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quarta-feira, outubro 26, 2016

Equipa B

Quando o Vitória decidiu criar a sua equipa B, em 2012, ficou desde logo claro que essa equipa tinha dois objectivos fundamentais que deviam nortear o seu projecto desportivo; manter-se na II Liga e preparar jogadores para a equipa principal.
Nessa primeira época o segundo objectivo foi atingido com brilho (ao ponto de os jogadores da B terem tido papel importante nas conquista da Taça de Portugal) mas o primeiro,por razões mais que dissecadas,não foi possível e a equipa desceu ao então campeonato nacional de seniores.
Regressou no ano seguinte, numa campanha épica em que os adeptos tiveram papel importante, e nos dois anos seguintes, liderada por Armando Evangelista e depois por Vítor Campelos conseguiu cumprir os seus objectivos.
Manutenção e preparação de jogadores para a A.
E conseguiu-o competindo num campeonato muito longo, duro, extremamente competitivo e onde as regras não favorecem as equipas B colocando-as em desvantagem perante todas as outras ao não permitirem, por exemplo, que inscrevam na ficha de cada jogo mais que um jogador com idade superior a 23 anos.
Este ano a Liga não começou bem.
Disputados doze jogos a equipa tem apenas três vitórias (mais oito derrotas e um empate), doze golos marcados e vinte e um sofridos, encontrando-se nos lugares de descida.
Não me parece que seja situação para especial alarme, faltando ainda trinta jogos para disputar, mas há já alguns indícios a pedirem rectificação para evitar males maiores.
Na época passada , por força das necessidades da equipa A e de outros condicionalismos que não vale a pena agora esmiuçar, Vítor Campelos viu-se obrigado a utilizar o absurdo número de 55 jogadores (!!!) ao longo da temporada o que foi seguramente um recorde entre todas as equipas que na Europa disputam competições profissionais.
Por isso considerei no final da época que a equipa técnica da B tinha feito um trabalho brilhante.
E fez!
Porque é um número que impede qualquer planificação,qualquer trabalho em profundidade,qualquer estabilização de uma equipa base.
Este ano, com apenas doze jogos disputados, já se viu obrigado a utilizar mais de trinta jogadores o que evidencia que nada foi alterado face à experiência do ano transacto e que vamos novamente por um caminho perigoso.
A par disso tem vindo a diminuir quer o número de jogadores oriundos da formação do clube quer o próprio número de futebolistas portugueses no plantel em favor da chegada de cada vez mais estrangeiros, especialmente africanos, que obrigam a um processo de adaptação ao clube,país e futebol que por cá se joga que se reflecte no rendimento da equipa.
Com especial incidência no caso dos jogadores africanos que podem ter qualidades fisícas e técnicas mas a quem falta a cultura futebolística que só uma boa formação nos escalões inferiores pode proporcionar.
E isso obriga a que os técnicos da B ainda tenham de se preocupar em lhes transmitir noções básicas do futebol em vez de se preocuparem apenas com a potencialização das suas qualidades futebolísticas nos casos em que elas existem indubitavelmente.
São sinais de alerta que devem ser seguidos.
E o próprio Pedro Martins deve consciencializar-se que também é responsável pelo atingir dos objectivos da equipa B nas duas vertentes e não apenas no dar oportunidades aos jovens que nela mais se destacam.
Significa isso que sem prejuízo dos objectivos da equipa A, os mais importantes do clube, devem ser criadas condições no trabalho semanal das duas equipas para que o treinador da B possa trabalhar cargas horárias razoáveis com os jogadores (chamados a trabalhar com a A durante a semana) que vai utilizar ao domingo e não recebe-los e pô-los a jogar sem uma única hora de treino conjunto com os que trabalharam toda a semana na B.
Nada está perdido.
E com bom senso, concertação de esforços e racionalização da gestão desportiva estou crente que a equipa B alcançará a manutenção e continuará a preparar excelentes jogadores para subirem à equipa A no tempo certo.
Depois Falamos

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