções nos tem dado ao longo desta época.
Pedro Martins terá de acertar no "onze" e na estratégia de jogo, que tem necessariamente de traduzir a ambição de ganhar desde o primeiro minuto, e os jogadores terão de ter em campo a atitude compatível com essa ambição.
Se tudo isso suceder acredito que  o apuramento é possível.
Depois Falamos

terça-feira, novembro 21, 2017

Pedro Santana Lopes

O meu artigo desta semana no jornal digital Duas Caras.

A dois meses da data marcada para a eleição directa do próximo líder do PSD, 13 de Janeiro de 2018, aumenta o ritmo de campanha e as iniciativas promovidas pelas candidaturas de Pedro Santana Lopes e Rui Rio que percorrem o país procurando convencer o universo de militantes das vantagens da respectiva candidatura e dos inconvenientes da outra.
Como é normal em democracia!
Esses roteiros, no qual cada um dos candidatos dá várias voltas ao país, passam em ambos os casos por Guimarães para sessões de esclarecimento aos militantes da secção e com porta também aberta a militantes de outras secções que queiram estar presentes.
Rui Rio esteve em Guimarães na passada sexta feira e no sábado dia 2 de Dezembro será a vez de Pedro Santana Lopes vir ao encontro dos militantes vimaranenses para lhes apresentar as suas ideias e propostas.
Para o PSD e para o país. 
Por esta ordem, que é a ordem natural das coisas.
Antes de entrar noutras considerações creio que merece claro louvor a atitude do PSD/Guimarães que atempadamente endereçou convites a ambos os candidatos, em circunstâncias rigorosamente iguais, possibilitando assim que os militantes da secção tenham a possibilidade de ouvir as propostas de ambos “ao vivo” o que não acontecerá na maioria das secções do país porque embora estejamos numa das mais longas campanhas de sempre mesmo assim o tempo não estica e por isso os candidatos não poderão corresponder a todos os convites que lhes chegam.
É pois uma boa iniciativa especialmente no contexto de umas eleições directas em que por maior que seja o cuidado (onde,como em Guimarães, ele existe) em evitar o máximo possível de “fracturas” internas são sempre tendencialmente propícias a dividir secções, distritais e até famílias entre o apoio a um e a outro candidato.
Guimarães não foge naturalmente à regra e na secção há quem apoie Pedro Santana Lopes, há quem apoie Rui Rio e há aqueles que neste momento ainda não apoiam ninguém porque ainda não conseguiram decidir qual dos perfis e qual das propostas de liderança preferem.
É para isso, para esclarecer os indecisos, que as campanhas eleitorais existem.
Importante isso sim, e estou certo que é exactamente o que vai acontecer, é esta momentânea divisão de militantes entre o apoio a cada uma das candidaturas não venha a por em causa aquela que tem sido uma das grandes e decisivas características do PSD/Guimarães,desde 2010, que é a unidade interna e a convergência de esforços naquilo que será sempre a primeira prioridade da secção e que é construir uma alternativa ao poder socialista.
Pelo que tenho visto até agora, e ao contrário do que infelizmente sucede noutros lados, creio que a campanha em Guimarães se pautará até ao fim pela sensatez, pelo respeito entre as partes, pela maturidade democrática e pela certeza de que em 14 de Janeiro, ganhe quem ganhar, só haverá um PSD e  que esse PSD só terá um líder que todos deverão ajudar na construção de uma alternativa ganhadora ao governo da geringonça.
Mas para já o que está em causa é a eleição do líder.
Que será, a seu tempo, candidato a primeiro-ministro mas que antes disso tem pela frente uma enorme tarefa de reorganizar o partido, reformar os seus estatutos e regulamentos, dinamizar as suas estruturas e mobilizar os seus militantes para os grandes combates do futuro.
Costumo dizer que o PSD nos últimos anos tem levado muita pancada!
Governou quatro anos em circunstâncias dificílimas, tomando medidas impopulares e de extrema dureza, para corrigir os erros e disparates do governo socialista liderado por essa personagem de quase ficção chamada José Sócrates.
No fim desses quatro anos, mesmo desgastado por medidas que apenas se tomam porque inevitáveis já que nenhum governante impõe austeridade por gosto próprio, liderou a coligação “Portugal à Frente” que venceu uma eleições que pareciam impossíveis de serem ganhas.
Vencendo as eleições foi impedido de governar por uma frente de esquerda que se uniu debaixo da liderança de um sujeito sem escrúpulos chamado António Costa tendo como único cimento dessa união o impedirem o PSD e o CDS de governarem.
Arredado do governo mesmo depois de ter ganho eleições o PSD teve um mau resultado nas autárquicas (não tão mau como alguns,mesmo dentro do partido, o quiseram “pintar”) também por força de algumas más escolhas que fez em grandes autarquias.
Foi muita “pancada” em relativamente pouco tempo.
E por isso o próximo líder tem uma enorme tarefa pela frente.
Na qual para lá de outras qualidades e competências terá de ter também a capacidade de transmitir aos militantes o afecto, a proximidade, a comunhão de valores que fizeram do PPD e depois do PSD o partido mais genuinamente português de Portugal.
E isso só pode ser feito por quem tenha o genuíno gosto de “viver “ o partido, de conviver com os seus militantes, a disponibilidade natural de estar presente nos bons e também nos maus momentos do PSD.
Incluindo a presença em alguns congressos sem qualquer outra razão para lá estar do que a genuína vontade em estar presente no seio da família social-democrata e sem arranjar pretextos risíveis para justificar a ausência.
Por alguém que ao serviço do PSD já tenha conhecido grandes vitórias e também algumas derrotas, que saiba o que este partido custou a fazer, que tenha tido ao longo dos anos uma permanente atitude de construção de soluções ,mesmo convivendo com lideranças partidárias que aqui ou ali não eram por ele apoiadas, sem que ao longo do seu percurso alguma vez lhe possam ser imputadas responsabilidades em derrotas eleitorais de companheiros de partido.
Acredito que Pedro Santana Lopes é o líder de que o PSD precisa.
E por isso o apoio convictamente desde o primeiro momento (não gosto de tabus…) na certeza de que o PSD por ele liderado saberá construir até 2019 uma alternativa de sucesso ao actual poder “geringonçeiro” baseada na tal reorganização do partido, na dinamização das estruturas e na mobilização dos militantes.
Creio firmemente que Pedro Santana Lopes é o melhor líder para o PSD e o melhor candidato a primeiro-ministro que o partido pode apresentar em 2019.
Não misturo é as coisas, não troco calendários, nem alinho na peregrina tese de que nestas directas se está a escolher “apenas” o candidato a primeiro-ministro.
Percebo que a evolução das “coisas” leve a que alguns queiram ir por esse caminho, já que o outro se complicou bastante, mas o respeito que tenho pelo meu partido (onde contando com os tempos da JSD milito há 42 anos) não me permite desvalorizar a eleição do seu líder transformando-a num acto menor.
Para além de considerar, sem receio de desmentido, que a presunção de que um é melhor candidato a primeiro-ministro que outro (que é cada vez mais a bandeira única da candidatura de Rui Rio) e por isso deve ser eleito líder não tem nenhuma conexão com a realidade nem nenhuma forma de ser provada de forma minimamente exacta.
São apenas profissões de fé, tão legítimas como as de quem pensa exactamente o contrário, mas que por si só nem argumento válido são para a escolha de um líder do PSD.
Mal estaria o partido se um dia elegesse um líder com base em tão solitária e mal fundamentada presunção.

P.S. Declaração de interesses: Além do apoiante que seria sempre integro a direcção de campanha de Pedro Santana Lopes a convite do próprio.

segunda-feira, novembro 20, 2017

G15

O meu artigo desta semana no zerozero.

Amanhã pode ser o inicio de um processo de mudança no nosso futebol, com a reunião do denominado G15 no Porto, mas também pode não passar de uma tentativa que dá em em nada se os clubes envolvidos não tiverem a coragem e o discernimento de levarem o assunto por diante.
Vamos por partes.
Segundo a comunicação social tem divulgado, mas perante o silêncio de alguns deles, os quinze clubes da primeira liga a que não chamam “grandes” descontentes com o rumo que o nosso futebol vem levando agendaram uma reunião a quinze dela excluindo Benfica, Porto e Sporting para debaterem problemas que são comuns a todos eles mas que nada dizem aos outros três a quem comummente se pode chamar os “donos disto tudo”.
Sob a liderança de Sporting de Braga, Marítimo e Belenenses (pelo menos os respectivos presidentes tem sido os mais visíveis) os clubes pretendem discutir matérias que vão dos direitos televisivos, que são um dos vértice do triângulo de poder  dos chamados “grandes”( os outros são a arbitragem e a comunicação social quase toda) , à regulamentação dos campeonatos passando pelo triste espectáculo que Benfica,Porto e Sporting tem dado com as suas guerras,guerrinha e guerrilhas constantes que apenas servem para estragar a imagem da industria do futebol e afastar patrocinadores e adeptos.
É evidente que estes quinze clubes (a confirmar-se que todos estão neste movimento) tem toda a razão para este verdadeiro “grito do Ipiranga” que agora dão.
Desde logo porque os “DDT” não jogam sozinhos, o campeonato não é só deles, sem os outros não poderiam competir mas na hora de distribuírem as receitas televisivas assiste-se  à pouca vergonha de os os três levarem o grosso do bolo enquanto aos outros tocam percentagens bem inferiores e desfasadas da realidade.
Claro que por razões de audiências seria impensável que todos recebessem o mesmo e aceita-se que quem tem mais adeptos, e portanto mais telespectadores, receba mais do que aqueles que nessa matéria (e não importa agora e aqui discutir as razões disso) são pouco mais que residuais ou que tendo números que não envergonham ainda assim andam longe dessas realidades.
Isso é uma coisa.
Outra a discrepância que existe que contribui para que o fosso entre os três e os outros seja cada vez maior com prejuízo do equilíbrio interno das competições mas também da prestação das equipas portuguesas que nas competições europeias acabam por encontrar uma competitividade a que não estão habituadas.
E por isso a exigência de mudar.
Que só pode ser no sentido de uma negociação centralizada dos direitos televisivos, feita por uma Liga que não a Liga do Proença que já deu sobejas mostras de ser incapaz de se libertar das velhas “amarras”, e na qual o “bolo” a distribuir tenha duas “fatias.
Uma a distribuir igualmente por todos e outra em função das classificações obtidas.
Só assim existirá uma distribuição equitativa, justa e que permita equilibrar minimamente as competições.
Mas também na arbitragem há que mudar.
Nomeadamente transformando o vídeo-arbitro num verdadeiro auxiliar da verdade desportiva e acabando com aquilo que ele tem sido e que é ser mais um factor de protecção e favorecimentos dos “donos disto tudo” como semana após semana se vem assistindo.
Também na área da comunicação social, especialmente das televisões e da descarada protecção e promoção que oferecem a Benfica,Porto e Sporting bem como aos seus patrocinadores, os clubes tem de tomar posições firmes e exigir equidade no tratamento, no acesso à opinião televisiva, na cobertura justa das suas actividades e na divulgação da suas posições.
O G15 é um movimento justo e que tem toda a razão de ser.
Se algum defeito tem é pecar pelo atraso porque já devia ter surgido há muitos anos atrás de molde a evitar a triste situação que temos hoje de um futebol sem credibilidade, com a verdade desportiva pelas ruas da amargura e com uma imagem pública cada vez mais semelhante às rixas de taberna por culpa exclusiva dos chamados “grandes” , dos seus responsáveis e alguns funcionários.
A pergunta para o milhão de dólares é contudo esta:
Terá o movimento a força, a coragem e a liberdade de avançar rumo ao pretendido ou vai ser sabotado por alguns “cavalos de Troia” que sempre surgem nestas oportunidades dispostos a venderem-se por um prato de lentilhas a que também se pode, neste caso, chamar empréstimos de jogadores?
Essa é a questão fundamental.
Que pode transformar esta terça feira no principio de uma revolução no nosso futebol ou apenas numa declaração de intenções sem qualquer efeito prático.
A ver vamos….

O Nosso 14

Para este jogo o treinador Pedro Martins fez algumas mexidas na equipa, como aliás lhe tem sido habitual, a mais significativa das quais terá sido a utilização de Wakaso deixando Moreno no banco e nem sequer convocando Dénis Duarte pese embora as lesões de Jubal e Marcos Valente.
Individualmente:
Douglas: Regressou à baliza e numa noite de pouco trabalho não foi feliz porque no golo podia ter feito bem mais.
Vítor Garcia: Uma exibição de bom nível sendo incisivo a atacar e sem problemas a defender.
Wakaso: Jogando fora do seu lugar cumpriu sem especiais problemas.
Pedro Henrique:Finalmente de regresso transmitiu segurança ao sector.
Konan: Atacou ao nível da época passada,ou seja, bem, e defendeu como sempre,ou seja,mal.
Rafael Miranda: Discreto.
Célis: Muito lutador mas pouco esclarecido na hora de sair a jogar.
Francisco Ramos: Esteve pouco em jogo.
Héldon: Fez o golo com sentido de oportunidade mas depois foi inconsequente.
Rafael Martins: Lutador e perdulário.
Raphinha: Um golo espectacular, uma assistência magnifica para outro, uma bola na trave e uma oportunidade negada por grande defesa do guarda redes é o resumo de uma bela exibição do melhor jogador desta equipa. E o o mais esclarecido também.
Foram suplentes utilizados:
Hurtado: A enorme vaia que o senhor Hurtado recebeu ao entrar em campo deve ter-lhe dado a medida do descontentamento dos adeptos com as suas opções profissionais. No jogo propriamente dito deu pleno cumprimento ao plano de preparação para o Mundial,ou seja, não se cansou nem correu o risco de se lesionar.
Sturgeon: Mais uma oportunidade a que correspondeu mais um desperdício da mesma. Da mesma e de uma oportunidade de baliza aberta em que falhar era mesmo o mais difícil. Mas conseguiu. 
Kiko: Rendei Ramos mas sem tempo para nada de especial.
Não foram utilizados:
Miguel Silva, Moreno, João Aurélio e Texeira.

Melhor em campo: Raphinha

Pese embora o nível exibicional ainda não ser o desejável ( e exigível) a equipa denota melhorias nos processos ofensivos criando várias oportunidades de golo que depois desperdiça a um ritmo inglório na hora de concretizar. 
Para essa melhoria contribui o facto de Raphinha não estar "preso" a um flanco, e ter liberdade de percorrer toda a frente de ataque tornando-se mais difícil de marcar pelas defensivas adversárias, surgindo ora à direita,ora à esquerda ou até no centro para rematar ou assistir companheiros.
Mas não deixa de ser um sistema muito dependente de um só jogador o que fragiliza a equipa perante uma eventual ausência por lesão,castigo, abaixamento de forma ou uma qualquer "janeirice".
De qualquer forma neste jogo o essencial foi conseguido e o Vitória estará no sorteio dos oitavos de final.
Depois Falamos.

Dever Cumprido

Quiseram os caprichos dos sorteios que poucas semanas depois de o Vitória receber o Feirense para a taça CTT e poucas semanas antes de o voltar a receber ,desta feita para a Liga, o tenha recebido hoje para a Taça de Portugal a única competição em que o Vitória ainda pode aspirar a uma participação compatível com o seu estatuto.
E a verdade dos factos aponta para um início de jogo fulgurante com um golo aos quatro minutos, fruto da inspiração de Raphinha e do oportunismo de Héldon, complementado por mais algumas (poucas) jogadas de perigo nomeadamente um remate perigoso de Rafael Martins.
Mas depois, e como vem sendo hábito, a equipa foi-se apagando e permitiu que o adversário equilibrasse o jogo e se fosse aproximando da baliza hoje defendida por Douglas.
No inicio do segundo tempo mais um momento favorável ao Vitória com a expulsão de Sony e a perspectiva de jogar praticamente todo o segundo tempo em vantagem numérica o que sempre ajuda e em especial quando já se está em vantagem no marcador.
Viria depois o grande momento do jogo com o espectacular golo de Raphinha, daqueles de levantar estádios, e pensou-se que o assunto estaria resolvido porque com dois golos de diferença e em vantagem numérica raiaria o impossível o Feirense conseguir dar a volta ao jogo.
Mas depois de mais um lance de Raphinha, com o remate a esbarrar no poste e consequente "momento Sturgeon" a falhar a recarga perante uma baliza escancarada, o Feirense reduziu num lance em que Douglas não ficou bem na "fotografia"e foram uns minutos finais de credo na boca com o Feirense a pressionar e o Vitória a jogar em contra ataque (!!!) tentando aproveitar o balanceamento ofensivo do adversário.
E quase o conseguia em mais um lance de Raphinha (quem mais havia de ser?) que o guardião do Feirense conseguiu anular com excelente defesa.
Em suma um bom resultado construido com uma exibição cheia de carências à qual valeu a inspiração e o talento de Raphinha que fez um golo (e que golo...),ofereceu outro, atirou uma bola ao poste e ainda viu o guarda redes negar-lhe clara oportunidade.
O essencial era passa a eliminatória e isso foi conseguido.
Mas para ter aspirações de continuar na taça, e até voltar ao Jamor, é preciso bastante mais do que aquilo que se tem visto desde...Agosto.
Rui Costa fez uma boa arbitragem sem qualquer margem para reparos.
Depois Falamos.

domingo, novembro 19, 2017

Debater.

O debate de ideias, o confronto de programas, o exercício do contraditório estão no cerne da democracia e devem ser preocupação primeira de quem se quer sujeitar a qualquer tipo de sufrágio universal,secreto e livre.
Especialmente quando o debate se trava dentro da "família", entre pessoas conhecidas e que normalmente se entreajudam na conquista de objectivos comuns, pelo que desse debate deve estar arredado qualquer acinte ou animosidade entre candidatos e respectivos apoiantes.
O PSD tem em curso a eleição do seu próximo líder.
Entre dois militantes prestigiados, com currículo, de capacidades reconhecidas e ambos perfeitamente à altura de exercerem qualquer cargo no partido ou em representação dele.
A 14 de Janeiro um será o líder de todo o partido e todos os militantes deverão reunir esforços para o ajudarem nas duras tarefas que tem pela frente.
Dito isto é pena que a candidatura de Rui Rio tenha rejeitado a proposta de debates feita pela candidatura de Pedro Santana Lopes que, ao contrário do que alguns deturpadores convictos andam por aí a afirmar, nunca foi de fazer debates em todas as distritais mas sim de aceitar debates nas distritais que os quisessem promover o que é diferente.
Um "Não" rotundo, uma porta fechada sem qualquer contraproposta (como por exemplo fazer cinco debates distritais em cinco regiões tipo Vila Real, Coimbra.Santarém,Évora e Faro mais dois em Porto e Lisboa) , um absoluto desinteresse em debater ideias e programas perante os militantes que ambos se propõe representar.
As atitudes ficam com quem as toma e os militantes saberão reconhecer quem os quis  valorizar, entendendo como essencial realizar debates na sua presença, em contraponto com quem deixou o seu lugar vazio e não mostrou nenhum interesse pelo esclarecimento resultante do confronto de ideias.
Uns pregam a militância enquanto outros a praticam.
Por mim a opção será sempre por quem ao longo de toda a vida política sempre soube (e gosta) de estar com os militantes, de os ouvir, de com eles participar em todas as "batalhas" que o PSD teve e tem de enfrentar.
Sempre com as bases e tantas vezes contra as pseudo "élites" partidárias.
Sem nunca fugir a debates.
Porque quem foge a debates internos que garantias de sucesso nos dá quando os debates tiverem de ser com os verdadeiros adversários?
Depois Falamos

segunda-feira, novembro 13, 2017

Semana Negra

O meu artigo desta semana no zerozero.

Ao mesmo tempo que a selecção nacional A prepara a sua participação no Mundial da Rússia, realizando dois jogos particulares também de cariz solidário com as vitimas dos incêndios, o futebol nacional mergulha uma vez mais no lodo das polémicas e das controvérsias sem fim que são a sua infeliz imagem de marca.
Chega a ser chocante como é possível um futebol que tem a sua principal selecção apurada para a décima grande competição consecutiva (Mundiais e Europeus) , que tem um dos dois melhores jogadores do mundo de há dez anos a esta parte, que tem grandes jogadores e grandes treinadores espalhados pelos principais campeonatos europeus consegue na vertente interna ser tão medíocre, tão falho de responsabilidade, tão carente de verdadeiro profissionalismo ao nível directivo, tão falso em termos de verdade desportiva.
Em Portugal, ao contrário do que acontece em quase toda a Europa, os que deviam ser principais interessados na rentabilidade, na imagem e prestigio do futebol- os seus dirigentes- são os primeiros a desprestigiá-lo, a envergonhá-lo e a fazerem-no verdadeiramente terceiro mundista.
Já tínhamos, de há muito, o deprimente espectáculo quase diário dos paineleiros televisivos afectos aos três clubes  “donos disto tudo”  protagonizarem tristes espectáculos de intolerância, de insensatez, de uma clubite doentia que na esmagadora maioria dos casos ultrapassa tudo que se possa entender como racional.
Envolvidos nessas furiosas discussões, quase ao nível das lutas de gladiadores na antiga Roma, nem sequer se apercebem do triste serviço que estão a prestar aos seus clubes e ao futebol em geral com essas exibições de fanatismo insensato e, sabe-se agora, comandados por cartilhas enviadas pelos donos desses clubes.
Mas não satisfeitos com isso, com essa pancadaria verbal quase diária, os três clubes e quem neles manda resolveram subir o grau de agressividade das questões fazendo entrar em cena uns personagens denominados de “directores de comunicação”, mas que mais parecem os pistoleiros do velho Far West sempre dispostos a atirarem a tudo que mexe, para através deles redobrarem os ataques aos adversários e com esse “ruído” distraírem os seus adeptos dos próprios insucessos.
Andamos há meses a assistir a esse “tiroteio”.
Mas esta semana, talvez porque o campeonato está parado e os adeptos tem mais tempo para olharem as carreiras das suas equipas para lá do imediatismo do resultado do jogo anterior e dos prognósticos para o jogo seguinte, entraram literalmente em campo aqueles que mais juízo e contenção deviam ter.
Os próprios presidentes dos clubes.
No caso os presidentes do Sporting e do Benfica que (duvidosa) honra lhes seja feita conseguiram ultrapassar paineleiros e “pistoleiros” na contundência, na insensatez, na falta de nível com que se pronunciarem sobre os clubes adversários.
Insultos, insinuações, acusações que nunca serão provadas, provocações sem sentido, perante um país desportivo perplexo com tanta baixeza, tanta malcriadice , tão mau exemplo dado por quem tem a obrigação de ser uma referência positiva perante os milhões de adeptos dos seus clubes.
Creio que as próprias autoridades do Estado, porque das desportivas pouco há a esperar como é sabido, deviam obrigar a que responsáveis de clubes tivessem outra contenção e outro respeito mutuo quando aparecem a prestarem declarações sobre os seus clubes e respectivos adversários.
Porque ao invés de fazerem pedagogia e serem exemplos éticos perante os seus adeptos surgem como autênticos incendiários de ânimos e fomentadores de conflitualidades que vão muito para lá daquilo que devem ser apenas e só rivalidades desportivas.
Nesse aspecto foi mais uma semana negra para o nosso futebol.
E apetece perguntar até quando este estado de coisas se vai manter.
Porque quem conseguir despir-se de paixões clubísticas e quiser olhar de frente para este grave problema, que já é muito mais que desportivo porque de cidadania, perceberá que estamos muito para lá do que é sensato e admissível e à beira de uma situação descontrolada que ninguém sabe como acabará.
P.S. Também para o “meu” Vitória foi uma semana negra.
Porque perder em casa por 1-4, mesmo na taça CTT, face ao décimo sétimo classificado da II Liga (U.D. Oliveirense) é um resultado horrível que compromete a passagem à “final four” de Braga e muito pior que isso envergonha todos os vitorianos.
Desfeito o mito insustentável de termos uma das melhores equipas dos últimos anos, e sem entrar em particulares considerações sobre como foram gastos os tais 13 milhões de investimento nesta época, é cada vez mais evidente que também no Vitória há muita coisa que tem de mudar. 
E depressa!

domingo, novembro 12, 2017

Descalabro.

Não tive oportunidade de ir ao estádio nem sequer de ver em directo na televisão.
E uma vez sabido o resultado também não tive qualquer vontade de ver o jogo em diferido porque de masoquista não tenho nada e bastou-me ver o resumo e ler os comentários para perceber a dimensão do descalabro.
Porque é de descalabro que se trata.
O Vitória (equipa A) receber no seu estádio a Oliveirense, décimo sétimo classificado da II Liga onde compete com o Vitória B, jogar com os principais jogadores e ser goleado da forma como foi não admite outra descrição para o que se passou.
Descalabro!
Perdida a supertaça, largamente comprometida a continuidade na Europa, com a taça CTT a ir juntar-se à competição europeia no recurso à calculadora, a fazer uma Liga decepcionante quase pode dizer-se que em meados de Novembro o Vitória já se "despediu" dos seus objectivos em quatro competições restando a Taça de Portugal como a possibilidade de esta época não ser um completo pesadelo.
O que comprova aquilo que (quase) todos sabemos há muito tempo embora os responsáveis persistam em negar:
Não temos uma das melhores equipas dos últimos dez anos nem o plantel deste ano é superior ao do ano passado!
Parágrafo!
E não temos porque a época foi deficientemente preparada, as aquisições não corresponderam sequer às lacunas já existentes quanto mais às saídas verificadas (Marega,Soares, Hernâni, João Pedro,Bruno Gaspar,Prince), fizeram-se dispensas e empréstimos simplesmente anedóticos (Valente,João Afonso, Tozé, Alex), a gestão desportiva foi leviana e incapaz de corresponder às exigências de um plantel que tinha cinco competições pela frente.
Foi leviana e incapaz na equipa A mas também na equipa B que "pena" no último lugar da II Liga fruto de um plantel pessimamente construido, enxameado de estrangeiros (a maioria dos quais sem qualidade) e com perspectivas negras quanto à manutenção por exclusiva responsabilidade da SAD.
É o estado das nossas equipas de futebol profissional.
Um estado que prova a falência da gestão desportiva do Vitória assente em erros, disparates, ambiguidades várias e absoluta incapacidade de compreender o que é este clube e gerir em função disso.
Pedro Martins, que tem cometido alguns erros mas está longe de ser o maior responsável pelo descalabro, afirmou no fim do jogo com a Oliveirense que "...jamais serei um problema para este clube..."(sic) dando com isso sinal claro do respeito e estima que tem pelo Vitória.
Talvez seja o tempo de que quem está acima dele fazer o mesmo.
Com idêntica disponibilidade para por os interesses do clube acima de tudo.
Há circunstâncias em que ser vitoriano e amar este clube pode significar deixa-lo seguir o seu caminho sem qualquer condicionalismo ou interesse pessoal.
Depois Falamos

sexta-feira, novembro 10, 2017

Estranhou-se...

Hurtado não defrontou o Benfica.
Estranhou-se.
Não estava lesionado, não havia nenhum impedimento disciplinar, é dos jogadores mais utilizados pelo treinador, tem sido decisivo nalguns jogos e foi,num plantel cheio de lacunas,uma baixa importante.
Veio a saber-se que estava na selecção.
Estranhou-se.
Porque a selecção do Peru não tinha nos dias seguintes nenhum jogo oficial que obrigasse à dispensa do jogador, conforme estipulado pela FIFA com prazos definidos, e que o impedisse de alinhar pelo Vitória num importante jogo de campeonato.
Sabia-se que o Peru joga a 11 de Novembro(amanhã) a primeira mão do play off de apuramento para o Mundial, frente à Nova Zelândia em Auckland , mas isso não obrigava a que o jogador se apresentasse na selecção com oito dias de antecedência.
Estranhou-se.
Mas segundo o site "Mais Futebol", com base em declarações do próprio , o que se passa é que no contrato entre Vitória e Hurtado existe uma clausula imposta pelo jogador segundo a qual ele dá prioridade à selecção!!!
Estranhou-se. E muito.
Então um jogador do Vitória, com salário religiosamente pago pelo clube, coloca a sua entidade profissional em segundo plano quando tem um jogo da selecção?
Dando-se ao luxo de não querer jogar um desafio importante oito dias antes do jogo da selecção.
Que profissionalismo é este?
De um jogador que não tem vergonha de fazer de quem lhe paga o salário um opção secundária e de uma direcção que não tem vergonha de aceitar uma clausula aberrante como esta.
Quem  é Hurtado para fazer do Vitória segunda opção?
Como é possível contratar jogadores com clausulas destas?
Por mim, que acho Hurtado um bom jogador mas nada mais do que isso, nada me impedirá de da próxima vez que o vir fazer exibições discretas, "desaparecer" do jogo durante largos minutos, poupar-se ao desgaste de correr atrás da bola, ir consultar o calendário de jogos da selecção do Peru para confirmar se no mês seguinte tem algum jogo.
Afinal se para ele somos segunda opção é natural que se poupe para os jogos da primeira.
Depois Falamos.

P.S. E claro que da próxima vez que o vir fazer o gesto reproduzido na foto sou livre de pensar que estará apenas a confirmar se tem na carteira o bilhete de avião para o próximo jogo da selecção do Peru.

quarta-feira, novembro 08, 2017