Jogadores Há...

Publiquei este texto no site "Reino Vitoriano" ao qual também pertence a imagem que encabeça esta postagem.

Pede-me o “Reino  Vitoriano”, uma das melhores páginas do facebook a versar assuntos vitorianos, que escreva algumas linhas sobre este início de temporada do Vitória e mais concretamente sobre o plantel ao dispor do treinador a quem entenderam confiar a equipa A.

Devo dizer, desde já, que embora seja crítico da SAD nalguns aspectos entendo que em termos de plantel proporcionaram ao actual treinador um conjunto de jogadores em quantidade e qualidade que Rui Vitória nunca teve ao longos dos anos em que trabalhou com os actuais dirigentes.

E por isso, e também porque o actual treinador trabalhou com boa parte do plantel na equipa B, não haverá lugar a quaisquer desculpas para que a equipa não apresente desde já um entrosamento e um fio de jogo que não era lícito pedir a Rui Vitória que todos os anos (e ás vezes, como na época passada, mais que uma vez por ano) tinha de reconstruir a equipa.

Infelizmente com a modesta equipa austríaca que nos eliminou da Liga Europa não foi nada disso que se viu mas esperemos que sábado, no “Dragão”, já se possa ver um Vitória melhor.

O que em boa verdade não me parece nada difícil!

Quanto ao plantel.

Para a baliza temos Douglas, Assis e Miguel Oliveira.

Um é o presente, o outro o presente e o futuro e o terceiro é o futuro propriamente dito.

Creio que estamos muito bem servidos de guarda-redes e nada há a temer nessa matéria desde que os adeptos entendam que no futebol, e na vida, não há ninguém infalível.

Nas laterais há algum desequilíbrio.

Bruno Gaspar e Luís Rocha serão naturalmente os titulares e acredito que façam uma boa época porque valor não lhes falta.

Em termos de alternativas é que tenho algumas dúvidas.

Pedro Correia dá algumas garantias mas Dalbert, Breno e Arrondel ainda terão que fazer pela vida na equipa B.

Às vezes lembro-me que Bruno Teles está sem clube…

No centro da defesa a questão é clara:

Se Josué ficar é preciso mais um central porque ao que vimos com o Altach o sector não está nada bem.

Se Josué sair então são precisos dois porque é uma zona onde as falhas e a inexperiência se pagam muito caro.

É evidente que João Afonso subirá de forma e Pedro Henrique terá o valor necessário a justificar a contratação mas mesmo assim contratar um “xerife” seria jogar pelo seguro.

No meio campo, o sector mais debilitado pelas saídas de André e Bernard, creio que há opções em número suficiente.

Continuam Cafu, Bouba, Bruno Alves e Otávio a que se vieram juntar Montoya e Tozé sendo de esperar que 2015/2016 seja o ano da “explosão” do grande talento que João Pedro é.

Como Moreno também pode fazer uma “perninha” neste sector (que por acaso até acho que é o dele…) parece-me que a equipa tem alternativas suficientes para garantir níveis exibicionais constantes ao longo da época.

Na frente há uma fartura como nunca houve nos últimos três ou quatro anos.

Para as alas continua Alex (que também pode jogar a meio campo ou até a lateral dada a sua polivalência), chegou Licá, subiu Vigário e existe Tomané que do meu ponto de vista rende mais a jogar na ala e a cair na área do que a jogar lá fixo.

Veio ainda um brasileiro de valor desconhecido, Bruno Mendes, e há um talento imenso na B chamado Alexandre Silva que a qualquer momento pode dar o “salto” para a A.

Para o sítio onde os jogos se decidem também não faltam alternativas.

Valente, o goleador que me meio campeonato rendeu oito golos, cujo rendimento é muito maior se jogar como segundo avançado do que nos flancos onde está muito longe da baliza e não pode fazer uso do seu reconhecido sentido de oportunidade.

Areias que fez uma excelente época na B e é um verdadeiro homem de área cuja capacidade goleadora merece ser considerada na equipa A como uma opção permanente.

E o goleador brasileiro Henrique Dourado uma contratação que despertou entusiasmo mas que já se percebeu ser um jogador a precisar de mais trabalho físico e de jogar num sistema de dois pontas de lança em que possa tirar partido do seu instinto de área mas também da pouca mobilidade que se lhe adivinha.

Creio que ele e Valente ou Tomané podem fazer uma excelente dupla embora neste momento os dois portugueses mereçam mais a titularidade do que o brasileiro.

E depois ainda há o “mistério” Ricardo Gomes que ainda ninguém terá percebido, em termos definitivos, se é ponta de lança, extremo ou um segundo avançado (como Valente) para jogar perto do homem em cunha.

Em suma um bom plantel, com uma rectaguarda na B com algumas mais-valias (Alexandre Silva, Dénis, Helinho) para serem lançadas mas a que mais um central de qualidade cairia como cereja no topo do bolo.

Há contudo duas ressalvas a fazer:

A primeira é que estas linhas são escritas a 10 de Agosto e por isso até ao fim do mês ainda podem haver entradas (de que não virá mal ao mundo desde que não sejam mais empréstimos de SLB ou FCP) e saídas que, essas sim, serão altamente inconvenientes para as ambições que este plantel nos permite acalentar.

A outra ressalva tem a ver com a capacidade do treinador para tirar todo o partido do plantel e construir uma equipa capaz de ser a principal candidata ao quarto lugar.

O tempo se encarregará de responder a estas duas questões.