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quinta-feira, janeiro 31, 2019
terça-feira, janeiro 29, 2019
Notas Soltas
Para variar vou hoje abordar três temas da actualidade vimaranense que me parecem merecer particular atenção face ao interesse de que se revestem e à história já longa (pelo menos em dois deles) que trazem consigo.
O primeiro tem a ver com a transmissão das assembleias municipais através da internet para a generalidade dos vimaranenses poder ter acesso na comodidade das suas casas às sessões do seu parlamento autárquico.
Foi umas causa do PSD ao longo do mandato anterior, alvo de várias moções apresentadas pelo partido em sede de assembleia municipal para que as transmissões fossem efectuadas e pela qual, causa, me bati enquanto deputado municipal fazendo várias intervenções no plenário nomeadamente em declarações de voto.
Foram quatro anos de insistência e de persistência, quatro anos em que
PSD,CDS e MPT (que formavam a coligação Juntos por Guimarães) e também CDU e BE
se bateram por algo que era do interesse da generalidade dos vimaranenses mas
que esbarrou sempre na teimosia, no conservadorismo e no receio da bancada do
PS que usou (mal) a sua maioria para chumbar sucessivas propostas nesse
sentido.
Ao que vejo, finalmente, o PS caiu na realidade e hoje as transmissões
da Assembleia Municipal na internet, via canal You Tube, são uma realidade que
coloca Guimarães em linha com uma prática democrática e de reforça da transparência
que já existe há muito em muitos outros municípios.
Já não sou, desde Setembro de 2018, deputado municipal nem sequer militante
do PSD mas não deixo de me congratular por ver o triunfo de uma causa pelo qual
me bati convictamente durante anos sabendo que estava do lado da razão.
Escusava era de ter sido uma derrota do PS, que adiou anos o inadiável
e foi várias vezes alertado na AM para a inevitabilidade de ter de ceder na sua
teimosia, mas cada um escolheu livremente seu caminho nesta matéria.
Onde PSD, CDS,MPT, CDU e BE tiveram sempre razão e o PS nunca a teve.
O segundo tema tem a ver com a inevitável (segundo palavras do
presidente da câmara) adesão de Guimarães a uma duvidosa prática chamada “taxa
turística” ou coisa do género e que é mais uma forma de o poder, neste caso o autárquico,
ir ao bolso dos cidadãos buscar mais uns cobres na sua insaciável sede de
arrecadar dinheiro.
É uma prática seguida noutros pontos do país, iniciada em Lisboa
quando o presidente da câmara era o actual primeiro-ministro, que tem na sua
génese o duvidoso princípio de fazer com que cada português se sinta um turista
no seu próprio país cada vez que dorme fora de sua casa numa qualquer unidade hoteleira
de um concelho em que não resida.
Com algum exagero, é certo, mas é mais ou menos isso.
É evidente que se esta taxa aplicada a estrangeiros que nos visitam é
duvidosa mas ainda se percebe já aplicada a quem viaja de férias ou em trabalho
no seu próprio país é completamente condenável e apenas justificada pela tal
ânsia dos governos autárquicos, muito à imagem de alguns governos centrais,
quererem ir ao bolso dos seus concidadãos de toda a forma e feitio.
E se em cidades como Lisboa, onde actualmente resido e constato todas
os dias essa realidade, há um quase excesso de turistas que ainda podem
justificar essa taxa já em cidades como Guimarães que se queixa com razão de
ter um tipo de turista que visita mas não dorme, preferindo ir fazê-lo ao Porto
ou até a Braga, tenho as maiores duvidas que a introdução da taxa tenha outro
resultado do que ainda piorar esse índice de dormidas.
Mas a irresistível vontade de ir ao bolso de quem nos visita aliada ao
desejo quase freudiano de copiar tudo que se faz noutros sítios, ainda que
profundamente errado, tinham fatalmente que dar nisto.
O terceiro tema tem a ver com o anúncio feito na Assembleia Municipal,
pelo presidente de câmara, de que pretende começar as obras na rotunda de Silvares
lá para Julho ou Agosto (prudentemente não referiu o ano mas supõe-se que seja
este de 2019…) depois de anos e anos de incompreensível nada fazer por
sucessivos executivos do PS que tiveram tudo o necessário para arrancarem com a
obra menos a vontade política de a fazerem.
Anuncia-se para Julho ou Agosto a dois ou três meses das eleições
legislativas e com a conclusão da mesma no ano anterior às autárquicas o que
dará sempre jeito a António Costa e a Domingos Bragança exímios em gerirem
calendários eleitorais no superior interesse do PS e não dos cidadãos.
Mas nessa como noutras matérias não há males que sempre durem!
Convincente
O Vitória fez em Vila da Feira, perante um adversário valoroso mas em grandes dificuldades na tabela classificativa, uma boa exibição coroada com triunfo justo mas que pecou por algo escasso face ao que foi o domínio vitoriano.
A equipa entrou muito bem no jogo fazendo um golo aos cinco minutos e criando outras oportunidades que por esta ou aquela razão não foram convertidas, uma realidade a que vamos estando bem(mal) habituados face ao que se tem visto ao longo da época, mas indiciavam uma superioridade que o desenrolar da partida viria a confirmar.
Superiormente apoiados por uma massa adepta que num dia e num horário completamente impróprios para consumo fizeram questão de mais uma vez marcarem presença, e darem à sua equipa a sensação de estar a jogar intra muros, os jogadores de Luís Castro tiveram depois de suportar a natural reacção do Feirense que tentou contrariar a corrente do jogo e chegar a uma igualdade que conseguiria perto do intervalo logo a seguir a um lance polémico de que falaremos depois.
Quis contudo a fortuna,que tantas vezes nos tem faltado, que no lance de resposta o Vitória voltasse a marcar num espectacular golo de Tozé e fosse para o descanso em vantagem no marcador o que dá sempre o seu jeito.
No segundo tempo, completamente dominado pelo Vitória, a defensiva do Feirense e o seu guarda redes conseguiram evitar o terceiro golo vitoriano em vários lances bem gizados pela equipa vitoriana enquanto Douglas se limitou a agarrar alguns cruzamentos e pouco mais tal a segurança com que a equipa se exibiu.
No plano individual destaque para as exibições de Tozé (coroada com dois golos) e de Joseph, a boa estreia de Frederico Venâncio e a excelente entrada em jogo de Davidson enquanto Ola John terá sido, uma vez mais,a unidade de menor rendimento e cuja titularidade é difícil de compreender.
Como também não se compreende que a três dias do fecho do mercado, e já livre de alguns excedentários, o Vitória continue sem reforçar algumas posições mais carentes de outras soluções como o eixo do ataque por exemplo.
Sobre o trabalho do árbitro Nuno Almeida há a dizer que teria rubricado excelente exibição não fora o grave erro de ter deixado passar em claro um penálti cometido por Sacko (mão na bola), aos 40 minutos da primeira parte, num lance que ao arbitro pode ter deixado duvidas mas ao VAR não tão clara é a falta nas repetições televisivas.
A verdade é que não marcaram e disso beneficiou o Vitória sem que tal ensombre o mérito do seu triunfo.
Depois Falamos
segunda-feira, janeiro 28, 2019
Sugestão de Leitura
Sim. É mesmo caso para ter medo!
Porque neste excelente livro de Bob Woodward, um dos maiores jornalistas americanos dos últimos 50 anos, é traçado um retrato arrepiante do actual presidente dos Estados Unidos que deixa no ar interrogações tremendas.
A maior das quais é como pôde Donald Trump ser eleito.
Porque não terá havido nos últimos 100 anos da democracia americana ninguém tão incapaz, indigno e impreparado para ser presidente da maior potência do planeta Terra.
Um homem amoral, sem outros valores ou princípios que não sejam os interesses pessoais, absolutamente incapaz de ler um relatório ou se concentrar num assunto por mais de dez minutos, com uma capacidade de raciocínio que os colaboradores comparam com a de uma criança de nove ou dez anos, que se gere por impulsos e adora os bajuladores e os que lhe dizem o que gosta de ouvir, que faz do twitter instrumento de gestão através do qual despede colaboradores (incluindo um secretário de estado), que passa um terço do dia a ver televisão entre muitas outras características que o tornam absolutamente inadequado para ser presidente de um país e ainda por cima do país que é.
Razão, pois, para ter medo.
Muito medo.
E este é um livro de leitura absolutamente obrigatória para quem quiser entender os tempos que vivemos.
Depois Falamos.
domingo, janeiro 27, 2019
Carica Cup
A edição deste ano da Taça da Liga, popularmente conhecida como "Carica Cup", passou-me quase completamente ao lado.
Não vi o Benfica-Porto, apenas vi os pénaltis do Braga-Sporting e ontem vi os primeiros vinte minutos da final e depois "desliguei" do assunto porque me falta cada vez mais a paciência para ver mau futebol e grandes polémicas que apenas envergonham os seus protagonistas e em nada ajudam a causa do futebol.
Sobre a ridícula polémica em volta de um fora de jogo num dos jogos e de pretensos penáltis noutro já está tudo dito e apenas se lamenta que a vergonhosa coacção sobre todos os árbitros feita pelo presidente do clube por eles mais favorecido vá passar, uma vez mais,sem o exemplar castigo que é mais do que merecido.
Ontem não terá havido polémicas, até porque o penálti é claro, mas lamenta-se que o treinador do Porto que de véspera tão preocupado estava com a imagem e o mau estar no nosso futebol tenha protagonizado mais uma das cenas de malcriadice que lhe são comuns, e bem conhecidas em todos os clubes por onde passou, apenas porque perdeu um jogo que já dava como ganho.
No futebol das mentiras , da falta da verdade desportiva e das polémicas por tudo e por nada, sempre da responsabilidade dos que se acham "grandes", esta "final four" da "carica cup" foi o retrato fiel das provas que temos e da forma como quem vai aos estádios continua a ser enganado pelo que se vê nos relvados e pelas descrições falseadas que a esmagadora maioria da comunicação social faz deles.
Cenas do próximo capítulo?
Bastará esperar pela próxima jornada do campeonato ou logo a seguir pelas meias finais da taça de Portugal em que bem à portuguesa os participantes são exactamente os mesmos desta "final four" da "carica cup" depois daquele inacreditável sorteio de que todos nos lembramos.
Depois Falamos.
sexta-feira, janeiro 25, 2019
Grave
Há um erro que ninguém deve cometer, e eu pessoalmente tento nunca o fazer, que é o de levar o futebol português demasiado a sério porque ele de sério tem, infelizmente, muito pouco.
E tem de muito pouco, sejamos claros, essencialmente por culpa de alguns
dirigentes que por palavras e actos põe a sua credibilidade em causa todos os
dias com base em polémicas absurdas e em trocas de acusações que não escondem a
realidade de cada um deles tentar fazer pior do que quem está a acusar em cada
momento.
Todas estas polémicas em volta da taça da liga, que já de si é
suficientemente polémica face ao anacrónico regulamento que a ela preside, são
bem o retrato do actual estado do nosso futebol a pedir urgente intervenção de
uma Justiça que corte a direito sem olhar a emblemas ou dimensão de massas
adeptas.
Não vou sequer discutir, por tão ridículo que é o contexto, se o
árbitro Carlos Xistra (com um longo historial de erros a favorecerem o Benfica
entre os quais três penáltis perdoados num jogo em Guimarães com o Vitória)
esteve bem ou mal na anulação do lance que daria o segundo golo aos encarnados
nem tão pouco se Fábio Veríssimo (outro árbitro com longo historial de como
árbitro e VAR tomar decisões que favoreceram o Benfica como ainda na época
passada na anulação de um golo ao Portimonense que lhe daria o empate na Luz a
três ou quatro minutos do fim da partida) enquanto VAR deu a indicação correcta
ao árbitro.
É um lance de difícil avaliação, mesmo com recurso a imagens
televisivas, em que é tão aceitável que não houvesse fora de jogo como o seu
contrário pelo que se deve enquadrar naquilo que nunca desaparecerá do futebol
que é a possibilidade de erro humano.
Mas o erro humano devia ter parado aí, na insignificância de um lance
altamente duvidoso de um jogo de futebol, e não ter-se propagado de forma tão
avassaladora quanto grave.
Infelizmente tudo que vem a seguir, e está longe de acabar, vai para
lá do direito ao erro.
Comecemos pelo princípio, dando dois exemplos, para contextualizarmos
a questão e aferirmos da moral que alguns tem para se queixar desta arbitragem
neste jogo:
Na fase de grupos quem se devia ter apurado para as meias finais era o
Aves e não o Benfica porque o golo com que os encarnados empataram em Vila das
Aves resultou de claro fora de jogo sem margem para qualquer dúvida ao
contrário do lance polémico do Porto-Benfica.
Nem o Benfica veio contestar a arbitragem nem a comunicação social deu
a esse erro a repercussão que está a dar a este eventual erro.
No Vitória-Benfica, do passado dia quinze de Janeiro a contar para a
Taça de Portugal, o Benfica venceu em Guimarães por 1-0 num jogo recheado de
erros da equipa de arbitragem a favorecerem-no de forma clara.
Um penálti claro que ficou por assinalar e um vermelho a Jardel que
ficou por mostrar,aos 24 minutos por entrada brutal sobre Davidson, foram os
erros graves mais evidentes mas houve outros de menor monta.
Mais uma vez o Benfica não se queixou da arbitragem nem se preocupou
com a verdade desportiva dos jogos e uma vez mais a comunicação social não deu
a esses erros a repercussão que deu ao eventual erro de que se fala neste
texto.
Ou seja, e com a clareza de que nunca fujo, o Benfica esta época
esteve nas meias finais da taça da Liga e está nas meias finais da Taça de
Portugal graças a erros da arbitragem a seu favor.
E exemplos como este em relação ao Benfica, mas também ao Porto e em
menor escala ao Sporting, são literalmente às centenas ao longo dos anos.
Com e sem VAR.
Por isso se torna incompreensível esta moral conforme as
conveniências, estas exigências de verdade desportiva quando se perde com erros
dos árbitros (raramente) compensada pelo silêncio quando se ganha graças a esses
erros (o que acontece com regular frequência) este estado de podridão para que
paulatinamente o nosso futebol se encaminha por culpa dos clubes a quem chamam “grandes” e de alguns dirigentes que nesses
clubes e nas estruturas dirigentes mostram todos os dias não estarem à altura
das suas responsabilidades.
O que aconteceu e está a acontecer com o árbitro Fábio Veríssimo é
muito grave e um exemplo claro do atrás escrito.
Não sei, e creio que ninguém sabe, se as decisões que tomou enquanto
VAR nesse jogo (porque noutros...) foram ou não correctas.
Mas sabe-se o que disse o presidente do Benfica sobre ele no final do
jogo nomeadamente afirmando que não podia voltar a apitar.
E também se sabe que o Conselho de Arbitragem ficou muito preocupado
(ao contrário da displicência com que encara erros a favor dos chamados “grandes),
terá chamado o árbitro para uma reunião de análise ao seu trabalho e fruto de
tudo isso Fábio Veríssimo resolveu pedir licença por tempo indeterminado
deixando de arbitrar jogos e de actuar como VAR.
Ou seja, em linguagem de outras áreas, quem se mete com o Benfica
leva!
E ele levou.
E por isso todos os árbitros ficaram a saber que se tomarem decisões,
por mais correctas que sejam, que desagradem ao Benfica e ao seu presidente
correm o risco de lhes acontecer o mesmo que a Fábio Veríssimo e serem
proscritos da arbitragem.
É inaceitável.
Como inaceitável é o silêncio cúmplice da APAF, da LPFP, da FPF e de
todos os outros clubes (excepção feita a Sporting e Porto que já reagiram) que
assobiaram para o ar e fizeram de conta que não é nada com eles quando na
realidade está em causa a verdade desportiva das competições face a esta coacção sobre os árbitros.
É grave.
Muito grave.
Por isso acabo este texto como o comecei.
Não se pode levar o futebol
português a sério porque ele de sério tem muito pouco!
quarta-feira, janeiro 23, 2019
terça-feira, janeiro 22, 2019
Ciclo Eleitoral
Passado o Natal, passado o Ano Novo, passadas as Festas o país volta à
sua realidade e tem pela frente um ano de de muitas e importantes decisões em
que os portugueses serão chamados a votar por três vezes num espaço de cinco
meses.
Duas eleições de âmbito nacional e umas regionais, na Madeira, que
poderão ou não por termo ao actual ciclo político de um governo saído de uma
maioria que não ganhou eleições mas tem uma maioria aritmética que lhe permite
governar no respeito pela Constituição mas com uma falta de coerência e de
princípios que noutro país seriam severamente punidos pelo eleitorado.
Em 26 de Maio os portugueses serão chamado a escolher os vinte e um
eurodeputados que nos próximos cinco anos representarão o país no Parlamento
Europeu num tempo em que pela Europa fora são muitas as convulsões políticas e
sociais que permitem supor uma grande transformação no quadro parlamentar de
Bruxelas e Estrasburgo com o advento de novas forças partidárias e o enfraquecimento
daquelas que tradicionalmente eram mais fortes.
Em Portugal o primeiro desafio que se põe a todos os partidos, quer
aos que cá andam há muito tempo quer aos que agora disputam a sua primeira
eleição, é o de combaterem eficazmente a abstençao ( que neste tipo de eleição
passa dos 60%) e levarem às urnas muitos portugueses normalmente
desinteressados das questões europeias.
E isso faz-se pelo menos de três maneiras: Discutindo os problemas,
fazendo-o com urbanidade e interesse em esclarecer e não com “peixeiradas” que
apenas afastam os leitores do voto e apresentando candidatos cuja qualidade
prestigie as eleições e entusiasme as pessoas a sentirem-se representadas por
eles.
No momento em que escrevo o quadro de cabeças de lista vai-se
definindo, embora os restantes membros apenas venham a ser conhecidos algo mais
tarde como é tradicional, e aponta para um novidade e três repetições naqueles
que já estão anunciados.
A CDU recandidata João Ferreira, tal como o CDS o faz com Nuno Melo e
o BE com Marisa Matias, todos eles caras repetidas ficando a novidade para a
Aliança que candidata Paulo Almeida Sande um especialista em assuntos europeus
nos quais trabalha há mais de trinta anos o que o coloca como um profundo
conhecedor das matérias que vai vai tratar bem como das instâncias comunitárias
onde se moverá.
Os dois maiores partidos ainda não anunciaram os seus candidatos mas
as apostas parecem inclinar-se para o ainda ministro Pedro Marques pelos
socialistas enquanto nos social democratas as apostas se dividem entre o
comissário europeu em fim de mandato Carlos Moedas e o ainda eurodeputado Paulo
Rangel entre outros nomes com menos hipóteses de virem a encabeçar a lista.
De destacar que no caso do PS, cada vez mais incapaz de participar no
jogo democrático com lisura , transparência e ética as “suspeitas” sobre a
candidatura do ministro começaram quando este de forma inusitada desatou a
percorrer o país ao lado do primeiro-ministro numa onda de inaugurações e anúncios
de obras futuras que manifestamente para mais não serviam do que para lhe dar
protagonismo mediático e lhe permitirem fazer campanha eleitoral oculta sob a
capa de assuntos de Estado.
Lamentável mas habitual no “modus operando” socialista.
E não apenas neste tipo de eleição.
Com o anúncio dos programas eleitorais, dos restantes membros das
listas e dos tipos de campanha que cada partido pretende fazer perceber-se-ão
então os intuitos de cada força política, os seus objectivos e a forma como
pretendem levar o maior número possível de portugueses a participarem num acto
eleitoral que embora não pareça é de extrema importância para Portugal.
Porque a Europa não é apenas “lá”, também é “cá” e essa é uma
realidade de que muitas vezes as pessoas se esquecem imbuídas daquela velha e
errónea ideia de que a União Europeia apenas serve para mandar para cá dinheiro
sem que da nossa parte exista a necessidade de também contribuir para a construção
de uma Europa mais forte.
Nada mais errado porque Portugal tem de ser um parceiro cada vez mais
activo na construção dessa Europa mais forte, mais solidária e mais
desenvolvida face a velhas dualidades e ao emergir de novas potências globais
com a China à cabeça.
Há que votar.
E votar bem!
segunda-feira, janeiro 21, 2019
domingo, janeiro 20, 2019
Cacto Sábio
Donald Trump é um personagem execrável.
Sempre foi e não apenas depois de ser eleito presidente dos Estados Unidos da América faz agora dois anos.
Todo o seu percurso de vida, todos os escândalos em que se envolveu, todos os negócios tortuosos em que o seu nome apareceu envolvido criaram a imagem (verdadeira) de alguém de quem convém manter a maior das distâncias.
Dois anos atrás foi eleito presidente.
Com menos três milhões de votos que Hillary Clinton mas dentro da legalidade de um sistema eleitoral anacrónico para os europeus mas que é o que existe desde sempre no EUA e segundo o qual todos os seus antecessores foram eleitos.
Claro que depois, ou não se tratasse de Trump, percebeu-se que havia grossa marosca nas eleições com a interferência russa ainda em investigação mas apontando claramente para um forte benefício à candidatura do vencedor das eleições.
Desde o primeiro dia como Presidente, na boa tradição pessoal de sempre, Trump começou a mentir e nunca mais parou sendo hoje contabilizadas milhares de mentiras proferidas enquanto presidente nas mais diversas matérias numa forma de agir sem paralelo nos seus quarenta e quatro antecessores.
Está a meio do mandato e já anunciou a recandidatura a mais quatro anos de inevitável pesadelo caso fosse reeleito.
Resta esperar que os americanos tenham a sabedoria do cacto do cartoon.
Depois Falamos.
P.S. Ando a ler "Medo" de Bob Woodward sobre a presidência Trump.
E se há coisa que posso garantir, e ainda vou a meio, é que o título do livro não podia ser mais adequado.
Reflectir e Reforçar
Se na terça feira o "colinho" arbitral, traduzido na não marcação de claro penálti contra o Benfica e na manutenção em campo de Jardel depois de entrada brutal sobre Davidson, ainda ajudam a explicar o insucesso já no jogo de sexta feira esse argumento não pode ser utilizado porque Tiago Martins, contra todas as expectativas dos adeptos vitorianos, fez uma boa arbitragem e não teve qualquer responsabilidade no resultado.
E se alguma coisa há a apontar-lhe é a tolerância perante as sucessivas faltas de um jogador sem classe chamado André Almeida, que já andou pela selecção e até foi ao Mundial do Brasil apenas por jogar no clube onde joga, que nem a primeira parte devia ter acabado sem o vermelho que fez tudo por justificar.
Mas não foi por isso que o Vitória perdeu.
Perdeu porque jogou melhor, pressionou o adversário durante todo o jogo, gizou as melhores jogadas, mostrou ser o único a procurar o triunfo face a um adversário que fez o que fazem quase todas as equipas que vem a Guimarães(jogou fechado na defesa, muitas vezes com onze atrás da linha da bola, e espreitou de longe a longe o contra ataque) mas fazendo tudo isso foi mais uma vez absolutamente desastrado na hora de rematar à baliza desperdiçando duas ou três boas oportunidades de golo de forma quase infantil e vendo todos os remates de meia distância (com excepção de um de Tozé) serem mais dignos de um pontapé de ensaio no râguebi do que remate a um baliza de futebol.
Inaceitável numa equipa profissional que se remate tão mal.
Se a isso juntarmos um Guedes em "seca" de golos que desperdiçou nestes dois jogos pelo menos três claras oportunidades e a ausência de alternativas ao ponta de lança porque Estupinan a jogar dez minutos de cada vez nunca será alternativa e Whelton é uma sombra do jogador que brilhou em Paços de Ferreira conclui-se que além da necessidade de se intensificarem os treinos de remate é necessário um verdadeiro reforço para a posição 9 já este mês.
É que se o quarto lugar já é inacessível face aos dez pontos para o Sporting e doze para o Braga (!!!), quando está disputada apenas a primeira jornada da segunda volta, há que defender o quinto lugar face à proximidade de Belenenses e Moreirense.
É triste mas é verdade.
E se a equipa joga bem mas não marca em consonância o risco de até o quinto lugar não conseguirmos é bem real.
Depois Falamos.
quinta-feira, janeiro 17, 2019
Seis Notas
O Vitória foi mal eliminado da Taça de Portugal num jogo em que foi quase sempre superior mas não conseguiu traduzir isso em eficácia.
Em seis notas:
1) O Benfica foi melhor nos primeiros quinze minuto em que fez o golo e teve um remate perigoso que Miguel Silva defendeu com a classe habitual. A partir daí o Vitória foi sempre melhor e fez o suficiente para passar a eliminatória menos...marcar golos. E quando assim é...
2) Miguel Silva conseguiu sobreviver a uma noite de frio em que o risco de hipotermia deve ter sido o mais elevado de toda a sua carreira. Na segunda parte esteve positivamente a ver o jogo.
3) O Vitória foi de uma inoperância confrangedora a rematar. Ora passavam a bola ao guarda redes tão frouxos eram os remates ora rematavam longe da baliza dando sequência a bons envolvimentos ofensivos mas em que muito poucas vezes os seus extremos foram à linha cruzar. Surpreendeu a ausência nos convocados de Tyler Boyd o mais vertical dos extremos vitorianos.
4) Luís Castro mexeu bem na equipa e desta vez, e muito bem, arriscou jogar com dois pontas de lança nos vinte minutos finais. Demonstraram falta de rotina (Guedes e Estupinan) mas ela ganha-se jogando.
5) Joseph fez um belo jogo fazendo aumentar a perplexidade por estes meses de ausência(a saída apenas é explicável por fadiga) enquanto a entrada de Hélder Ferreira provou que ele deve ser opção com mais frequência.
6) Hugo Miguel fez um mau trabalho beneficiando o Benfica. Poupou um vermelho a Jardel aos 24 minutos de jogo após uma entrada brutal sobre Davidson (por bem menos viu Tozé vermelho no jogo com o Moreirense) e aos 45 minutos não quis ver claro penálti na área encarnada em dois enormes erros que influenciaram o resultado. Aos 73 minutos perdoou segundo amarelo a Joseph e consequente vermelho mas na altura o "trabalhinho" já estava feito.
Em boa verdade nada a que não estejamos habituados.
E assim se continua a fazer a (má) História do nosso futebol.
Depois Falamos
P.S. A FPF anuncia agora que haverá VAR nas meias finais e final da Taça. Com Porto, Benfica, Sporting e Braga apurados a FPF resolveu preocupar-se com o reforço da verdade desportiva dando sequência à velhíssima política de filhos e enteados. É que com um VAR sério e competente (coisa que infelizmente também não tem sido frequente em muitos jogos) os semi finalistas podiam ser outros nalguns casos.
segunda-feira, janeiro 14, 2019
quarta-feira, janeiro 09, 2019
A Velha Novela
A saída de Rui Vitória do Benfica, além de ser o facto mais previsível na actualidade do futebol português, é também uma novela que se vinha arrastando desde a época passada e se acentuou quando o desejado penta campeonato não foi conquistado.
Rui Vitória, um treinador competente, culto, extremamente bem educado
e de um nível claramente superior à média ai que se vê por aí nunca fui um
técnico amado no clube a que deu vários títulos.
O seu estilo de comunicar, a elegância que sempre prezou exibir, a
recusa de entrar em “peixeiradas” tão ao gosto de alguns adeptos mas que apenas
prejudicam o futebol foi sempre um factor de atrito com um sector de adeptos
que preferia claramente o estilo Jorge Jesus cuja saída do clube deixou abertas
feridas que ainda hoje estão por sarar como se constata através da novela de
escolha do novo treinador encarnado.
Acresce a isso, a esse estilo urbano de Rui Vitória mal digerido por
apreciadores de outros estilos mais a fugir para o fato de treino e a chinela, o facto de a
qualidade do plantel do Benfica ter vindo a piorar de forma clara ano após ano
com os jogadores transferidos por bastantes milhões a não serem substituídos
por jogadores de idêntico valor capazes de proporcionarem à equipa uma
estabilidade em contínuo.
Bastará lembrar nomes como Aimar, Saviola, Cardozo, Ederson, Renato
Sanches, Bernardo Silva, Nélson Semedo, Matic, Gonçalo Guedes, Lindelof entre
outros para se constatar que Jorge Jesus teve sempre melhores jogadores e
melhor plantel que Rui Vitória mas sem que os resultados tenham sido superiores
face ao tempo que cada um orientou o clube.
Factos são factos.
E por isso quando os resultados , condizentes com a realidade do clube
em termos de valia do plantel, criaram uma contestação cada vez maior nos
adeptos que viam o Porto a distanciar-se no comando da Liga e Braga e Sporting
a discutirem taco a taco o segundo lugar com o Benfica a saída do “bode
expiatório” quero dizer de Rui Vitória tornou-se perfeitamente inevitável até
por vontade (é minha convicção) do próprio treinador farto de andar no arame
sem rede.
Entendendo-se como rede a protecção e solidariedade que o próprio
presidente do Benfica, vendo ou deixando de ver luzes inspiradoras, já não
estava em condições de lhe dar face ao clima pré eleitoral que se vive já para os
lados do estádio da Luz.
Rei morto rei posto.
E agora a novela orienta-se para o sucessor do treinador que foi
embora.
Área que os jornais desportivos
adoram porque a incerteza “vende” e a especulação atrai sempre a atenção de
adeptos naturalmente ansiosos por saberem quem será o próximo treinador do
clube.
Pena é que essa adoração dos jornais desportivos os leve por caminhos
invíos, ora especulando com o nome de treinadores que estão a trabalhar em
Portugal um dos quais que não por acaso tem dois jogos com o Benfica na próxima
semana (papel deplorável este a que alguns jornalistas se prestam...) ora
atirando para as primeiras páginas com nomes simplesmente impossíveis para a
realidade do Benfica e do próprio futebol português.
É o caso de José Mourinho.
Que terá o seu futuro num grande clube europeu, provavelmente até no
país vizinho, e que não está seguramente interessado em regressar a Portugal
para treinar o Benfica (ou qualquer outro clube ) que não faz parte dessa elite
europeia onde o treinador quer continuar a trabalhar.
Jorge Jesus ?
Acredito que é uma hipótese que agrade muito ao presidente do Benfica
e a uma parte dos adeptos, pela óbvia razão de que é um excelente treinador que
deu muitos títulos ao clube, mas existe também uma outra corrente que se opõe
ferozmente ao seu regresso e isso caso
os resultados não correspondessem no imediato provocaria fracturas ainda
maiores num universo associativo que se pressente dividido.
Então quem?
Pode sempre haver uma surpresa, como é normal no futebol, mas se
tivesse de apostar num nome poria as “fichas” em Rui Faria.
Está disponível, é o mais parecido que se arranja com Mourinho, há a
expectativa de que repita o percurso do próprio Mourinho quando passou a
treinador principal depois da aprendizagem com Bobby Robson e existe o exemplo
de André Villas Boas a dar força à opção.
É certo que são pessoas diferentes, a história nem sempre se repete,
mas acredito que tentação é tão forte que Rui Faria será o próximo senhor do
banco da Luz.
P.S. Ah, é verdade, e Jorge Mendes também gostará que assim seja.
terça-feira, janeiro 08, 2019
Votos para 2019
Embora 2019 seja um ano de muitos votos, com três eleições bem diversas (Europeias, regionais da Madeira e Legislativas) ao longo dos próximos meses, não é desse tipo de votos que se pretende falar neste texto de hoje.
São outros votos.
Aqueles que normalmente se formulam no início de cada ano, sempre com
a esperança que se cumpram, e que depois ao longo do tempo se vai aferindo do
seu cumprimento ou nem por isso consoante as coisas se vão desenrolando.
Na passada semana formulei aqui alguns votos de índole política e
agora é tempo de olhar para o desporto (hoje apenas para o futebol) e formular
votos para aquilo que gostaria de ver cumprido ao longo de 2019.
Começando pela selecção nacional A que ainda por cima terá a responsabilidade
de jogar em casa a fase final da Liga das Nações que que vai disputar com
Suíça, Holanda e Inglaterra um troféu que se disputa pela primeira vez e logo no nosso país.
E não só no nosso país como também em Guimarães onde se jogará uma espectacular(assim
se espera) meia final entre Holanda e Inglaterra e depois o sempre ingrato jogo
para atribuição do terceiro lugar.
O primeiro voto, por estranho que pareça, é que Portugal não jogue em
Guimarães porque isso significaria não disputar a final e que por cá apareça a
Suíça para defrontar o derrotado do jogo entre holandeses e ingleses.
O segundo voto, naturalmente, é que Portugal vença a competição e se
sagre como primeiro vencedor de um troféu que dá agora os seus primeiros passos
e que terá sempre um lugar especial na sua história para a selecção que o vença
em primeiro lugar.
O terceiro e último voto, quanto à selecção, é que o imbróglio Ronaldo
se resolva e ele passe a ser um jogador como todos os outros que é convocado
quando o justificar (e ele justifica sempre em boa verdade) e fique de fora
quando assim não for porque isso me parece importante quanto à estabilidade do
grupo.
Passando ao futebol “doméstico” são necessárias duas palavras; uma
para o Vitória e outra para o Moreirense, os dois principais clubes do concelho,
que terão em 2019 desafios teoricamente diferentes mas que a “herança” de 2018
tem mostrado não serem tão diferentes assim.
Do Vitória espera-se um apuramento europeu, por via do campeonato ou
da Taça, que é a sua obrigação miníma para cada época face à dimensão do clube,
ao seu historial e à grandeza do apoio que recebe dos seus adeptos.
Entra em 2019 a lutar em duas frentes, campeonato e Taça, esperando-se
que este Janeiro não traga desilusões em nenhuma delas para nos restantes meses
poder alicerçar a sua candidatura europeia.
Sem perder de vista o Jamor onde se deseja que volte em Maio com maior
eficácia e sucesso do que no passado domingo.
Em termos de Vitória o ano de 2019 será também fundamental noutras
vertentes mas isso será assunto para futuro artigo que não é hoje o tempo de
abordar essa temática.
Quanto ao Moreirense, a fazer a sua melhor primeira volta de sempre
(neste momento a uma jornada do fim da mesma, curiosamente visita o Vitória
nessa jornada que falta, segue em quinto lugar) tem a permanência praticamente
garantida e poderá fazer uma segunda volta de absoluta tranquilidade o que
merece assinalável registo.
Assim consolidando o seu
estatuto de clube de primeira divisão e mantendo Guimarães como o único
concelho que não é capital de distrito a ter duas equipas na primeira liga.
Votos finais para duas realidades que envergonham o nosso futebol e
cuja continuidade é uma vergonha e um escândalo cada vez maior.
Votos de que as equipas de arbitragem e o malfadado VAR façam um
caminho que os leve no sentido da verdade desportiva e do fim deste tratamento
de décadas em que três (ás vezes quatro) clubes são tratados como filhos e os
restantes como enteados pelos poderes do futebol.
E votos finais para que a comunicação social nacional, especialmente
televisões e jornais desportivos, deixem de ser autênticas cornetas ao serviço
desses três clubes e passem,ao menos, a respeitar todos os outros por igual.
E nessa matéria cabe aqui dizer que a sport-tv ,então, tem um longo
caminho a fazer face à parcialidade, falta de rigor e verdade com que alguns
dos seus comentadores analisam e comentam os jogos transmitidos no canal.
Será pedir muito que todos estes votos se cumpram?
Em Dezembro saberemos.
segunda-feira, janeiro 07, 2019
domingo, janeiro 06, 2019
Um ADN Sofredor
Creio que muitos não entendem o que é ser vitoriano (adepto do Vitória Sport Clube) porque nunca compreenderão essa capacidade única de sofrer, de viver a meias com a decepção e conseguir sempre dar a volta por cima, voltar a acreditar e apoiar o seu clube de forma inigualável crendo sempre que ele um dia corresponderá a todas as expectativas nele depositadas por gerações e gerações de vitorianos.
Ano após ano, decepção após decepção, esperança desfeita após esperança desfeita!
É certo, mal estávamos, que também tem havido momentos de grandes alegrias, de exaltação das nossas cores, de levantar bem alto o nome do clube e do concelho, de ganhar títulos e troféus no futebol e nas modalidades.
Mas sempre com o sofrimento por perto e a ameaça de desilusão a pairar.
Vem este introito a propósito do jogo de hoje em que os milhares de vitorianos nas bancadas do Jamor, esse vestígio arqueológico de um estádio de futebol, não conseguiam acreditar que uma vez mais a sua equipa não ia estar ao nível do apoio que lhe chegava das bancadas e que a fazia jogar em casa tão poucos eram os adeptos adversários e tão ausente o seu apoio à equipa que teoricamente jogava na qualidade de visitada.
A verdade é que o Vitória voltou a desiludir.
A exemplo do que já fizera na Madeira pondo termo a doze jogos sem derrotas que fizeram crer (lá está, sempre a acreditarmos) , especialmente depois da grande exibição com o Sporting, que este ano íamos poder lutar por um lugar entre os quatro primeiros.
Mas não.
Porque estas duas "inaceitáveis" derrotas, mais o futebol praticado, mais a teimosia em não mudar estratégias de jogo quando elas não dão resultado, apontam claramente para a disputa do quinto/sexto lugar com Moreirense, Belenenses, Portimonense e qualquer outro que apareça por essas paragens.
É triste mas é verdade.
Hoje a equipa mais uma vez foi lenta, sem profundidade, com muitas lateralizações mas pouca objectividade e sem criar verdadeiras situações de golo pese embora ter rematado bem mais que o adversário.
Acontece que rematou quase sempre mal (na única vez que o fez bem o árbitro anulou mas já lá chegaremos) enquanto ao Belenenses lhe bastou rematar uma vez bem para ganhar o jogo e arrecadar três pontos que acabou por merecer.
Num relvado em muito más condições a equipa da casa adaptou-.se melhor (pudera...)enquanto o Vitória demorou a perceber, se é que percebeu, que era preciso um futebol mais flanqueado e mais incisivo para contrariar as dificuldades que o mau estado da relva pôs desde o primeiro minuto ao futebol de posse que a equipa gosta de praticar.
E quando aos trinta minutos o Belenenses marcou num rápido lance de contra ataque foi apenas a confirmação de que a equipa vitoriana tinha de mudar de estratégia para poder entrar na discussão do jogo e pôr ao adversário problemas que até então não tinha posto.
A verdade é que não mudou.
Continuou na mesma toada, com o mesmo dispositivo táctico em que não se percebia para quê tantos médios quando era claramente necessário levar a jogo elementos de pendor mais ofensivo, sem alterar fosse o que fosse.
E assim se chegou ao intervalo.
No regresso...mais do mesmo.
O mesmo dispositivo, os mesmos jogadores, o mesmo rendilhado, a mesma inoperância.
E assim se perdeu quase um quarto de hora, que o Belenenses muito terá agradecido, até Luís Castro se decidir a mexer na equipa para lhe dar maior pendor ofensivo e a tal profundidade que raramente teve na primeira parte e nesses quinze minutos da segunda.
Mexeu bem.
Tirando Rafa Soares ( muito discreto) e Pepê para fazer entrar João Carlos Teixeira e Tyler Boyd um para reforçar a posse de bola no meio campo e o outro para tal a tal profundidade ao ataque dado ser um jogador que aposta na verticalidade nas acções ofensivas.
Aliás foi dele o melhor cruzamento do Vitória em todo o jogo para a única grande oportunidade do segundo tempo desperdiçada por Guedes com um cabeceamento por alto.
A verdade é que as substituições não trouxeram os efeitos desejados e enquanto o Vitória continuava a esbarrar na muralha defensiva de um Belenenses com onze atrás da linha da bola os anfitriões apenas não aumentaram a vantagem porque Douglas fez duas magníficas defesas perante adversários isolados.
Era preciso mudar de estratégia, apostando claramente num futebol mais directo e colocando outro ponta de lança (Estupinan) ao lado de Guedes para forçar o centro da defesa belenense , mas não se mudou.
Pior. A terceira substituição foi um completo disparate.
Saiu Tozé, um dos melhores jogadores da equipa (como sempre ao longo da época), mas não entrou o tal ponta de lança que permitisse o futebol mais directo mas sim Ola John cujo forma de jogar à base de dribles curtos e arrancadas com a bola no pé não era nada adequada para o estado do terreno de jogo cada vez mais degradado.
E a verdade é que o holandês em nada contribuiu para que a equipa se exibisse em melhor plano e fosse mais objectiva nos movimentos ofensivos.
Já em tempo de descontos, e quando nada o fazia prever, o Vitória marcou num cabeceamento de Pedro Henrique mas o árbitro Soares Dias anulou o golo sem qualquer razão para tal tendo assim influência decisiva no resultado e provando o Vitória de um ponto que apesar da má exibição não seria de todo injusto.
Duas derrotas consecutivas, perante dois adversários em teoria mais fracos, atrasaram o Vitória de forma irremediável na luta pelo quarto lugar ficando agora dependente de contingências várias para saber se o quinto lugar (caso o consiga...) dá Europa.
Muito pouco para aquilo que devia ser o nosso trajecto.
Porque se a ambição dos adeptos e o apoio que eles prestam à equipa tivesse repercussão nos resultados então outro galo cantaria e cantaria bem alto.
Mas não tem.
Artur Soares Dias não tem condições, mais que não sejam psicológicas , para arbitrar mais um jogo que seja do Vitória.
São dez anos a prejudicar-nos, a impedir-nos de conquistar pontos que nos fazem falta, a tomar decisões muitíssimo discutíveis sempre em nosso desfavor demonstrando uma completa falta de respeito pelo nosso clube.
Basta!
E embora já não seja possível aos clubes vetarem árbitros (é pena ) creio que a SAD do Vitória deve demonstrar junto de quem manda na arbitragem que não é admissível que Soares Dias volte a ser nomeado para um jogo do nosso clube.
Em nome da Verdade desportiva das competições.
Hoje , mais uma vez, teve influência decisiva no resultado ao anular um golo completamente limpo a Pedro Henrique num lance em que a marcar falta teria de ser uma grande penalidade contra o Belenenses por o seu guarda redes ter puxado a camisola a Tyler Boyd.
Mas fez vista grossa.Como vista grossa fez a algumas faltas que deveriam ter valido, mas não valeram, cartão amarelo a jogadores "azuis".
Maus demais.
Depois Falamos.
P.S. Claro que as coisas, em termos de disputa de lugares europeus, ainda podem ser diferentes se a SAD for ao mercado de imediato e contratar três ou quatro verdadeiros reforços e der guia de marcha aqueles que manifestamente não tem condições para jogarem no Vitória.
Sugestão de Leitura
Devo dizer, antes de mais, que acho uma boa prática a de os políticos que ocuparam cargos com a importância dos ocupados por Aníbal Cavaco Silva prestarem contas do que fizeram após terminarem os seus mandatos.
No seu caso já o tinha feito depois de cessar as funções de primeiro ministro com os dois volume das sua autobiografia e volta a fazê-lo uma vez terminadas as funções de Presidente da República.
Igualmente em dois volumes com o primeiro a concentrar-se no seu primeiro mandato e na difícil coabitação com José Sócrates e o segundo a abordar essencialmente os tempos muito difíceis em que o governo de Passos Coelho teve de lidar com a troika chamada ainda no tempo do seu antecessor.
É a visão histórica de uma época, pela voz de um dos seus principais protagonistas, e é um importante contributo para se conhecer a História desses tempos ainda recentes e sobre os quais naturalmente aparecerão outros depoimentos.
Há que registar, porque é um facto, que Aníbal Cavaco Silva terá exercido os dois mandatos mais difíceis de um presidente da República no Portugal democrático face a todos os problemas que teve de enfrentar.
No primeiro mandato a convivência com um primeiro-ministro que não lhe contava a verdade toda, que lhe escondia factos e tomava decisões à sua revelia em matérias em que constitucionalmente tinha de ser informado e no segundo a braços com um país intervencionado externamente e com um governo de coligação que teve momentos de grande tensão e quase ruptura.
Creio que a História, mais que os seus contemporâneos, fará justiça aos mandatos presidenciais de Cavaco Silva.
Depois Falamos.
quinta-feira, janeiro 03, 2019
terça-feira, janeiro 01, 2019
2019
Chegados a esta altura do ano, com o “ano velho” a dar as últimas, é tradicional alinhavar algumas ideias e desejos sobre o “ano novo” e o conjunto de realizações que esperamos que ele nos traga ao longo do seu percurso de trezentos e sessenta e cinco dias.
Comecemos pela política que em próxima oportunidade outros temas serão
versados.
Em 2019 os portugueses vão ser chamados às urnas por três vezes, em
eleições de cariz totalmente diferente, para decidirem quem os representa em
Bruxelas a partir de Maio, quem governará a Região Autónoma da Madeira após
Setembro e finalmente quem governará Portugal na próxima legislatura.
Naturalmente que os desejos que alinhavo nessas três circunstâncias
são próprio de quem faz parte da direcção nacional do partido Aliança, como
director executivo, e portanto não é nem quer ser imparcial nesta questão.
Comecemos pela Europa.
São eleições que tradicionalmente captam (mal) pouca atenção dos
portugueses e entre aqueles que nelas votam boa parte fá-lo por questões
nacionais e não europeias nomeadamente usando essa eleição como forma de
castigar os governos em funções.
A verdade é que bem faremos, todos, se olharmos par ao que se passa
pela Europa, para os ventos (às vezes rajadas) de mudança que nela sopram e a
que não são alheios alguns fenómenos que bom seria que por cá não fossem
seguidos.
O partido Aliança fez no seu tempo, sem pressões nem calculismos, a
sua escolha para cabeça de lista tendo em Paulo Almeida Sande um candidato que
é um profundo conhecedor das questões europeias ,nas quais trabalha há mais de
trinta anos, dando todas as garantias de que quando discutir os temas saberá muito
bem do que está a falar.
É uma escolha segura que em Bruxelas saberá, ele e os restantes
eleitos da sua lista, representar muito bem os interesses do nosso país dentro
de uma perspectiva europeísta em que Portugal está sempre primeiro.
A restante lista está em processo de formação, sem pressas nem
pressões, será divulgada dentro de poucas semanas e estou certo que obterá um
excelente resultado.
Sobre as regionais da Madeira não gostaria de adiantar grandes
previsões.
Há um partido há mais de quarenta anos no poder mas que parece em
clara perda, há uma geringonça anterior à própria geringonça da Frente de
Esquerda que apareceu nas últimas autárquicas e venceu a Câmara do Funchal e há
uma nova realidade que é o Aliança a concorrer pela primeira vez a uma eleição
regional.
Talvez o pós eleições na Madeira seja um laboratório para mais tarde.
Talvez...
Finalmente em Outubro o país vai decidir quem quer que o governa na
próxima legislatura terminada esta má experiência de ser governado por três
derrotados eleitorais que puseram de lado princípios, convicções, coerência e
seriedade para se atirarem ao poder a qualquer preço e de qualquer forma.
A Aliança fará dessas eleições o terceiro passo (depois da Europa e da
Madeira) de uma clarificação política que a sua própria existência pressupõe.
Concorrerá em todos os circulos eleitorais do continente, regiões
autónomas e emigração, com listas próprias e um programa eleitoral de ruptura
com o “status quo” e propoente das grandes reformas tantas vezes adiadas.
Nomeadamente as reformas eleitorais, matéria que tanto horroriza os
outros partidos que apenas gostam de mudar o muito acessório para manterem o
que lhes é essencial, que considera como essenciais para a credibilização da
política e das suas instituições.
Resultados?
Pedro Santana Lopes já os definiu com total clareza; Uma percentagem
eleitoral de dois dígitos que permita ao partido ter uma palavra a dizer nos
pós eleições em que certamente estará empenhado em fazer parte de uma solução
alternativa à actual Frente de Esquerda em decomposição acelerada.
E quanto a política nacional é isto.
Um Bom Ano para todos e os
votos de que 2019 seja um tempo feliz e de realizações pessoais e
profissionais.