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quarta-feira, maio 23, 2018

Eutanásia

A eutanásia, que vai a votos no Parlamento no próximo dia 29, é um dos temas centrais da atualidade política e vem suscitando, como é normal em todos os assuntos que envolvem Valores e considerações éticas , um debate alargado em que as diferentes forças políticas assumem posições radicalmente diferentes.
CDS e PCP votarão contra em bloco, PS, BE e PAN são claramente a favor mas os socialistas darão liberdade de voto aos seus deputados que queiram votar contra, o PEV votará como convier ao PCP e o PSD não tem posição oficial sobre o assunto mas o grupo parlamentar terá liberdade de voto.
No PSD é conhecida a posição favorável de Rui Rio e de Margarida Balseiro Lopes, líderes do partido e da JSD, mas são também conhecidas diversas vozes que se erguem em defesa do "Não" e outras que defendem o "Sim".
Há ainda no partido quem defenda a realização de um referendo e quem seja contra ele a começar pelo próprio Rui Rio.
Não vou aqui enveredar por considerações jurídicas e constitucionais que para além de não serem a minha especialidade também não conheço em pormenor.
Nem preciso porque a formulação de uma opinião tem a ver com outros considerandos.
Pessoalmente e depois de analisar os "prós" e os "contras", sem as tais considerações jurídicas repito, e considerando uma experiência de vida em que já vi muita coisa (e algumas de bem perto) sou claramente a favor da aprovação da eutanásia.
Devidamente regulamentada, com critérios de aplicação bem definidos, mas em que o valor supremo seja a liberdade individual de decidir por parte do doente terminal que quer por termo ao seu sofrimento de forma medicamente assistida.
Tem esse inalienável direito do meu ponto de vista.
E embora respeite muito todas as considerações filosóficas, religiosas, éticas, mistícas e por aí fora tratam-se sempre de objecções de pessoas que bem intencionadas, não o duvido, querem decidir sobre o sofrimento alheio e querem que a dor dos outros sustente as suas tomadas de posições e a tranquilidade das suas consciências.
Creio que nessa matéria o líder do meu partido está absolutamente certo e o dar liberdade de voto é o mínimo que a direcção do grupo parlamentar pode fazer nesta matéria.
Embora, e em linha com o que tenho defendido noutras matérias ( adopção por casais homossexuais, barrigas de aluguer, casamentos entre pessoas do mesmo sexo, etc) , eu preferisse que o PSD tivesse uma posição oficial sobre o assunto e a defendesse sem problemas.
Que neste caso seria o voto a favor.
Quanto a referendar o assunto seria opção que não me chocaria desde que o referendo fosse antecedido de um amplo e esclarecedor debate sobre a lei em apreciação.
É a minha opinião.
Depois Falamos.

4 comentários:

  1. Caro Cirilo:
    Eis um dia em que não estamos de acordo -é a vida.
    O problema não é o suicídio assistido, de que o Cirilo fala. O problema é que estão a matar crianças; doentes crónicos -depressões; e doentes inconscientes/sem discernimento e/ou em fim de vida -SEM O CONHECIMENTO E CONSENTIMENTOS DOS PRÓPRIOS.

    Isto é o que está a acontecer na Bélgica e na Holanda -Hitler chamava a aquelas pessoas os «comedores inúteis».

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  2. Cara il:
    Algum dia seria. É mesmo a vida.
    Quanto ao meu conceito de aplicação da eutanásia ele dependerá sempre da vontade e consentimento da pessoa que a ela se quiser submeter. Não pode ser de outra maneira.
    Acredito firmemente que está na esfera da liberdad eindividual de cada um o querer viver em situações de sofrimento terminal ou por termo à vida de forma medicamente assistida e com toda a dignidade.

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  3. Caro L. Cirilo
    Aqui é claramente o caso em que a nossa liberdade acaba onde começa a dos outros.Para haver eutanásia tem que haver executor, que é nada mais nada menos que outro ser humano, que foi formado sempre com o principio do absolutismo da vida.
    A solução existe, cuidados paliativos, é possível acabar sem sofrimento terminal e também se deve deixar morrer em paz as pessoas quando nada mais há a fazer. É só dizer que não quero vida artificial, desligar as máquinas e para isso não é preciso eutanásia que nos pode (para além de mexer com outras pessoas) levar para caminhos tortuosos.

    Cumpts.
    J.M.

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  4. Caro J.M.
    É como para haver aborto.
    Para além da vontade da mãe tem que haver quem o faça.
    Naturalmente que nenhum médico deve ser obrigado a fazê-la mas naturalmente have-los-á dispostos a isso por acreditarem que é a melhor solução.
    A eutanásia desde que devidamente regulamentada, e sempre dependente da autorização expressa do doente, não leva a caminhos tortuosos mas sim a uma morte digna.

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