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domingo, janeiro 22, 2023

Incómodos

Claro que para qualquer vitoriano digno desse nome o maior incómodo de ontem foi o Vitória ter perdido.
Mas depois houve outros incómodos.
Por mim falo.
Incomodou-me ver o Porto ter muito mais adeptos no estádio do que os 5% a que os regulamentos obrigam.
Uma coisa são 1500 e outra quase o dobro que completado com os que estavam e não se manifestaram passa dos 3000.
Só na foto aparecem, sem favor, 2500.
Mas esses estavam identificados como adeptos do Porto.
Depois haveria outros não identificados mas que como não se manifestaram também não fizeram grande diferença.
Mas estavam lá, E não deviam estar.
Mas incómodo maior foi ver-nos provar do nosso próprio "veneno".
Tantas vezes nos orgulhamos de quando o Vitória joga fora parecer que joga em casa, porque tendo menos adeptos na bancada são muito mais calorosos e audiveis no apoio à equipa, e ontem foi exactamente o que senti quando vi quase 3000 portistas (os do topo norte) serem muito mais consistentes e calorosos no apoio à sua equipa do que os 17000 (ou mais) vitorianos presentes nas bancadas.
Ontem estranhamente amorfos, de braços caídos, dando toda uma imagem de desânimo que não é nada habitual mesmo quando as coisas não correm bem.
Diria até que depois da habitual entrada em campo das equipas com o hino e a cachecolada os adeptos sentaram-se como quem está num cinema a ver um filme e muito raramente despertaram dessa letargia pese embora o esforço das claques em criarem um ambiente minimamente parecido com o que é costume.
Mas mesmo elas menos activas do que habitualmente.
Dirão os optimistas que foi um dia mau e os pessimistas que é o reflexo do estado desportivo do clube. Não sei.
Prefiro a primeira hipótese embora receie que a segunda seja mais consentânea com a realidade.
Mas como me dizia um amigo ontem antes do jogo a única solução para o Vitória é começar a ganhar já. Já.
Basta de anos zero, basta de adiar o futuro, basta de diferir o sucesso para daqui a uns anos com o estafado argumento das dificuldades financeiras.
A crise financeira e desportiva, a que se junta um crescente desânimo associativo bem patente na média de assistências e nos silêncios de ontem, só se resolve ganhando.
Ganhando esta época com a conquista do quinto lugar e tendo para a próxima época uma equipa bem melhor, bem mais competitiva, bem mais ambiciosa.
Encontrem-se soluções para que isto seja possível sem ferir realidades que são intocáveis como a posição maioritária do clube no capital da SAD.
Porque se isto continuar por este caminho receio bem que o futuro nos traga desgostos ainda maiores.
Depois Falamos.

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