Dificilmente se poderá considerar este jogo particular Portugal-Andorra (7-0) como mais que um treino animado para a selecção portuguesa antes dos compromissos decisivos com França e Croácia a contar para a Liga das Nações.
E precisamente por isso, a pensar nos compromissos de sábado e de terça feira seguinte, Fernando Santos optou por um onze inicial cujos jogadores dificilmente serão titulares nesses dois jogos mas que tiveram assim a oportunidade de se estrearem (Paulinho, Domingos Duarte e Pedro Neto) ou de somarem mais uma às poucas internacionalizações que quase todos detém porque nesse "onze" apenas as 126 presenças na selecção A de João Moutinho impõe respeito.
Perante um adversário que jogou muito fechado tentando evitar uma goleada que era mais ou menos inevitável a selecção portuguesa fez uma primeira parte paciente fazendo circular a bola e procuram abrir a defesa adversária.
Fez dois golos, pelos estreantes Pedro Neto e Paulinho, teve mais uma ou outra oportunidade e pode considerar-se que essa equipa de "suplentes" fez o seu papel e mostrou que tem lá muitos jogadores que podem aspirar à titularidade nos tempos mais próximos.
Na segunda parte o seleccionador fez jogar muitos dos que serão titulares sábado lançando Ronaldo, Bernardo Silva, Danilo, William Carvalho, Diogo Jota, João Félix e naturalmente a equipa tornou-se mais forte e foi sem espanto que Portugal fez mais cinco golos como poderia ter feito sete ou oito no que acabou por ser um bom ensaio dos processos ofensivos para os jogos oficiais que aí vem.
Quanto aos estreantes e aos menos utilizados que se pode dizer?
Dos centrais Ruben Semedo e Domingos Duarte nada porque Andorra quase não atacou e quando o fez fê-lo sem perigo o que permitiu que os laterais Nélson Semedo e Mário Rui passassem muito mais tempo no meio campo adversário do que no próprio.
Por maioria de razão Anthony Lopes teve uma das noites mais descansadas da sua carreira mas em teoria pode ser daquela equipa um dos que tem algumas hipóteses de ser titular nos próximos jogos.
No meio campo Sérgio Oliveira (dos convocados só ele e Paulinho jogam na liga portuguesa o que quer dizer muito sobre...muita coisa) ainda vai a tempo de ser útil à selecção depois de alguns anos em que a sua carreira andou indefenida, João Moutinho é outro que pode aspirar à titularidade nos jogos a doer porque tem uma vasta experiência e Renato Sanches continua a ser um talento em crescendo e que felizmente parece ter encontrado rumo depois do tempo perdido com a saída prematura para o Bayern.
Na frente Trincão e Pedro Neto não estiveram mal mas ainda é cedo para pensarem em titularidades até porque nesta convocatória não estiveram nomes como André Silva, Gonçalo Guedes, Gonçalo Paciência, Podence e até Bruma que ainda estarão à frente deles em termos de prioridades do seleccionador.
Resta falar de Paulinho.
Cuja ausência de anteriores convocatórias provocara o espanto de quem não as entendia e que no tempo que jogou , pela forma como se exibiu e pelos dois excelentes golos que marcou, justificou esse espanto dos que não entendiam a sua não convocação.
Poderá não ser titular frente à França mas dificilmente deixará de estar nos fixos de Fernando Santos nos próximos anos porque é de facto um excelente ponta de lança que o Sporting de Braga em Janeiro ou no final da época transferirá a troco de muito, mas mesmo muito, dinheiro.
Depois Falamos
P.S. Não me esqueço que em 2012 quando foi formada a equipa B do Vitória o empresário do Paulinho, então como hoje o Pedro Mendes da MNM, insistiu comigo para que o clube contratasse o Paulinho, então a jogar no Santa Maria FC de Barcelos, porque na sua opinião ia ser um excelente ponta de lança. Já não me recordo porque razão acabou por não vir para o Vitória mas o Pedro Mendes tinha toda a razão!
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