Aprendi a ler com a minha saudosa professora primária ( D. Maria Emília Azevedo) mas as primeiras recordações que tenho de leituras que não dos livros escolares passam pelo "O Primeiro de Janeiro" e "A Bola" que eram os jornais que o meu pai comprava.
Li "A Bola" regularmente durante mais de quarenta anos nos gloriosos tempos em que lá escreviam mestres do jornalismo desportivo como Vitor Santos, Carlos Pinhão, Alfredo Farinha, Carlos Miranda (inesqueciveis crónicas da Vollta à França acompanhando Joaquim Agostinho) , Homero Serpa, Aurélio Márcio e depois uma geração mais nova com Santos Neves, Joaquim Rita, João Alves da Costa e mais um ou outro.
Gente que escrevia bem, com elegância, que sabia de desporto e que tendo as suas preferências clubísticas não as esfregava grosseiramente na cara dos leitores.
Mas esses mestres desapareceram uns levados pelas leis da vida e outros saindo, por não estarem para aturar os cartilheiros que lá mandam, do que outro fora um grande jornal mas está hoje reduzido a um nojento pasquim.
Um pasquim que não passa de uma corneta ao serviço do Benfica que mais não faz do que defender as posições e interesses desse clube.
Um nojo.
A capa de hoje , então, ultrapassa o imaginável.
Desde logo porque veicula uma mentira grosseira.
Não há nenhum penalti contra o Chaves mas sim falta do jogador visitante sobre o guarda redes flaviense.
E na ânsia cartilheira de branquearem o descalabro em curso para as banda da Luz tem o despautério de intitularem de "erro grave" o que não foi erro nenhum mas sim uma decisão acertada do árbitro.
Mas pergunto onde andavam estes inventores de "erros grave" noutras circunstâncias.
Onde estavam no Vitória-Benfica?
Onde estavam no Benfica-Porto?
Onde estavam no Rio Ave-Benfica?
Onde estavam no Benfica- Vizela e no Vizela-Benfica?
Onde estavam no Benfica- Paços de Ferreira?
Onde estavam no Benfica- Boavista?
Onde estavam no Porto-Benfica?
Onde estavam no Famalicão-Benfica?
Onde estavam no Varzim-Benfica para a Taça de Portugal?
Onde estavam eles nesses jogos em que, aí sim, houve erros graves de árbitros e VAR.
Todos a favorecerem o Benfica.
Todos!
Que valeram muito mais do que os pontos que neste momento ainda lhe garantem a liderança do campeonato e um apuramento para a fase seguinte da taça.
Aí o pasquim aldrabou a realidade, mentiu a defender o seu clube, faltou ao respeito aos seus leitores. Em anexo publico a vergonhosa capa de hoje e a do dia seguinte ao Vitória-Benfica em que uma escandalosa grande penalidade sobre André André não foi assinalada.
Compare-se e veja-se o "jornalismo" que se faz hoje no que outrora foi um grande jornal.
Depois Falamos.
Nota: Um dia, há muitos anos, o então presidente do Vitória- António Pimenta Machado- rasgou publicamente um exemplar de "A Bola" como forma de mostrar a revolta do Vitória perante notícias tendenciosas publicadas nesse jornal a respeito do clube. Nesse como noutras matérias foi um visionário e viu a realidade com uma clareza que o tempo se encarregaria de confirmar.
Erro grave foi do Campeão do mundo, do defesa central em fim de contrato que deu o golo ao recém entrado Abass, que aproveitou o brinde.
ResponderEliminarQuanto à chamada de capa deste jornal, é palha, para muito burro comer.
E cada um, come o que quiser.
Uma vergonha deste Benfiquistão. Pessoalmente, não consigo gostar a meio da semana, do que odeio aos sábados e domingos. Por isso, forza Inter!
Caro Anónimo:
ResponderEliminarGostei muito dessa jogada.
Quanto ao jornal é mesmo próprio para quem gosta de ser enganado ou quem acha que todas as patranhas valem desde que favoreçam o Benfica. Aquilo é o mais rematado jornalismo de sarjeta que há neste país.