A eutanásia, que vai a votos no Parlamento no próximo dia 29, é um dos temas centrais da atualidade política e vem suscitando, como é normal em todos os assuntos que envolvem Valores e considerações éticas , um debate alargado em que as diferentes forças políticas assumem posições radicalmente diferentes.
CDS e PCP votarão contra em bloco, PS, BE e PAN são claramente a favor mas os socialistas darão liberdade de voto aos seus deputados que queiram votar contra, o PEV votará como convier ao PCP e o PSD não tem posição oficial sobre o assunto mas o grupo parlamentar terá liberdade de voto.
No PSD é conhecida a posição favorável de Rui Rio e de Margarida Balseiro Lopes, líderes do partido e da JSD, mas são também conhecidas diversas vozes que se erguem em defesa do "Não" e outras que defendem o "Sim".
Há ainda no partido quem defenda a realização de um referendo e quem seja contra ele a começar pelo próprio Rui Rio.
Não vou aqui enveredar por considerações jurídicas e constitucionais que para além de não serem a minha especialidade também não conheço em pormenor.
Nem preciso porque a formulação de uma opinião tem a ver com outros considerandos.
Pessoalmente e depois de analisar os "prós" e os "contras", sem as tais considerações jurídicas repito, e considerando uma experiência de vida em que já vi muita coisa (e algumas de bem perto) sou claramente a favor da aprovação da eutanásia.
Devidamente regulamentada, com critérios de aplicação bem definidos, mas em que o valor supremo seja a liberdade individual de decidir por parte do doente terminal que quer por termo ao seu sofrimento de forma medicamente assistida.
Tem esse inalienável direito do meu ponto de vista.
E embora respeite muito todas as considerações filosóficas, religiosas, éticas, mistícas e por aí fora tratam-se sempre de objecções de pessoas que bem intencionadas, não o duvido, querem decidir sobre o sofrimento alheio e querem que a dor dos outros sustente as suas tomadas de posições e a tranquilidade das suas consciências.
Creio que nessa matéria o líder do meu partido está absolutamente certo e o dar liberdade de voto é o mínimo que a direcção do grupo parlamentar pode fazer nesta matéria.
Embora, e em linha com o que tenho defendido noutras matérias ( adopção por casais homossexuais, barrigas de aluguer, casamentos entre pessoas do mesmo sexo, etc) , eu preferisse que o PSD tivesse uma posição oficial sobre o assunto e a defendesse sem problemas.
Que neste caso seria o voto a favor.
Quanto a referendar o assunto seria opção que não me chocaria desde que o referendo fosse antecedido de um amplo e esclarecedor debate sobre a lei em apreciação.
É a minha opinião.
Depois Falamos.
Caro Cirilo:
ResponderEliminarEis um dia em que não estamos de acordo -é a vida.
O problema não é o suicídio assistido, de que o Cirilo fala. O problema é que estão a matar crianças; doentes crónicos -depressões; e doentes inconscientes/sem discernimento e/ou em fim de vida -SEM O CONHECIMENTO E CONSENTIMENTOS DOS PRÓPRIOS.
Isto é o que está a acontecer na Bélgica e na Holanda -Hitler chamava a aquelas pessoas os «comedores inúteis».
Cara il:
ResponderEliminarAlgum dia seria. É mesmo a vida.
Quanto ao meu conceito de aplicação da eutanásia ele dependerá sempre da vontade e consentimento da pessoa que a ela se quiser submeter. Não pode ser de outra maneira.
Acredito firmemente que está na esfera da liberdad eindividual de cada um o querer viver em situações de sofrimento terminal ou por termo à vida de forma medicamente assistida e com toda a dignidade.
Caro L. Cirilo
ResponderEliminarAqui é claramente o caso em que a nossa liberdade acaba onde começa a dos outros.Para haver eutanásia tem que haver executor, que é nada mais nada menos que outro ser humano, que foi formado sempre com o principio do absolutismo da vida.
A solução existe, cuidados paliativos, é possível acabar sem sofrimento terminal e também se deve deixar morrer em paz as pessoas quando nada mais há a fazer. É só dizer que não quero vida artificial, desligar as máquinas e para isso não é preciso eutanásia que nos pode (para além de mexer com outras pessoas) levar para caminhos tortuosos.
Cumpts.
J.M.
Caro J.M.
ResponderEliminarÉ como para haver aborto.
Para além da vontade da mãe tem que haver quem o faça.
Naturalmente que nenhum médico deve ser obrigado a fazê-la mas naturalmente have-los-á dispostos a isso por acreditarem que é a melhor solução.
A eutanásia desde que devidamente regulamentada, e sempre dependente da autorização expressa do doente, não leva a caminhos tortuosos mas sim a uma morte digna.