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domingo, novembro 22, 2015

Cultura

Sergi Roberto-Suárez-Neymar
Quem tem por hábito ler este blogue sabe bem a simpatia que tenho pelo Barcelona e portanto imaginará facilmente o prazer com que assisti ontem à forma como os catalães cilindrarem o Real Madrid em pleno Bernabéu.
Numa exibição extraordinária, fazendo gato sapato do seu adversário, o Barça fez quatro golos  e ficou a dever a si próprio outros tanto face ás oportunidades criadas e desperdiçadas em série pelos jogadores do campeão espanhol e europeu.
Valha a verdade que também o seu adversario podia ter marcado por duas ou três vezes (em duas delas Bravo fez  espantosas defesas a remates de um Ronaldo que bem merece jogar numa equipa melhor)pelo que o resultado que mais se adequaria ao jogo que se viu seria um 2-8 mais próprio de hóquei em patins do que em futebol.
Mas acima do jogo propriamente dito há que dizer que se impuseram duas formas de cultura.
A cultura futebolistica,propriamente dita, consagrando uma vez mais a forma de jogar do Barcelona e que lhe permitiu coisas tão espantosas como ter 61% de posse de bola ou na jogada do primeiro golo a bola ter passado pelos dez jogadores de campo do Barça , com o RM a ver, até chegar aos pés de Suárez para a conclusão perfeita do lance.
É a consagração de um forma de jogar que revolucionou o jogo propriamente dito.
E ontem o Barcelona nem precisou de Messi ,contradizendo todos aqueles que afirmam que o "tiki taka" só existe com o argentino, para impor o seu futebol tal a qualidade que Neymar, Iniesta, Súarez e Sergi Roberto (os que mais se distinguiram) imprimiram é exibição "culé".
Messi apenas entrou aos 60 minutos, para ganhar ritmo depois de dois meses de paragem por lesão, com o resultado já em 3-0 mas ainda teve tempo para participar na jogada do ultimo golo deixando também ele a sua marca no resultado.
E aqui um aparte para imaginar o que terão sentido os já destroçados jogadores madridistas quando a perderem por 0-3,e a levarem um "banho de bola", viram entrar em campo o "inimigo nº1" que tantas vezes os tem vergado ao peso do seu talento.
Não devem ter sido poucos, acompanhados por Benitez e pelos adeptos caseiros, os que terão receado uma catástrofe ainda maior.
Não aconteceu mas também não andou longe.
A outra forma de cultura presente ontem no Bernabéu foi a cultura desportiva dos adeptos do Real Madrid.
Aplaudindo Iniesta quando foi substituído, e assim tributando a merecida homenagem à monumental exibição do capitão do Barcelona, mas acima de tudo com os cânticos exigindo a demissão do presidente Florentino Pérez.
Enquanto noutros lados os insucessos são atribuídos a treinadores e jogadores os adeptos do Real Madrid sabem bem (e tem toda a razão) que é a quem está no topo da "pirâmide" que devem ser exigidas responsabilidades pelos insucessos desportivos.
E nisso deram um excelente exemplo.
Depois Falamos.

4 comentários:

  1. Carissimo:

    O Rui Vitória, não era aquele treinador, que em condições semelhantes, faria muito melhor que o JJ?

    Cumprimentos e peço desculpa pela intromissão.

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  2. Caro Anónimo:
    Não me lembro de o ter escrito mas admito em teoria que em condições iguais o RV pudesse fazer melhor que o JJ. Em condições iguais. Mas não é isso que se verifica.

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  3. Fala-se muito em Messi/Ronaldo ou Ronaldo/Messi e esquece-se os verdadeiros monstros da bola.
    Não que os outros sejam fracos, longe disso como comprovam os seus números, mas Iniesta é o verdadeiro, talento inato e inteligência pura. E o Bernabéu reconheceu isso, como em tempos reconheceu o talento maior de Ronaldinho.
    Jogadores como Iniesta, Xavi deviam receber Bola de Ouro por decreto.

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  4. Caro Anónimo:
    Um dos meus próximos posts vai ser precisamente sobre Iniesta.
    E sobre a "infelicidade" de ser contemporâneo de Messi e Ronaldo

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