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segunda-feira, outubro 31, 2016

Uma Maré a Encher

Vila do Conde mostrou, antes de tudo o mais, a exuberância e a força do vitorianismo com milhares de adeptos nas bancadas a permitirem à equipa jogar em "casa" tal a supremacia numérica e "ruidosa" dos vitorianos.
A bancada nascente composta com milhares de pessoas é a razão para forte orgulho de um clube que sabe ter nos adeptos a sua mais valia e mostrou ao país,uma vez mais, que em termos populares há quatro grandes clubes em Portugal.
A equipa, essa, soube corresponder aos adeptos protagonizando mais uma boa exibição com processos de jogo simples e objectivos, segura a defender (Douglas esteve enorme), eficaz a construir e letal quando sai para o contra ataque.
Fez três golos, podia ter feito mais dois ou três (também podia ter sofrido porque Douglas fez três ou quatro monumentais defesas) mas o mais agradável para além do triunfo foi a forma competente como a equipa controlou o jogo de principio a fim sem deixar qualquer duvida de quem sairia vencedor.
Um pouco à imagem do que já fizera no Estoril.
Não é uma "obra" acabada (no futebol nunca há "obras" acabada) mas é uma equipa sólida, construida por um treinador que sabe o que está a fazer, e que vem entusiasmando justamente os adeptos com as exibições produzidas e a posição na tabela classificativa.
Estar a três pontos do segundo lugar à nona jornada não significa nada em termos de classificação final,como é óbvio, mas é motivador na luta pelo apuramento europeu e afirma uma candidatura ao quarto lugar completamente de acordo com os nossos pergaminhos e a nossa História.
Em termos individuais já salientei a grande exibição de Douglas, claro que Marega foi a grande figura ao fazer três golos (e quase fazia o quarto) , mas há mais nomes a referir.
Rafael Miranda voltou a ser pendular, Josué liderou a defesa com classe e João Pedro é hoje um dos melhores jogadores da equipa,uma das revelações do campeonato e bem fez Pedro Martins (com ajuda do próprio) em segurá-lo no plantel impedindo uma absurda ida para o Porto.
Como escrevo há anos a esta parte João Pedro "só" precisava de uma oportunidade a sério (meia dúzia de jogos seguidos) para nunca mais sair da equipa a não ser um dia para outros voos.
Pedro Martins deu-lha e o resultado está à vista.
Quanto à arbitragem de Nuno Almeida foi ,mais uma vez, lesiva dos interesses do Vitória.
Bastará referir, entre outros, o lance de penálti não assinalado sobre Bruno Gaspar aos dois minutos e a entrada de Rúben Ribeiro sobre Marega em que o árbitro cobardemente lhe poupou o vermelho para aferir da falta de qualidade do juiz algarvio.
Nada de novo no historial deste apitador com o Vitória.
Depois Falamos

Um Balanço


Decorridas nove das trinta e quatro jornadas é já possível fazer um primeiro balanço da Liga pese embora ainda falta muito jogo para jogar.
E a primeira constatação é que há cinco equipas no topo da tabela que tendencialmente são as que lá estarão no final da Liga e com uma vantagem clara em relação a todas as que se lhe seguem  que dificilmente lutarão por mais do que uma classificação tranquila.
Comecemos pelo Vitória.
A fazer um bom campeonato, especialmente fora de casa onde fez 12 dos 17 pontos, e que está neste momento em 5º lugar a apenas um ponto do quarto(Sporting) e a três do segundo(Porto e Braga)o que tem de se considerar como muito bom.
Se Janeiro não estragar creio que o apuramento europeu não fugirá. Em que lugar?
Logo se verá.
O Sporting é, para já, a grande decepção do campeonato.
Dá a clara sensação de ter reagido mal à injusta derrota de Madrid e ainda não ter superado as saídas de João Mário e Slimani.
Nada está perdido mas os ventos que sopram para aqueles lados não são bons.
O Braga está a fazer um campeonato dentro do que lhe tem sido habitual nos últimos anos ,com alguma sorte à mistura(o jogo de Guimarães por exemplo) , e é "cliente" certo no apuramento europeu. Tal como todos os outros quatro ainda é cedo para saber em que lugar.
O Porto, na mais longa "seca" de títulos da era Pinto da Costa, dá a clara sensação de ser uma equipa ainda em construção e que pese embora ter bons valores ainda lhe falta qualquer "coisa" para ser um candidato mais forte ao título.
No próximo domingo ao receber o Benfica "dirá" o que pode o campeonato esperar dele.
O Benfica era,para mim, no inicio da Liga o menos candidato dos candidatos.
Muito por força de ter perdido jogadores importantes e não ter, aparentemente, contratado reforços de idêntico valor.
Falo essencialmente de Gaitan, Renato Sanches e Talisca.
E a onda de lesões da pré temporada , que se estendeu ao inicio das competições , dizimou o plantel reforçando a ideia de que a candidatura ao titulo estava dificultada.
Mas , ao contrário de outros, Rui Vitória não se queixou das saídas nem das lesões.
Sabendo que nem tem o melhor plantel nem sequer o melhor onze reforçou os processos de jogo,a mecanização da equipa, tirou o melhor partido dos recursos disponíveis, manteve um forte espírito de grupo no balneário e tem hoje a melhor equipa do campeonato.
Que joga como um bloco, ataca e defende bem, não tem nenhum grande jogador (Salvio é o que mais se aproxima do conceito) mas é a que melhor e mais equilibradamente joga.
Se domingo ganhar no "Dragão" arrisco-me a dizer que será campeã.
Caso contrário será ,provavelmente, o mais forte candidato.
É um balanço  ao fim de nove jornadas.
Depois Falamos

Miséria Moral

Nada como este caso do aldrabão que declarou ter duas licenciaturas,quando apenas tinha meia dúzia de cadeiras feitas , para demonstrar a miséria moral da esquerda geringonçeira que governa este país depois de ter deitado ao lixo coerência e princípios apenas para se abarbatar à mesa do poder.
Comecemos de baixo para cima.
O aldrabão, que foi chefe de gabinete dos secretários de estado da juventude, e controleiro designado pelo ministro para vigiar os secretários de estado, sabendo que não era licenciado declarou que o era e a dobrar.
Não sei que espera o governo para apresentar queixa, ou o próprio Ministério Público por iniciativa própria,para lhe ser instaurado o competente processo crime.
Ou será que no país do "nacional porreirismo" não vai acontece nada e o aldrabão vai escapar sem ser responsabilizado?
Depois o ministro.
Que sabia de tudo desde sempre e ainda se mantém em funções depois de ter sido conivente numa situação que sabia ser fraudulenta.
Sabia!
Bastará atentar nas palavras do anterior secretário de estado da juventude e desporto.
Mas continua sem ter o pingo de vergonha que o devia levar à imediata demissão.
Pode o sistema de Educação de um país ser comandado por um ministro que pactua com declarações falsas e ainda por cima respeitantes a licenciaturas?
Parece-me óbvio que não.
Imagino o que já teria dito o canalha da Fenprof se isto se tivesse passado com um ministro do PSD...
Depois os partidos.
Do PS nem vale a pena falar.
Tudo apara, tudo aceita, tudo mistifica. Importa é manter o poder.
Mas o BE, agora transformado numa espécie de ETAR que tem como função converter em nada toda a porcaria que o governo faz, e o PCP antigamente um partido com a sua coerência mas que hoje não passa de um contentor de sapos, que diriam eles deste caso (e o adjunto de António Costa que se demitiu pelas mesmíssimas razões) se se tivesse passado no anterior governo?
Inquéritos parlamentares, demissões de ministros, do próprio governo tudo isso teriam exigido com o ruído que bem lhes conhecemos noutros tempos.
Agora...calam-se!
Princípios, coerência, valores tudo meteram na gaveta em prol das migalhas que vão caindo da mesa do poder.
Resta António Costa.
Conivente com todos os disparates dos seus ministros e secretários de estado.
Das viagens da Galp às demissões por falsas licenciaturas, depois dos aldrabões serem desmascarados pelo jornal "Observador", com tudo pactua, tudo desvaloriza,tudo branqueia em nome do objectivo supremo que o norteia  que é ganhar as eleições .
Mas dele, em bom rigor, nada se esperava quanto a ética e valores porque sabe-se, António José Seguro que o diga, do que a "casa" gasta.
O resto, partidos de esquerda,governantes e demissionários há que reconhecer que estão muito bem uns para os outros.
São farinha do mesmo saco!
Ficando confirmação que a esquerda que nos governa é ,para além de muito  duvidosa na competência (estou a ser muito generoso...) , moralmente uma miséria!
Depois Falamos

P.S. Não vale a pena como fez a ETAR/ BE tentarem comparar o caso de Miguel Relvas com estes.
Miguel Relvas tinha um diploma certificando a licenciatura. Se bem ou mal passado a responsabilidade não era dele mas sim da Universidade que lhe validou competências.
Estes aldrabões não tinham diploma nenhum!
Ah...e outra coisa: O anterior governo quando o caso foi despoletado enviou imediatamente o assunto para o Ministério Público.
Acho que até o mais empedernido dos geringonçeiros consegue perceber a diferença!

domingo, outubro 30, 2016

Um Vitoriano

Não conheço Mário Ferreira o accionista maioritário da SAD do Vitória.
Nunca falei com ele, nunca com ele me cruzei, não me lembro sequer de o ver pessoalmente, quando a SAD foi constituída e ele se tornou accionista já não estava há largos meses na direcção do clube pelo que não tivemos qualquer contacto.
Fui dos que estranhei a sua aparição, vindo da África do Sul e sem qualquer ligação conhecida ao clube e ao concelho de Guimarães, ainda por cima sabendo-se (nunca o escondeu) que o seu clube de coração era o Sporting e não o Vitória.
A verdade é que se tornou accionista maioritário e ajudou o clube a ultrapassar uma fase extremamente difícil num tempo em que outros que estavam mais perto e podiam ter ajudado não mexeram uma palha nesse sentido.
Por muito que custe essa é a verdade!
Nestes três anos e tal volvidos continuo a não conhecer Mário Ferreira.
Mas tenho vindo a ganhar um crescente apreço pela forma como ele vive o Vitória e pela ambição sempre revelada de projectar o clube/SAD para outros patamares de ambição e para outras conquistas não se escusando nunca a contribuir para isso.
Nunca.
Mesmo quando a sua disponibilidade não é devidamente considerada.
Não tenho a mínima duvida que nestes três anos Mário Ferreira aprendeu a amar o clube e é hoje tão vitoriano como qualquer vitoriano de nascença e tem nele a ambição que todos que tem paixão pelo Vitória possuem no seu ADN.
Nos últimos tempos tem vindo menos a Guimarães, pelo menos que se saiba, do que fazia anteriormente mas não tenho a mínima duvida que mesmo longe continua a seguir atentamente o Vitória e a prestar-lhe relevantes serviços que só o futuro revelará na sua plenitude.
Não tenho hoje nenhuma dúvida que Mário Ferreira é um grande vitoriano.
E que o Vitória tem muito a ganhar se souber potenciar a paixão que ele tem pelo clube.
Depois Falamos.

sexta-feira, outubro 28, 2016

Sugestão de Leitura

É, devo dizê-lo desde já, um livro extremamente interessante.
E há que salientar a coragem das suas autoras que ousaram escrever História em cima da...História sem deixarem decorrer um prazo temporal razoável para poderem fazê-lo não só com o necessário distanciamento em relação aos factos como também com o tempo necessário para uma pesquisa mais prolongada e minuciosa.
Mas ainda bem que o fizeram.
Porque escreveram um excelente livro de investigação, registando depoimentos e testemunhos de todas as partes envolvidas (embora nem sempre pela boca dos directos protagonistas) através de muitas dezenas de conversas e entrevistas.
É um livro que narra o dia a dia, desde a véspera das eleições legislativas até à tomada de posse do governo da geringonça, os avanços e recuos das negociações à esquerda, a simulação das negociações entre PS e PAF, as posições do Presidente da República e os estados de alma dos principais protagonistas políticos dos tempos que correm.
Nele se percebem um PSD e um CDS desenganados desde muito cedo, um PS dividido e hesitante, um PCP coerente nas suas posições e um BE com uma tremenda ânsia de poder a qualquer preço e talvez aquele que à esquerda mais tenha abdicado de posições de principio em prol de se chegar ao...poder.
É um livro indispensável a perceber como se chegou a este governo e que será também um bom guia para perceber os tempos futuros do acordo de umas esquerdas que nem à mesma mesa se conseguem sentar todas juntas.
Uma nota final sobre António Costa.
Não sei o papel que a História lhe reservará como político e primeiro-ministro nem ao governo que liderou. Só o futuro o dirá.
Mas este livro confirma aquilo que já sabia de António Costa como pessoa.
Não presta!
Depois Falamos.

Uma Grande Presidente

Vai-se aproximando do fim a campanha eleitoral norte-americana rumo à escolha dos eleitores a 8 de Novembro.
E ainda bem porque está a ser, por culpa exclusiva de Donald Trump, a campanha mais desinteressante, mais suja, mais empobrecedora da democracia que em mais de duzentos anos de História os americanos conheceram.
É impressionante como todos os dias o candidato do Partido Republicano consegue arranjar mais um argumento, mais uma frase, mais um conceito que envergonham os muitos que no seu partido nele não votarão e a própria democracia americana.
Mas do outro lado o panorama é, felizmente, bem diferente.
E nas suas sucessivas aparições públicas há alguém que pela empatia com o povo, pela inteligência, pela capacidade discursiva, pela clareza e brilho da argumentação tem demonstrado as qualidades necessárias a ser uma grande presidente dos Estados Unidos.
Refiro-me a Michelle Obama.
E se a actual primeira dama se tem destacado, e de que maneira, no apoio a uma ex primeira dama Hillary Clinton, é cada vez mais evidente que ela tem um brilho próprio que daqui a quatro, oito, doze anos a podem levar a também ela passar de ex primeira dama a presidente.
Feliz Partido Democrata que pode ter a questão da "Casa Branca" resolvida por quase duas décadas.
Estou certo que Hillary tem as qualidades necessárias a ser uma boa presidente e se eleita (como se espera) será seguramente melhor presidente do que foi candidata.
Mas há que admitir que hoje a "estrela" maior dos democratas, mais que Barak, Bill (Clinton) ou Hillary é Michelle.
O futuro será dela.
Se quiser...
Depois Falamos.

Portugal Não Pode Esperar

Foi anunciado por estes dias um novo movimento de reflexão dentro do PSD.
Coordenado por um conjunto de quadros (acima na imagem) entre os 31 e os 42 anos, com experiências profissionais e políticas bem diversas, integrará já cerca de cinco dezenas de militantes do partido que querem dar resposta aquilo que consideram uma lacuna do PSD nos tempos correntes e que é a falta de debate interno.
Debate de ideias, debate de projectos, análise social e produção teórica visando reforçar a social democracia como a ideologia única do PSD.
Conheço alguns, outros não, mas independentemente disso creio que surgem em boa hora.
Nos últimos anos, especialmente nos que decorreram entre 2011-2015, o partido esteve assoberbado com tarefas de governação num cenário dificílimo herdado (como sempre) da anterior governação socialista e a questão das ideias e da ideologia ficou para trás.
Teve de ser o pragmatismo a reinar.
Mas agora é tempo de o partido, sem descurar as tarefas de ser oposição/alternativa, reflectir sobre si próprio, sobre as suas ideias , o seu programa, o seu posicionamento estratégico na sociedade portuguesa.
E paras isso todos os contributos são bem vindos.
Especialmente os de quem tem ideias e quer discuti-las.
Num partido democrático e pluralista, como o PSD sempre foi e vai continuar a ser, o aparecimento deste tipo de movimento que não tem na sua génese nenhum projecto centrado na conquista do poder interno deve ser acarinhado e estimulado porque dá um contributo para que o partido seja melhor, mais forte, mais atractivo para os portugueses que dele esperam respostas para o futuro e não mais azia (por mais razão de ser que a sua existência tivesse) com um passado recente que não muda.
Aliás ao longo dos anos o PSD sempre se caracterizou por movimentos internos de reflexão política.
Bastará lembrar as "opções inadiáveis" no tempo de Sá Carneiro (um líder que sempre conviveu muito bem com divergências de opinião), o grupo "Nova Esperança" liderado por Marcelo Rebelo de Sousa e que teve um papel fundamental na subida de Cavaco Silva à liderança, ou o percurso feito pelo próprio Pedro Passos Coelho após a derrota de Manuel Ferreira Leite nas legislativas de 2009 e em que o actual líder social-democrata ia mais longe do que o novel grupo de reflexão e se propunha não só discutir ideias como contribuir para a substituição da líder do partido.
Venham pois os debates e as reflexões do "Portugal Não Pode Esperar" como contributo para um PSD mais forte, mais social democrata, mais credível como alternativa à geringonça.
Porque se Portugal não pode esperar o PSD não precisa!
Depois Falamos

Ridiculo

Pessoa amiga chamou-me a atenção para esta fotografia publicada na página de facebook do FCP e que mostra o jogador André André e a esposa na gala dos "dragões de ouro" e que é uma das muitas que lá estão de jogadores do clube e respectivas mulheres ou namoradas.
Mas mais do que a fotografia chamou-me a atenção para os comentários dos adeptos portistas à cor do traje da senhora.
Inenarráveis de parolice, provincianismo, estupidez e até falta de educação.
Só porque a senhora usou um traje vermelho (cor usada pelo Benfica)na gala do Porto!
Como se a cor vermelha fosse exclusiva do clube rival ou o estar numa gala de um clube obrigasse ao uso da cor desse clube.
Fizeram-me lembrar, pela negativa, aqueles paineleiros dos programas desportivos que todas as semanas usam a gravata da cor do clube que representam como se de um qualquer bilhete de identidade clubístico se tratasse.
Nalguns casos, mas aí a parolice é das televisões,até os copos que usam são diferenciados pelas cores clubisticas.
Não sei se este ano o vermelho é cor da moda (de moda assumo não perceber nada) mas só gente muito parola e muito provinciana implica com uma senhora pelos motivos pelos quais alguns adeptos portistas o fizeram com a mulher de André.
É evidente que as opiniões nas páginas de facebook só vinculam os seus autores e nada mais mas o facto de haverem muitos a comentar no mesmo sentido traduz a existência de mentalidades tacanhas e provincianas para as quais apenas conta a aparência e que defendem um fundamentalismo completamente ridículo.
Se pensam que assim servem o seu clube estão bem enganados.
Por que o verdadeiro amor a um clube não está na cor da gravata, do vestido, no pin que se traz na lapela ou na exorcização de tudo que é de cor diferente mas sim nas atitudes que contribuam para a cada momento ajudarem a engrandecer esse mesmo clube.
O que neste caso não é manifestamente o que acontece.
José Maria Pedroto, esse grande "Mestre" tão prematuramente desaparecido, costumava dizer que a sua grande obra no Porto fora libertar o clube do complexo provinciano que o assolava cada vez que atravessava a ponte da Arrábida!
Para alguns adeptos do Porto a ponte da Arrábida parece continuar a ser demasiado longa...
Depois Falamos.

quarta-feira, outubro 26, 2016

NBA

Começou ontem aquela que considero ser a competição desportiva mais profissional que se joga no mundo inteiro.
A NBA.
Não sou, nunca fui, especialmente aficcionado do basquetebol (resquícios do tempo em que praticava andebol no "Xico"...) mas gostando de desporto é impossível não gostar de uma competição que atinge o nível de espectacularidade do campeonato profissional de basquetebol norte-americano.
Grandes jogadores, grandes equipas, grandes desafios, pavilhões cheios em todos os jogos e toda uma organização em volta da competição que visa maximizar as potencialidades do espectáculo em todas as vertentes nomeadamente na financeira.
Um modelo de competição, dividido em duas "conferências" (Este e Oeste), que apura os melhores de cada para os play off e depois uma final à melhor de sete jogos que constitui o ponto alto da época e contribui de sobremaneira para o mediatismo e popularidade do campeonato e da própria modalidade.
Não me vou aqui debruçar sobre os diversos aspectos de grande profissionalismo que a NBA encerra.
Saliento apenas,porque exemplares, os critérios a que uma equipa tem de cumprir para poder jogar a competição.
Critérios financeiros rigorosos, exigência de recintos com todas as condições para praticantes e espectadores, números minímos em termos de médias de assistência, absoluta igualdade entre todos no recrutamento de jogadores oriundos dos campeonatos universitários (nos chamados drafts), tectos salariais entre muitas outras.
Este ano a NBA faz 70 anos.
No seu campeonato já não há estrelas como Wilt Chamberlain, Kareem Abdul Jabbar ou Michael Jordan mas nela continuam a jogar os melhores basquetebolistas do mundo que garantirão,uma vez mais, um campeonato espectacular.
Tenho alguma simpatia pelos Orlando Magic e pelos Chicago Bulls mas acho que os Cleveland Cavaliers,campeões em titulo, são a mais forte equipa.
Lá para a Primavera de 2017 saberemos.
Depois Falamos

Equipa B

Quando o Vitória decidiu criar a sua equipa B, em 2012, ficou desde logo claro que essa equipa tinha dois objectivos fundamentais que deviam nortear o seu projecto desportivo; manter-se na II Liga e preparar jogadores para a equipa principal.
Nessa primeira época o segundo objectivo foi atingido com brilho (ao ponto de os jogadores da B terem tido papel importante nas conquista da Taça de Portugal) mas o primeiro,por razões mais que dissecadas,não foi possível e a equipa desceu ao então campeonato nacional de seniores.
Regressou no ano seguinte, numa campanha épica em que os adeptos tiveram papel importante, e nos dois anos seguintes, liderada por Armando Evangelista e depois por Vítor Campelos conseguiu cumprir os seus objectivos.
Manutenção e preparação de jogadores para a A.
E conseguiu-o competindo num campeonato muito longo, duro, extremamente competitivo e onde as regras não favorecem as equipas B colocando-as em desvantagem perante todas as outras ao não permitirem, por exemplo, que inscrevam na ficha de cada jogo mais que um jogador com idade superior a 23 anos.
Este ano a Liga não começou bem.
Disputados doze jogos a equipa tem apenas três vitórias (mais oito derrotas e um empate), doze golos marcados e vinte e um sofridos, encontrando-se nos lugares de descida.
Não me parece que seja situação para especial alarme, faltando ainda trinta jogos para disputar, mas há já alguns indícios a pedirem rectificação para evitar males maiores.
Na época passada , por força das necessidades da equipa A e de outros condicionalismos que não vale a pena agora esmiuçar, Vítor Campelos viu-se obrigado a utilizar o absurdo número de 55 jogadores (!!!) ao longo da temporada o que foi seguramente um recorde entre todas as equipas que na Europa disputam competições profissionais.
Por isso considerei no final da época que a equipa técnica da B tinha feito um trabalho brilhante.
E fez!
Porque é um número que impede qualquer planificação,qualquer trabalho em profundidade,qualquer estabilização de uma equipa base.
Este ano, com apenas doze jogos disputados, já se viu obrigado a utilizar mais de trinta jogadores o que evidencia que nada foi alterado face à experiência do ano transacto e que vamos novamente por um caminho perigoso.
A par disso tem vindo a diminuir quer o número de jogadores oriundos da formação do clube quer o próprio número de futebolistas portugueses no plantel em favor da chegada de cada vez mais estrangeiros, especialmente africanos, que obrigam a um processo de adaptação ao clube,país e futebol que por cá se joga que se reflecte no rendimento da equipa.
Com especial incidência no caso dos jogadores africanos que podem ter qualidades fisícas e técnicas mas a quem falta a cultura futebolística que só uma boa formação nos escalões inferiores pode proporcionar.
E isso obriga a que os técnicos da B ainda tenham de se preocupar em lhes transmitir noções básicas do futebol em vez de se preocuparem apenas com a potencialização das suas qualidades futebolísticas nos casos em que elas existem indubitavelmente.
São sinais de alerta que devem ser seguidos.
E o próprio Pedro Martins deve consciencializar-se que também é responsável pelo atingir dos objectivos da equipa B nas duas vertentes e não apenas no dar oportunidades aos jovens que nela mais se destacam.
Significa isso que sem prejuízo dos objectivos da equipa A, os mais importantes do clube, devem ser criadas condições no trabalho semanal das duas equipas para que o treinador da B possa trabalhar cargas horárias razoáveis com os jogadores (chamados a trabalhar com a A durante a semana) que vai utilizar ao domingo e não recebe-los e pô-los a jogar sem uma única hora de treino conjunto com os que trabalharam toda a semana na B.
Nada está perdido.
E com bom senso, concertação de esforços e racionalização da gestão desportiva estou crente que a equipa B alcançará a manutenção e continuará a preparar excelentes jogadores para subirem à equipa A no tempo certo.
Depois Falamos

segunda-feira, outubro 24, 2016

O "Caso" Marega

Ontem, ao ser substituído no Estoril-Vitória , Marega protagonizou uma atitude que não lhe fica bem e em que demonstrou falta de respeito pelo treinador, pelos colegas e pela camisola que veste.
Não foi o primeiro, nem será o último, jogador a reagir mal quando é substituído porque nenhum gosta de sair (salvo lesão ou fadiga) mas é evidente que procedeu mal porque o critério do treinador tem de ser respeitado em todas as circunstâncias.
Os adeptos tem o direito de concordarem ou discordarem mas para os profissionais só há uma atitude que é aceitarem o critério de quem os comanda.
Porque não há nenhum jogador mais importante do que a camisola que veste nem há jogadores com estatuto de insubstituíveis e outros que podem ser substituídos quando é do interesse da equipa.
Para o treinador são todos iguais.
Parágrafo.
Sabida a forma intensa como os vitorianos vivem o clube ontem nas redes sociais já se liam opiniões para todos os gostos: Desde os que advogavam severas punições ao jogador aqueles que achavam que ele fez muito bem porque não era ele que tinha de sair ou porque a atitude apenas mostrava "garra, empenho e espírito conquistador" !!!
Creio que nem uns nem outros tem razão.
Muito menos os que pretendem desculpabilizar um acto de indisciplina com base em critérios pessoais que não interessam para nada ("não era ele que devia sair") ou confundindo empenho e espírito de conquista com indisciplina e uma atitude de mau profissionalismo.
Creio que não vale a pena empolar o assunto.
Marega procedeu mal mas a solução para o assunto está, e deve ficar, dentro do balneário.
Onde o jogador deve pedir (provavelmente já pediu) desculpa ao treinador e aos colegas e depois sujeitar-se à avaliação que do caso façam quer o técnico quer o vice presidente com a responsabilidade do futebol.
Na vertente desportiva e disciplinar
Que pode ficar por uma repreensão do treinador (ao que se sabe o jogador é por norma disciplinado e não há registo de situações idênticas) , pela sua ida para o banco no próximo jogo ou no limite até por ficar fora dos convocados se o treinador entender que assim deve ser.
Disciplinarmente treinador e vice presidente decidirão se há ou não lugar a uma multa como forma de o jogador sentir bem o quanto errou.
É assim que deve ser.
Um assunto a resolver internamente, sem empolamentos nem desvalorizações de atitudes, que permita manter o balneário unido (pelo exemplo) e a Marega continuar a ser o jogador importante que tem sido nesta equipa.
Afinal transformar o "caso" num "não caso".
Depois Falamos.

Triunfo Categórico

O "António Coimbra da Mota" não é um estádio com que o Vitória se dê particularmente bem e o facto de nos quatro últimos anos o Estoril se ter classificado melhor que o Vitória em três obrigava a que a abordagem ao jogo fosse feita com as devidas cautelas.
E Pedro Martins fê-lo sem sombra de dúvida.
Uma equipa bem estruturada (na qual continua a "sobrar" Hurtado...), uma atitude perante o jogo muito correcta desde o primeiro minuto com o Vitória a assumir a responsabilidade de ser a melhor equipa, uma ambição bem patente na forma como assumiu o "assalto" à baliza estorilista procurando o golo.
Não foi uma exibição extraordinária, nem sequer daquelas para recordar por muito tempo, mas foi uma exibição sólida, competitiva,daqueles que em continuidade ao longo de uma época permitem atingir classificações europeias pela estabilidade na qualidade chamemos-lhe assim.
Em termos de exibições individuais há que destacar a subida de forma de Bruno Gaspar, a boa movimentação da dupla João Pedro/Rafael Miranda, o sentido goleador de Soares e o futebol entusiasmante de Rafinha que promete ir a caminho de uma bela carreira numa equipa que esteve globalmente bem e em que a entrada de João Aurélio resultou em claro benefício para o "onze".
Devo aliás dizer que tenho gostado bem mais das prestações de João Aurélio a médio do que a lateral direito.
Foi um triunfo importante.
Porque face a um Estoril que não é rival mas tem sido adversário directo e porque recoloca o Vitória num lugar europeu antes da deslocação a Vila do Conde e à recepção ao Nacional da Madeira dois jogos que saldando-se em triunfos vitorianos consolidam o estatuto europeu.
A arbitragem de Carlos Xistra este ao nível a que nos habituou.
Fraquíssima.
Com fortes razões de queixa para o Vitória ao não marcar duas grandes penalidades que me pareceram claras porque nos "golos" anulados creio que acertou na decisão.
Depois Falamos

A Fábula

Um dia, trinta anos atrás, um jornalista benfiquista chamado Alfredo Farinha que ao tempo trabalhava no jornal benfiquista "A Bola"entrevistou o então presidente do Benfica Jorge de Brito que a certa altura da entrevista resolveu inventar a fábula de que o clube da Luz tinha seis milhões de adeptos!
Disse seis como podia ter dito cinco ou sete.
Foi o número que lhe veio à cabeça e o jornalista deu-o imediatamente como verdadeiro.
E a fábula pegou sendo repetida ao longo dos anos incontáveis vezes sem qualquer preocupação de rigor mínimo.
Ontem no estádio do Restelo, situado na freguesia lisboeta com o mesmo nome, o clube da casa recebeu a visita de outro clubes lisboeta mas esse sediado na freguesia de Benfica e cujo estádio se situa a cinco ou seis quilómetros de distância.
Dois clubes da mesma cidade embora de bairros diferentes.
O Restelo tem actualmente como lotação oficial cerca de vinte mil lugares pelo que recebendo o clube dos seis milhões era de esperar lotação esgotada e milhares de adeptos do clube visitante à porta do estádio sem bilhete para entrarem.
Mas qual quê.
Inacreditavelmente, para os que acreditam na fábula, apenas estavam 12.236 espectadores(pouco mais de meia casa)  dos quais uma parte era adepta do Belenenses pelo que dos seis milhões terão aparecido seis ou sete mil apenas!
Qualquer coisa como 0,1% do total constante da fábula.
A jogarem na sua cidade a meia dúzia de quilómetros do seu estádio!
Não fossem os adeptos de sofá, não fossem os parolos que são por vitórias e não por clubes , não fossem aqueles que pelo país fora preferem apoiar um clube que alguns veem jogar "ao vivo"uma ou duas vezes por ano e outros nem isso (já para nem falar dos que nunca viram...)em vez de apoiarem os que representam as suas terras e o jogo de ontem teria sido apenas aquilo que devia ser sempre.
Um dérbi entre dois clubes de Lisboa .
Cuja dimensão em termos de adeptos devia ser na proporção directa das suas zonas de implantação associativa e comunitária.
E se isto vale para o Benfica vale igualmente para Sporting e Porto.
Com a diferença de que pelo menos em relação a SCP e FCP ninguém nos maça com a fábula dos seis milhões!
Depois Falamos

domingo, outubro 23, 2016

Subjectividades...

Às vezes a subjectividade dá muito jeito.
Por exemplo quando tem de se comparar realidades que por isto ou por aquilo não dá jeito comparar e por isso há sempre o refúgio de dizer que não se podem fazer comparações sobre realidades de tempos distintos e por isso qualquer comparação é subjectiva.
E isto vale para a política, para o desporto, para o associativismo, para a literatura, para a música, para o cinema,para o teatro e para o que mais se quiser.
Claro que é subjectivo comparar as presidências de Bernardino Machado e Mário Soares.
Claro que é subjectivo comparar o primeiro ministro Vasco Gonçalves com o primeiro ministro Pedro Passos Coelho.
Claro que é subjectivo comparar um filme de John Ford com um de Steven Spielberg.
Ou um livro de António Lobo Antunes com um de Camilo Castelo Branco.
Ou o Ferrari de Sebastien Vettel com o de Nikki Lauda.
Ou uma música de Beethoven com uma dos Beatles.
Ou a selecção do Brasil que venceu o Mundial de 1970 (Pelé, Tostão, Rivelino,Gerson,Jairzinho, etc) com a que vnceu o mundial de 2002.
Não há comparação possível entre os exemplos e por isso nem vale a pena compará-los.
Não são comparáveis. Ponto!
Mas há outras coisas que embora em tempos diferentes e realidades distintas é possível comparar sem usar a subjectividade como desculpa para não o fazer ou até para justificar o injustificável.
Não é subjectivo dizer que Ramalho Eanes foi melhor Presidente do que Américo Tomás.
Ou Cavaco Silva melhor primeiro ministro que Pinheiro de Azevedo.
Ou Francis Ford Copolla melhor realizador do que Bob Fosse.
Ou Eça de Queiroz melhor escritor que Margarida Rebelo Pinto.
Ou que a Ferrari é melhor que a Force India.
Ou que uma musica do U2 é melhor que outra de Quim Barreiros.
Ou que Paulinho Cascavel foi melhor ponta de lança que Santana Carlos.
O que não é passível de ser comparado não se compara mas há comparações que sendo possíveis devem ser feitas sem refúgio na subjectividade.
Vale para estes exemplos e vale para muitos outros especialmente quando se ouvem e leem afirmações que nem a mais oportuna subjectividade pode sustentar sem dar azo a uma saborosa gargalhada.
Depois Falamos.

Bem !

Estas fotografia é conceptual e filosoficamente muito interessante.
Porque juntando todos os jogadores das duas equipas profissionais do Vitória, bem como respectivas equipas técnicas e alguns administradores da SAD, traduz aquilo que em termos de filosofia competitiva deve ser uma realidade constante e que é o que em tempos defini (quando tinha a responsabilidade de liderar o futebol-e as modalidades-do Vitória) como um plantel e duas equipas!
Ou seja não deve haver plantel A e plantel B mas um único plantel do qual as equipas técnicas decidem quem vai jogar em cada momento em cada uma das equipas.
Para que todos os jogadores se sintam integrantes de um só projecto e todos sintam a responsabilidade de contribuírem para as duas equipas atingirem os seus objectivos nas competições em que participam.
E que são claros:
A equipa A deve lutar por um lugar nos quatro primeiros e assumir a sua candidatura a ganhar a Taça de Portugal e a Taça da Liga embora sabendo da dificuldade em cumprir todos esses objectivos e a equipa B deve assegurar a manutenção na II liga e preparar jogadores para serem utilizados na equipa principal sempre que necessário ou quando a sua evolução justifique uma estabilização nessa equipa.
Isso implica para os jogadores grande profissionalismo e disponibilidade para jogarem onde o clube precise, implica um diálogo permanente entre Pedro Martins e Vitor Campelos com cada um deles a assumir que os resultados do outro também são dele e implica que a SAD faça uma gestão desportiva competente e moderadora dos interesses individuais (respeitáveis) de cada jogador e essencialmente de cada treinador mas não se esquecendo de encarar a realidade de duas equipas profissionais que tem de ter tratamento e atenção distinto.
Conceptualmente é assim que deve ser.
E para ambas as equipas terem sucesso e cumprirem objectivos não pode deixar de ser assim!
Sobrevalorizar tudo que diz respeito à equipa A e subvalorizar o que diz respeito à B acabará inevitavelmente com o insucesso desta (como em 2012-2013) que se reflectirá nos interesses e objectivos da A.
De qualquer forma, e embora a realidade tenha andado quase sempre algo distante do que conceptualmente devia acontecer no que à equipa B toca, acho que esta fotografia é em termos de filosofia um bom passo e quem sabe um despertar para a necessidade de mudar a forma de gerir os interesses do plantel e das duas equipas.
Há agora que passar da filosofia à prática!
Depois Falamos.

P.S O facto de os habitualmente utilizados na A equiparem de branco e os da B de preto também me parece conceptualmente correcto.

Nunca Visto

Poucas coisas darão tanto a noção da pequenez em que vivemos como esta inusitada atenção que a comunicação social tem dado ao caso do suspeito dos crimes em Aguiar da Beira.
Não sei quantas horas de directos, reportagens, entrevistas e debates já foram feitos em volta dos crimes e do desaparecimento do único suspeito da sua autoria.
Mas seguramente um número absurdo.
Que dá bem ideia das preferências dos telespectadores que em número igualmente absurdo consomem "produtos" televisivos recheados de sangue, crimes e desgraças alheias como se porventura fossem assuntos a merecerem semelhante interesse.
Pobre país.
E pobres autoridades que para além de terem de descobrir um foragido perigoso ainda tem de suportar, em nome de uma mais que duvidosa liberdade de expressão em casos como este, os constantes directos televisivos que tem sido seguramente um precioso auxiliar para quem estando em fuga precisa de saber por onde andam aqueles que o procuram para melhor lhes fugir.
Basta um telemóvel com essa capacidade e sintonizando RTP/SIC/TVI/CMTV tem a tarefa facilitada.
Enfim...
Depois Falamos

Sorteios...

Os sorteios, desde que sérios, são mesmo assim.
Umas vezes saem adversários que são do nosso agrado, outras vezes alguns que não agradam nada e outros ainda proporcionam jogos de resultado imprevísivel e que só depois de jogados se sabe se foram bons ou maus.
Um jogo entre Vitória e Boavista é sempre um jogo especial.
E então quando o encontro é na Taça de Portugal ainda mais especial se torna.
Porque a longa inimizade entre vitorianos e boavisteiros teve o seu expoente numa final da Taça de Portugal, jogada no estádio das Antas em 1976, e em que apenas uma arbitragem miserável do famigerado António Garrido impediu o Vitória de ganhar a sua primeira Taça adiando por trinta e seis longos anos essa primeira conquista.
E como  esse roubo descarado de 1976 se veio juntar a outro roubo ,igualmente descarado mas menos visível (não era uma final de Taça), ocorrido em 1975 no nosso estádio quando perante o mesmo adversário o mesmo árbitro protagonizou outra arbitragem fraudulenta tirando-nos o quarto lugar e consequente apuramento para a taça Uefa nunca mais os vitoriano puderam olhar o Boavista que não fosse com o profundo ressentimento de quem por duas vezes consecutivas vira o "sistema" roubar-lhe uma taça e uma ida à Europa.
Depois, nos quarenta anos que se seguiram a esse furto nas Antas, foram muitos os episódios em que ao sabor do "Apito Dourado" o Vitória teve muitos problemas nos jogos com o Boavista incluindo a disputa de lugares europeus.
E por isso é um adversário que não gosto de encontrar.
Não pelo seu poderio, que é uma caricatura do que foi no passado, mas porque é um clube que traz sempre recordações penosas de um passado que podia ter sido bem melhor,para o Vitória,  senão fosse o poder que o Boavista durante muitos anos teve nos bastidores.
Mas foi o que saiu.
Há que jogar e há que vencer.
Mais que não seja para ir exorcizando esse passado que atrás referi.
Importará dizer que na ultima vez que as duas equipas se encontraram para a Taça foi igualmente no Bessa e o Vitória venceu por ,salvo erro, dois golos sem resposta num tempo em que os axadrezados andavam pela II liga.
Que sirva de inspiração.
Depois Falamos

quarta-feira, outubro 19, 2016

Guimarães e Vitória

A semana passada a SAD do Vitória levou a cabo uma iniciativa louvável.
Promoveu uma visita dos jogadores e equipa técnica do Vitória A a alguns dos principais monumentos da cidade de Guimarães seguida de uma visita ao centro histórico-património mundial- permitindo aos profissionais do clube conhecerem melhor a cidade (claro que não estamos a falar de nomes como Moreno,João Pedro ou João Miguel Silva,por exemplo, que são vimaranenses) e simultaneamente conviverem com os adeptos.
É uma excelente iniciativa, repetindo aliás, o que já fora feito em épocas anteriores com excepção da ultima porque permite consciencializar os jogadores que actuarem no Vitória é completamente diferente de o fazerem em qualquer outro clube português.
É uma instituição com uma profunda ligação à cidade,concelho e região, com adeptos únicos no fervor com que apoiam o clube , inserido numa comunidade desportiva em que o bi clubismo é quase unanimemente rejeitado (  em que os que são "grandes" em quase todo o lado não passam dos maiores dos pequenos quando nos visitam) e que traz nas camisolas o símbolo maior da História de Portugal que também dá o nome ao estádio em que actuam.
É um clube diferente.
Orgulhosamente diferente.
E por isso todas as iniciativas como esta são de louvar e aplaudir porque ajudando os nossos profissionais a perceberem melhor a responsabilidade de vestirem a nossa camisola também os motiva a darem tudo na sua defesa.
A única coisa que não percebi foi a razão dos profissionais da equipa B não terem também integrado a visita.
Também para eles , por todas as razões, será bom perceberem desde logo o clube em que jogam e o "peso" da camisola que vestem.
Pormenor a corrigir em próxima oportunidade.
Depois Falamos

terça-feira, outubro 18, 2016

Factos

Tenho pena que alguns não percebam, e outros percebam mas façam de conta que não, que as opiniões que aqui, no facebook ou noutros espaços vou dando sobre o Vitória tem apenas e só a ver com o meu entendimento daquilo que é melhor para o clube.
Posso,aqui ou ali, estar errado, a minha opinião não ser a melhor, os caminhos que preconizo poderem por isto ou por aquilo, neste ou naquele contexto, não serem os mais adequados.
Admito isso com a tranquilidade de quem opina de boa fé e deseja que o Vitória seja sempre bem sucedido em todas as modalidades e em todas as competições.
Umas vezes tenho razão e outras não como sucede com todos que tem opinião própria e não ao arrasto de opiniões de terceiros.
Tal como não tenho nada de pessoal contra ninguém que esteja ou tenha estado no clube porque não misturo estados de alma e eventuais questões pessoais com opiniões públicas que se desejam o mais objectivas possível.
Agora não abdico, isso não, de afirmas a minha razão quando a tenho.
E vou dar dois exemplos recentes.
Armando Evangelista e Sérgio Conceição.
Como os leitores estarão recordados manifestei, no início da época passada, a minha discordância com a promoção de Armando Evangelista da equipa B para a equipa A por várias razões mas essencialmente porque não o achava ainda preparado para treinar uma equipa com esse nível de exigência.
Para alguns, aqui mas especialmente no facebook, caiu "o Carmo e a Trindade"!
O que se disse e comentou na altura por essa simples opinião. Quem os ouvisse só faltava equipararem Evangelista a Mourinho ou Guardiola.
Quando um mês e pouco depois de começar a Liga foi despedido esses críticos da minha opinião evaporaram-se.
Não houve um, para amostra, que por honestidade intelectual viesse dizer que eu tinha razão.
Foi na altura contratado Sérgio Conceição.
Contratação de que também discordei por entender que não tinha o perfil, a postura e o percurso que o recomendasse para treinar o nosso clube e menos ainda numa altura em que a equipa exigia bom senso, tranquilidade e experiência.
Os críticos reapareceram.
Nuns casos os mesmos , noutros alguns que acreditavam (e estavam no seu direito)no treinador e noutros ainda o conhecido grupinho que está sempre de acordo com tudo que a SAD do Vitória decide.
A verdade é que se Evangelista conseguira a "proeza" de ser eliminado da Liga Europa pelo Altach já Sérgio Conceição não lhe ficou atrás ao ser eliminado da Taça de Portugal pelo Penafiel da II liga e ao terminar o campeonato num indecente  (para um clube como o Vitória) 10º lugar da classificação.
Com uma equipa que dava, bem treinada, para se apurar para a Liga Europa.
Mais uma vez os críticos se evaporaram.
E alguns tão defensores que eram do treinador, das suas exaltações no banco (que muitos confundem com liderança) e prontos no esquecer do triste episódio do "vai não vai" para o Porto que mostrou bem o quanto estava empenhado no nosso projecto.
Confesso que não tive nenhum prazer em ter razão.
Tomara eu, como vitoriano, que Armando Evangelista tivesse tido sucesso ou se tal não fosse possível que o sucesso tivesse chegado com Conceição.
A verdade é que não tiveram.
Mas deu-me algum gozo, isso admito, ver como esses sempre tão prontos a discordarem do que escrevo meteram " a viola ao saco" e sem terem a hombridade de reconhecerem que estavam errados fazerem ainda assim do seu silêncio a prova da minha razão.
Depois Falamos

P.S. Depois de saírem do Vitória a sorte não tem sorrido aos dois ex treinadores o que lamento.
Evangelista fez dez jogos no Varzim e já foi despedido enquanto Conceição nem clube arranjou para treinar esta época.

Limpar o Lixo

Há muito lixo humano no facebook.
Que se dividem, grosso modo, em dois grandes géneros que depois se dividem em várias subespécies que seria fastidioso estar aqui a enumerar.
Fiquemos pois pelos géneros.
Um é o daqueles que tem páginas reais,que correspondem ao nome do proprietário, e que andam pela rede social convictos de que podem dizer o que querem e lhes apetece, com a linguagem que usam em casa mas não deviam usar num sitio público, usando expressões e conceitos completamente deploráveis.
E se o fazerem-no nas suas páginas já é mau que baste o fazerem-no também em páginas alheias é completamente inaceitável e revela mau carácter, má educação e total falta de respeito pelo espaço alheio.
Claro que "suas excelências" quando os alvos das suas invasões e insultos (é...chega-se a isso) os bloqueiam ficam muito aborrecidos e desatam a perorar sobre democracia e liberdade esquecendo que os seus comentários e expressões nada tem a ver com esses valores fundamentais.
Mas depois há o outro género.
Mais perigoso.
Que é a praga dos perfis falsos.
Onde cobardes sem honra nem coragem, nem educação e princípios, dão vazão ao lixo que lhes vai nos presumivelmente existentes cérebros para atacarem de forma cobarde e soez todos aqueles que não lhes agradam e escrevem textos e opiniões que mexem com os seus interesses.
Há muitos desses perfis.
Cada vez mais diria.
Comigo não tem sorte nenhuma.
Porque nem me intimido com o que escrevem nem facilito a continuidade dos escritos.
Já fui mais tolerante,é verdade, mas agora acabou de vez porque todos nos cansamos de aturar o que não temos de ...aturar.
Quem não nem a educação, o respeito, a urbanidade de estar numa rede social para discutir ideias de forma sustentada tem sempre as suas páginas para dar vazão ao lixo que tem na cabeça.
Na minha página de facebook acabou.
Acabou para os que escrevem e para os que depois vão para as páginas deles darem-lhes razão, aplaudirem-nos, incentivarem-nos a fazerem mais e pior.
Felizmente há no facebook uma opção chamada "Bloquear".
Que nunca é usada com os verdadeiros amigos,que são aqueles que gostam de discutir ideias, mas que será usada sem hesitações para arrumar com o lixo que aparece numa rede social que passava bem sem ele.
Depois Falamos.