O projecto desportivo do Vitória maioritariamente sufragado pelos associados nas eleições de 2012 previa a constituição de uma equipa B, aproveitando a possibilidade dada pela LPFP de as equipas B competirem de imediato na liga de honra, que teria como finalidade a preparação dos jovens futebolistas para enfrentarem o duro desafio de competirem pela equipa principal na 1ª liga.
Desde logo foi estabelecido, por pura convicção de que esse era o caminho certo, que a nossa equipa B significaria uma aposta na formação do clube e no aproveitar do talento do futebolista português.
O que equivale a dizer que seria constituída por jovens jogadores oriundos da nossa formação e por outros que não tendo sido formados cá tinham sido referenciados pelo nosso departamento de prospecção como jogadores interessantes para se incluírem no nosso projecto.
Desde aqueles que jogavam noutros clubes da II liga ou da IIB aos que tinham sido desaproveitados por clubes como os chamados “grandes” casos de Baldé, Ricardo, Marco Matias, Tiago Rodrigues, Josué apenas para dar exemplos bem presentes na memória de todos.
Jogadores portugueses bem entendido.
A presença de jogadores estrangeiros nessa equipa seria sempre a titulo muito excepcional e em principio jogadores em trânsito para a equipa A e que passariam pela B apenas para se adaptarem mais rapidamente ao nosso futebol.
Foi assim possível que durante a época passada a equipa alinhasse nalguns jogos com dez portugueses e apenas Assis, na baliza, como futebolista estrangeiro numa demonstração de plena coerência com o projecto que se procurava implementar.
No que toca aos jovens oriundos da nossa formação, e portanto já educados numa cultura “Vitória”, entendia-se a equipa B como o ultimo patamar da formação e primeiro do profissionalismo onde a par de aprimorarem a sua formação física, técnica e de cultura futebolística teriam também a oportunidade decisiva de moldarem o seu carácter e a sua atitude aos desafios de jogarem na primeira equipa do clube com toda a exigência que isso implica.
Ou seja a passagem pela equipa B serviria para lhes inculcar mais ambição, mais atitude, mais cultura de vitória.
Porque quem joga no Vitória tem de ter a ambição de ganhar sempre!
Creio que o balanço da primeira época da equipa B é positivo.
Rui Vitória chamou à equipa A para jogos oficiais 23 (vinte e três) jogadores da equipa B dos quais mais de metade teve oportunidade de jogar e, portanto, de se estrearem ao mais alto nível com a nossa camisola.
Alguns deles por lá ficaram definitivamente.
Paulo Oliveira, Tiago Rodrigues, Kanu, Luis Rocha, Amorim , Crivellaro entre outros o que é muito mais do que aquilo que no inicio de temporada se perspectivava em termos de aproveitamento imediato.
Infelizmente, por força dessa necessidade da equipa A e de outras razões de que um dia se fará história, a equipa B acabou por descer de escalão (por apenas um ponto !!!) e disputa este ano o campeonato nacional de seniores.
Com um filosofia já diferente.
Onde anteriormente os estrangeiros eram excepção passaram a ser quase regra ao ponto de no ultimo jogo com o Vizela a equipa ter entrado em campo com seis(!!!) estrangeiros no onze inicial o que nada tem a ver com o projecto desportivo conforme ele foi idealizado e continuo a crer fazer todo o sentido.
Na realidade, a par da contratação de jogadores que se revelam como mais valias (Cafu, Fábio Vieira ) chegaram ao clube um número elevado de jogadores estrangeiros (alguns dos quais até já saíram como Jean Pablo e Nita) cuja razão de serem contratados ainda não foi perceptível aos olhos de uma imensa maioria.
E não se veja aqui qualquer xenofobia que não existe.
Apenas entendo que no futebol português os estrangeiros para merecerem ser contratados tem de ser tão bons ou melhores que os portugueses.
Especialmente para uma equipa que é vista como o fim de um ciclo formativo de jogadores.
E digo isto com o à vontade de quem é adepto de um clube que teve em estrangeiros (Cascavel, Edmur, N’Dinga, Ademir, Geromel,Djalma, Saganowski, etc) alguns dos melhores futebolistas da sua História de 91 anos.
De uma forma ou de outra, com portugueses e estrangeiros, é evidente que após ter descido de divisão o único pensamento que podia nortear os seus responsáveis era a imediata subida de divisão para que o Vitória B pudesse voltar ao escalão competitivo mais adequado a preparar os seus jogadores para a subida à primeira equipa.
Como, aliás, a época anterior se tinha exuberantemente encarregado de demonstrar.
Foi pois com alguma surpresa que assisti a declarações de responsáveis técnicos contraditórias com esse objectivo de subida.
Por um lado o treinador da equipa dizendo que o campeonato nacional de seniores é o escalão adequado a completar a formação dos jovens.
Alguém está enganado.
Ou ele, ou os responsáveis de Benfica, Porto, Sporting, Sporting CB e Marítimo que a ser assim deviam ter feito as suas equipas B descerem ao campeonato nacional de seniores em vez de se manterem na liga de honra.
Até à data, mas posso estar enganado, não me consta que tenham desenvolvido esforços nesse sentido.
Depois uma declaração do director desportivo, o meu amigo Flávio Meireles, dizendo que a subida não era objectivo prioritário creio terem sido essas as palavras.
Creio, com todo o respeito e amizade pelo Flávio, que é uma mensagem errada.
Ninguém exige à equipa que suba, até porque o nosso futebol é o que é em termos de bastidores, mas tem de se lhe exigir que tente subir.
Porque se nestes jovens que estamos a preparar para o grau mais elevado de profissionalismo não inculcarmos uma cultura de vitória, de ambição, de querermos sempre mais (afinal a imagem de marca do Flávio enquanto jogador) e lhes transmitirmos um discurso de conformismo, de imobilidade, de “está bem assim” , estaremos a formá-los mal e a prestarmos um serviço ao clube abaixo do expectável.
A equipa B do Vitória foi criada com objectivos claros.
Formar jogadores, apoiar a equipa A, competir na II liga.
É isso que espero vê-la fazer na próxima época.
Quer porque os adversários na fase de subida (Boavista, Freamunde, Vizela, Limianos, Bragança, S. João de Ver e Cesarense) nos permitem ter essa clara ambição mas também porque as opções técnicas de dispensa/aquisição de jogadores desde o inicio da época tornariam incompreensível que isso não viesse a acontecer.
E, é claro, porque temos um núcleo de jogadores cuja qualidade suporta bem essa ambição de subir.
Muito em especial se num ou noutro jogo mais decisivo a equipa A souber (e quiser) retribuir o muito que a equipa B lhe deu na época passada.
Subir é, admito, um grande desafio que pode não vir a ser superado por circunstâncias alheias ao valor dos nosso jogadores.
Mas é da superação de grandes desafios que se faz a nossa História.
E a ambição é trave mestra do nosso ADN.
Esta direcção do Vitória não está a fazer o trabalho todo como prometeu, que outros já fizeram noutros clubes e agora colhem os lucros. Primeiro os miúdos/estudantes até aos 18 anos, sendo filhos de sócios ou não, não deveriam pagar bilhete para assistir a jogos do Vitória. Depois uma cultura de sensibilização e captação para a prática do futebol deve ser contínua e é fundamental que seja implementada desde o primeiro ano de escolaridade. Às vezes, corre uma aragem como se estivéssemos nas mãos de empresários africanos e que vamos enchendo como chouriças algumas camisolas com jogadores da terra. Não é que não seja mau... mas o ADN vitoriano não se imprime com jogadores que vêm de fora, mas com jogadores nascidos em Guimarães e que tenham amor e ligação à terra. É essa identidade que torna um jogador diferente dos outros. O Amido Baldé, por exemplo, é um jogador que respeita o Vitória e nós respeitámo-lo porque sabe estar grato ao Vitória. É humilde, bom rapaz e os sócios adoram isso. Mas não se pode chamar que tenha uma matriz vitoriana, como o Flávio Meireles e outros como ele. Esses sabem o que é vestir o peso da camisola e sentem na pele os olhares de fodidez da derrota quando vão almoçar ao ETC, ao Florêncio ou Tónio Quim...
ResponderEliminarÉ claro que concordo consigo com a ambição que se deve ter relativamente à equipa B. O sítio dela é na II Liga, caso contrário mais vale estar quieto. É que eu penso.
Caro Anónimo:
ResponderEliminarE está a pensar bem.
O projecto desportivo é claro:
formação,jogadores portugueses e estrangeiros a titulo excepcional. Objectivo a dez anos ter 80% de jogadores portugueses no plantel dos quais um minimo de 70% formados no clube. De fora apenas mais valias.
Claro que haverá sempre lugar para jogadores como o Baldé que no pouco tempo que esteve cá vestiu exemplarmente a nossa camisola e ainda hoje é um vitoriano.
Só queria aqui dizer e pelo que está no site do clube atualmente a Equipa B só têm 9 jogadores da formação todos os outros vieram de fora o que acho muito pouco para um clube como o VSC.
ResponderEliminarCaro Anónimo:
ResponderEliminarPenso que tem mais um.
Miguel Oliveira, André Matos,Pedro Lemos, Gonçalo. Dinis, Cafu,João Pedro, Bernard, Bruno Alves, Areias.
O que para o caso vem a dar no mesmo. É pouco!
Caro Cirilo costuma-se dizer são poucos mas bons será que se aplica a estes jovens haverá aqui algum jogador que tenha qualidade para subir á equipa A haver vamos.
ResponderEliminarCAro Anónimo:
ResponderEliminarHaver há. Uns dez ou doze, Depende das oportunidades que lhes derem e do aproveitamento que eles fizerem delas.