Como saberão os que tem a paciência de lerem este blogue não sou sportinguista nem nada que se pareça porque como vimaranense e vitoriano tenho como único clube, eu e milhares , o Vitória Sport Clube.
Mas tenho pelo Sporting Clube de Portugal uma consideração superior à que tenho pelos outros a quem se chama "grandes" por várias razões sendo que a primeira delas é considerar que no que concerne à verdade desportiva das competições (não apenas de futebol) não tem o nefasto papel dos outros dois e em especial do seu vizinho de rua.
Mas também porque é um clube eclético, e nesse aspecto de longe o maior de Portugal, que deu ao nosso desporto algumas das suas maiores figuras de que Carlos Lopes e Joaquim Agostinho serão os expoentes mas onde cabem também nomes como Fernando Mamede, António Livramento e Francis Obikwelu entre outros.
No futebol "apenas" os três melhores jogadores portugueses no pós Eusébio ( Paulo Futre, Luís Figo e Cristiano Ronaldo) e o melhor ataque de sempre do futebol nacional celebrizado como os cinco violinos.
Por outro lado, com uma ou outra excepção ( Jorge Gonçalves e Bruno de Carvalho são as maiores excepções que confirmam a regra) , o Sporting foi sempre dirigido por gente de bem que soube adoptar no exercício de funções uma postura diferente para melhor do que a generalidade dos congéneres noutros clubes.
E por isso tenho pena de ver hoje o Sporting mergulhado na convulsão interna em que se encontra.
Que alguma coisa terá a ver, acredito, com a falta de resultados desportivos em linha om uma História rica (há quase vinte anos que não são campeões nacionais de futebol e os êxitos noutras modalidades não apagam o insucesso daquele que é o grande barómetro) mas está muito longe de aí se esgotar.
As razões fundamentais são outras.
E prendem-se com o facto de a actual direcção do clube. por razões que são dela e sobre as quais não me pronuncio, ter decidido acabar com determinados privilégios que uma claque possuia e exigir que a claque se remetesse aquele que é o papel fundamental de uma claque que é apoiar as equipas do clube.
Todos sabemos, mesmo os que fazem de conta que não sabem e os que tem a distinta lata de afirmar que no respectivo clube não há claques, que de há muito que nos chamados "grandes" as claques são um negócio para os respectivos lideres (e amigos) e uma "guarda pretoriana" dos dirigentes dos clubes que lhes pagam para isso e tem esse pobre entendimento do que é dirigir uma entidade desportiva.
Essa "moda" terá começado no Porto bastantes anos atrás mas rapidamente alastrou ao Benfica (no tempo de Vale e Azevedo) e o Sporting , que foi o que mais resistiu a essa lógica, acabou por se vergar a ela com Bruno de Carvalho por razões de todos conhecidas.
Sendo que hoje esse fenómeno negativo já ultrapassou as fronteiras desses três clubes.
E o que está hoje em causa no Sporting é fundamentalmente isso.
Um grupo de individuos que perderam negócios, que deixaram (alguns) de receberem chorudos vencimentos por conta sabe-se lá de quê, que foram o braço armado dos tristes acontecimentos de Alcochete ao serviço imagina-se facilmente de quem, que não se importaram de ao longo de meses serem um instrumento de continua ameaça a jogadores e técnicos, querem agora derrubar uma direcção sobre o pretexto dos resultados desportivos mas realmente porque lhes mexeram nos interesses pessoais.
E para isso, demonstrando de facto o seu "amor" ao clube, nem se importam de transformar cada jogo do Sporting (perante a legitima indignação da maioria dos adeptos) num comício anti Varandas marimbando-se positivamente para os efeitos que essas atitudes possam ter no ânimo da equipa que evolui no relvado e para os prejuízos financeiros que as suas tropelias provocam.
Espero que Frederico Varandas e a sua direcção vençam esta guerra.
Porque se a perderem a médio prazo a maioria dos clubes portugueses vai-se tornar ingovernável face à chantagem violenta destes grupos de pressão que não gostam verdadeiramente das instituições mas apenas querem servir-se delas para beneficios pessoais.
Depois Falamos.
Grande texto.Quem assim fala não é gago. Pena que todos, seja no futebol ou no governo, assobiem para o lado e deixem andar. Bravo!
ResponderEliminarCaro Miguel Batista:
ResponderEliminarObrigado pela sua opinião.
Tenho a clara consciência que aquilo que se passa hoje no Sporting extravasa largamente o âmbito do clube e pode vir a tornar-se um grande problema a nível geral.
Porque se deixarem que à legitimidade eleitoral se sobreponham os interesses privados de alguns grupos de pressão então a médio prazo a "moda" vai pegar e os clubes serão, pelo menos grand eparte deles, impossíveis de governar. Muito menos governar contra os interesses de grupos organizados.