O Nosso 14

Se há coisa que não vale a pena, no futebol e na vida, é chorar sobre o leite derramado.

E por isso mesmo com a frustração de em seis pontos totalmente ao nosso alcance termos feito apenas um há que levantar a cabeça, seguir em frente, e ir buscar estes pontos a outros lados.

Do jogo de ontem fica esta memória individualizada.

Douglas: Pouco trabalho mas a sensação de que no golo podia ter feito mais qualquer coisa. A par de alguma insegurança nos cruzamentos.

Bruno Gaspar: Atacou menos que o habitual por força da disposição do adversário. Ainda assim um jogo bem conseguido

Josué: O ponta de lança flaviense deu-lhe muito trabalho. De que por norma se saiu bem.

Pedro Henrique: Exibição regular dividindo com Josué as tarefas de marcação. Não tem sido pelos centrais que os golos adversários tem chegado.

Rúben Ferreira: Um amarelo ingénuo ao atirar uma bola para longe e um segundo amarelo ainda mais ingénuo ao envolver-se numa troca de empurrões sabendo que já estava amarelado. Pelo meio uma exibição discreta.

João Aurélio: Tentou cumprir numa posição que não é a sua. Não brilhou mas também não comprometeu. A posição 6, mesmo com Rafael Miranda recuperado, é das que deve merecer atenção em Janeiro.

João Pedro: O melhor no meio campo com aquela qualidade inata aos bons jogadores que é o de saber jogar simples. Alguns passes de meia distância bem conseguidos e um excelente remate a obrigar Ricardo a boa defesa. A equipa beneficiaria se tentasse o golo mais vezes.

Bernard: Nota-se que está a subir de forma quando sai em velocidade com a bola colada ao pé provocando desequilíbrios. Menos bem a distribuir jogo.

Hernâni: Foram de sua iniciativa algumas das melhores jogadas ofensivas. Marcou o golo, teve três ou quatro boas arrancadas mas pareceu-me algo desapoiado para lhes dar a melhor sequência.

Soares: Deu o "litro". Procurou a bola, procurou espaços, caiu nos flancos,tentou o remate por várias vezes. Mas esteve sempre muito sozinho rodeado por vários defensores. De certeza que sentiu saudades de Marega e desejou a entrada de Texeira. Num caso não era possível e noutro não foi essa a opção de Pedro Martins.

Hurtado: "Exilado" na esquerda passou ao lado do jogo com mais uma exibição muito discreta.

Foram suplentes utilizados:

Rafinha: Entrou a substituir Hernâni mas sem qualquer destaque.

Vigário: Entrou para extremo direito depois de nas duas ultimas épocas nas equipas A e B já ter jogado como lateral esquerdo, lateral direito e extremo esquerdo, É demasiada polivalência para um jovem talentoso que precisa de se "especializar" numa posição. Não resolveu nada pese embora o empenho posto no jogo.

Tozé: Entrou no minuto seguinte ao golo do empate para substituir o lesionado Bruno Gaspar implicando o recuo de João Aurélio para lateral. A seis minutos do fim e a empatar em casa com o Chaves faria mais sentido dar o tudo por tudo com a entrada de Texeira para o lado de Soares. Pedro Martins preferiu jogar pelo seguro e ele é que sabe as linhas com que se cose.

Não foram utilizados:

Georgemy, Prince, Mbemba e Texeira.

Melhor em campo: João Pedro

É inegável que nestas duas jornadas a equipa desiludiu os adeptos com prestações e resultados abaixo do que lhe é exigido.

Mas a vida continua e há que seguir em frente com mais ambição, mais garra, mais qualidade e melhores desempenhos individuais e colectivos.

A começar pelo próximo jogo, no Bessa, que obrigará uma preparação extremamente cuidada em todos os aspectos que rodeiam este regresso a um sítio onde nunca somos bem recebidos e onde se deram tristes incidentes há apenas três semanas.

E quando me refiro à preparação cuidada não me refiro só à preparação da equipa.

Para bom entendedor meia palavra basta.

Depois Falamos