O meu artigo desta semana no zerozero.
“E para nós chuva é sol”.
Este é um dos mais carismáticos cânticos das claques e adeptos
vitorianos e é normalmente entoado quando são obrigados a assistirem expostos à
chuva e ao mau tempo a jogos do Vitória disputados fora do estádio D.Afonso
Henriques.
Com ele, cântico, pretendendo demonstrar que para os vitorianos as
condições climatéricas em que assistem aos jogos não tem qualquer importância
face à vontade de estarem sempre ao lado do Vitória.
E isto vem a propósito de este sábado uma vez mais se ter assistido,
no meu caso pela televisão e a mais de trezentos quilómetros de distância, a
uma extraordinária manifestação de amor ao seu clube pelos três mil adeptos
vitorianos que em Vila das Aves debaixo de uma chuva inclemente (é incrível
como na primeira liga ainda se permitem estádios tão velhos e ultrapassados
como o do Aves) fizeram com que a sua equipa se sentisse em casa tal a
intensidade e o calor do apoio que transmitiram ao longo dos noventa minutos de
jogo.
Os vitorianos são um exemplo imenso para o país futebolístico.
Para um país em que não fora a existência deste clube tão “sui
generis” e destes adeptos tão extraordinários e a macrocefalia parola do apoio
aos chamados “três grandes” não conheceria excepções no território nacional.
Felizmente existe o Vitória e existem os vitorianos que fazem do
estádio D.Afonso Henriques o único deste país onde qualquer um dos “grandes” é
muito pequeno e que fora de casa são seguramente aqueles que em maior número
seguem o seu clube para todo o lado.
Percebendo-se, é claro, a diferença entre seguir e estar lá!
E por isso não tenho a mínima duvida que o Vitória não sendo o clube
que mais adeptos têm em Portugal é, de longe, o que tem melhores adeptos.
E todas as semanas isso é visível.
Segundo assunto tem a ver com o fim da fase de grupos das competições
europeias.
Que no caso dos clubes portugueses não encerrou qualquer surpresa prosseguindo
os três em prova nas competições para que estão talhados em função da valia das
respectivas equipas e do seu rendimento na fase de grupos.
O Porto, depois de um percurso de alto nível com cinco vitória em seis
jogos e a mais elevada pontuação de toda a fase de grupos, continua na Liga dos
Campeões e será cabeça de série no sorteio da próxima segunda-feira.
A par dessa excelente performance desportiva encaixou quase setenta
milhões de euros de receitas o que tem de se considerar como assinalável e seguramente
lhe criará condições para apostar num reforço da equipa em Janeiro.
O Benfica, imerso nas suas contradições entre um passado que não volta
mas de que alguns adeptos querem fazer presente e a real valia de um plantel
que não dá para mais, foi relegado para a Liga Europa depois de fazer uma fase
de grupos dentro do que está ao seu alcance.
Na segunda competição da UEFA, aí sim, poderá ambicionar chegar a
fases mais adiantadas porque a valia dos adversários é mais compatível com as
suas possibilidades.
Quanto ao Sporting, que nessa matéria de ambições europeias parece ter
os pés bem assentes no chão, fez uma fase de grupos tranquila e apurou-se para
a etapa seguinte onde, tal como o Benfica, pode ambicionar chegar a fases mais
adiantadas da competição se os sorteios (ao contrário do Benfica não é cabeça
de série) não lhe correrem especialmente mal.
Modric não é, nunca foi e jamais será o melhor jogador do mundo!
É excelente, tem lugar nos quinze ou vinte melhores da actualidade,
mas está longe de Ronaldo e Messi que continuam a ser os dois melhores e a
larga distância de uma concorrência que nem o é por falta de valia para isso.
Mas o futebol é cada vez mais negócio.
E o negócio vive da novidade que a atribuição das “Bolas de Ouro” dos
últimos dez anos fez desaparecer porque sempre ganhas pela fabulosa dupla
luso-argentina que as dividiram rigorosamente a meio.
E quando ao negócio se junta o chauvinismo, de que os franceses são
grandes especialistas, percebe-se que passar mais três ou quatro anos a dividir
o troféu pelos “do costume” era demasiado para os senhores do “France Football”
ansiosos que estão por darem o troféu a Mbappé ou a Griezmann.
O problema é que dava demasiado nas vistas não premiar Ronaldo ou
Messi para o fazer a um francês que por muito bom que seja (e esses dois são)
não está ainda ao nível dos tais “do costume”.
Por isso nada melhor que quebrar o ciclo de dez anos com o croata, que
até pela idade não voltará a sequer ser candidato, fazendo dele “bode
expiatório” da atrocidade que foi não premiar um dos dois que são de facto os
melhores para no futuro próximo então poderem dar “a “Bola de Ouro” a um desses
dois franceses sem o frete ser demasiado evidente.
Posso estar enganado, é claro, mas daqui a um ano saberemos.
"A chuva pra nós é sol"
ResponderEliminarAssim é que e.
Caro Anónimo:
ResponderEliminarJá o provamos muitas vezes
Escrevo apenas para concordar que é inadmissível um estádio na 1ª Liga como o do Aves, com um relvado naquele estado! O Gil Vicente, que está na 2ª Liga, tem um estádio com as bancadas completamente cobertas e um relvado bem melhor que o do Aves!
ResponderEliminarEu sei que a Liga tem critérios para avaliar as condições dos estádios, mas deixar que se jogue num relvado daqueles é não ter respeito pelos espectadores nem pela saúde e integridade física dos jogadores.
Caro Saganowski:
ResponderEliminarÉ como dizes.
No fundo a velha política de filhos e enteados
Luis,
ResponderEliminarUrge bater o pé a essa política!
Caro Saganowski:
ResponderEliminarConcordo. Quem está mandatado para defende ro clube que o faça