Foi muito comentada a participação de um apanha bolas no segundo golo do Porto face ao Braga.
Tudo porque o jovem Gonçalo Cruz, atleta dos escalões de formação do FCP e com bons conhecimentos da dinâmica do jogo, fez uma entrega de bola muito rápida ao jogador do Porto que faria o lançamento lateral para o colega autor da assistência para o golo de Pepê.
Reconhecendo a importância que o apanha bolas tivera ao permitir um rápido reatamento do jogo os jogadores do Porto foram festejar o golo com ele e no final da partida Nico Gonzalez distinguido como "homem do jogo" daria o troféu ao apanha bolas.
E tudo isto suscita uma reflexão.
O futebol é hoje um desporto tão sofisticado e em que os pormenores e detalhes contam tanto que já não são só jogadores e treinadores que contribuem para os resultados mas são chamados outros protagonistas a intervirem quando é caso disso dentro do respeito pelas leis do jogo.
É o caso dos apanha bolas.
Que ao "lerem" o jogo e saberem interpretar o que se passa dentro do relvado podem dar uma ajuda importante como foi o caso deste jovem.
E daí a importância de os apanha bolas serem, sempre que possível, jovens praticantes dos escalões de formação que terão uma compreensão muito mais completa do jogo e das suas regras do que outros jovens que não pratiquem a modalidade.
Tempos houve em que a participação dos apanha bolas se limitava a recolher e entrgar as bolas e nalguns casos a fazerem-no com a lentidão que interessava á equipa da casa se estivesse a vencer e quisesse queimar tempo.
Havia até estádios, felizmente o D. Afonso Henriques nunca foi um desses, em que era frequente os apanha bolas desaparecerem nos minutos finais quando a equipa da casa vencia e convinha que as reposições de bola em jogo demorassem o mais possível.
Parece que se entra agora numa nova era em Portugal, porque noutros países já lá se chegou, em que os apanha bolas podem fazer parte da dinâmica de uma equipa.
Parece, porque falta saber se o que se passou no "Dragão" corresponde a uma nova organização da função de apanha bolas por parte do FCP (que os outros clubes seguirão...ou não) ou foi apenas um acto isolado oriundo da inteligência do jovem que o praticou.
O futuro esclarecerá.
Depois Falamos.
Nota: É um assunto, este do papel dos apanha bolas, a que já me referi várias vezes.
Não "acordei" para o assunto com o que passou no domingo no "Dragão".
Os apanha bolas tornam o jogo mais tendencioso pelos motivos que enumera, em Inglaterra foram reduzidas as suas funções optando-se pela colocação de bolas junto às linhas recolhidas pelos jogadores, exemplo que espero ver replicado noutras paragens, certo que por cá vai demorar.
ResponderEliminarCumprimentos
Caro Ricardo Reis:
ResponderEliminarVeremos o que essa inovação em Inglaterra vai dar. À partida parece contribuir para uma igualdade de tratamento entre visitado e visitante o que é positivo.Se cá chegar desconfio é que bem à portuguesa alguns encontrarão logo forma de adulterar o espirito da coisa. Porque para ter as bolas nos tais suportes à volta do relvado alguém tem de as pôr lá. E se esse alguém não o fizer, ou desaparecer como alguns apanha bolas quando a equipa da casa quer perder tempo, voltamos ao mesmo.