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segunda-feira, novembro 20, 2017

G15

O meu artigo desta semana no zerozero.

Amanhã pode ser o inicio de um processo de mudança no nosso futebol, com a reunião do denominado G15 no Porto, mas também pode não passar de uma tentativa que dá em em nada se os clubes envolvidos não tiverem a coragem e o discernimento de levarem o assunto por diante.
Vamos por partes.
Segundo a comunicação social tem divulgado, mas perante o silêncio de alguns deles, os quinze clubes da primeira liga a que não chamam “grandes” descontentes com o rumo que o nosso futebol vem levando agendaram uma reunião a quinze dela excluindo Benfica, Porto e Sporting para debaterem problemas que são comuns a todos eles mas que nada dizem aos outros três a quem comummente se pode chamar os “donos disto tudo”.
Sob a liderança de Sporting de Braga, Marítimo e Belenenses (pelo menos os respectivos presidentes tem sido os mais visíveis) os clubes pretendem discutir matérias que vão dos direitos televisivos, que são um dos vértice do triângulo de poder  dos chamados “grandes”( os outros são a arbitragem e a comunicação social quase toda) , à regulamentação dos campeonatos passando pelo triste espectáculo que Benfica,Porto e Sporting tem dado com as suas guerras,guerrinha e guerrilhas constantes que apenas servem para estragar a imagem da industria do futebol e afastar patrocinadores e adeptos.
É evidente que estes quinze clubes (a confirmar-se que todos estão neste movimento) tem toda a razão para este verdadeiro “grito do Ipiranga” que agora dão.
Desde logo porque os “DDT” não jogam sozinhos, o campeonato não é só deles, sem os outros não poderiam competir mas na hora de distribuírem as receitas televisivas assiste-se  à pouca vergonha de os os três levarem o grosso do bolo enquanto aos outros tocam percentagens bem inferiores e desfasadas da realidade.
Claro que por razões de audiências seria impensável que todos recebessem o mesmo e aceita-se que quem tem mais adeptos, e portanto mais telespectadores, receba mais do que aqueles que nessa matéria (e não importa agora e aqui discutir as razões disso) são pouco mais que residuais ou que tendo números que não envergonham ainda assim andam longe dessas realidades.
Isso é uma coisa.
Outra a discrepância que existe que contribui para que o fosso entre os três e os outros seja cada vez maior com prejuízo do equilíbrio interno das competições mas também da prestação das equipas portuguesas que nas competições europeias acabam por encontrar uma competitividade a que não estão habituadas.
E por isso a exigência de mudar.
Que só pode ser no sentido de uma negociação centralizada dos direitos televisivos, feita por uma Liga que não a Liga do Proença que já deu sobejas mostras de ser incapaz de se libertar das velhas “amarras”, e na qual o “bolo” a distribuir tenha duas “fatias.
Uma a distribuir igualmente por todos e outra em função das classificações obtidas.
Só assim existirá uma distribuição equitativa, justa e que permita equilibrar minimamente as competições.
Mas também na arbitragem há que mudar.
Nomeadamente transformando o vídeo-arbitro num verdadeiro auxiliar da verdade desportiva e acabando com aquilo que ele tem sido e que é ser mais um factor de protecção e favorecimentos dos “donos disto tudo” como semana após semana se vem assistindo.
Também na área da comunicação social, especialmente das televisões e da descarada protecção e promoção que oferecem a Benfica,Porto e Sporting bem como aos seus patrocinadores, os clubes tem de tomar posições firmes e exigir equidade no tratamento, no acesso à opinião televisiva, na cobertura justa das suas actividades e na divulgação da suas posições.
O G15 é um movimento justo e que tem toda a razão de ser.
Se algum defeito tem é pecar pelo atraso porque já devia ter surgido há muitos anos atrás de molde a evitar a triste situação que temos hoje de um futebol sem credibilidade, com a verdade desportiva pelas ruas da amargura e com uma imagem pública cada vez mais semelhante às rixas de taberna por culpa exclusiva dos chamados “grandes” , dos seus responsáveis e alguns funcionários.
A pergunta para o milhão de dólares é contudo esta:
Terá o movimento a força, a coragem e a liberdade de avançar rumo ao pretendido ou vai ser sabotado por alguns “cavalos de Troia” que sempre surgem nestas oportunidades dispostos a venderem-se por um prato de lentilhas a que também se pode, neste caso, chamar empréstimos de jogadores?
Essa é a questão fundamental.
Que pode transformar esta terça feira no principio de uma revolução no nosso futebol ou apenas numa declaração de intenções sem qualquer efeito prático.
A ver vamos….

5 comentários:

  1. O Vitória com a sua ausencia deu um sinal claro do que quer. Infelizmente, o Senhor Julio Mendes nao está à altura da instituição que lidera.

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  2. Um dos cavalos de Tróia acabou por ser o seu vitória. Também não se esperava outra coisa...

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  3. Este G15 pode ser o Salvador de Braga a tentar pôr-se em bicos de pés para ser ouvido; como não tem comentadores nas tv's deve ter um complexo de inferioridade qualquer. Votassem os 15 a centralização dos direitos televisivos na Liga e eu já acreditava que alguma coisa iria mudar.

    Miguel Leite

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  4. Caro Anónimo:
    Não estar foi um grave erro.
    Mais um afinal

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  5. Caro Ricardo:
    Não confunda o clube com quem o dirige a cada momento.
    São realidades distintas.
    Caro Miguel Leite:
    Não vou por esse caminho.
    o G15 tem toda a razão de ser e as propostas nele feitas, nomeadamente pelo Braga, tem toda a razão de ser

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