Directas

O PSD tem as suas eleições directas para a escolha do líder no sábado.

Há, com alguma naturalidade, apenas um candidato-Pedro Passos Coelho- que tendo assim a sua reeleição garantida nem por isso deixou de percorrer o país a apresentar o seu programa  para o próximo mandato.

No passado sábado esteve no distrito de Braga visitando várias instituições e concluindo a jornada com um encontro com militantes e simpatizantes no auditório do IPCA em Barcelos.

Gostaria de ter estado presente até porque tinha algumas coisas para dizer.

Mas sábado ,durante todo o dia, estive na Assembleia Municipal de Guimarães e por isso não pude ir a Barcelos porque o respeito por um lugar que ocupo por voto popular se sobrepõe a tudo o resto.

Genericamente gostaria de deixar algumas sugestões ao líder do meu partido agora que a social democracia volta a ser prioridade e com o partido na oposição há tempo e disponibilidade para o repensar.

A primeira tinha a ver precisamente com o programa do PSD.

E visava a recuperação do imenso trabalho feito nos grupos de reflexão do "Gene PSD"(até 2012) para a modernização do programa do partido. Está lá muito do que deve ser a social democracia destes tempos.

A segunda tinha a ver com a reforma estatutária.

E, por exemplo,  com a proibição de acumulação de cargos dentro do partido. Quem está numa concelhia não tem de estar numa distrital e quem está numa distrital não tem de estar na CPN.

O partido é rico em quadros e a acumulação de cargos é nociva para uma participação o mais alargada possível desses quadros na vida do PSD.

A terceira era sobre leis eleitorais.

Porque não há-de o PSD fazer uma reflexão profunda sobre as leis eleitorais?

Propondo um único mandato presidencial de sete anos?

Evoluindo para os círculos uninominais?

Consagrando a eleição uninominal do presidente de câmara e permitindo-lhe a livre escolha de vereadores tal como o primeiro-ministro escolhe os ministros?

Estabelecendo um limite de mandatos(três por exemplo) para os deputados como existe para o Presidente da República, os presidentes de Câmara e os os presidentes de junta de freguesia?

A quarta era sobre as reuniões do Conselho Nacional.

Acabando com a "maldita" mania de os realizar a meio da semana, em Lisboa e quase sempre em hóteis de 4 ou 5 estrelas.

Fazendo-os ao sábado que é o melhor dia para os que não estão na politica profissionalmente, como foram durante muito tempo, espalhando-os pelo país como se fazia no passado mesmo quando não havias as vias de comunicação de hoje, e realizando-os em sedes partidárias e não em hóteis de luxo onde o povo não vai nem gosta de quem lá vai.

A quinta era sobre os congressos do partido.

O próximo é, e muito bem, em Espinho mas é mais que tempo de o PSD fazer um congresso no Alentejo.

É inconcebível que em 42 anos de vida do partido essa região nunca tenha tido "direito" a um congresso. É mais que tempo de reparar o erro.

Era isto.

Não houver oportunidade desta vez mas desconfio (talvez infelizmente) que haverá numa próxima.

Depois Falamos.

P.S: Claro que o limite de mandatos para os deputados não precisa de nenhuma alteração a leis eleitorais.

Basta o partido querer dar o bom exemplo e defini-la como regra da constituição das próximas listas de candidatos.