Não é novidade para ninguém que as sociedades vivem tempos
complicados, complexos até, fruto a uma crise de valores que se torna de dia
para dia mais evidente e á qual as respostas parecem tão insuficientes quanto
tardias.
Esse problema social atinge também o mundo do desporto em geral mas do
futebol muito em particular, com a enorme facilidade de tudo aquilo que gera
paixões ser suscetível de influências fáceis,
criando situações absolutamente reprováveis de que os últimos dias tem
sido pródigos face a uma “cultura” que prolifera de que “vale tudo” para
ganhar.
E quando não se ganha está o “caldo” entornado e daí a aparecerem as
reprováveis situações de violência, por vezes como no Sporting associadas e
moralmente comandadas por um caudilhismo tão patético quanto irresponsável, vai
apenas um curto passo que alguns não hesitam em dar ou em mandarem dar.
Todos sabemos o que aconteceu na passada semana em Alcochete na Academia
do Sporting com a invasão das instalações por um grupo de bandidos que
agrediram, sequestraram e destruíram a seu bel prazer deixando perante o país
uma imagem terrível e colocando o nome honrado do Sporting Clube de Portugal
pelas ruas da amargura.
Criminosos armados com barras de ferro, material pirotécnico,
encapuçados como convém a quem vai cometer crimes, agrupados para o fim
específico de semearem o terror e a destruição e mostrando perfeita organização
na forma como agiram.
Nunca visto neste país!
Nem mesmo quando no passado supostos adeptos do Benfica atacaram
jogadores com petardos numa chegada ao Seixal depois de um mau resultado,
quando supostos adeptos do Porto atacaram o então treinador Co Adrianse com
petardos atirados para dentro do carro, ou quando em Guimarães supostos adeptos
do Vitória interromperam treinos no tempo de Rui Vitória e depois de Pedro
Martins para demonstrarem a sua insatisfação.
Entre outros exemplos que podiam ser citados mas que tem em comum o
não terem a gravidade do que aconteceu em Alcochete.
Acontece que correndo-se o risco, como conceptualizava uma figura
sinistra da História de meados do século passado , de uma mentira repetida
muitas vezes se transformar em verdade há que combater com enorme firmeza uma
falsidade que vai fazendo o seu mentiroso caminho neste país e que é a de
associar a violência a Guimarães e aos adeptos do Vitória como se fossem uns
expoentes nacionais da mesma.
E eu não aceito isso!
Não aceito que se faça essa associação, não aceito que se faça dos vimaranenses
e dos vitorianos adeptos violentos, não aceito que se queira fazer deste clube
e desta comunidade os bodes expiatórios das asneiras alheias.
Não aceito que a SIC, com as responsabilidade que como televisão
nacional tem, ao noticiar o sucedido em Alcochete mostre imagens do estádio D.
Afonso Henriques, alimentado a tese mentirosa de que Guimarães e o Vitória são
sinónimos de violência, quando o sucedido foi na margem sul do Tejo envolvendo
supostos adeptos de um clube de Lisboa e sem nenhuma ligação a Guimarães e ao
Vitória.
Não aceito que o desvairado que (ainda)preside ao Sporting, tentando
branquear as suas pesadas responsabilidades em tudo de negativo que vem
sucedendo no clube e muito em especial no criminoso acontecimento de Alcochete,
tenha referido acontecimentos passados no complexo desportivo “António Pimenta
Machado” como equivalentes ao sucedido em Alcochete e que só não tiveram a
mesma divulgação porque não se “tratava de atacar o Bruno de Carvalho(sic)”.
Deixando de lado vários exemplos de acontecimentos mais graves
passados com supostos adeptos do clube do outro lado da rua que ele tanto gosta
de atacar mas que desta vez poupou para se virar para Guimarães e para o
Vitória.
Não aceito que se faça dos vitorianos adeptos violentos quando todas
as semanas nos chegam relatos de infracções à lei por parte de claques legais e
ilegais (conforme os casos) de Porto, Sporting e Benfica que dentro e fora dos
relvados fazem o que querem e lhes apetece e num dos casos ainda sobrou tempo
ao respectivo líder para as narrar em livro.
Não aceito que se associe Guimarães e o Vitória a problemas de violência
mas depois quando o clube e os seus adeptos são vitimas de violência várias,
que vão de armazéns saqueados por supostos adeptos do Benfica que provocadoramente ainda colocaram filmes
nas redes sociais sem até hoje terem sido punidos pelos actos, às agressões a
adeptos do Vitória feita por “casuals” em dias de jogo com Porto e Benfica ou à
invasão do nosso estádio num jogo da equipa B com o Braga por um pequeno bando
de desordeiros vindos de Braga que se dedicaram a destruir cadeiras e a
provocarem os adeptos vitorianos até estes os expulsarem do estádio se
branqueiem as responsabilidades dos outros como se roubar o Vitória ou agredir
os seus adeptos fosse uma justa retribuição à tal violência que nos imputam por
tudo e por nada.
E estes são apenas alguns exemplos de muitos que seria possível serem
dados.
Antes que venham os moralistas e os adeptos do politicamente correcto,
agora muito em moda em alguns opinadores cá do burgo, afirmar que este texto
visa desresponsabilizar alguns adeptos do Vitória de actos de violência por
eles cometidos devo dizer o seguinte:
Condeno todo o tipo de violência.
E quando outros estavam calados não tive qualquer problema em condenar
invasões aos treinos, actos agressivos para com jogadores ou treinadores, e outros fenómenos violentos com origem em
adeptos vitorianos.
Não há violência boa e violência má. Há violência e toda ela tem de
ser condenada firmemente.
Agora não aceito é que por sermos adeptos únicos em termos de paixão
pelo clube, por sermos uma comunidade diferente de todas as outras porque unida
em volta do seu principal clube sem deixar aos três estarolas outras franjas de
apoio que não as residuais que se conhecem, sejamos “punidos” com a permanente
associação a fenómenos de violência numa clara tentativa de nos diminuírem e
apoucarem de uma forma ignóbil.
E a isto temos todos, vimaranenses e vitorianos, que dizer não.
Não aceitamos que façam de nós aquilo que não somos!
P.S E também não aceito que numa manobra incompreensível de
fragilização de Guimarães e do Vitória existam vimaranenses e vitorianos a
aceitarem comparações injustas com o acontecido em Alcochete e “descobrindo”
eles próprios analogias sem qualquer razão de ser entre o desvairado que
preside ao Sporting e conceitos da última campanha eleitoral no nosso clube.
Concordo absolutamente com o seu ponto de vista. No entanto acho que a direção do Vitória, que tratou bem do assunto no 1º mandato, parece que agora se esqueceu que é preciso estar atento às claques em permanência e reagir de imediato quando há incidentes. Como deve defender o clube quando os adeptos reagem em legítima defesa; neste caso até a constituição portuguesa está do nosso lado. Mas deve também, para defender a imagem do clube e aplicar justiça aos responsáveis, reagir quando a responsabilidade dos incidentes é dos adeptos do Vitória.
ResponderEliminarMiguel Leite
Caro Miguel Leite:
ResponderEliminarEstou inteiramente de acordo consigo.
Mas creio que neste momento o maior problema nesta matéria, e aquele em que a direcção se devia concentrar, prende-se com a lamentável imagem que nos querem criar.
Ainda ontem a propósito de nada, e com imagens que nada provam, lá vinha o JN com mais uma historinha sobre vitorianos que roubaram a camisola a um adeoto do Porto.
Uma nojeira.