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segunda-feira, agosto 27, 2018

O Comboio da Vergonha

No passado fim de semana, num país à beira mar plantado onde à esquerda tudo se perdoa, o PS de um desavergonhado chamado António Costa deu mais um passo rumo à mexicanização da política portuguesa em torno de um único partido.
Resolvendo fazer a sua reentre em Caminha o PS fretou um comboio que fez o percurso entre a margem sul do Tejo e a vila minhota,com várias paragens pelo caminho para embarcar militantes, onde os viajantes iriam ajudar a encher o espaço destinado ao comício.
Até aqui nada de estranho.
O estranho vem no facto de a empresa pública CP, cujo objectivo é o serviço público na área dos transportes, ter aceite contratualmente atrasar os horários dos seus comboios de passageiros para dar prioridade ao comboio partidário dos socialistas!
Ou seja prejudicou o público em prol do privado.
Uma vergonha, um escândalo, uma total falta de respeito por todos quantos não sendo (ou até sendo e não viajando no comboio da vergonha) socialistas viram os seus legítimos interesses prejudicados por Costa e pelos camaradas.
Fosse na Coreia do Norte, na Venezuela, em Cuba ou na Nicarágua e ninguém estranharia.
Mas em Portugal?
Numa democracia e num Estado de Direito como foi isto possível?
Pior, como foi possível que ninguém com responsabilidades institucionais tivesse vindo a público denunciar esta pouca vergonha e este atropelo aos direitos dos cidadãos?
O Presidente da Republica que fala sobre tudo resolveu sobre isto abrir uma excepção e nada dizer.
O PSD que não fala sobre nada manteve a coerência e nada disse.
O CDS tão empenhado a falar da privatização de ligações ferroviárias sobre isto disse o menos possível ou seja quase nada.
E a esquerda?
A esquerda do PCP ao BE passando pelo PEV sempre tão pressurosos a defenderem o serviço público e a atacarem tudo que é privado que fizeram?
Calaram-se.
Embora fosse fácil de imaginar o que diriam sobre idêntico assunto se PSD e CDS estivessem no governo e um deles alugasse um comboio para idênticos fins e com idênticos privilégios.
Caia o Carmo e a Trindade.
Assim...o assunto apenas teve relevo porque alguma imprensa, pouca, o denunciou e trouxe a público porque caso contrário tinha passado despercebido e sem qualquer denúncia.
Uma vergonha. 
Da responsabilidade de quem a praticou mas também dos que por omissão se tornaram cúmplices.
Depois Falamos

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