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quarta-feira, dezembro 31, 2008
Garotice
A forma como Sócrates, o governo e o PS trataram a questão do estatuto dos Açores foi uma perfeita garotice.
Uma vergonhosa garotice.
Porque usaram uma maioria circunstancial no Parlamento para imporem uma lei, que o Presidente justificadamente vetara, contra todos os principios constituciuonais e ferida de evidente inconstitucionalidade.
É evidente que o estatuto dos Açores será aniquilado em tempo certo no Tribunal Constitucional.
Mas ficará a memória e as consequências de um afrontamento gratuito e despropositado ao Presidente da República, de um autismo perante todas as vozes constitucionalmente qualificadas que se manifestaram contra o diploma, de uma arrogância inqualificável na recusa de alterar uma virgula que fosse aos dois artigos que o presidente considerara serem de alterar.
É o socratismo no seu pior.
Arrogante, desqualificado e autista.
Perigoso até.
Porque colocou sériamente em causa principios de lealdade e colaboração entre orgãos de soberania.
Sócrates,no seu melhor (leia-se pior), pôs interesses meramente partidários acima de interesses nacionais.
Fez o frete ao seu aprendiz de cacique açoriano pondo para isso em causa a cooperação institucional com o Presidente da República.
Deu de Portugal e de alguns dos seus orgãos de soberania uma imagem de República das bananas.
Bem esteve o Presidente.
Duro, conciso, exemplar.
Cumpriu o que a Constituição lhe impõe, promulgando o estatuto, mas dizendo de sua justiça.
Apontando claramente os responsáveis por esta jogada partidária vergonhosa.
Nos tempos dificeis que se vivem, com um governo de terceira categoria , um parlamento desacreditado por episódios diversos e uma Justiça/Tribunais em que cada vez o povo acredita menos, o Presidente da República é o orgão de soberania em que cada vez mais os portugueses se reveêm.
Porque é exemplar !
Nas atitudes, no cumprimento das suas funções, num inequivoco sentido de Estado.
Depois Falamos
segunda-feira, dezembro 29, 2008
Dislates
Neste periodo natalicio, pouco propenso ás coisas da política, vai faltando matéria noticiosa.
Pelo que quem quiser algum protagonismo é aproveitar para dizer qualquer coisa, tenha o o nexo que tiver, para ser logo noticia.
Foi o caso da impagável ex presidente da distrital de Lisboa Paula Teixeira da Cruz.
Que muito senhora da sua razão veio dizer que não se revia na candidatura de Pedro Santana Lopes á câmara da capital de Portugal.
Felizmente digo eu !
Porque aquilo em que a senhora se revê, sendo até o seu legado ao partido em Lisboa, está expresso na imagem que ilustra este post.
Compreendo, sem ironia, que com apoiantes destes a tarefa da lider é cada vez mais difícil.
Depois Falamos
Pensar nos espectadores
Foto:http://www.gloriasdopassado.blogspot.com
Publiquei, na passada sexta feira, este artigo no Correio do Minho
PENSAR NOS ESPECTADORES
Na passada sexta feira tive oportunidade de presenciar ao vivo um conjunto de razões que contribuem para que o futebol português seja uma enorme mentira em comparação com campeonatos aqui ao lado.
Estive na Figueira da Foz a assistir ao jogo entre a Naval e o Vitória disputado numa noite fria de Inverno.
A partida tinha inicio ás 20.30 e quando entrei no estádio, cerca de meia hora antes com mais três pessoas que me acompanhavam,. não se via mais nenhum espectador nas desconfortáveis bancadas do “José Bento Pessoa”.
Apenas policias e stewards !
Meia hora antes de começar um jogo, televisionado é certo, de uma Liga profissional de futebol estavam quatro pessoas nas bancadas.
Depois lá foram entrando espectadores e quando o árbitro apitou para o inicio da partida estariam umas 400 ou quinhentas pessoas.
Irmamente distribuídas pelas duas equipas.
Em quatro parágrafos estão várias razões para o futebol que temos ser o que é.
Primeira razão tem a ver com esta tendência da Liga, por ordens da Sporttv, abusar em pleno Inverno da realização de jogos á noite.
Que dificultam as deslocações ao futebol.
Depois os estádios portugueses, tirando uma meia dúzia ,são muito pouco confortáveis.
Nomeadamente em parques de estacionamento e, essencialmente, nas próprias bancadas.
Que sendo descobertas como as da Figueira da Foz geram um desconforto permanente face ao frio e ao vento.
Porque se chover então nem pensar em pôr lá os pés.
Num país em que crise económica as Famílias tem de priorizar as despesas essenciais e cortar nas acessórias.
O futebol é uma despesa acessória.
E se o jogo é á noite, num estádio desconfortável , a uma hora que para além das despesas de deslocação e ingresso obriga a fazer uma refeição fora( a multiplicar pelo número de pessoas que vão), e ainda por cima dá na televisão então o sensato é mesmo não ir.
Especialmente se a deslocação, ida e volta, implica andar centenas de quilómetros.
O mal de tudo isto está na Sporttv, por um lado, e nos dirigentes dos clubes por outro.
Porque preferem discutir árbitros e alimentarem querelas inúteis entre eles do que defenderem os verdadeiros interesses do futebol perante a ameaça televisiva.
Porque, não nos enganemos, onde a sportv quer espectadores não é nos estádios.
É em casa a ver televisão.
Não só para pagarem o aluguer mensal da power box como para consumirem a publicidade que a televisão lhes mete pelos olhos dentro.
Para a sporttv relevante são os shares televisivos, as grandes audiências que lhes permitem ganhar mais dinheiro vendendo a publicidade mais cara.
Infelizmente o futebol embarca nestes cantos de sereia e hipoteca-se totalmente ao poder financeiro das televisões.
Que o usam e abusam dele a seu belo prazer.
Não sou, como é evidente, contra as transmissões televisivas seja em sinal aberto seja por cabo.
Agora defendo que devia ser A Liga a deter os direitos de transmissão negociando-os posteriormente com quem desse mais, é óbvio, mas salvaguardando sempre os interesses dos clubes.
Que passam por ter gente nos estádios.
Como acontece em Espanha, Inglaterra, França, Itália, Alemanha.
Por mim até podiam transmitir todos os jogos da jornada na televisão.
Desde que as jornadas fossem concentradas em menos dias, as horas de transmissão mais razoáveis e se olhasse para cada jogo numa lógica de atrair espectadores aos estádios.
E um Naval- Vitória ou um Académica- Braga, por exemplo, teriam de ser sempre num sábado ou domingo á tarde em horários que permitissem deslocações o menos onerosas possíveis e sem prejudicar as horas de descanso de quem se desloca.
Esse é um dos factores que permite transformar uma assistência de centenas numa assistência de milhares.
Se, por uma vez, os dirigentes da Liga e dos clubes quiserem pensar a sério na defesa dos interesses dos espectadores é possível voltarmos a ver estádios cheios em Portugal.
BOLA CHEIA
Gil Vicente
Depois de um inicio de campeonato menos conseguido os homens de Barcelos entraram já na luta pelos lugares da promoção. A vitória na Póvoa, face a um concorrente directo, foi um bom passo.
É importante para o Minho ter um terceiro clube na Liga Sagres.
O “Gil” está no bom caminho.
BOLA VAZIA
Arbitragens
A arbitragem em Portugal é um caso (quase) perdido.
Numa jornada em que os jogadores não complicaram mais uma vez assistimos a factos incompatíveis com uma competição profissionalizada.
Desde os erros técnicos, ao excesso de protagonismo visível na cor dos equipamentos ou em cabelos pintados, passando por aquele hábito horrivelmente português de apitarem a tudo ( e se fosse sempre bem…) os árbitros mais uma vez deram sobejas provas da razão porque Uefa e Fifa não lhes passam…bola.
Na passada sexta feira tive oportunidade de presenciar ao vivo um conjunto de razões que contribuem para que o futebol português seja uma enorme mentira em comparação com campeonatos aqui ao lado.
Estive na Figueira da Foz a assistir ao jogo entre a Naval e o Vitória disputado numa noite fria de Inverno.
A partida tinha inicio ás 20.30 e quando entrei no estádio, cerca de meia hora antes com mais três pessoas que me acompanhavam,. não se via mais nenhum espectador nas desconfortáveis bancadas do “José Bento Pessoa”.
Apenas policias e stewards !
Meia hora antes de começar um jogo, televisionado é certo, de uma Liga profissional de futebol estavam quatro pessoas nas bancadas.
Depois lá foram entrando espectadores e quando o árbitro apitou para o inicio da partida estariam umas 400 ou quinhentas pessoas.
Irmamente distribuídas pelas duas equipas.
Em quatro parágrafos estão várias razões para o futebol que temos ser o que é.
Primeira razão tem a ver com esta tendência da Liga, por ordens da Sporttv, abusar em pleno Inverno da realização de jogos á noite.
Que dificultam as deslocações ao futebol.
Depois os estádios portugueses, tirando uma meia dúzia ,são muito pouco confortáveis.
Nomeadamente em parques de estacionamento e, essencialmente, nas próprias bancadas.
Que sendo descobertas como as da Figueira da Foz geram um desconforto permanente face ao frio e ao vento.
Porque se chover então nem pensar em pôr lá os pés.
Num país em que crise económica as Famílias tem de priorizar as despesas essenciais e cortar nas acessórias.
O futebol é uma despesa acessória.
E se o jogo é á noite, num estádio desconfortável , a uma hora que para além das despesas de deslocação e ingresso obriga a fazer uma refeição fora( a multiplicar pelo número de pessoas que vão), e ainda por cima dá na televisão então o sensato é mesmo não ir.
Especialmente se a deslocação, ida e volta, implica andar centenas de quilómetros.
O mal de tudo isto está na Sporttv, por um lado, e nos dirigentes dos clubes por outro.
Porque preferem discutir árbitros e alimentarem querelas inúteis entre eles do que defenderem os verdadeiros interesses do futebol perante a ameaça televisiva.
Porque, não nos enganemos, onde a sportv quer espectadores não é nos estádios.
É em casa a ver televisão.
Não só para pagarem o aluguer mensal da power box como para consumirem a publicidade que a televisão lhes mete pelos olhos dentro.
Para a sporttv relevante são os shares televisivos, as grandes audiências que lhes permitem ganhar mais dinheiro vendendo a publicidade mais cara.
Infelizmente o futebol embarca nestes cantos de sereia e hipoteca-se totalmente ao poder financeiro das televisões.
Que o usam e abusam dele a seu belo prazer.
Não sou, como é evidente, contra as transmissões televisivas seja em sinal aberto seja por cabo.
Agora defendo que devia ser A Liga a deter os direitos de transmissão negociando-os posteriormente com quem desse mais, é óbvio, mas salvaguardando sempre os interesses dos clubes.
Que passam por ter gente nos estádios.
Como acontece em Espanha, Inglaterra, França, Itália, Alemanha.
Por mim até podiam transmitir todos os jogos da jornada na televisão.
Desde que as jornadas fossem concentradas em menos dias, as horas de transmissão mais razoáveis e se olhasse para cada jogo numa lógica de atrair espectadores aos estádios.
E um Naval- Vitória ou um Académica- Braga, por exemplo, teriam de ser sempre num sábado ou domingo á tarde em horários que permitissem deslocações o menos onerosas possíveis e sem prejudicar as horas de descanso de quem se desloca.
Esse é um dos factores que permite transformar uma assistência de centenas numa assistência de milhares.
Se, por uma vez, os dirigentes da Liga e dos clubes quiserem pensar a sério na defesa dos interesses dos espectadores é possível voltarmos a ver estádios cheios em Portugal.
BOLA CHEIA
Gil Vicente
Depois de um inicio de campeonato menos conseguido os homens de Barcelos entraram já na luta pelos lugares da promoção. A vitória na Póvoa, face a um concorrente directo, foi um bom passo.
É importante para o Minho ter um terceiro clube na Liga Sagres.
O “Gil” está no bom caminho.
BOLA VAZIA
Arbitragens
A arbitragem em Portugal é um caso (quase) perdido.
Numa jornada em que os jogadores não complicaram mais uma vez assistimos a factos incompatíveis com uma competição profissionalizada.
Desde os erros técnicos, ao excesso de protagonismo visível na cor dos equipamentos ou em cabelos pintados, passando por aquele hábito horrivelmente português de apitarem a tudo ( e se fosse sempre bem…) os árbitros mais uma vez deram sobejas provas da razão porque Uefa e Fifa não lhes passam…bola.
sábado, dezembro 20, 2008
Habilidades...
Imagem: http://jn.sapo.pt
O Jornal de Noticias publicava ontem esta sondagem.
Que dá 41% ao PS e 30 % ao PSD o seu pior resultado em mais de dois anos.
O titulo da peça era " PSD cai a pique".
Em Ferereiro deste ano o mesmissimo JN publicava uma sondagem que dava ao PS 39% e ao PSD 32 %.
Diferença bem menor entre os maiores partidos.
O titulo da peça era "Menezes afunda PSD".
Num tempo em que a crise económica não era o que é hoje, a contestação nas ruas não tinha nada a ver com a de agora e o governo estava a sair do protagonismo imenso da Presidência europeia.
Só que como o lider de então se chamava Luis Filipe Menezes a interpretação dos resultados era feita no sentido de arrasar a liderança.
Como agora se chama Manuela Ferreira Leite põe-se em causa o partido mas preserva-se a lider.
Só faltou mesmo o titulo da peça de ontem ser "PSD afunda Manuela Ferreira Leite" !!!
É com habilidades destas, no JN e noutros orgãos de comunicação social, que se ajudam a construir e destruir lideranças do PSD.
E só não é ainda pior, felizmente, porque os militantes do partido não andam ás ordens dos jornais , jornalistas e comentadores televisivos.
Porque se andassem...já a nivel nacional estariamos nos 15 % com que nos deixaram em Lisboa os "filhos queridos" da classe jornalistica.
Depois Falamos
O Jornal de Noticias publicava ontem esta sondagem.
Que dá 41% ao PS e 30 % ao PSD o seu pior resultado em mais de dois anos.
O titulo da peça era " PSD cai a pique".
Em Ferereiro deste ano o mesmissimo JN publicava uma sondagem que dava ao PS 39% e ao PSD 32 %.
Diferença bem menor entre os maiores partidos.
O titulo da peça era "Menezes afunda PSD".
Num tempo em que a crise económica não era o que é hoje, a contestação nas ruas não tinha nada a ver com a de agora e o governo estava a sair do protagonismo imenso da Presidência europeia.
Só que como o lider de então se chamava Luis Filipe Menezes a interpretação dos resultados era feita no sentido de arrasar a liderança.
Como agora se chama Manuela Ferreira Leite põe-se em causa o partido mas preserva-se a lider.
Só faltou mesmo o titulo da peça de ontem ser "PSD afunda Manuela Ferreira Leite" !!!
É com habilidades destas, no JN e noutros orgãos de comunicação social, que se ajudam a construir e destruir lideranças do PSD.
E só não é ainda pior, felizmente, porque os militantes do partido não andam ás ordens dos jornais , jornalistas e comentadores televisivos.
Porque se andassem...já a nivel nacional estariamos nos 15 % com que nos deixaram em Lisboa os "filhos queridos" da classe jornalistica.
Depois Falamos
O Falhado !
Foto:www.diariodigital.sapo.pt
Ri-me , ás gargalhadas, com o anúncio feito pelo próprio da mudança do seu recenseamento eleitoral de Lisboa para Santarém..
É sempre agradável ver um falhado admitir que falhou !
Pacheco faz parte daqueles politicos que gostam de colher proveitos sem correr riscos.
Entenda-se exercer o poder sem ter a maçada de o conquistar com a própria cara.
Mas faz também parte daqueles, talvez por vir de outra área plítica, que fazem do sectarismo a forma de se vingarem daquilo que não lhes agrada ou de retaliarem contra decisões contrárias á sua "iluminada" estratégia.
Pacheco,talvez por saber o que a maioria dos militantes pensa dele,foi dos apoiantes de Manuela F.Leite que nunca deu a cara nas directas.
Limitou-se a uma aparação grotesca no congresso de Guimarães ,convenientemente ladeado , como todos se recordam.
Dava a táctica,escondido,na esperança de que uma vez eleita MFL ele seria o "orientador" na sombra das politicas e escolhas do partido.
Ancorado na vaidade e na soberba chegou até a admitir encabeçar a lista ao parlamento europeu,vindo posteriormente a recuar face á reacção de repulsa bem evidente nas bases.
O projecto político que Pacheco queria implantar no PSD, aparentemente "utilizando" MFL,era de ao sabor dos seus delirios e interesses virar militantes contra militantes,negar parte da História do partido e sanear uma parte dessa História.
E, por junto, alguns dos militantes que mais vitórias eleitorais tem dado ao partido.
Falhou.
Como tem falhado quase sempre.
Quer quando vira as setas ao contrário,quer quando compra guerras inócuas com a comunicação social,quer quando uma vez eleito mostra soberano desprezo por quem o elegeu.
Como fez, por exemplo, em Aveiro.
Agora, tendo feito tudo para impedir que PSL fosse o candidato a Lisboa(e não podemos esquecer que tem grande responsabilidade na hora semanal de televisão que ...António Costa tem na SIC) e derrotasse o seu querido amigo presidente de Câmara,fez como as crianças pequenas.
Amuou, bateu com a porta e foi recensear-se noutro lado.
Sempre prejudicando a imagem e o esforço eleitoral do PSD.
Por mim,que voto em Guimarães mas desejo que PSL obtenha uma grande vitória em Lisboa,até fico contente.
É a certeza de menos um voto em António Costa.
Tenho é pena que não fosse recensear-se á embaixada portuguesa em Tóquio.
Não sendo tão longe quanto gostaria ainda assim era a garantia de algum sossego.
Depois Falamos
sexta-feira, dezembro 19, 2008
Ramalho Eanes
Portugal não tem, infelizmente, a boa tradição de ocupar os seus ex altos dignatários em missões oficiais em que pudessem continuar a servir o País.
Usando a sua experiência, os seus conhecimentos, o sentido de Estado que desenvolveram ao longo de muitos anos de vida publica.
Nos Estado Unidos, por exemplo, é comum os antigos presidentes serem convidados pelo presidente em funções para representarem o país em determinado tipo de cerimónias em que o próprio não pode estar presente.
Mas também para o acompanharem em momentos muito especiais e em que é importante dar uma imagem de unidade nacional.
Cá não.
Antigos presidentes, ex primeiros ministros ou ex presidentes da assembleia da república,quando assumem o estatuto de ex é para tudo.
E para toda a vida !
E é pena.
Porque é o país que perde com isso.
Ontem assisti, na RTP2 , a uma excelente entrevista do general Ramalho Eanes.
Com uma enorme lucidez, uma percepção perfeita das realidades, uma sensatez de quem já passou por muitas batalhas na vida militar e política.
Está afastado da vida pública á vinte e dois anos, desde o fim do seu segundo mandato, e de lá para cá quase desapareceu.
Passando ao lado da falhada experiência que foi o PRD.
Tem agora 70 anos, doutorou-se na Universidade de Navarra, é um cidadão atento e interessado ao que se passa no seu país.
No qual já teve enormes responsabilidades, quer na conquista e na defesa da democracia, quer como primeiro Presidente de República democráticamente eleito.
"Reformou-se" da vida pública com pouco mais de 50 anos.
Pergunto-me se Portugal não poderia ter "usado" bem melhor este seu ilustre cidadão.
Como também a Mário Soares, Jorge Sampaio, Mota Amaral ou Almeida Santos entre outros.
Há coisas em que vale a pena reflectir para além da espuma diária do confronto político.
Depois Falamos
quinta-feira, dezembro 18, 2008
Lisboa (outra vez) Feliz !
O PSD apresentou,envergonhadamente,o seu candidato a Lisboa.
Sem a presença da lider,escondido atrás da apresentação da candidatura de um vogal da CPN a Braga,feita pelo coordenador autárquico também ele presidente de uma câmara ligeiramente mais pequena do que Lisboa.
Não se entenda nestas palavras menor apreço quer pelo Manuel Castro Almeida quer pelo Ricardo Rio.
Por ambos tenho consideração e estima.
O que está em causa é que eram os personagens errados no acontecimento errado.
Porque a apresentação de Pedro Santana Lopes devia ter sido totalmente diferente.
Como o foi em 2001 quando a convite de Durão Barroso,com quem também disputara a liderança do partido,teve direito a uma cerimónia de grande dignidade e impacto mediático no Centro Cultural de Belém.
Estive lá e bem me recordo do grande momento que foi.
Por mais que alguns queiram contrariar,com grande falta de jeito aliás,as evidências a verdade é que Lisboa é a mais importante câmara do país.
Cuja conquista pode ajudar a mudança do ciclo político.
Como em 2001 !
Castro Almeida, coordenador autárquico e vice presidente da CPN, pode seguramente apresentar muitos candidatos a muitas câmaras.
Mas a Lisboa não.
Porque essa apresentação cabe a quem lidera o partido.
Simbolizando a forte aposta na conquista do maior municipio do país.
Se Manuela Ferreira Leite não apresentou o candidato a Lisboa que candidatos vai apresentar ?
Por outro lado, e sendo indiscutivel a importância de conquistar Braga, não me parece bem que a apresentação do respectivo candidato seja feita a reboque da apresentação da candidatura mais mediática do partido.
Porque muitos candidatos gostariam de ser anunciados no mesmo dia de PSL.
O mediatismo estaria garantido.
E o tempo de antena televisivo seguramente superior ao que a esmagadora maioria deles vai ter nas suas campanhas.
Mas só um, por acaso membro da CPN, teve esse direito.
Óptimo para o Ricardo Rio e para o PSD de Braga.
Mas péssimo para a coesão e unidade do partido.
Porque sendo os candidatos todos iguais, perante o partido, parece haver uns que são mais iguais que outros...
Resta esperar, e desejar,que todo este processo de candidatura de PSL a Lisboa tenha um final feliz.
Porque todo ele,com avanços e recuos,adiamentos e contestações,correu mal até agora.
Esperemos que a apresentaçãoe a forma como foi feita tenha sido o último erro.
Porque Pedro Santana Lopes vai ganhar Lisboa não tenho a minima dúvida.
Mas seria lamentável que viessemos a concluir que tinha ganho apesar da direcção do PSD.
Ele não merece isso.
E,em boa verdade,Manuela Ferreira Leite também não.
Porque a escolha de Pedro Santana Lopes revela determinação e coragem.
Embora a par de uma atroz incoerência e contradição com muito do que disse e fez desde 2005.
Mas revela, também , o ter percebido aquilo que é o melhor para o partido.
Contra ventos,marés,comentadores e alguns apoiantes.
Que se reveêm mais nos 15% de Fernado Negrão em 2007 do que na vitória de PSL em 2001.
E que evidentemente nada farão para contribuir para a vitória de 2009.
Não acreditam ?
Depois Falamos
Vitorianismo e não só
Publiquei hoje,no correio do Minho, este artigo
No passado fim-de-semana o Vitória comemorou os seus 86 anos de existência.
Curiosamente, e por razões que se perdem nos anos, tendo sido fundado em Setembro de 1922 o clube festeja os aniversários sempre no mês de Dezembro.
E estes anos festejou-os de forma particularmente significativa.
Essencialmente porque dando forma a um sonho antigo, o ilustre vitoriano que é Custódio Garcia deu á estampa o seu livro de memórias vitorianas documentando todo o percurso do clube desde o seu inicio.
Jogadores, treinadores, dirigentes, estádios, competições e tudo o que mais que constitui a História de um clube de referência no desporto nacional.
Uma obra, também ela, de referência!
Por outro lado quis o destino que fosse um fim-de-semana particularmente gratificante em termos de resultados desportivos nas principais modalidades praticadas.
Triunfos no basquetebol (sobre o F.C.Porto) no voleibol (derrotando o Esmoriz) e essencialmente uma vitória sobre o Setúbal com direito a apuramento para os quartos de final da Taça de Portugal de futebol.
Isto entre várias outras vitórias em diversas modalidades e escalões…
Mas é precisamente a sessão solene, aquela onde são entregues os emblemas de 25 e 50 anos de filiação clubista, que merece alguma reflexão.
Que de alguma forma ajuda a explicar a razão pela qual o Vitória é, destacadamente, o quarto clube português em número de adeptos/assistência a jogos e provavelmente o primeiro em pura paixão clubista.
Este ano foram dezenas as senhoras que receberam os seus emblemas de prata e algumas as que receberam o emblema de ouro.
E se o segundo caso, embora com significado, é ainda relativamente irrelevante o primeiro tem bastante importância.
Porque vinte e cinco anos atrás não era frequente ver elevado número de senhoras no futebol, quer pela falta de hábito nesse sentido quer pelas próprias condições que a esmagadora maioria dos estádios (não) tinham.
Mas já nesse tempo, como tradição que vinha detrás, o Vitória contava com um número significativo de senhoras no seu quadro associativo.
A tal paixão que passa de pais para filhos e, no Vitória, também para filhas.
Hoje ver raparigas e senhoras nos estádios já é um facto normal e frequente um pouco por todo o lado.
E ainda bem.
Mas pouco comum é ver, como tantas vezes no D.Afonso Henriques, uma bancada com cinco mil lugares completamente lotada por mulheres que transmitem ao Vitória um apoio tão incessante quanto original.
O outro aspecto que me prendeu a atenção foi a atribuição de vários emblemas de prata e ouro a título póstumo!
Ou seja, pessoas que já falecidas continuaram a ser associados do Vitória porque as famílias fazem questão de manter o número e continuar a pagar a respectiva quota tornando quase eterna a ligação ao clube.
Sendo uma forma original e profundamente respeitável de preservarem uma ligação e um amor ao clube que o falecido seguramente transmitiu aos seus vindouros.
Poderemos considerar que é até um pouco do domínio do irracional manter alguém que já morreu como membro de pleno direito do seu clube desportivo.
Será.
Mas no imenso irracional que a paixão pelos clubes encerra esta não será uma das formas mais genuínas, e nada perigosa, de exaltar um genuíno amor por um emblema?
Acho que sim.
E por isso quando as claques cantam “…Aconteça o que acontecer somos Vitória até morrer…” não deixo nunca de me lembrar que muitos são do Vitória até depois de morrer.
BOLA CHEIA
Atlético Valdevez
Notável a carreira deste clube minhoto na Taça de Portugal.
Onde é o único representante dos escalões inferiores, nos quartos de final, em compita com os sete clubes da I Liga também apurados.
Depois de eliminar quatro clubes da II Liga, notável, um jogo em casa com o Nacional abre uma esperança de poder seguir em frente.
BOLA VAZIA
Estádios Vazios
Os oitavos de final da Taça de Portugal e os jogos da Taça da Liga mostraram estádios desoladoramente vazios.
Fruto da crise económica e da pouca atractividade de alguns jogos, é verdade, mas essencialmente da irresponsabilidade com que são definidos os horários dos mesmos.
No Inverno, com frio e chuva, jogos á noite estão condenados ao insucesso em termos de espectadores.
E assim será enquanto os dirigentes preferirem discutir os árbitros do que o beco para onde a televisão está a empurrar o futebol.
VITORIANISMO E NÃO SÓ
No passado fim-de-semana o Vitória comemorou os seus 86 anos de existência.
Curiosamente, e por razões que se perdem nos anos, tendo sido fundado em Setembro de 1922 o clube festeja os aniversários sempre no mês de Dezembro.
E estes anos festejou-os de forma particularmente significativa.
Essencialmente porque dando forma a um sonho antigo, o ilustre vitoriano que é Custódio Garcia deu á estampa o seu livro de memórias vitorianas documentando todo o percurso do clube desde o seu inicio.
Jogadores, treinadores, dirigentes, estádios, competições e tudo o que mais que constitui a História de um clube de referência no desporto nacional.
Uma obra, também ela, de referência!
Por outro lado quis o destino que fosse um fim-de-semana particularmente gratificante em termos de resultados desportivos nas principais modalidades praticadas.
Triunfos no basquetebol (sobre o F.C.Porto) no voleibol (derrotando o Esmoriz) e essencialmente uma vitória sobre o Setúbal com direito a apuramento para os quartos de final da Taça de Portugal de futebol.
Isto entre várias outras vitórias em diversas modalidades e escalões…
Mas é precisamente a sessão solene, aquela onde são entregues os emblemas de 25 e 50 anos de filiação clubista, que merece alguma reflexão.
Que de alguma forma ajuda a explicar a razão pela qual o Vitória é, destacadamente, o quarto clube português em número de adeptos/assistência a jogos e provavelmente o primeiro em pura paixão clubista.
Este ano foram dezenas as senhoras que receberam os seus emblemas de prata e algumas as que receberam o emblema de ouro.
E se o segundo caso, embora com significado, é ainda relativamente irrelevante o primeiro tem bastante importância.
Porque vinte e cinco anos atrás não era frequente ver elevado número de senhoras no futebol, quer pela falta de hábito nesse sentido quer pelas próprias condições que a esmagadora maioria dos estádios (não) tinham.
Mas já nesse tempo, como tradição que vinha detrás, o Vitória contava com um número significativo de senhoras no seu quadro associativo.
A tal paixão que passa de pais para filhos e, no Vitória, também para filhas.
Hoje ver raparigas e senhoras nos estádios já é um facto normal e frequente um pouco por todo o lado.
E ainda bem.
Mas pouco comum é ver, como tantas vezes no D.Afonso Henriques, uma bancada com cinco mil lugares completamente lotada por mulheres que transmitem ao Vitória um apoio tão incessante quanto original.
O outro aspecto que me prendeu a atenção foi a atribuição de vários emblemas de prata e ouro a título póstumo!
Ou seja, pessoas que já falecidas continuaram a ser associados do Vitória porque as famílias fazem questão de manter o número e continuar a pagar a respectiva quota tornando quase eterna a ligação ao clube.
Sendo uma forma original e profundamente respeitável de preservarem uma ligação e um amor ao clube que o falecido seguramente transmitiu aos seus vindouros.
Poderemos considerar que é até um pouco do domínio do irracional manter alguém que já morreu como membro de pleno direito do seu clube desportivo.
Será.
Mas no imenso irracional que a paixão pelos clubes encerra esta não será uma das formas mais genuínas, e nada perigosa, de exaltar um genuíno amor por um emblema?
Acho que sim.
E por isso quando as claques cantam “…Aconteça o que acontecer somos Vitória até morrer…” não deixo nunca de me lembrar que muitos são do Vitória até depois de morrer.
BOLA CHEIA
Atlético Valdevez
Notável a carreira deste clube minhoto na Taça de Portugal.
Onde é o único representante dos escalões inferiores, nos quartos de final, em compita com os sete clubes da I Liga também apurados.
Depois de eliminar quatro clubes da II Liga, notável, um jogo em casa com o Nacional abre uma esperança de poder seguir em frente.
BOLA VAZIA
Estádios Vazios
Os oitavos de final da Taça de Portugal e os jogos da Taça da Liga mostraram estádios desoladoramente vazios.
Fruto da crise económica e da pouca atractividade de alguns jogos, é verdade, mas essencialmente da irresponsabilidade com que são definidos os horários dos mesmos.
No Inverno, com frio e chuva, jogos á noite estão condenados ao insucesso em termos de espectadores.
E assim será enquanto os dirigentes preferirem discutir os árbitros do que o beco para onde a televisão está a empurrar o futebol.
quarta-feira, dezembro 17, 2008
Mas está mesmo tudo doido ?
Imagem:www.psd.pt
Rui Rio no Porto
Manuel Castro Almeida em S.Joao da Madeira.
Ambos vice presidentes da CPN.
Luis Filipe Menezes em Gaia
Fernando Seara em Sintra
António Capuco em Cascais
Manuel Frexes no Fundão
Carlos Encarnação em Coimbra
Luis Gomes em Vila Real de Santo António
Telmo Antunes em Vouzela
Manuel Moreira em Marco de Canavezes.
Álvaro Amaro em Gouveia.
Rui Rio no Porto
Manuel Castro Almeida em S.Joao da Madeira.
Ambos vice presidentes da CPN.
Luis Filipe Menezes em Gaia
Fernando Seara em Sintra
António Capuco em Cascais
Manuel Frexes no Fundão
Carlos Encarnação em Coimbra
Luis Gomes em Vila Real de Santo António
Telmo Antunes em Vouzela
Manuel Moreira em Marco de Canavezes.
Álvaro Amaro em Gouveia.
Nomes conhecidos,autarcas de sucesso,militantes ilustres do PSD.
Apenas alguns exemplos,não exaustivos e dispersos no tempo ,com algo de comum dentro de percursos diferentes no partido.
Todos eles ganharam as autárquicas sendo deputados.
Agora o PSD não quer deputados candidatos a Câmaras segundo deliberação da CPN !
Confesso que cada vez percebo menos para onde vai este partido...
Depois Falamos
terça-feira, dezembro 16, 2008
segunda-feira, dezembro 15, 2008
Mais como este
No fim de semana em que comemoramos o nosso aniversário (o Vitória nasceu em Setembro mas comemora em Dezembro á muitos anos) um magnifico conjunto de acontecimentos e resultados que foram a melhor prenda para este jovem de 86 anos.
Lançamento do livro de Custódio Garcia com 86 anos de História do clube.
Sessão solene para atribuição, a largo número de associados, dos emblemas de prata e ouro.
Saliência para a muitas senhoras galardoadas e para os emblemas a titulo póstumo o que significa que se é do Vitória mesmo depois de morrer !
Triunfo no basquetebol sobre o F.C.Porto.
No voleibol sobre o Esmoriz.
E no futebol apuramento para os quartos de final da Taça de Portugal "matando o borrego" em Setúbal.
Para além de outras vitórias em vários escalões e modalidades.
Que belo fim de semana !
Muitos assim é o que se deseja.
Depois Falamos
Docemente
Os grandes jogadores, como os grandes musicos ou os grandes escritores, não deviam acabar nunca.
Porque é deles, do perfume do seu futebol, do génio com que enchem os relvados que se faz a grande magia do desporto mais popular em todo o mundo.
Nos ultimos quinze anos poucos atingiram o estatuto de Luis Figo como jogador de categoria mundial.
No Sporting, no Barcelona (onde terá atingido o seu máximo rendimento) no Real Madrid e agora no Inter ganhou tudo que havia para ganhar.
Nunca foi campeão de Portugal,é verdade, mas foi-o várias vezes de Espanha,é tricampeão de Itália a caminho do tetra,foi campeão europeu,venceu a taça das taças, e em termos individuais ganhou os mais prestigiados prémios do futebol mundial.
Por Portugal foi campeão do mundo de sub 20 e vice campeão europeu a nivel de selecção A.
Ainda hoje quando vou ver a selecção,e faço-o sempre que me é possivel,dou comigo nostalgico a olhar para aquela camisola 7 onde já não está Figo.
Está outro génio,Ronaldo,mas não é bem a mesma coisa...
Mas o tempo não perdoa e Figo,aos 36 anos,estará a fazer a sua ultima temporada.
Jogando menos vezes,também em função de duas lesões graves que teve nestes ultimos tempos,sem o estatuto de titular indiscutivel que ostentou durante quinze anos em todos os clubes,vendo a sua utilização ser gerida criteriosamente por Mourinho.
Ontem vi na televisão o Inter-Chievo.
Os da casa chegaram a 2-0,parecia estar tudo resolvido,mas uma reacção briosa do Chievo igualou a partida e complicou as coisas para o campeão.
A 25 minutos do fim ,com o jogo empatado, Mourinho lançou Figo.
Que foi decisivo na vitória por 4-2.
As arrancadas,os dribles,os cruzamentos teleguiados,a marcação dos ritmos de jogo, a qualidade do passe , tudo aquilo com que nos deliciou durante anos e anos continua lá .
Durante menos tempo, em doses mais comprimidas, mas a genialidade de sempre.
Os grandes jogadores ,por força das leis da vida,também acabam.
Mas que seja assim.
Docemente.
Deliciando-nos até fim com aqueles pedacinhos de futebol que são o verdadeiro sentido do espectáculo.
Depois Falamos
sexta-feira, dezembro 12, 2008
E mais uma
Foto:www.vitoriasc.pt
E ontem mais uma vitória na Champions League de voleibol.
A competição onde participam os grandes clubes europeus da modalidade.
O campeão nacional,estreante na competição,tem vindo a fazer uma carreira assinalável vencendo os dois jogos em casa e perdendo em Moscovo com um gigante do voleibol mas batendo-se com grande dignidade a alcançando resultado honroso.
Na partida com o Noliko mais uma grande exibição, mais uma vez um público inigualável (o pavilhão não esteve cheio como noutras ocasiões porque os preços...) a empurrar a equipa de principio a fim, mais uma jornada que prestigiou o voleibol português.
Na prova rainha,depois de um pequeno desaire interno,o campeão mostrou a sua raça !
Depois Falamos
quinta-feira, dezembro 11, 2008
Um Grande Vitoriano
Foto: www.vitoriasc.pt
O meu jovem(apenas 80 anos de idade) amigo Custódio Garcia publicou finalmente o "seu" livro sobre o Vitória.
Onde estão magnificamente documentados os 86 anos de vida do clube.
Com base em documentos,fotografias e outro material que durante mais de sessenta anos o sr Garcia foi coleccionando com um carinho inexcedivel e um vitorianismo sem igual.
Penso que ninguém como ele conhece tão bem a História do clube.
Recordarei sempre horas e horas de conversa com ele, nos tempos em que desempenhei funções nos orgãos sociais do clube,durante as quais me foi dando a conhecer muito desse material que ele ambicionava um dia poder legar ao clube sobre a forma de livro.
Esse dia foi ontem.
E o sr Garcia bem mereceu a envolvente huma que lotou completamente (e muitos ficaram de pé) um dos auditórios do centro cultural de vila flor, que o ovacionaram de pé várias vezes e que souberam agradecer-lhe tudo quanto tem dado ao Vitória ao longo de uma vida feliz (expressão do próprio) em que Vitória e Familia foram as suas grandes paixões.
Ao longo de uma noite impregnada de profundo sentimento vitoriano foi tempo de recordar diversos passos da História do clube, de ouvir uma actuação do "Ritmo Louco" com o sr Garcia a actuar com a sua caracteristica gaita de beiços e de testemunhar o quanto ele é querido pela familia vitoriana.
Presenças significativas do presidente da Câmara,dos orgãos sociais em peso, de muitos ex dirigentes que no Vitória sempre tiveram dele uma inexcedivel colaboração e de antigos jogadores do clube como Paulinho Cascavel e Neno.
Particularmente significativa a presença de Egidio Pinheiro,actualmente o sócio nº 1 do Vitória,também ele um antigo Presidente de direcção entre vários cargos desempenhados ao serviço da colectividade.
Foi uma bela noite vitoriana.
E do Sr Garcia, na juventude dos seus 80 anos,estou certo que o Vitória vai poder continuar a contar com uma colaboração verdadeiramente imprescindivel.
Depois Falamos
Lideranças
Publiquei,hoje, este artigo no Correio do Minho
LIDERANÇAS
No futebol, como em muitas outras áreas, a liderança é um factor de sucesso absolutamente fundamental.
Liderança dentro do terreno de jogo, liderança a partir do banco, liderança da própria instituição.
Clubes da dimensão do Vitória e do Braga, ao contrário dos outros três, não se podem dar ao “luxo” de fazerem presidentes, ensinar-lhes a função, torná-los líderes.
Quem aspirar a ser presidente tem de ter já especiais qualidades em termos de carisma e de liderança.
Benfica, Porto e Sporting pela dimensão própria, pelos apoios e ajudas nomeadamente da imprensa, pela importância desmesurada que se dá em Portugal ao futebol e a esses clubes tem condições que permitem que qualquer um possa ascender á respectiva presidência.
Do que, aliás, o actual presidente do SLB é um claro exemplo.
Porque uma vez lá chegados existe toda uma “máquina” de promoção e propaganda que transforma o mais vulgar dos cidadãos num génio á porta de um qualquer prémio Nobel e que faz de vulgares anónimos personalidades de primeiro nível na vida pública do país.
Em Guimarães e em Braga não pode ser assim.
Face a todos os condicionalismos com que os dois clubes de batem, e de que a influência dos outros três no “sistema” não é o menor dos problemas, os respectivos lideres para além das qualidades pessoais intrínsecas tem de ter um acréscimo de mais valia que permita atenuar o enorme fosso entre eles e os “filhos do sistema”.
Nomeadamente quando, como acontece todos os anos e várias vezes ao ano, as decisões dos árbitros se revelam completamente incompreensíveis para quem assiste aos jogos de mente limpa e eivado de boa fé!
Aí é fundamental, se Vitória e Braga querem ser parceiros de pleno direito de um Liga que actualmente não é igual para todos, terem á frente dos seus destinos líderes cuja voz seja temida e respeitada no futebol nacional e nos seus órgãos dirigentes.
É preciso alguém que se for preciso dar dois berros os dê com um volume de decibéis idêntico ao de Pinto da Costa, Filipe Vieira ou Soares Franco.
Hoje isso não se verifica.
E não é critica para Emílio Macedo ou António Salvador mas apenas a constatação de que o seu peso mediático e grau de notoriedade é bem inferior ao dos respectivos clubes o que não ajuda nada nas situações atrás referidas.
Porque se é verdade que ambos protagonizam lideranças relativamente abrangentes nos seus clubes, e gozam do apoio claro das massas associativas, também é verdade que no país do futebol são relativamente desconhecidos e, consequentemente, pouco respeitados.
Ao contrário do que aconteceu anos atrás, com Pimenta Machado no Vitória e Mesquita Machado no Braga, quando os presidentes dos clubes minhotos tinham um peso e uma visibilidade que extravasava largamente a dimensão dos clubes a que presidiam.
E quando falavam…o país do futebol ouvia.
Depois levarem a “água ao seu moinho” era outra questão até porque o “sistema” era bem mais poderoso que hoje.
Mas, pelo menos, quem se metesse com Vitória e Braga sabia que da “missa cantada” não se livrava !
Creio que quer Macedo quer Salvador podem, e devem, ganhar espaço e peso no futebol nacional.
Os seus clubes são hoje mais fortes do que há dez anos, as massas associativas maiores e o futebol, apesar de tudo, mais transparente e com menos espaço para as habilidades “sistémicas” de má memória.
Depende deles, e também do tempo que se aguentarem nos cargos, ganharem espaço, peso e influência.
E isso passa muito também por assumirem posições autónomas e de algum distanciamento relativamente aos três que sabemos.
Vincando a independência dos seus clubes.
Dando-se ao respeito.
Na certeza absoluta de que seria impossível ver Pimenta Machado de “chapéu na mão” á espera das “sobras” de má qualidade do SLB ou Mesquita Machado sentado ao lado de Pinto da Costa, atento venerador e obrigado apenas para servir de arma de arremesso contra o clube rival.
BOLA CHEIA
Vitória e Braga
Vitória vencendo o líder Leixões perante 20.000 adeptos sem necessidade de oferecer bilhetes para ter essa afluência ao estádio.
Braga passando á fase seguinte da Taça Uefa com um brilhantismo que só não foi maior porque dois jogos tiveram um minuto a mais.
Mesmo assim proeza de assinalar.
BOLA VAZIA
O Benfica lidera o campeonato, esta semana, perante o regozijo do Portugal parolo !
Mas isso não esconde uma fraquíssima participação europeia, a humilhação de Atenas e a eliminação num grupo mais fraco do que aquele em que esteve, e seguiu em frente, o Braga.
LIDERANÇAS
No futebol, como em muitas outras áreas, a liderança é um factor de sucesso absolutamente fundamental.
Liderança dentro do terreno de jogo, liderança a partir do banco, liderança da própria instituição.
Clubes da dimensão do Vitória e do Braga, ao contrário dos outros três, não se podem dar ao “luxo” de fazerem presidentes, ensinar-lhes a função, torná-los líderes.
Quem aspirar a ser presidente tem de ter já especiais qualidades em termos de carisma e de liderança.
Benfica, Porto e Sporting pela dimensão própria, pelos apoios e ajudas nomeadamente da imprensa, pela importância desmesurada que se dá em Portugal ao futebol e a esses clubes tem condições que permitem que qualquer um possa ascender á respectiva presidência.
Do que, aliás, o actual presidente do SLB é um claro exemplo.
Porque uma vez lá chegados existe toda uma “máquina” de promoção e propaganda que transforma o mais vulgar dos cidadãos num génio á porta de um qualquer prémio Nobel e que faz de vulgares anónimos personalidades de primeiro nível na vida pública do país.
Em Guimarães e em Braga não pode ser assim.
Face a todos os condicionalismos com que os dois clubes de batem, e de que a influência dos outros três no “sistema” não é o menor dos problemas, os respectivos lideres para além das qualidades pessoais intrínsecas tem de ter um acréscimo de mais valia que permita atenuar o enorme fosso entre eles e os “filhos do sistema”.
Nomeadamente quando, como acontece todos os anos e várias vezes ao ano, as decisões dos árbitros se revelam completamente incompreensíveis para quem assiste aos jogos de mente limpa e eivado de boa fé!
Aí é fundamental, se Vitória e Braga querem ser parceiros de pleno direito de um Liga que actualmente não é igual para todos, terem á frente dos seus destinos líderes cuja voz seja temida e respeitada no futebol nacional e nos seus órgãos dirigentes.
É preciso alguém que se for preciso dar dois berros os dê com um volume de decibéis idêntico ao de Pinto da Costa, Filipe Vieira ou Soares Franco.
Hoje isso não se verifica.
E não é critica para Emílio Macedo ou António Salvador mas apenas a constatação de que o seu peso mediático e grau de notoriedade é bem inferior ao dos respectivos clubes o que não ajuda nada nas situações atrás referidas.
Porque se é verdade que ambos protagonizam lideranças relativamente abrangentes nos seus clubes, e gozam do apoio claro das massas associativas, também é verdade que no país do futebol são relativamente desconhecidos e, consequentemente, pouco respeitados.
Ao contrário do que aconteceu anos atrás, com Pimenta Machado no Vitória e Mesquita Machado no Braga, quando os presidentes dos clubes minhotos tinham um peso e uma visibilidade que extravasava largamente a dimensão dos clubes a que presidiam.
E quando falavam…o país do futebol ouvia.
Depois levarem a “água ao seu moinho” era outra questão até porque o “sistema” era bem mais poderoso que hoje.
Mas, pelo menos, quem se metesse com Vitória e Braga sabia que da “missa cantada” não se livrava !
Creio que quer Macedo quer Salvador podem, e devem, ganhar espaço e peso no futebol nacional.
Os seus clubes são hoje mais fortes do que há dez anos, as massas associativas maiores e o futebol, apesar de tudo, mais transparente e com menos espaço para as habilidades “sistémicas” de má memória.
Depende deles, e também do tempo que se aguentarem nos cargos, ganharem espaço, peso e influência.
E isso passa muito também por assumirem posições autónomas e de algum distanciamento relativamente aos três que sabemos.
Vincando a independência dos seus clubes.
Dando-se ao respeito.
Na certeza absoluta de que seria impossível ver Pimenta Machado de “chapéu na mão” á espera das “sobras” de má qualidade do SLB ou Mesquita Machado sentado ao lado de Pinto da Costa, atento venerador e obrigado apenas para servir de arma de arremesso contra o clube rival.
BOLA CHEIA
Vitória e Braga
Vitória vencendo o líder Leixões perante 20.000 adeptos sem necessidade de oferecer bilhetes para ter essa afluência ao estádio.
Braga passando á fase seguinte da Taça Uefa com um brilhantismo que só não foi maior porque dois jogos tiveram um minuto a mais.
Mesmo assim proeza de assinalar.
BOLA VAZIA
O Benfica lidera o campeonato, esta semana, perante o regozijo do Portugal parolo !
Mas isso não esconde uma fraquíssima participação europeia, a humilhação de Atenas e a eliminação num grupo mais fraco do que aquele em que esteve, e seguiu em frente, o Braga.
quarta-feira, dezembro 10, 2008
Citação
"Se nós sentimos (ainda que achemos intimamente que não temos nenhuma razão para isso),que objectivamente existe algum incómodo,algum desconforto,que isso pode causar algum desprestigio para a própria função que é exercida,eu acho que nós temos a obrigação de ter esse despreendimento e esse desapego"
Paulo Rangel sobre Dias Loureiro
Vai um espelhozinho ?
Está para durar, e ainda bem, a questão das faltas dos deputados ás votações da passada sexta feira.
Deputados de todos os partidos e não apenas do PSD como ás vezes parece que nos querem fazer crer.
E ainda bem porque isso pode significar que desta vez (espero sentado á cautela...) vai ser feita alguma coisa para acabar com esta triste situação de deputados faltarem ao Parlamento, desrespeitarem quem os elegeu e ficar tudo na mesma.
Sinceramente creio que nesta legislatura já pouco há a fazer.
Mas na próxima exige-se a todos os partidos que ao escolherem os seus deputados o façam com base em compromissos sérios de trabalho e, muito importante, para a continuação de muitos dos actuais pese significativamente o registo de faltas durante a actual legislatura.
Creio contudo que nesta trapalhada já existe uma "vitima mortal".
Chama-se Paulo Rangel.
Que tal como Manuela Ferreira Leite não tem qualquer responsabilidade no sucedido.
O Parlamento não é propriamente o jardim-escola onde os meninos e meninas são levados para dentro da sala em filinha.
Pelo contrário é um lugar em que o sentido de responsabilidade de cada um é decisivo.
Mas de um lider espera-se que sempre o garante da responsabilidade, do cumprimento do dever, da guarda do sentido de rigor e da ética de actuação.
Espera-se também que esteja na primeira fila não só da bancada como também da defesa da imagem da instituição.
Rangel fez o contrário de tudo isso.
Preocupou-se mais em atirar responsabilidades para cima dos faltoso do PS do que censurar sem reservas nem meias palavras aqueles que na sua bancada tinham faltado.
Já sabemos que cinco estavam no estrangeiro em missão parlamentar, outro ausente por respeitabilissimas razões familiares(Almeida Henriques) e mais dois ou três devidamente autorizados.
Mas sobravam os outros.
Nomeadamente os que assinaram o livro de presenças, ganharam a ajuda de custo do dia,e foram embora.
E era para esses que se exigia uma atitude completamente diferente.
Levando sempre em linha de conta que por circunstâncias de acaso até podem ter faltado deputados normalmente cumpridores e estado presentes alguns expoentes das faltas.
E mesmo nos que faltaram naquele dia não é justo colocar no mesmo plano um deputado que falte raramente com um deputado que já faltou mais de 100 (cem) vezes desde o inicio da legislatura !
Rangel meteu tudo, e todos, no mesmo saco.
O saco do branqueamento, da desculpabilização, do nacional porreirismo.
Que no fim penaliza os que fazem da falta excepção e premeia os que dela fazem regra.
Este mesmo Paulo Rangel, que em relação a Dias Loureiro falava em desapego aos lugares (pois...pimenta no rabinho dos outros...) é o mesmo Paulo Rangel que se recusa a dar o exemplo.
Porque não pode liderar quem pactua com as falhas dos liderados.
Não pode pregar moral e ética quem se recusa a aplicá-la a si próprio.
No PSD, com os tristes resultados conhecidos, já tivemos uma dose excessiva de pregadores de moral e ética para os outros.
Se Rangel acha que mesmo inocente Dias Loureiro devia sair para preservar Cavaco Silva então ele próprio devia demitir-se para preservar Manuela Ferreira Leite.
Porque se há um erro grave e ninguém assume a responsabilidade então ela acabará por recair sobre a lider do partido.
Um dia, em Castelo de Paiva, caiu uma ponte.
O ministro das obras públicas de então,que não tinha qualquer responsabilidade objectiva ou subjectiva na tragédia,entendeu assumir a responsabilidade política pelo acontecido.
E demitiu-se.
Contra a vontade do primeiro ministro, do governo, do partido.
Ao fazê-lo preservou o governo e o primeiro ministro que o nomeara.
Esse ministro chamava-se Jorge Coelho e é sócio de Dias Loureiro numa empresa agora muito referida.
O mundo é mesmo redondo não é dr Rangel ?
Depois Falamos
Confiança
Publiquei,ontem, este texto no site da Associação Vitória Sempre
CONFIANÇA
Poucas coisas existem no mundo do futebol mais deprimentes do que os votos de confiança dados a treinadores cujas equipas fazem campeonatos abaixo das expectativas!
Na maior parte dos casos tal é o pré aviso de despedimento !
Foi por isso que enquanto vitoriano não gostei de ver o Presidente aparecer ao lado de Cajuda a garantir-lhe apoio e solidariedade face ao momento menos bom que o Vitória atravessa e que tem merecido algumas criticas dos adeptos.
Desde logo porque tendo clube e treinador um contrato de trabalho que os vincula não existe a necessidade de vir confirmá-lo.
Quando muito, se alguém não o quiser cumprir até ao fim, tem de comunicar á outra parte e tentarem chegar a um entendimento.
Tudo o mais é folclore.
Por outro lado, e sendo verdade que a carreira do clube tem sido decepcionante mais face ás expectativas do que á média dos últimos anos, Manuel Cajuda tem um capital de simpatia e reconhecimento por parte dos sócios que são uma boa “almofada” para os embates de uma época que não está a ser nada do previsto e desejado.
Até porque todos os vitorianos sabem que Cajuda é o menos culpado do que se passa.
Uma equipa á porta da “Champions” que deixa sair três pedras base e se reforça com dois suplentes do Marítimo mais dois excedentários do Benfica (que em nada tem justificado a contratação) mais um Coral que nada mostrou, um Lionn vindo da II B e apenas um excelente ponta de lança só pode mesmo ter a sorte que estamos a ter.
Pouca sorte mesmo.
Daí que, em minha opinião, o problema não esteja na confiança que a direcção tem, ou não, em Manuel Cajuda.
Estará muito mais, isso sim, na confiança que os adeptos tem nesta direcção !
Confiança essa que ainda existe(já teve bem melhores dias) mas que é muito mais frágil do que a relação entre adeptos e treinador.
Porque mesmo discordando pontualmente de algumas opções, e de alguns medos, a verdade é que todos sabemos que Cajuda não tem plantel para mais e melhor.
E não tem porque a direcção não lho deu.
É certo que Cajuda, por uma lealdade que se louva mas que o compromete, fez desde o inicio de época um conjunto de declarações que o vinculam a este plantel e a estas aquisições.
É verdade que aqui e ali o treinador tem falado demais e desperdiçado boas oportunidades de …ficar calado.
De uma forma ou de outra já estamos todos fartos de o ouvir dizer que nos encontrou na II Liga e bla, bla, bla !
Se há coisa de que nunca nos esquecemos é disso.
Mas daí a desejarmos a sua saída vai uma imensidão.
A questão central é, repito, a confiança que temos (ou não) na direcção.
Não negando esforço e boa vontade a Emílio Macedo a verdade é que esta época está a ser muito má.
Em Janeiro anunciam-se cinco reforços.
Venham eles.
Mas que sejam mesmo reforços para o Vitória, para este anos e seguintes, e não forma de resolver problemas de excesso de “pé de obra” noutro clube que bem sabemos.
Porque do acerto em Janeiro pode depender o reforço da confiança na direcção ou o seu fim irremediável.
Tem a palavra (e os actos) o presidente.
Os adeptos, os tais que nunca falham, cá estarão para avaliar.
Poucas coisas existem no mundo do futebol mais deprimentes do que os votos de confiança dados a treinadores cujas equipas fazem campeonatos abaixo das expectativas!
Na maior parte dos casos tal é o pré aviso de despedimento !
Foi por isso que enquanto vitoriano não gostei de ver o Presidente aparecer ao lado de Cajuda a garantir-lhe apoio e solidariedade face ao momento menos bom que o Vitória atravessa e que tem merecido algumas criticas dos adeptos.
Desde logo porque tendo clube e treinador um contrato de trabalho que os vincula não existe a necessidade de vir confirmá-lo.
Quando muito, se alguém não o quiser cumprir até ao fim, tem de comunicar á outra parte e tentarem chegar a um entendimento.
Tudo o mais é folclore.
Por outro lado, e sendo verdade que a carreira do clube tem sido decepcionante mais face ás expectativas do que á média dos últimos anos, Manuel Cajuda tem um capital de simpatia e reconhecimento por parte dos sócios que são uma boa “almofada” para os embates de uma época que não está a ser nada do previsto e desejado.
Até porque todos os vitorianos sabem que Cajuda é o menos culpado do que se passa.
Uma equipa á porta da “Champions” que deixa sair três pedras base e se reforça com dois suplentes do Marítimo mais dois excedentários do Benfica (que em nada tem justificado a contratação) mais um Coral que nada mostrou, um Lionn vindo da II B e apenas um excelente ponta de lança só pode mesmo ter a sorte que estamos a ter.
Pouca sorte mesmo.
Daí que, em minha opinião, o problema não esteja na confiança que a direcção tem, ou não, em Manuel Cajuda.
Estará muito mais, isso sim, na confiança que os adeptos tem nesta direcção !
Confiança essa que ainda existe(já teve bem melhores dias) mas que é muito mais frágil do que a relação entre adeptos e treinador.
Porque mesmo discordando pontualmente de algumas opções, e de alguns medos, a verdade é que todos sabemos que Cajuda não tem plantel para mais e melhor.
E não tem porque a direcção não lho deu.
É certo que Cajuda, por uma lealdade que se louva mas que o compromete, fez desde o inicio de época um conjunto de declarações que o vinculam a este plantel e a estas aquisições.
É verdade que aqui e ali o treinador tem falado demais e desperdiçado boas oportunidades de …ficar calado.
De uma forma ou de outra já estamos todos fartos de o ouvir dizer que nos encontrou na II Liga e bla, bla, bla !
Se há coisa de que nunca nos esquecemos é disso.
Mas daí a desejarmos a sua saída vai uma imensidão.
A questão central é, repito, a confiança que temos (ou não) na direcção.
Não negando esforço e boa vontade a Emílio Macedo a verdade é que esta época está a ser muito má.
Em Janeiro anunciam-se cinco reforços.
Venham eles.
Mas que sejam mesmo reforços para o Vitória, para este anos e seguintes, e não forma de resolver problemas de excesso de “pé de obra” noutro clube que bem sabemos.
Porque do acerto em Janeiro pode depender o reforço da confiança na direcção ou o seu fim irremediável.
Tem a palavra (e os actos) o presidente.
Os adeptos, os tais que nunca falham, cá estarão para avaliar.
terça-feira, dezembro 09, 2008
"Ronaldouro"
Fiquei sinceramente satisfeito pela conquista de Bola de Ouro por Cristiano Ronaldo.
Porque é um grande jogador, porque fez uma época notável, porque a mereceu inteiramente.
Quarenta e dois golos em jogos oficiais pelo Manchester United mais meia dúzia pela nossa selecção são um feito notabilissimo.
Afinal, tem apenas vinte e três anos e não é ponta de lança.
Podemos gostar ou não do seu estilo de vida, da sua postura, das declarações que faz.
Podemos ter achado reprovável a "novela" Real Madrid ou as férias que fez em convalescença de uma intervenção cirurgica.
Esse é o Ronaldo enquanto cidadão
Gosta quem gosta.
Porque do Ronaldo jogador, aquele que evolui dentro das quatro linhas, é quase impossivel não gostar.
Porque é um génio.
E, em termos de Portugal, aquela "Bola de Ouro" coloca-o num patamar em que apenas estavam Figo e Eusébio.
Que fique lá por muito tempo.
Depois Falamos
América
Sou um fã dos Estados Unidos.
Tenho-o dito e escrito em várias circunstâncias.
As ultimas presidenciais americanas reforçaram essa admiração pelo país, pelo sistema politico e pela forma como sabem ultrapassar divergências pontuais em prol do interesse colectivo.
A "minha" candidata era Hillary Clinton.
Não foi essa a vontade do partido democrata, pese embora a significativa votação obtida, e apreciei a forma como ela e Bill se empenharam na campanha de Barak Obama.
Sabendo ultrapassar as divergências de umas primárias longas, renhidas e extremamente desgastantes.
Mesmo sabendo que a opção para a vice presidência era outra.
Na constituição da sua equipa Obama entendeu convidar Hillary para secretária de estado,que no ordenamento constitucional americano é o quarto lugar na hierarquia política e corresponde,em termos europeus, a ministra dos Negócios Estrangeiros.
É o lugar de maior visibilidade na Administração logo a seguir ao próprio Presidente.
Longe de ser um prémio de consolação para uma candidata derrotada nas primárias é um lugar de enorme prestigio e responsabilidade política.
Mas é também um sinal de unidade em tempos difíceis.
Que o mundo fará bem em perceber e seguir.
Depois Falamos
Tenho-o dito e escrito em várias circunstâncias.
As ultimas presidenciais americanas reforçaram essa admiração pelo país, pelo sistema politico e pela forma como sabem ultrapassar divergências pontuais em prol do interesse colectivo.
A "minha" candidata era Hillary Clinton.
Não foi essa a vontade do partido democrata, pese embora a significativa votação obtida, e apreciei a forma como ela e Bill se empenharam na campanha de Barak Obama.
Sabendo ultrapassar as divergências de umas primárias longas, renhidas e extremamente desgastantes.
Mesmo sabendo que a opção para a vice presidência era outra.
Na constituição da sua equipa Obama entendeu convidar Hillary para secretária de estado,que no ordenamento constitucional americano é o quarto lugar na hierarquia política e corresponde,em termos europeus, a ministra dos Negócios Estrangeiros.
É o lugar de maior visibilidade na Administração logo a seguir ao próprio Presidente.
Longe de ser um prémio de consolação para uma candidata derrotada nas primárias é um lugar de enorme prestigio e responsabilidade política.
Mas é também um sinal de unidade em tempos difíceis.
Que o mundo fará bem em perceber e seguir.
Depois Falamos
sexta-feira, dezembro 05, 2008
Vergonha ou falta dela...
Na minha qualidade de ex deputado tenho alguma reserva em me referir a situações que se vivem no actual grupo parlamentar do PSD.
Até porque com trabalho ,e o meu voto no circulo de Braga, também os ajudei a eleger.
Voto no PSD ,entenda-se, como diria Manuela Ferreira Leite.
Mas não posso deixar de considerar uma vergonha para o partido o que se passou hoje no Parlamento.
Um projecto de lei do CDS que recomendava a suspensão e simplificação da avaliação dos professores não foi aprovado porque faltaram á sessão 30 (trinta) dos 75 deputados do PSD.
Com seis deputados do PS a votarem ao lado da oposição e um a abster-se,somado a´ausência de mais treze deputados da maioria, a oposição podia ter inflingido severa derrota ao governo em geral e á ministra da educação em particular.
Não o fez porque trinta deputados do PSD (quase metade do grupo parlamentar)pagos para representarem os seus eleitores no Parlamento não estavam lá.
É um escândalo.
E se cinco deles ausentes em missão parlamentar tem a ausência perfeitamente justificada (Duarte Pacheco,José Luis Arnaut,Mendes Bota,Duarte Pacheco e Mota Amaral) os outros vinte e cinco deviam ser chamados a explicar-se á direcção da bancada.
Admitindo,como normal,que um ou outro tenha motivos de força maior para justificar a ausência a maioria não os terá certamente.
E daí que deviam ser chamados á responsabilidade.
E o que vemos ?
O lider (???) parlamentar Paulo Rangel a desresponsabilizar os faltosos atirando culpas para a bancada socialista pelo chumbo do projecto lei.
Numa cultura de facilitismo, irresponsabilidade e falta de autoridade que por si só demonstram a (falta de ) qualidade com que é exercida a liderança da bancada.
Espero,sem grande esperança,que um dos primeiros critérios para escolha das listas de deputados em 2009 tenha a ver com a assiduidade ao Parlamento dos actuais deputados que quiserem continuar em funções.
Manifestamente há gente que não merece continuar lá.
Porque não trabalha no Parlamento,não trabalha nos distritos porque foram eleitos,não tem qualquer respeito pelos eleitores que neles confiaram a sua representação.
É tempo de dizer basta a esta pouca vergonha.
Depois Falamos
quinta-feira, dezembro 04, 2008
4 de Dezembro
Imagem: www.psd.pt
28 anos depois continua por saber toda a verdade sobre Camarate.
Pese embora a sabedoria popular,logo no dia,não tivesse a minima duvida que se tratara de um atentado.
É também essa a minha convicção.
Sempre foi.
E o muito que tenho lido sobre o assunto,nomeadamente quando integrei uma das comissões parlamentares de inquérito,só reforça essa convicção.
O lider morreu em Camarate mas ficou a obra e o exemplo.
Do político e do Homem.
E esse é um património a que o PSD deve recorrer sempre nos seus momentos mais dificeis.
Como o actual.
Depois Falamos
28 anos depois continua por saber toda a verdade sobre Camarate.
Pese embora a sabedoria popular,logo no dia,não tivesse a minima duvida que se tratara de um atentado.
É também essa a minha convicção.
Sempre foi.
E o muito que tenho lido sobre o assunto,nomeadamente quando integrei uma das comissões parlamentares de inquérito,só reforça essa convicção.
O lider morreu em Camarate mas ficou a obra e o exemplo.
Do político e do Homem.
E esse é um património a que o PSD deve recorrer sempre nos seus momentos mais dificeis.
Como o actual.
Depois Falamos
Coitadinho do SLB
Imagem:http://pfrcartaxo.blogspot.com
Publiquei hoje no Correio do Minho este artigo
Coitadinho do SLB
No passado fim de semana um “certo” Portugal desportivo preparava-se para entrar em festa.
O Portugal dos jornalistas e comentadores tendenciosos, o Portugal daqueles que são pelos que ganham mais vezes apenas porque…ganham mais vezes, o Portugal que vê na vitória dos outros o consolo para a incapacidade de assumir e valorizar o que é seu.
Mas também o Portugal dos três diários desportivos , o Portugal do “Dia Seguinte” e do “Trio de Ataque”, o Portugal que vive a três cores (especialmente a vermelha), o Portugal que mete futebol em todos os telejornais de todas as televisões.
Mas então a que se devia essa anunciada festa, provavelmente só comparável ao Euro 2004 ou á Expo 98, que ia trazer milhões de portugueses para a rua ?
Simplesmente , anunciavam os entendidos e assumiam os seis milhões, o Benfica ia chegar á liderança da Liga sagres.
Á décima jornada e ultrapassando o Leixões !
Não ganhá-la, bem entendido, mas apenas após três anos e meio em que o sol brilhou menos, a inflacção cresceu e Portugal entristeceu, ia assumir a liderança de um campeonato que nos últimos quinze anos ganhou apenas duas vezes.
Esse Portugal, os seis milhões, as casas do Benfica em todo o país preparavam-se para mergulhar numa verdadeira histeria, aliás bem maior do que a alegria do “modesto” Leixões meritório líder de uma prova que nunca tinha liderado.
Azar !
Esqueceram-se de avisar o Setúbal e subestimaram Quim.
Os sadinos, não se achando na necessidade de prestar vassalagem, jogaram uma bela partida de futebol, fizeram o seu trabalho e mereceram o resultado.
Quim, com mais um “frango”, ajudou a estragar a festa anunciada.
Coitadinho do SLB que lá ficou mais uma semana atrás do Leixões e vendo nos retrovisores a perigosa aproximação de Porto e Sporting.
Tudo isto para realçar a pobreza intelectual com que alguns fazem jornalismo neste país.
Transformando uma possível alteração classificativa, á décima jornada, num facto a merecer amplo destaque na cobertura noticiosa do Benfica-Setúbal e em todos os comentários produzidos entre o empate do Leixões com a Naval e a partida no estádio da Luz.
Como se o Setúbal não existisse e a crise financeira global fosse resolvida pela ascenção do SLB á liderança do campeonato.
É contra este estado de coisas que aqueles que acreditam “noutro” futebol, noutra verdade desportiva, noutra igualdade de tratamento dos clubes por parte da generalidade da comunicação social, tem de se bater.
Mas não nos iludamos ; a primeira “guerra” a ganhar é uma guerra interna .
A guerra de os principais clubes “alternativos” terem dirigentes á altura das responsabilidades e dos desígnios históricos das colectividades.
Dirigentes que não tenham simpatias pelos chamados grandes, dirigentes que não lhes prestem vassalagem, dirigentes que não misturem negócios das suas empresas com os interesses dos seus clubes, dirigentes que não se prestem a papeis menores em troco de cinco minutos de fama e luzes da ribalta.
E esse é um desafio que não pode ser mais adiado.
Sob pena de daqui a cinquenta anos os que por cá andarem continuarem a falar do mesmo que aqui hoje se falou.
BOLA CHEIA
Ronaldo
A conquista por Cristiano Ronaldo da Bola de Ouro, que junta á Bota de Ouro, e a previsível escolha por parte da Fifa como Melhor jogador mundial do ano é um facto extraordinariamente positivo para o futebol português.
Que vê consagrar um dos seus como o melhor do mundo no desporto mais mediático do planeta.
Que sirva de incentivo para os clubes apostarem nos jovens talentos nacionais.
BOLA VAZIA
Rui Costa
Soube construir como jogador uma excelente imagem em termos de opinião pública.
Porque foi um executante de eleição, sem dúvida, mas também porque soube afirmar-se como um cavalheiro.
Como dirigente do Benfica, infelizmente, começa a estragar essa imagem envolvendo-se em polémicas inúteis com as arbitragens.
Tome como exemplo a Quique Flores, e não a Luís Filipe Vieira, e pode ser que ainda vá a tempo de ser como dirigente o que foi como jogador.
Um exemplo.
quarta-feira, dezembro 03, 2008
Trapalhada ?
A história,que aliás corre toda a imprensa,conta-se em poucas palavras.
A direcção do PSD tinha convidado o Professor António Sampaio e Mello para dirigir o gabinete de estudos do partido e preparar o programa de governo para 2009.
Desconhecido nos meandros partidários,Sampaio e Mello foi visto como um exemplo da abertura do PSD aos bons quadros que por esta ou aquela razão se encontram afastados da política.
Esta semana demitiu-se.
Apressadamente os responsáveis pela comunicação do partido vieram dizer (olha se era a Cunha Vaz...) que tal se devia a um convite para regressar aos Estados Unidos onde tinha colaborado na campanha de Barak Obama e se iria radicar em termos profissionais.
Não era verdade.
Foi o próprio Sampaio e Mello quem veio pôr tudo em pratos limpos esclarecendo que se tinha demitido face ás "dificuldades internas do PSD"(sic),que não ia regressar aos EUA e que só abandonava o gabinete de estudos devido ás tais dificuldades inultrapassáveis que o impediam de fazer um trabalho com a exigência que considerava necessária.
De forma polida e educada não quis entrar em mais pormenores embora se tenha percebido que alguns desses problemas radicavam na falta de meios.
Noutros tempos a isto se chamaria uma verdadeira trapalhada.
E agora que se lhe pode chamar ?
Depois Falamos