VITORIANISMO E NÃO SÓ
No passado fim-de-semana o Vitória comemorou os seus 86 anos de existência.
Curiosamente, e por razões que se perdem nos anos, tendo sido fundado em Setembro de 1922 o clube festeja os aniversários sempre no mês de Dezembro.
E estes anos festejou-os de forma particularmente significativa.
Essencialmente porque dando forma a um sonho antigo, o ilustre vitoriano que é Custódio Garcia deu á estampa o seu livro de memórias vitorianas documentando todo o percurso do clube desde o seu inicio.
Jogadores, treinadores, dirigentes, estádios, competições e tudo o que mais que constitui a História de um clube de referência no desporto nacional.
Uma obra, também ela, de referência!
Por outro lado quis o destino que fosse um fim-de-semana particularmente gratificante em termos de resultados desportivos nas principais modalidades praticadas.
Triunfos no basquetebol (sobre o F.C.Porto) no voleibol (derrotando o Esmoriz) e essencialmente uma vitória sobre o Setúbal com direito a apuramento para os quartos de final da Taça de Portugal de futebol.
Isto entre várias outras vitórias em diversas modalidades e escalões…
Mas é precisamente a sessão solene, aquela onde são entregues os emblemas de 25 e 50 anos de filiação clubista, que merece alguma reflexão.
Que de alguma forma ajuda a explicar a razão pela qual o Vitória é, destacadamente, o quarto clube português em número de adeptos/assistência a jogos e provavelmente o primeiro em pura paixão clubista.
Este ano foram dezenas as senhoras que receberam os seus emblemas de prata e algumas as que receberam o emblema de ouro.
E se o segundo caso, embora com significado, é ainda relativamente irrelevante o primeiro tem bastante importância.
Porque vinte e cinco anos atrás não era frequente ver elevado número de senhoras no futebol, quer pela falta de hábito nesse sentido quer pelas próprias condições que a esmagadora maioria dos estádios (não) tinham.
Mas já nesse tempo, como tradição que vinha detrás, o Vitória contava com um número significativo de senhoras no seu quadro associativo.
A tal paixão que passa de pais para filhos e, no Vitória, também para filhas.
Hoje ver raparigas e senhoras nos estádios já é um facto normal e frequente um pouco por todo o lado.
E ainda bem.
Mas pouco comum é ver, como tantas vezes no D.Afonso Henriques, uma bancada com cinco mil lugares completamente lotada por mulheres que transmitem ao Vitória um apoio tão incessante quanto original.
O outro aspecto que me prendeu a atenção foi a atribuição de vários emblemas de prata e ouro a título póstumo!
Ou seja, pessoas que já falecidas continuaram a ser associados do Vitória porque as famílias fazem questão de manter o número e continuar a pagar a respectiva quota tornando quase eterna a ligação ao clube.
Sendo uma forma original e profundamente respeitável de preservarem uma ligação e um amor ao clube que o falecido seguramente transmitiu aos seus vindouros.
Poderemos considerar que é até um pouco do domínio do irracional manter alguém que já morreu como membro de pleno direito do seu clube desportivo.
Será.
Mas no imenso irracional que a paixão pelos clubes encerra esta não será uma das formas mais genuínas, e nada perigosa, de exaltar um genuíno amor por um emblema?
Acho que sim.
E por isso quando as claques cantam “…Aconteça o que acontecer somos Vitória até morrer…” não deixo nunca de me lembrar que muitos são do Vitória até depois de morrer.
BOLA CHEIA
Atlético Valdevez
Notável a carreira deste clube minhoto na Taça de Portugal.
Onde é o único representante dos escalões inferiores, nos quartos de final, em compita com os sete clubes da I Liga também apurados.
Depois de eliminar quatro clubes da II Liga, notável, um jogo em casa com o Nacional abre uma esperança de poder seguir em frente.
BOLA VAZIA
Estádios Vazios
Os oitavos de final da Taça de Portugal e os jogos da Taça da Liga mostraram estádios desoladoramente vazios.
Fruto da crise económica e da pouca atractividade de alguns jogos, é verdade, mas essencialmente da irresponsabilidade com que são definidos os horários dos mesmos.
No Inverno, com frio e chuva, jogos á noite estão condenados ao insucesso em termos de espectadores.
E assim será enquanto os dirigentes preferirem discutir os árbitros do que o beco para onde a televisão está a empurrar o futebol.
Meu caro Luís:
ResponderEliminarNão é a primeira vez que elogio a maneira de ser dos "teus" adeptos, o que nada altera o meu "sportinguismo".
De facto, confesso que é muito mais fácil ter uma legião de adeptos quando "eternamente" se discutem os lugares cimeiros (ou até o 1ºlugar:-)
Bem diferente é manter uma moldura humana de apoio "figadal", nem que o clube desça de divisão. Confesso que os invejo na devoção.
Quanto à "filiação pós-morte" dos "teus" adeptos, apenas faço o paralelismo com a "filiação" pós-morte de alguns militantes do nosso PSD.
Se no caso do Vitória, a sua manutenção nos cadernos representa o respeito por quem passou pelo clube, já no PSD, a sua manutenção nos cadernos representa que há quem esteja disposto a insultar os próprios falecidos, apenas para melhorar um qualquer "ratio" de secção ou aumentar um poder negocial fictício.
Os dirigentes do futebol português têm muito pouco para ensinar a Portugal mas os adeptos do Vitória PODEM E DEVEM...
Carlo Luis Cirilo:
ResponderEliminarComo é óbvio gostei do teu comentário, mas a escrever assim num jornal de Braga, qualquer dia és despedido.
;)
Abraços
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