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sexta-feira, fevereiro 13, 2015

Memórias com o FCP

A propósito do jogo de hoje vem-me à memória jogos passados, com este adversário, e que marcaram de alguma forma a minha trajectória enquanto vitoriano.
Desde logo porque foi contra o Porto que vi o meu primeiro jogo do Vitória.
Ainda na Amorosa, na bancada retratada na fotografia, com o deslumbramento próprio de um miúdo de cinco anos que ia pela primeira vez ao futebol.
Depois outras memórias com o mesmo adversário.
Como a daquele jogo de 1971, ultima jornada do campeonato, em que o Vitória foi ás Antas a precisar de pontuar para não descer de divisão.
90 minutos de intensa aflição mas o 0-0 final foi um alívio para os muitos vitorianos presentes com a manutenção assegurada.
Em 1975 dois jogos inesqueciveis para a Taça de Portugal.
Com as Antas e o Municipal interditados disciplinarmente houve que procurar outro local para o jogo.
Foi escolhida a Póvoa de Varzim e o estádio poveiro terá registado das suas maiores lotações de sempre tantos os vitorianos e portistas que lá acorreram.
Um jogo espectacular que terminou com um 3-3, depois de constantes alternâncias no marcador, que remeteu a decisão para um jogo de desempate, no 1º de Maio em Braga.
Aí depois de um jogo com muitos golos, mas  longe da espectacularidade do anterior, em que o Porto chegou a 3-0 e o Vitória conseguiu ainda chegar ao 2-3, consumar-se-ia o apuramento dos portistas.
No ano seguinte em duas semanas dois jogos em Guimarães.
Primeiro para o campeonato que terminou com o triunfo vitoriano por 2-1.
O Porto não gostou, reagiu com alguma sobranceria, e prometeu desforra para oito dias depois em jogo para os 1/4 final da Taça.
Estádio a abarrotar e novo triunfo do Vitória por 2-1!
Rumo a uma final disputada nas...Antas e dada pelo famigerado Garrido ao Boavista.
E por falar em Taça como não recordar a final de 1988, perdida com o Porto, num estádio do Jamor longe de estar cheio e com um Vitória a concluir uma época cheia de desilusões e problemas.
Um 0-1 que saldou um jogo pouco interessante e em que o Vitória podia ter feito melhor perante um adversário que era campeão europeu em titulo.
Um salto até 1996 e uma visita ás Antas na segunda volta do campeonato.
Ambiente de grande tensão, depois de na primeira volta terem ocorrido incidentes que correram mundo com a claque do Porto a invadir o relvado antes do jogo e a ser dele expulsa pelas claques do Vitória, e portanto natural contenção dos adeptos vitorianos.
Vi o jogo no alto da arquibancada das Antas rodeado, pensava eu, por portistas dado que na entrada das equipas não se tinha ouvido em todo o estádio qualquer aplauso ao Vitória antes pelo contrário.
Os próprios portistas conversando entre eles gozavam com o facto de os vitorianos terem tido medo de irem ás Antas depois do acontecido no jogo da primeira volta.
Com alguns minutos decorridos chegaram as claques do Vitória, sob rigorosas medidas de segurança, e debaixo de uma vaia atroadora dos adeptos da casa.
O Porto adiantou-se no marcador mas passados poucos minutos o Vitória empatou num penalti convertido por Edinho.
E foi então que se ouviu um clamor de "gooolo" vindo de vários sectores do estádio, perante grande irritação dos portistas,que provou que embora "à paisana"havia muitos vitorianos espalhados pelas bancadas.
O Vitória acabaria por vencer por 3-2, com golos de Ricardo Lopes e Zahovic, e na altura do terceiro golo "descobri" que na própria arquibancada havia muitos adeptos tais as manifestações de júbilo então já irreprimiveis. 
A ultima memória de hoje vai para a final da Taça de 2011.
E aquela terrível derrota por 6-2 que fez milhares de vitorianos saírem do Jamor, muitos antes do fim do jogo, acabrunhados por uma derrota por números impensáveis e inaceitáveis.
Mal sabíamos que dois anos depois voltaríamos para a mais bela tarde vitoriana de sempre!
Memórias de alguns dos muitos jogos que vi entre Vitória e Porto disputados, nestes casos, em Guimarães, Porto, Braga, Póvoa de Varzim e Oeiras.
Espero que o de hoje entre para as boas memórias destes confrontos entre os dois clubes.
Depois Falamos

5 comentários:

  1. Mike_the_Bike2:44 da tarde

    Caro Luís Cirilo,

    invejo-o de algumas das suas memórias, principalmente as do tempo em que o futebol, e o país, ainda eram a "preto e branco", mas nessa altura eu ainda não era nascido!
    Nasci e vivi no Porto até à minha adolescência, no tempo em que o futebol e o país começavam a ter algumas cores, algum tempo depois dos cravos enfiados nas espingardas desfilarem na baixa de Lisboa.
    Quando vim para Guimarães, não demorou muito a ser Vitoriano, e embora tivesse alguma simpatia pelo Porto, confesso que desde há algum tempo não digiro muito bem as derrotas do nosso Vitória com o Porto. A da final da Taça foi muito dolorosa, mas uma das que mais me ficou na memória, foi quando há cerca de 4 ou 5 anos, perdemos em casa por 5-0, e com o estádio cheio toda a gente a cantar "vitória até morrer", num misto de frustação e orgulho, que só o Vitória e o sentimento que conseguimos ter por ele, nos consegue proporcionar.

    Miguel

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  2. Caro Miguel:
    Esse jogo que recorda foi impressionante. Lembro-me bem de naquelas bancadas ter sentido, mais uma vez, um imenso orgulho em ser vitoriano.
    Eu apenas lembrei aqui alguns dos muitos,incontáveis, jogos que vi entre os dois clubes. E nem referi a vitória na supertaça veja bem.

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  3. Francisco Guimarães4:12 da tarde

    Infelizmente o destino do jogo de hoje já está traçado.
    Por isso vai ser com enorme frustração prévia (eu que sou um optimista crónico) que vou ver o jogo mais logo.

    Como se já não bastasse a tradicional "caseirada" dos homens do apito (lembro apenas o ano passado e o penalty que apenas o, retirado e ex-"melhor arbitro do mundo", sr.Proença viu!) que favorece sempre os de Azul (como favorece os de Vermelho ou os de Verde).
    Como se já não bastasse a suspeita mais moderna dos jogos combinados nas apostas desportivas das máfias asiáticas.
    Temos mais logo ainda outro factor: o escuro e tenebroso negócio Hernâni.

    Ou seja, um jogo, um desporto, em que a incerteza do resultado e a possibilidade dos mais pobres ganharem aos mais ricos apenas com a prática de boas jogadas, boas taticas e força de vontade, é uma das suas mais apaixonantes caracteristicas, já acabou antes de começar

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  4. Ainda há poucos dias vi no youtube um resumo do jogo Porto -Vitória, salvo erro em 87, com a célebre equipa de Cascavel, Ademir, Roldão, Jesus, etc.
    Foi um resumo com comentários da época, sendo o jogo classificado como sendo entre candidatos ao título.
    O Vitória jogou taco a taco, e o resultado final 2-2

    diga-se que com uma assistência vitoriana impressionante

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  5. Caro Francisco:
    Na verdade o futebol tem uma "verdade" cada vez mais adulterada. O jogo de ontem, felizmente, foi resolvido nas quatro linhas sem influência do árbitro que fez um trabalho sem grande mácula. Se houve factores a condicioná-lo foram anteriores ao próprio jogo.
    Caro luso:
    Sim. Foi um grande jogo com uma extraordinária moldura humana

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