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quarta-feira, dezembro 31, 2008

Garotice


A forma como Sócrates, o governo e o PS trataram a questão do estatuto dos Açores foi uma perfeita garotice.
Uma vergonhosa garotice.
Porque usaram uma maioria circunstancial no Parlamento para imporem uma lei, que o Presidente justificadamente vetara, contra todos os principios constituciuonais e ferida de evidente inconstitucionalidade.
É evidente que o estatuto dos Açores será aniquilado em tempo certo no Tribunal Constitucional.
Mas ficará a memória e as consequências de um afrontamento gratuito e despropositado ao Presidente da República, de um autismo perante todas as vozes constitucionalmente qualificadas que se manifestaram contra o diploma, de uma arrogância inqualificável na recusa de alterar uma virgula que fosse aos dois artigos que o presidente considerara serem de alterar.
É o socratismo no seu pior.
Arrogante, desqualificado e autista.
Perigoso até.
Porque colocou sériamente em causa principios de lealdade e colaboração entre orgãos de soberania.
Sócrates,no seu melhor (leia-se pior), pôs interesses meramente partidários acima de interesses nacionais.
Fez o frete ao seu aprendiz de cacique açoriano pondo para isso em causa a cooperação institucional com o Presidente da República.
Deu de Portugal e de alguns dos seus orgãos de soberania uma imagem de República das bananas.
Bem esteve o Presidente.
Duro, conciso, exemplar.
Cumpriu o que a Constituição lhe impõe, promulgando o estatuto, mas dizendo de sua justiça.
Apontando claramente os responsáveis por esta jogada partidária vergonhosa.
Nos tempos dificeis que se vivem, com um governo de terceira categoria , um parlamento desacreditado por episódios diversos e uma Justiça/Tribunais em que cada vez o povo acredita menos, o Presidente da República é o orgão de soberania em que cada vez mais os portugueses se reveêm.
Porque é exemplar !
Nas atitudes, no cumprimento das suas funções, num inequivoco sentido de Estado.
Depois Falamos

7 comentários:

  1. Já agora, como classifica a estaparfúdia posição do PSD?! Se é que há um só PSD!

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  2. Caro Anónimo:
    O PSD no tempo de Luis Filipe Menezes,em perfeita consonância com o Presidente da República,tinha decidido votar contra.
    LFM encarregara até,ironia das ironias,Paulo Rangel de fazer uma intervenção defendendo o sentido de voto.
    Com a ascensão de Manuela F.Leite instalou-se uma verdadeira "febre" de fazer tudo ao contrário do lider anterior.
    E,incrivelmente,o PSD votou a favôr do estatuto.
    Depois com os vetos presidenciais e a consciência da enormidade inconstitucional e politica do diploma, o PSD entrou na rota das trapalhadas.
    Absteve-se,mas houve quem votasse a favôr e quem pedisse para votar contra.
    UM "filme" que nada dignificou o partido.
    Não sei se há mais que um PSD.
    Sei que nesta matéria o partido teve as várias posições possiveis.
    Desde o logico voto contra,ao disparatado voto a favôr e terminando na inócua abstenção.
    Uma verdadeira trapalhada.
    Mas os outros partido de oposição também não fizeram muito melhor.

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  3. Cavaco viu-se ontem obrigado a promulgar o estatuto politico-administrativo dos Açores, depois de este ter sido confirmado pela AR, sem mudar uma linha, ignorando todas as objecções do PR, de vários constitucionalistas e muitos políticos de renome de todos os quadrantes.

    Tal como disse o PR, esta grande asneira tem origem em interesses partidários, o que deixa a nossa democracia muito diminuída. E disto não está excluído nenhum partido, nem mesmo o PSD que se absteve na votação.

    Todos os partidos, sem excepção, geriram o diploma com um olho nas eleições regionais dos Açores 2008, tendo como prioridade os seus interesses e não o superior interesse de Portugal e da democracia portuguesa.

    Acho muita piada que todos digam: "o estatuto não se resume a essas duas disposições". Então aprova-se uma coisa errada, só porque o resto está muito bem. Por essa ordem de ideias, não podem criticar os danos colaterais de uma guerra, certo?

    in Mudar Portugal?

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  4. Não vi nem ouvi nenhum comentador referir a frase para mim mais importante da noite do PR no seu discurso: "Eu quando prometo, faço." O que quereria dizer Cavaco com esta ferroada? Provavelmente uma directa a Sócrates que lhe terá mentido desta, como já o fez de outras vezes. E para Cavaco, a mentira é imperdoável. Sócrates, um mentiroso contumaz, fez de conta que não percebeu. Giro!...

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  6. Caro Luis:
    Inteiramente de acordo.
    mas acredito que esta garotice ainda se vai virar contra o PS.
    Caro Anónimo:
    Pensando o que cada um pense de Cavaco Silva acho que ninguém põe em causa a sua seriedade e sentido de Estado.
    De Sócrates não se poderá dizer própriamente o mesmo...

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