Se há algo de normal na anormalidade é ao longo de décadas serem frequentes títulos como este "Pacheco Pereira ataca PSD" traduzindo mais uma das milhentas critícas de Pacheco Pereira ao partido em que está inscrito.
Raro, rarissímo, é ver outro género de titulos como, por exemplo "Pacheco Pereira ataca PS", "Pacheco Pereira ataca António Costa", "Pacheco Pereira ataca José Sócrates" , "Pacheco Pereira ataca geringonça" e por aí fora que exemplos não faltam.
A história da passagem de Pacheco Pereira pelo PSD , desde a má hora (para o PSD que para ele foi muito boa) em que se inscreveu, é feita de constantes ataques, criticas e deslealdades ao partido que o acolheu no tempo ainda de Cavaco Silva quando aderir ao partido era recompensador face ao enorme poder de que dispunha e às perspectivas que abria.
De lá para cá, com excepção do tempo em que andou pelo bem bom do parlamento nacional e especialmente pelo bem muito bom do Parlamento Europeu, foi uma postura de continua critica e arraso permanente a diferentes lideres do PSD e não por acaso com especial incidência naqueles que nunca lhe passaram bola.
Nos jornais, nas rádios, nas "Quadraturas do Circulo" e nas "Circulaturas do Quadrado" quem quisesse ver ataques verrinosos ao PSD e aos seus líderes podia contar com ele mais do que com os comentadores de esquerda.
O expoente máximo da antipatia de Pacheco pelo partido em que está inscrito aconteceu em três tempos claramente definidos.
No governo de Pedro Santana Lopes que ajudou a demolir quanto pôde , na efémera liderança de Luís Filipe Menezes que atacou desde o primeiro dia de forma acintosa e muito em especial nos quatro anos de governo de Pedro Passos Coelho do qual foi o primeiro dos criticos não se coibindo de andar pelas Aulas Magnas da vida de braço dado com tudo quanto fosse seu oponente incluindo a extrema esquerda de onde um dia tinha migrado para o PSD.
Em bom rigor a Pacheco Pereira só se conheceu apoio declarado a duas lideranças do PSD.
A de Manuel Ferreira Leite e a de Rui Rio. Logo por azar duas lideranças completamente falhadas na conquista dos objectivos a que se propuseram.
O que em bom rigor não o deve ter entristecido por aí além!
Perguntarão os mais afastados destas coisas porque razão alguém que está sempre pronto a atacar o PSD se inscreveu (chamar-lhe militante é uma injustiça face aos muitos milhares que militaram e militam no PSD estando presentes nas boas e más horas) no partido?
Só ele saberá.
Em minha opinião porque alguém que aufere ganhos substanciais no comentário político tem o seu cachet substancialmente reforçado se sendo militante de um partido for um continuo critíco desse mesmo partido do que se alinhar, como seria normal em qualquer outro, pelas posições desse mesmo partido.
É uma espécie de raridade como os pandas.
Naturalmente que quando viu um dos seus ódios de estimação-Pedro Santana Lopes- ser recebido de forma entusiasta na convenção da AD nem parou para reflectir que o evento era de um movimento que integra três partidos e cidadãos independentes, como é hoje o caso de PSL, e não do PSD e disparou alucinadamente em todas as direções dando vazão à raiva que o consumia.
Mais uma vez sem estar minimamente preocupado com os eventuais danos de imagem que podia causar ao partido em que está inscrito e em nada contribuindo para que esse partido seja em conjunto com os outros dois e os cidadãos independentes uma alternativa ganhadora à esquerda.
Aliás no computo geral da sua passagem pelo partido em que se inscreveu é mais fácil encontrar momentos em que prejudicou o esforço eleitoral do PSD com as suas criticas assanhadas e quantas vezes desadequadas da verdade dos factos do que aqueles em que o ajudou a ganhar eleições.
Salvo, é claro, quando ele próprio era candidato e tinha interesse pessoal num bom resultado como em 1999 nas eleições para o Parlamento Europeu!
Em suma, e a concluir, creio que estas critícas à direção do PSD, pelo convite e consequente presença de Pedro Santana Lopes na Convenção, acabam por ser uma boa ajuda ao partido por mais irónico que isso possa parecer.
Porque de há muito que já se percebeu que se há algo que realmente incomoda Pacheco Pereira é ver o PSD trilhar caminhos que o podem levar ao sucesso.
Especialmente quando tem lideres que não foram por ele "abençoados", como Rio e Ferreira Leite, nem tem qualquer interesse nas suas opiniões.
Depois Falamos.https://observador.pt/2024/01/22/pacheco-pereira-ataca-psd-por-ter-recebido-de-forma-apoteotica-santana-lopes-mas-declara-nao-lhes-faco-o-gosto-de-sair-do-partido/
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