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segunda-feira, abril 30, 2018

A Culpa é Dele

Há hoje uma clara fractura entre parte importante da massa associativa do Vitória e o jogador Hurtado.
Por culpa do jogador.
A história é conhecida,tem largos meses e diversos episódios sempre centrados no facto de o jogador (até contratualmente por incrível que pareça) dar prioridade à selecção do Peru e não à equipa do clube que lhe paga o salário.
São conhecidas as ausências devido a ida com inaudita antecedência para os trabalhos da selecção, é conhecido um escusado segundo "amarelo" que o impediu de participar num jogo importante para o clube (curiosamente, e espero que apenas isso, esses dois episódios foram antes de jogos com o mesmo adversário), são conhecidas as repetidas criticas de muitos associados à sua falta de empenhamento nos jogos entre outros episódios que seria fastidioso estar a citar.
Hurtado é um bom jogador, com qualidade (já quanto a intensidade a conversa é bem outra...), que tem o legítimo sonho de estar no Mundial da Rússia em representação do seu país.
Como ele são muitas centenas os profissionais de futebol que tem o mesmo sonho de estarem no Mundial em representação de cada um dos trinta e dois países apurados para a fase final da competição.
Muitos deles como é o caso de Ronaldo, Messi, Salah, Griezman, Modric, Suarez, Coutinho, Kroos e Kane, entre outros, talvez por não terem a categoria que Hurtado acha ter ou por não estarem certos que a sua convocatória é um dado adquirido trabalham duramente nos seus clubes e dão o "litro" nos jogos para convencerem os respectivos seleccionadores a incluirem-nos na convocatória final.
Todos eles disputando campeonatos mais intensos que o português e mais competições que o Vitória nesta altura da época.
Hurtado, qual "prima dona", optou por outra estratégia que é a de jogar quando lhe apetece e o que lhe apetece jogar. 
Normalmente não mais de quinze ou vinte minutos de real empenhamento.
O grande problema é que ainda não conseguiu convencer boa parte dos associados que essa é a estratégia correcta nem leva-los a aderir à sua tese segundo a qual a camisola do Vitória é menos importante que a da selecção e por isso merecedora de respeito "limitado".
Conhecendo o Vitória há cinquenta anos, sabendo que um dos primeiros critérios que os vitorianos usam para avaliar jogadores é o seu respeito pela camisola e o darem tudo em campo,sempre me pareceu que Hurtado ia ter vida difícil em Guimarães independentemente de uma ou outra exibição de superior valia e dos golos que marcasse.
Não me enganei.
Enganei-me ,isso sim, foi no ponto até onde iria a falta de respeito do jogador pelo Vitória e pelos seus associados.
Que na passada sexta feira ultrapassou os limites do tolerável por maior que seja a boa vontade.
Um jogador, como profissional que é e por muito que isso lhe custe enquanto ser humano, tem de respeitar os estados de alma dos adeptos e ainda por cima quando se trata de adeptos que dão aos jogadores um apoio sem limites.
E por isso em vez de manifestações de arrogância e malcriadice, como as que protagonizou quando marcou o golo, Hurtado devia ter a humildade de reconhecer que os sócios tem razão e procurar "ganhá-los" para o seu lado com mais empenho e mais entrega ao jogo.
E já assim devia ser desde que há meses atrás   começaram as primeiras vaias quando era substituído ou entrava a substituir.
Na sexta feira fez tudo ao contrário.
Marcou um golo, levou a mão ao ouvido como quem diz "quero ouvir-vos agora", bateu com a mão no peito o que apenas serviu para irritar ainda mais os associados que não acreditam no seu respeito pelo emblema que representa e, gesto inaudito, mandou calar os adeptos.
Não contente com isso saiu disparado para os balneários e muito tempo depois, ao invés de humildemente pedir desculpa tentando serenar os ânimos, não arranjou nada melhor para fazer do que ir a um comentário no facebook em que um benfiquista insultava os adeptos vitorianos e colocar um "Gosto"!
Convenhamos que é demais.
E por isso não há outro culpado que não o próprio na lamentável situação criada e que tem de ser resolvida de forma rápida e em que os interesses do Vitória sejam defendidos da melhor forma possível.
Pessoalmente tenho pena que se tenha chegado a este ponto porque Hurtado é um bom jogador e se estivesse completamente focado no clube podia ser um daqueles que deixava uma marca muito positiva e que não seria esquecida.
Mas não está. Nem dá o mínimo indício de arrependimento e de ter percebido que agiu mal.
E quando assim é dificilmente haverá outro caminho que não seja cada um, clube e jogador,seguir o seu caminho.
Depois Falamos.

P.S. Como é normal no Vitória há quem critique e quem defenda Hurtado. 
Anormal é que alguns dos seus defensores achem que os vitorianos não tem o direito de fazerem sentir ao jogador o seu desagrado tal como tantas vezes lhe fizeram chegar o seu aplauso.
Era só o que faltava, ainda por cima quando se comemora uma vez mais o 25 de Abril, os vitorianos não terem a liberdade de manifestarem o que lhes vai na alma.
Digo-o com o à vontade de em cinquenta anos que acompanho o Vitória nunca ter assobiado um jogador que veste a nossa camisola.

Campeões e Conclusões

Com o aproximar do final da época vão-se definindo os campeões em diversos países com alguns detalhes a merecerem atenção.
Neste momento nos principais campeonatos europeus já há campeão em Espanha,Inglaterra, Alemanha e França mas também na Escócia, na Suíça, na Holanda e na Grécia estando prestes a serem conhecidos os campeões de Portugal e da Itália.
Espanta,desde logo, a facilidade com que Barcelona (sem derrotas), Manchester City , Bayern e PSG venceram os respectivos campeonatos que foram um quase "passeio" face à inexistência de opositores que os incomodassem minimamente.
Em Espanha quer Atlético quer Real Madrid limitaram-se a assistir a boa distância à cavalgada catalã, em Inglaterra ganhou o menos habitual dos Manchester com o habitual a assistir impotente, na Alemanha mudam os vice campeões mas o campeão é o mesmo enquanto em França depois do "atrevimento" monegasco da época passada a lei do mais forte voltou a impor-se.
Curiosamente na Suíça e na Grécia, através de Young Boys e AEK, venceram o campeonato clubes que dele há muitos anos andavam arredados precisamente ao contrário do que acontece em Espanha, França e especialmente Alemanha em que a monotonia se instala face à repetição de títulos de um mesmo clube.
Tendência que Portugal não confirmará porque o Porto voltará a ser campeão depois de quatro títulos do Benfica mas que por seu turno Itália confirmará com o mais que provável título da Juventus que depois dos "apagões" dos clubes de Milão vai açambarcando campeonatos sem que alguém o consiga evitar.
Este ano o Nápoles quase conseguiu mas salvo grande surpresa os quatro pontos de avanço a três jogos do fim devem chegar para mais um titulo da Juventus.
Em tudo isto há dois sinais de alerta para o futebol:
Um a monotonia instalada nalguns campeonatos com os mesmos a vencerem sempre, ou quase, como sãos os casos de Alemanha,Itália e Espanha e o outro a entrada de doses colossais de dinheiro vindo de origens suspeitas e que faz de clubes sem tradição de campeões vencedores que ameaçam tornar-se quase crónicos como são os casos de Manchester City e PSG.
Aguardemos pelos próximos capítulos.
Depois Falamos.

Um Campeão Indiscutivel

O passeio do Barcelona no campeonato espanhol é simplesmente impressionante.
Ao ponto de já se ter sagrado campeão, quando ainda lhe falta disputar quatro jogos, de ainda não ter perdido uma única vez e de ter o melhor ataque da prova e o melhor marcador entre outros destaques menores.
Para além dos jogadores, responsáveis maiores pelo triunfo, há que destacar o excelente trabalho do técnico Ernesto Valverde (mais um discípulo de Johan Cruyff) que soube manter o herdado de Luís Henrique ( e de Tato Martino, de Tito Vilanova e,claro, de Pep Guardiola) e deu-lhe um toque pessoal em termos de metodologia de treino e de evolução do "tiki taka" para fazer uma época interna arrasadora vencendo a Taça do Rei e agora o campeonato e assim conseguindo a ambicionada dobradinha.
Já em termos externos o "apagão" de Roma, em que deixou anular uma vantagem que parecia confortável arrecadada em Nou Camp, impediu o emblema catalão de continuar na Liga dos Campeões e quiçá vencê-la porque dos quatro semi finalistas não vejo nenhum que lhe seja superior em termos de equipa e de valores individuais.
Numa época em que perdeu Neymar (embora pareça cada vez mais que foi Neymar que perdeu o Barcelona...) a equipa teve em Messi, de novo na sua melhor forma, em Suárez e em Iniesta as estrelas maiores de um colectivo em que o reforço Coutinho se integrou na perfeição.
É um titulo absolutamente merecido.
Ainda por cima numa época em que os problemas políticos existentes na Catalunha interferiram de alguma forma com a carreira da equipa que por razões de segurança até teve de fazer um jogo à porta fechada no seu estádio.
Sétimo campeonato em dez anos são a prova de uma hegemonia completamente indiscutível e que deixa a geração de Messi, Iniesta,Xavi,Piqué,Busquets,Suárez entre outros com os seus nomes inscritos a letras de ouro na História do Barcelona.
Depois Falamos.

quarta-feira, abril 25, 2018

Excelente!

Já não sou muito de me entusiasmar com discursos.
Menos ainda os das sessões solenes do 25 de Abril, no Parlamento, que ao longo dos anos se vão monotonamente repetindo sendo fácil adivinhar , mais coisa menos coisa, ao que cada partido vai dizer consoante o governo que então esteja em funções.
Nos meus tempos de deputado assisti presencialmente a meia dúzia de sessões solenes (não me lembro de ter faltado uma vez que fosse) mas assisti a muitas mais pela televisão até chegar a um ponto de saturação que me levou a deixar de as acompanhar.
Precisamente pela monotonia de que normalmente se revestem.
E hoje assim teria sido uma vez mais (e foi em termos de directo ) não fora via redes sociais e sms ser alertado para a excelência do discurso que a nova presidente da JSD, Margarida Balseiro Lopes, tinha feito em representação da bancada do PSD e que até teria merecido aplausos de outras bancadas o que não é nada comum nestas ocasiões.
E depois de ver o Bayern-Real Madrid fui então ver e ouvir o discurso da Margarida.
Simplesmente notável.
Pela clareza, pela coragem com que abordou alguns temas (nomeadamente as guerras de África), pela transversalidade nalgumas matérias, pela cultura democrática com que se dirigiu às outras bancadas, pela frontalidade com que exigiu que o combate à corrupção e a transparência do sistema político sejam prioridades de todos.
Um discurso excelente, que seguramente uniu todo o PSD em torno dele, e que marcou a diferença pela positiva ,e a grande distância, em relação às outras bancadas nesta sessão solene comemorativa do 25 de Abril.
Ao tempo que no PSD estávamos a precisar de um momento destes!
Parabéns à Margarida Balseiro Lopes pelo discurso e ao líder parlamentar, Fernando Negrão, por a ter escolhido para representar o PSD nesta sessão solene.
Foi um excelente momento do partido e é com muito gosto que o realçamos.
Depois Falamos.

Perto...

Tal como o Liverpool também o Real Madrid está muito perto de poder comprar o bilhete de avião para Kiev onde se disputa a final da Liga dos Campeões da presente temporada.
Hoje em Munique, num jogo onde o Bayern foi melhor de princípio a fim excepto no "pormenorzinho" dos golos, os espanhóis com uma frieza e um "cinismo" quase italianos souberam aproveitar duas das poucas oportunidades de que dispuseram e assim obtiveram um triunfo que lhes abre as portas de Kiev.
Também com a ajuda do azar alemão que perdeu Robben ainda não havia cinco minutos de jogo e Boateng ainda durante a primeira parte ,ambos por lesão, o que numa partida com estas caracteristícas faz sempre bastante diferença.
Mas disso não teve o Real qualquer responsabilidade e mesmo com uma exibição de conjunto muitíssimo discreta soube fazer os golos e gerir o resultado também com a "ajuda" da inoperância alemã na hora de atirar à baliza.
De qualquer forma, e embora seja favorito, não pode o Real descansar sobre o resultado porque regressou de Turim com uma vantagem bem mais clara e depois foi o que se viu e esteve à beirinha de uma eliminação que parecia impensável.
Devo dizer que me faz alguma impressão que uma equipa com as individualidades do Real não tenha uma qualidade de jogo e uma categoria exibicional bastante superior optando na maior parte dos casos por gerir o andamento e depois esperar que Ronaldo, na maior parte das vezes, resolva os jogos.
E quando não resolve Ronaldo está lá Bale, ou Benzema, ou Isco, ou Marcelo, ou Sérgio Ramos, ou Asensio e por aí fora disfarçando a ausência de um colectivo que devia ser muito mais forte mas não é.
Mas com ou sem ele, colectivo, é bem provável que o Real esteja em Kiev.
Para a semana saberemos.
Depois Falamos.

Quase...

O Liverpool está quase na final de Kiev.
Chegou a estar lá, por alguns minutos, quando o marcador atingiu um inultrapassável 5-0 e a Roma estava à beira de um humilhante KO por números impensáveis numa meia final da Liga dos Campeões.
Mas depois numa reacção final feita de brio e inconformismo os italianos marcaram por duas vezes,também numa altura em que os ingleses já tinham levantado o pé e pareciam mais interessados em gerir,compreensivelmente, a enorme vantagem adquirida, e entreabriram uma pequena frincha de esperança para o jogo da segunda mão.
Esperança que assenta na reviravolta conseguida nos quartos de final, frente ao Barcelona, em que depois de uma derrota em Nou Camp também por três golos de diferença (no caso 1-4) deram a  volta em Roma vencendo por três zero e deixando a equipa favorita pelo caminho.
Pessoalmente creio que é muito difícil a história repetir-se.
Desde logo porque Klopp e o Liverpool estarão alertados para o acontecido e seguramente montarão uma estratégia para o impedir mas também porque me parece difícil que o tridente ofensivo dos ingleses (Salah-Firmino-Mané) saia do olímpico de Roma sem "molhar a sopa".
É certo que Messi e Cia saíram a "seco" mas,lá está, a história dificilmente se voltará a repetir.
Para a semana saberemos.
Depois Falamos.

terça-feira, abril 24, 2018

Emílio Macedo da Silva

Longe vai o tempo em que os presidentes eram factores de grande união entre os vitorianos ao ponto de os irem buscar a casa quando hesitavam,ou até negavam, ser recandidatos à presidência do clube e os associados entendiam que eram imprescindíveis.
Lembro-me bem , a titulo de exemplo,de no fim de uma assembleia geral no início dos anos 70 se ter formado um enorme cortejo automóvel para ir a Pevidém pedir a António Rodrigues Guimarães para assumir a presidência do clube.
Com o longo consulado de António Pimenta Machado, em que sócios nasceram e atingiram a idade para votar sempre com o mesmo presidente,o paradigma foi mudando e paulatinamente os presidentes,a começar pelo próprio Pimenta Machado nos seus últimos anos de mandato, passaram a ser factor de alguma desunião entre a massa associativa sempre ao sabor dos insucessos desportivos mas não só.
Vítor Magalhães que chegou à presidência com um largo consenso favorável, mas já com um sector do clube a não poder vê-lo nem pintado, foi o exemplo mais flagrante de alguém que passou do oitenta ao oito num ápice por força dos maus resultados e que não resistiu a isso.
Depois veio Emílio Macedo da Silva, porventura o mais contestado de todos os presidentes do clube (mas já lá vamos) que nunca teve sequer um "estado de graça" mas mesmo assim foi reeleito em 2010 e depois Júlio Mendes que eleito em 2012 em disputa eleitoral com Pinto Brasil viria a ser reeleito sem oposição em 2015 e agora em 2018 por uma unha negra.
Mas voltemos a Emílio Macedo.
Deixando claro, desde já, que sou seu amigo há mais de trinta anos o que não obstou a que de forma tão leal quanto frontal tenha contestado muitas das suas decisões quer em assembleias gerais quer noutros espaços de opinião sem que isso tenha causado qualquer abalo nessa velha amizade é justo que se diga.
Porque apesar dessas criticas que lhe fiz, e algumas bem duras, nunca deixamos de conversar e trocar opiniões sobre o Vitória.
Dizia atrás que Emílio Macedo nunca teve "estado de graça" junto dos associados, e isso foi bem patente na primeira assembleia geral após a subida de divisão em que se ouviram criticas e vaias às suas intervenções, talvez por não ter um currículo vitoriano ,talvez por ter um estilo de intervenção que os associados não apreciavam ou por ser conhecida a sua velha simpatia pelo Benfica.
E ainda hoje para muitos associados falar-lhes de Emílio Macedo é falar-lhes do...diabo!
Creio que é importante fazer-se um ponto de ordem em tudo isto.
Porque tendo feito algumas coisas más, e bem más por sinal, o mandato de Emílio Macedo também teve aspectos bons que os vitorianos devem,com justiça, reconhecer.
O que fez de mau?
Quatro coisas essencialmente.
A primeira, que o clube ainda hoje anda literalmente a pagar, foi uma gestão financeira absolutamente imprudente que criou uma enorme dívida que quase atirava com o clube para a bancarrota da qual não teria regresso.
É verdade que o fez na tentativa de construir excelentes equipas de futebol mas deu passos muito maiores que a perna.
A segunda foi a completamente inaceitável, sob qualquer ponto de vista, mistura entre os negócios das suas empresas e os profissionais do Vitória a quem vendia apartamentos como parte integrante da negociação dos respectivos contratos.
A terceira foi a submissão do Vitória aos interesses do Benfica, com a absurda queixa contra o Porto na UEFA, que resultou na até hoje imparável ascensão do Braga que aproveitou muito bem o espaço deixado pelo Vitória.
A quarta foi a retirada ao voleibol da gestão financeira autónoma que esteve na origem de um declínio de que a modalidade nunca recuperou e que teve como corolário a triste descida de divisão já nesta época.
Mas também fez coisas que merecem ser elogiadas.
A primeira das quais, e ainda hoje há quem não saiba dar a isso o justo valor , foi ter agarrado no clube com a equipa perdida no décimo primeiro lugar da II Liga e mesmo assim ter conseguido uma quase miraculosa subida de divisão sem a qual o nosso futuro podia ter sido catastrófico.
Teve então uma coragem que merece louvor.
Mas foi também um presidente com ambição desportiva que procurou sempre construir boas equipas(embora aqui e ali à custa da tal imprudência financeira) e tornar o Vitória cada vez mais competitivo encurtando a distância para os chamados "grandes".
Foi com ele que ficamos pela última vez em terceiro lugar (e não fora o "sistema" e teríamos ficado em segundo) e foi também com ele que pela primeira, e até agora única, vez nos apuramos para a Liga dos Campeões onde não passamos da pré eliminatória por causa da vergonha de Basileia.
Mas é justo reconhecer que não foi só no futebol que foi ambicioso.
Com ele fomos campeões nacionais de voleibol pela primeira vez (e única até hoje) , com ele ganhamos taças de Portugal em voleibol e basquetebol (e fomos a uma final de taça em futebol) e se mais não ganhamos não foi por falta de esforço nesse sentido.
Recordo aqui uma pequena história, que se passou comigo em 2009 salvo erro, quando Vitória e Espinho disputavam a hegemonia do voleibol português numa rivalidade que muitos ainda recordarão com saudade.
Sabendo de algumas amizades que eu tinha para os lados de Espinho um dia pediu-me se conseguia marcar um almoço com o Miguel Maia que era então o grande jogador dos espinhenses, capitão de equipa, e provavelmente o melhor voleibolista português de todos os tempos.
Lá se marcou o almoço, em Gaia, no qual Emílio Macedo se fez acompanhar por Eugénio Rodrigues (responsável pelas modalidades) e no qual estive com  Miguel Maia e mais um amigo comum.
E fui testemunha do enorme esforço que Emílio Macedo fez para contratar Miguel Maia e mais três ou quatro dos principais jogadores espinhenses o que teria permitido que o Vitória se tornasse hegemónico na modalidade durante uma boa meia dúzia de anos.
Não foi possível (embora tenha depois existido uma segunda reunião em que não estive e em que a proposta vitoriana ainda teria subido) por força de alguns compromissos do jogador com a Câmara de Espinho e patrocinadores locais que acabaram por falar mais alto mas a verdade é que Emílio Macedo bem tentou.
O que prova que foi um presidente desportivamente ambicioso, e não apenas no futebol o que merece relevo, e que teve uma presidência com evidentes sucessos desportivos em várias modalidades.
E "deixou" no clube Rui Vitória e alguns jogadores que bem jeito deram posteriormente como é bem sabido.
E é justo que se reconheça tudo isso.
Pese embora os erros que cometeu, graves e nalguns casos indesculpáveis, o tenham colocado para sempre numa posição de "mal amado" pelos associados e adeptos do Vitória.
Depois Falamos.

P.S. Devo dizer que gostei de ver Emílio Macedo da Silva aparecer para votar nas últimas eleições do clube. Porque é triste constatar que há ex presidentes e ex dirigentes que antes de o serem nunca foram vistos no Vitória e depois de o deixarem de ser voltam a desaparecer.

O Abuso de Poder

O meu artigo desta semana no Duas Caras.

Todos nós temos, parece-me mais ou menos evidente, um ideal sobre como deve funcionar a democracia, como devem ser as relações entre poder e oposição, como a comunicação social deve ser isenta e imparcial na cobertura dos actos políticos deixando para comentadores e cronistas o tomar de posição a favor ou contra aquilo que vai acontececendo.
E esses ideais fundam-se no prático funcionamente de democracias mais avançadas, como por exemplo a inglesa ou a sueca, e nos bons exemplos que de lá nos vão chegando.
Mas estamos em Portugal.
Onde quarenta e quatro anos de democracia já nos habituaram a tudo.
Na politica, no desporto, no mundo das empresas, na comunicação social, nas comunidades.
Mas se por um lado nos habituaram a tudo ( e ás vezes ao seu contrário...) continuam a existir fenómenos para cuja explicação as décadas de democracia continuam a ser insuficientes para nos oferecerem uma explicação cabal do porquê acontecerem.
Um desses "fenómenos" é a arrogância dos "poderosos" e dos seus jovens aprendizes.
Aqueles que detém qualquer forma de poder e que uma vez investidos nele, seja por votação democrática seja por nomeação por quem de direito, acham de imediato que esse poder vem revestido de uma aura de infalibilidade, do direito a veneração respeitosa por parte de quem os rodeia e essencialmente da impossibilidade total de serem criticados, contestados ou verem-se alvo de propostas e entendimentos alternativos aquilo que fazem o favôr de decidir e resolver.
Não suportam a critica, não admitem o contraditório, não reconhecem aos outros, aos que pensam diferente deles, o elementar direito de se pronunciarem seja de que forma for.
Fazendo do poder um tabu, que não se discute e muito menos se contesta, quase defendendo que quem não pensa como os “poderosos” é melhor tomar posição sobre a metereologia, a botânica, os dinossauros extintos ou os novos telemóveis da Apple passe a publiidade.
Até dos orgãos próprios para a discussão (quando existem) tem a visão de uma "igreja" de religião única, de verdades absolutas, de dogmas incontestáveis.
E ai do "herege" que, aqui ou ali, diga que o rei vai nú.
Na falta de uma Inquisição que o excomungue de imediato, como tanto gostariam, socorrem-se do ruído de maiorias ocasionais para tentarem diminuir o direito à expressão de quem professa "heresias".
Ferozes seguidores de George Orwell acham-se no direito de serem os "Big Brother" das comunidades e convivem mal, cada vez pior diria, com os que lhes "fogem" à ortodoxia.
Tem naturalmente os seus seguidores.
Não deles (como descobrirão um dia que o percam) mas do poder que ocupam temporariamente.
E esses seguidores, como é normal de quem se move por interesses meramente materiais, são mais fanáticos, mais intransigentes, mais ameaçadores do que os próprios detentores dos tais poderes variados.
São, em suma, gente de quem lhes paga!
Caso para dizer que passados 44 anos de democracia, e os capitães de Abril que me perdoem, foi mais fácil tirar Portugal do "estado novo" do que tirar o "estado novo" da mentalidade de alguns portugueses que nos vão rodeando.
Que prezam a democracia por lhes ter permitido chegar onde estão mas no dia a dia são seguidores fieis de "Frei Tomás " e do seu "olha para o que eu digo mas não olhes para o que eu faço".!
Em Guimarães, onde por norma as modas chegam tarde mas acabam por chegar, esses tiques de arrogância pouco democrática vão-se fazendo paulatinamente sentir com uma forte conotação geracional.
Eles são os artigos de opinião nos poucos jornais que restam no concelho, eles são os posts e comentários a posts alheios nas redes sociais denotando uma vigilância quase persecutória às opiniões de quem não apaparica  o poder, ele é aquela exibição tão confrangedora de uma certa forma de “poder” nas reuniões de câmara com uma “nuvem” de assessores dos”poderosos” sentados em segunda fila por trás dos representantes eleitos do povo.
Portugal vive em democracia.
Democracia conquistada a 25 de Abril de 1974 , garantida a 25 de Novembro do ano seguinte quando as forças democráticas derrotaram os totalitários de esquerda que hoje(ele há cada paradoxo...) se encontram a apoiar o governo de um partido que foi decisivo para a sua derrota de então, e que se tem vindo a aperfeiçoar ao longo das mais de quatro décadas decorridas.
Mas há outras formas de democracia em que estamos ainda a precisar de evoluir mais depressa e mais profudamente.
É o caso da cultura democrática.
Aquela em que um dia todos perceberão que se a quantidade de votos distingue  quem vai governar de quem vai fazer oposição a essência dos mesmos votos irmana-os a todos na legitimidade de representarem por igual os cidadãos que neles confiaram.

domingo, abril 22, 2018

O Nosso 14

Perdendo em casa do último classificado (a nossa velha tendência para sermos "pais dos pobres") o Vitória disse definitivamente adeus a um quinto lugar que os resultados deste fim de semana de Rio Ave e Marítimo, ironicamente, provaram ainda ser possível,
Mas para isso era necessário, ao menos, termos ganho ao Vitória FC a semana passada e ontem em Vila da Feira.
Como não ganhamos o assunto europeu deixou de ser ...assunto!
Individualmente:
Miguel Silva: Sem culpa nos golos teve algumas intervenções de excelente qualidade que evitaram golos quase certos.
João Aurélio: Menos participativo pareceu algo fatigado.
Jubal: Tem responsabilidades no primeiro golo. Saiu lesionado depois de exibição intranquila.
Pedro Henrique: Partilha com Jubal responsabilidades no golo do Feirense. Atenuadas em ambos os casos por João Silva ter partido em posição de fora de jogo. No resto esteve bem.
Konan: Joga a um ritmo e com uma intensidade superior à média da equipa. E por isso voltou a ser dos melhores.
Rafael Miranda: Uma exibição sem falhas mas também sem brilho.
Matheus Oliveira: Cada vez mais o jogo da equipa passa por ele face à sua capacidade de fazer circular a bola. Tem de ter mais cautela em termos disciplinares.
Sturgeon: Foi titular e saiu aos 67 minutos. Nesse espaço de tempo não se viu. Um verdadeiro mistério a continua aposta nele.
Heldon: Esforçado mas algo trapalhão. Podia ter feito mais e melhor.
Rafael Martins: Muito discreto.
Raphinha: Formou com Miguel Silva e Konan o trio de melhores jogadores do Vitória. Marcou mais um golo, lutou muito e revelou-se sempre inconformado com o andar das coisas.
Foram suplentes utilizados:
Tallo: Entrou bem e criou vários lances perigosos com , por exemplo, dois remates a levarem perigo á baliza adversária. Caiu na área num lance que deixou muitas duvidas sobre a existência de grande penalidade.
Wakaso: Uma substituição surpreendente. A jogar com o último e com o jogo empatado meter um segundo trinco não pareceu outra coisa que não fosse falta de ambição.
Moreno: Terceiro mistério depois da titularidade de Sturgeon e da entrada de Wakaso. Com Jubal lesionado percebe-se que tenha entrado outro central embora o recuo de um dos trincos, nomeadamente Wakaso que conhece a posição, pudesse ser oportunidade de apostar no ataque com a entrada de Estupinan. Mas a surpresa está mesmo no central que entrou. Porque não se supunha que nesta altura Moreno tivesse preferência sobre João Afonso ou os centrais da B (que não jogava este fim de semana) Dénis Duarte e Marcos Valente. Incompreensível. Resta dizer que Moreno cumpriu sem margem para reparos.
Não foram utilizados:
Douglas, Vigário, Rincon e Estupinan.

Melhor em campo: Miguel Silva

Resta ao Vitória cumprir calendário nos três jogos que tem para disputar até ao fim do campeonato.
Espera-se que para além de honrar a camisola ,disputando todos esse jogos no limite, eles sirvam para ajudar a definir o plantel da próxima época.
Porque outra como esta é simplesmente inaceitável.
Depois Falamos.

Construir!

A propósito de uma partilha que fiz no meu facebook sobre a carreira de João Pedro no Los Angels Galaxy, e que mereceu vários comentários de teor diverso como é normal, escrevi que em tempos tinha pensado que em redor dele, João Pedro, se viria a construir uma grande equipa do Vitória que levaria o clube para patamares com que todos sonhamos.
Queria com isto dizer que João Pedro seria o jogador "nuclear" em torno do qual se agrupariam outros jogadores de valor , uns vindos com ele da formação e outros contratados no mercado, que permitiriam uma base competitiva continua capaz de ser regular na obtenção de resultados e classificações.
Houve quem concordasse com o conceito, houve quem discordasse e houve, desconfio,quem não o percebesse.
E por isso vou tentar explicar o que significa para mim construir uma equipa em torno de um jogador, que não tem necessariamente de ser o melhor mas sim o mais importante, dando dois exemplos que me parecem claros.
Um internacional e outro do próprio Vitória.
Na grande equipa do Barcelona ,que comandada por Guardiola impôs o "tiki taka" como estratégia de jogo, existiam os jogadores de classe extra como Messi , Ronaldinho e Iniesta, os grandes jogadores como Etoo, Deco,Puyol entre outros mas tudo girava em torno de outro jogador que era por isso o mais importante da equipa.
Xavi!
O verdadeiro "ideólogo" ,chamemos-lhe assim, do "tiki taka" e o homem em torno do qual durante dez anos o Barcelona construiu grandes equipas.
Em 2007/2008 o Vitória comandado por Manuel Cajuda fez um extraordinário campeonato (tinha acabado de regressar do pesadelo da II liga) e ficou em terceiro lugar depois de as arbitragens o terem arredado de ser vice campeão como teria sido mais que justo.
Essa equipa tinha jogadores de grande qualidade como Geromel, Alan, Desmarets, Nilson, Ghilas, Mohma, Roberto, entre outros mas tudo se organizava em torno de outro jogador que era o verdadeiro "porta bandeira" daquela equipa.
Flávio Meireles o "capitão".
Não seria , como Xavi não era, o melhor jogador da equipa mas era certamente o mais importante porque era em torno dele que tudo girava.
Esse é o meu conceito do que é construir uma equipa em torno de um jogador.
Ser alguém que para lá da valia futebolística possua também um conhecimento profundo do clube, dos seus valores, da ambição dos seus adeptos e depois corporize tudo isso no terreno de jogo e na liderança do balneário.
E creio que João Pedro estava  talhado para esse papel aglutinador no seio da equipa.
Vimaranense, vitoriano, excelente jogador, grande profissional, formado no clube!
O não ter sido assim, porque o seu rumo profissional foi outro, não significa que deixe de pensar que assim podia (e devia)  ter sido. 
E com grande proveito para o Vitória estou certo.
Depois Falamos.

sábado, abril 21, 2018

Pensar o Futuro

Se o Vitória ainda lutasse por alguma coisa, nomeadamente pelo acesso à Liga Europa, muito haveria a dizer sobre a miserável arbitragem que o apitador da A.F. Braga Luís Ferreira fez hoje no estádio Marcolino de Castro.
Um golo limpo anulado ao Vitória, um golo do Feirense em fora de jogo, dois lances mais que suspeitos de penálti na área dos visitados ("obrigado" Sport-tv pela "excelência" das repetições e pela "coragem" dos comentadores), uma dualidade de critérios gritante em termos disciplinares,em suma mais um tarefeiro que ia com missão atribuída.
Mas o Vitória não luta por nada,cumpre (penosamente) calendário, e por isso agora pouco ou nada interessa a arbitragem pelo que não vou perder mais tempo a comentá-la.
Prefiro falar de duas outras realidades deste jogo.
A dignificação da camisola e a preparação do futuro.
Quanto ao primeiro item pouco há a dizer.
Os jogadores esforçaram-se, procuraram o  triunfo, jogaram o que está actualmente ao seu alcance e se mais não fizeram foi porque não puderam ou não souberam dentro daquele contexto que todos conhecemos desde Agosto do ano passado.
Quanto à preparação do futuro,aí sim, há algumas coisas a dizer.
Com a equipa sem objectivos e a equipa B sem jogo neste fim de semana seria normal que fosse dada oportunidade a alguns dos jogadores da formação secundária, que mais se tem destacado, para serem chamados à equipa principal de molde a Peseiro ter a chance de os ver em acção.
Estou a pensar em Estupinan, Domingo, Joseph, Kiko, Dénis Duarte, Marcos Valente, David Luís, Tiago Castro a titulo de exemplo.
Não todos,como é evidente, mas dois ou três deles.
Mas isso não aconteceu a não ser com Estupinan que pese embora os muitos golos que tem marcado pela B ficou, mais uma vez, os noventa minutos sentado no banco a ver actuar alguns colegas que para o ano provavelmente nem cá estarão.
No banco ao lado de Moreno, que certamente não será opção como jogador na próxima época, que foi chamado e até acabou por jogar enquanto João Afonso, Dénis Duarte e Marcos Valente ficaram em casa ou na bancada a ver o jogo.
E bem gostava de perceber qual foi o critério para chamar Moreno e deixar de fora os outros três centrais.
Que papel terá Moreno a desempenhar no futuro desta equipa enquanto jogador?
Creio que todos estaremos de acordo que nenhum!
Depois o mistério Sturgeon.
Que quer Pedro Martins quer José Peseiro insistem em colocar a jogar, ora como titular ora como suplente utilizado, sem que alguma vez as suas exibições tenham correspondido ao exigível para quem veste a camisola do Vitória.
Hoje, mais uma vez, foram 67 minutos completamente desperdiçados.
Mas mais do que o não perceber as opções por Moreno e Sturgeon( já para nem falar dos emprestados que se vão embora nada justifica que continuem a jogar) ou da falta de oportunidades aos jovens da B há outro factor que me preocupou muito neste jogo de Vila da Feira.
Tem a ver com ambição.
Jogando em casa do último classificado que actuou sobre "brasas" porque os pontos eram fundamentais, e sem nada a perder, o Vitória não arriscou rigorosamente nada para tentar ganhar o jogo e corresponder ao apoio incessantes dos seus adeptos que mais uma vez não falharam com a sua presença.
Alinhou com a equipa habitual (apenas Hurtado esteve ausente mas isso nem é grande novidade...) mas na hora das substituições a que assistimos?
Saiu o ponta de lança Rafael Martins para entrar o ponta de lança Junior Tallo,ou seja, risco zero.
E depois saiu o teoricamente avançado Sturgeon para entrar o trinco Wakaso!
Para quê? Para defender o pontinho? É que se foi nem nisso teve sucesso.
É certo que a terceira substituição teve de ser "queimada" com a saída do lesionado Jubal e entrada de Moreno (assim impedindo a eventual aposta em Estupinan ou Rincon mas mais provavelmente em Vigário...) mas as duas anteriores demonstram bem a falta de ambição em querer ganhar um jogo no qual, insisto, nada havia a perder.
Defendi, e continuo a defender, a contratação de José Peseiro.
É um bom treinador, sabe muito de futebol, coloca as suas equipas a jogar bem.
Não tem .como é evidente, qualquer responsabilidade na formação deste plantel e no insucesso desportivo de uma época que se transformou num pesadelo para todos nós com os objectivos a serem sucessivamente falhados.
Mas acredito que deve fazer uma reflexão serena sobre o futuro e perceber que nestes três jogos que faltam tem de começar a "ganhar" a próxima época em termos de  crédito junto da massa associativa e de união entre ela, a equipa e ele próprio.
E isso faz-se com boas decisões, boas apostas, demonstração de ambição.
Estes três jogos que faltam não contando para nada no que a esta época concerne podem ser muito importantes para ganhar o futuro.
E é disso que Peseiro, a SAD e a toda a estrutura se devem capacitar.
Depois Falamos.

Jamor...Outra Vez!

O meu artigo desta semana no zerozero.

Ontem a Taça de Portugal, jogadas as partidas da segunda mão das meias finais, conheceu os seus finalistas deste ano.
O Desportivo das Aves, em estreia absoluta nesta matéria de finais de Taça, venceu o sensacional Caldas (aquele que todos menos os avenses,sportinguistas e portistas queríamos que ganhasse a prova) que conseguiu o magnifico feito ,para um clube de terceiro escalão, de chegar até às meias finais e apenas ser vencido no prolongamento o que demonstra bem a qualidade que emprestou a esta edição da prova.

Na outra meia final, e defrontando-se pela quinta vez esta época (deve ser recorde), Sporting e Porto discutiram até aos penáltis a presença no Jamor e de forma tão aguerrida que em dez pontapés da marca da marca de grande penalidade nove entraram e apenas o remate ao poste de Marcano (por sinal no primeiro penálti a ser marcado) decidiu quem avançaria para o jogo derradeiro.
Fruto do acontecido nas duas meias finais teremos a 20 de Maio, no Jamor, um Desportivo das Aves vs Sporting como corolário de terem sido as duas melhores equipas desta edição da Taça de Portugal.
Como se percebe rejeito totalmente a o conceito ignorante, absurdo e desrespeitador de muitas equipas e do próprio futebol de falar em “finais antecipadas” como acontece sempre que,a exemplo desta edição, numa meia final jogam dois “grandes” e na outra dois “pequenos”.
É negar o próprio espírito de Taça!
Leva-nos este introito à velha questão, quase tão velha como o próprio estádio, de a final se jogar uma vez mais num recinto obsoleto, desconfortável, sem condições para jogos desta envergadura.
Por alguma razão a Federação não realiza lá jogos da selecção nacional!
Portugal tem, depois de 2004, dez estádios modernos com todas as condições de segurança e conforto para os espectadores, de qualidade de balneários e zonas adjacentes para as equipas e de trabalho para os jornalistas.
A Luz, com 65.000 lugares, Dragão e Alvalade com 50.000 (estes três com maior capacidade que o arcaico Jamor) e depois mais sete estádios com cerca de 30.000 lugares como são os casos do D.Afonso Henriques, do Municipal de Braga, do Cidade de Coimbra, do Bessa, do Magalhães Pessoa, de Leiria do Municipal de Aveiro e do estádio do Algarve.
Em todos eles, menos no Bessa salvo erro, já se realizaram finais de supertaça ou da taça da liga e em todos eles já se realizaram vários jogos da selecção nacional (para além dos jogos do Euro 2004) pelo que estão obviamente aptos para receberem uma final de taça de Portugal.
Mas para além desse dez ainda há mais dois, que caso fosse necessário, estariam à altura desse jogo como é o caso do Restelo em Lisboa e dos Barreiros no Funchal que depois de renovado ficou com excelente condições.
Dir-me–ão que a lotação é pequena (cerca de 11.000 lugares) e que não faria sentido duas equipas do Continente irem à Madeira disputar uma final.
Faz tanto sentido como o Marítimo vir ao continente (como já aconteceu) disputar a final e mais sentido ainda se a final um dia for disputada entre duas equipas madeirenses como pode perfeitamente acontecer.
Portugal tem, portante, doze estádios melhores que o Jamor para disputar a final da taça de Portugal.
Mas insistem no Jamor.
Porque é bonito, porque é tradicional, porque é um monumento, porque tem matas em redor excelentes para fazer uns piqueniques.
Isso é tudo verdade. Mas nada tem a ver com o futebol de hoje.
Em que segurança, conforto, condições de trabalho são essenciais.
Já tive oportunidade de assistir naqueles estádio, ao longo dos anos, a cinco finais da Taça de Portugal.
Em 1988, 2011, 2013 e 2017 acompanhando o “meu” Vitória e em 2000 assistindo,casualmente, à finalíssima entre Porto e Sporting disputada numa noite de quinta feira em que choveu  durante boa parte do jogo.
Tal como a final do ano passado, entre Vitória e Benfica, em que a chuva torrencial foi companhia indesejável durante todo o jogo causando o maior dos desconfortos à esmagadora maioria dos espectadores e difíceis condições de trabalho para muitos jornalistas que viram os seus espaços ocupados por adeptos que fugiam da chuva.
O que confirma a minha profunda convicção de que aquele estádio não tem condições para receber jogos desta envergadura e com este nível de responsabilidade em questões de segurança.
Mas este ano, uma vez mais, o Jamor será palco da final.
E assim será enquanto a tradição se sobrepuser ao pragmatismo ou até ao dia em que a realidade prove, eventualmente da pior forma, que há muito se devia ter pensado em alternativas para o local da final.
Pessoalmente, e a terminar, prefiro o modelo espanhol em que o recinto da final da taça do Rei é escolhido por comum acordo entre os dois finalistas e considerando,obviamente, os interesses dos respectivos adeptos em termos de distâncias a percorrer.
Em Portugal, com pelo menos dez estádios modernos de norte a sul, não há razão para que assim não seja.

quarta-feira, abril 18, 2018

Mais Uma...

A senhora Leal Coelho fez mais uma das suas.
Desta vez na votação da mudança de género aos 16 anos em que infringiu a orientação do partido e votou, dando azo aos seus conhecidos complexos de esquerda, ao lado de todo o PS (curiosa votação...)e  do Bloco de Esquerda mas não do PCP que se absteve embora com uma hipocrisia sem igual tenha dado ordens aos "Verdes" para votarem a favor e assim a lei ser aprovada.
Porque se os "Verdes" tivessem votado como o PCP a lei teria sido chumbada pese embora a prestimosa ajuda da senhora Leal Coelho!
A referida senhora, de que em má hora Passos Coelho fez vice presidente do partido e cabeça de lista por Santarém sem que alguma vez a sua valia política o tenha minimamente justificado, é useira e vezeira em nestas matérias ditas fracturantes se juntar à esquerda e votar contra o próprio partido numa exibição de vaidade pessoal ("espelho meu, espelho meu há alguém mais moderno do que eu?") que no passado até mereceu um repugnante abraço da não menos repugnante Catarina Martins.
Ao fazê-lo a senhora Leal Coelho desrespeita o partido, desrespeita os colegas de bancada, desrespeita os eleitores que seguramente não se reveem em tanto "modernismo".
O PSD tem programa, ideologia, valores, princípios e História.
E tem militantes e eleitores que se reveem em tudo isso e por isso militam e votam no PSD.
Por cima de tudo isso passa a senhora Leal Coelho cujo desmedido ego a faz crer que a opinião dela, as suas convicções, o seu pseudo modernismo são muito mais importantes que tudo o resto e portanto vota como quer e lhe apetece.
Nalguns casos, manda a verdade que se diga, com  ajuda de mais meia dúzia de pseudo modernistas que por lá andam e que também acham que as suas convicções valem mais do que as posições do partido pelo qual foram eleitos.
Esquecendo que se a esmagadora maioria dos colegas não votasse de acordo com os nossos valores e a nossa História os eleitores nunca nos perdoariam a bandalheira de contribuirmos para a aprovação de leis em que não se reveem.
Confesso que enquanto militante e eleitor estou farto destas atitudes da senhora Leal Coelho.
Que foi eleita por um partido, como base num programa, numa ideologia, em valores e princípios que não contemplam estas votações pseudo modernistas da senhora Leal Coelho.
Diferente seria, como é óbvio, se a senhora Leal Coelho tivesse sido eleita uninominalmente  porque aí responderia pessoalmente perante os seus eleitores pela sua orientação de voto e estaria no seu direito de nestas matérias votar como quisesse.
Embora a avaliar pela votação que teve em Lisboa, a pior de sempre do PSD, duvide que alguma vez conseguisse ser eleita uninominalmente fosse aonde fosse.
E menos ainda em Santarém onde, como me diziam tempos atrás alguns militantes de lá, a senhora Leal Coelho tem uma forte ligação ao distrito porque de vez em quando pára para tomar café na área de serviço de Santarém da A1...
Depois Falamos.

terça-feira, abril 17, 2018

Paradoxos

O meu artigo desta semana no jornal digital Duas Caras.

Já sabemos, há mais de mil anos, que em Guimarães somos diferentes do resto do país (mesmo antes de haver país) e que o que por cá sucede dificilmente,nalgumas perspectivas, dificilmente aconteceria em qualquer outro ponto do país.
Recentes notícias televisivas, embora reportando a acontecimentos com três anos, vieram reforçar esse estatuto de excepcionalidade deixando, contudo, interrogações várias sobre as razões porque isso acontece por cá e não acontece por outros lados.
Situemos-nos:
Há cerca de três anos, mais mês menos mês, o Vitória recebia em Guimarães o Benfica num jogo que veio a confirmar a conquista do titulo pelo clube de Lisboa depois de um campeonato extremamente disputado com outros clubes que não o Vitória.
Nesse dia, e na nossa cidade, aconteceram dois factos que mereceram ampla cobertura noticiosa embora só um deles, por sinal o menos grave, tenha merecido da parte da comunicação social e da Justiça um permanente acompanhamento ao longo de todos este tempo,
Num dos casos um oficial da PSP, por razões que ainda hoje não estão cabalmente explicadas, fez aquilo a que se convencionou chamar “uso de força excessiva” e aplicou umas bastonadas num adepto do Benfica (ó heresia...) em frente a familiares do mesmo nomeadamente um filho de menor idade.
Caiu o Carmo e a Trindade!
E durante dias a fio, nas televisões ,rádios e jornais o agente da PSP foi condenado (antes de ser julgado) do crime de lesa majestade de ter dado duas ou três bastonadas num adepto do clube de todos os regimes como se tal fosse um crime contra a humanidade.
Chegou-se ao ponto , ridículo, de as imagens darem direito a abertura de telejornais como se esse “pobre” benfiquista de Matosinhos tivesse si o primeiro e único cidadãos deste país a levar umas bastonadas nas imediações de um recinto de futebol ou como se não houvesse neste país notícias bem mais importantes.
Mas no mesmo dia, na mesma cidade e no mesmo estádio (embora as bastonadas tenham sido fora do recinto) aconteceu outro facto grave em termos de ordem pública que foi tão ligeiramente noticiado como rapidamente abafado pela comunicação social (e teme-se que pela Justiça) e de que nunca mais se ouviu falar.
Refiro-me ao facto de um grupo de ladrões e vândalos adeptos do Benfica ter assaltado e vandalizado um armazém do Vitória situado debaixo da bancada topo norte e não contentes com o crime praticado ainda procederam a ampla divulgação do mesmo através das redes sociais.
Roubo, vandalismo, exibição das imagens com a fácil identificação dos ladrões e que aconteceu?
Nada.
A comunicação social, sempre ávida de noticiar crimes e desordens ( e então se forem em Guimarães nem se fala) noticiou o assunto no dia e depois deixaram-no rapidamente cair porque a cor clubística dos ladrões era “inconveniente” para quem manda na comunicação social.
Já a Justiça, que se supõe ser “cega” e portanto tratar todos por igual, não deu até hoje qualquer notícia sobre os ladrões terem sido detidos , julgados e punidos pelos crimes praticados.
Um caso claro de que o crime compensou.
Porquê?
Aí está uma pergunta de que bem gostaria de saber a resposta.
Esta semana o primeiro assunto, o das bastonadas, ressuscitou por força do oficial da PSP ter começado a ser julgado pelo tal uso de força excessiva sobre um adepto do clube de Lisboa e mereceu ,uma vez mais, amplo destaque da comunicação social.
E enquanto um agente policial é julgado (não ponho em causa a razão, que fique bem claro, embora não acredite que da parte do agredido não tenha havido provocação)  os ladrões que assaltaram o armazém do Vitória continuam em liberdade e seguramente assim continuarão neste país de paradoxos.

P.S. E  Guimarães merece um tratamento tão diferente que até o agente a ser julgado por bater num adepto do Benfica fundamentou a sua defesa na forma de ser dos adeptos do...Vitória.
Misturando verdades que nos orgulham, por um lado, com considerações que não merecemos e nos ofendem por outro.
Lá está...paradoxos!

segunda-feira, abril 16, 2018

O Nosso 14

Uma equipa cansada,às vezes dela própria, não foi capaz de vencer o Vitória FC  e assim manter uma réstia de esperança quanto a um apuramento europeu que agora é impossível e antes bastante difícil.
Individualmente:
Miguel Silva: Jogo de pouco trabalho e sem culpas no golo.
João Aurélio: Menos ofensivo do que habitualmente.
Jubal: A defender cumpriu. No resto alguém tem de lhe explicar que não se meta a fazer o que não sabe. por exemplo passes longos.
Pedro Henrique: O mesmo.
Konan: Pela positiva nem parecia daquela equipa. Rápido, batalhador, criou jogadas de ruptura e nunca teve receio de ir com bola para cima dos adversários. Misteriosamente substituído.
Rafael Miranda: Muito "macio" para o que era preciso.
Matheus Oliveira: Bem na primeira parte mas foi desaparecendo na segunda.
Hurtado: Fez o golo e pouco mais.
Heldon: Exibição discreta. A saída pecou por muito tardia.
Rafael Martins: Nunca teve oportunidade de rematar com êxito.
Raphinha: Numa fase de menor fulgor apenas se viu numa boa jogada aos 92 minutos.
Foram suplentes utilizados:
Whelton: Entrou cheio de vontade mas ficou-se por aí.
Vigário: Entrou muito tarde para poder ter influência no jogo.
Sturgeon: Entrou aos 88 minutos sabe Deus e Peseiro porquê e para quê.
Não foram utilizados:
Douglas, João Afonso, Wakaso e Francisco Ramos.

Melhor em campo: Konan

Restam quatro jogos, uma camisola para dignificar e muitas lições a tirar para a preparação da próxima época.
Parece-me evidente que este plantel precisa de ser seriamente reforçado com sete ou oito jogadores de valia inquestionável , experiência quanto baste do nosso campeonato , homens feitos e não jovens promessas que para isso já temos na equipa B alguns para subirem.
Isto se não saírem titulares porque caso isso aconteça vão ser precisos ainda mais reforços.
Depois Falamos

P.S. Por ironia do sorteio o último jogo pode ser decisivo para atribuição do titulo de campeão nacional dado que recebemos o Porto que lidera o campeonato com mais dois pontos que o Benfica.
Convém ter isso em atenção.

Bode Expiatório

Confesso que a ingratidão é das coisas que mais me indigna.
E embora ela seja recorrente no futebol há casos em que atinge proporções, quantas vezes alimentada por gente que tinha a obrigação de ser bem mais razoável e sensata, que são verdadeiramente deprimentes e demonstram bem o quanto o espírito do "vale tudo" está entranhado em adeptos clubísticos.
O que se passa desde ontem com Rui Vitória é exemplo disso.
Nas redes sociais, nos comentários televisivos, nos desabafos dos adeptos o treinador benfiquista foi "eleito" como o grande responsável da derrota face ao Porto e da provável perda do titulo de campeão e do tão desejado penta campeonato.
Nada mais enganador.
Rui Vitória é humano, comete erros, engana-se nesta ou naquela estratégia porque é humano e porque todos os treinadores, de Mourinho a Guardiola de Klopp a Allegri, os cometem a momentos vários das suas carreiras.
Mas depois há os factos.
E os factos dizem-nos que o espantoso não é o Benfica ter perdido ontem com o Porto mas sim o a quatro jornada do fim estar a lutar pelo titulo com dois clubes que tem ,claramente, melhor plantel que o próprio Benfica.
E aí o mérito é de Rui Vitória, dos seus colaboradores e dos jogadores.
Que embora com algumas ajudas "ilegítimas" tem conseguido fazer frente a adversários bem melhor apetrechados como ainda ontem foi patente ainda por cima num cenário em que Rui Vitória se viu privado de Jonas que é,de longe, o mais decisivo jogador do Benfica.
E os factos também nos dizem que nestes três anos de Benfica, um pouco o que também lhe aconteceu nos quatro anos de Vitória, o treinador tem-se visto obrigado a reconstruir (e sempre com "materiais" de decrescente qualidade)em todos os inícios de época uma equipa que os dirigentes lhe vão fatalmente amputar no final da mesma.
Exemplos?
Ederson, Nélson Semedo, Lindelof, Gaitan, Renato Sanches, Mitroglou, Gonçalo Guedes, Talisca, Cristante, Lisandro López, Júlio César são os exemplos mais flagrantes de jogadores de qualidade de que Rui Vitória se foi vendo privado ao longo destes três anos.
Mais factos?
Veja-se o que o Benfica tem em termos de baliza.
Bruno Varela de 23 anos e primeira época como titular do clube, Svilar de 18 e Paulo Lopes de 39 que ainda está no activo, depois de uma carreira digna mas sem grande brilho, apenas porque dá jeito para cumprir as cotas de jogadores formados localmente e alguém achará isso suficiente para uma equipa que quer ser campeã nacional?
Há que ser justo.
E ser justo é reconhecer que ontem, num jogo em que o Porto era melhor equipa de um a onze, o empate era um resultado que quase garantia o titulo e por isso o pragmatismo não aconselhava a correr grandes riscos que a serem corridos tinham de ser pelo adversário a quem apenas o triunfo servia.
E foi essa a gestão que Rui Vitória fez.
Jogar para um resultado que servia sem perder de vista o conseguir mais do que isso.
Criticam-se as substituições? Fazem de Rafa um imprescindível os mesmos que fizeram dele um dispensável durante grande parte da época? Ignora-se que RV deu entrada a um internacional grego, outro argentino e outro suíço naquilo que dificilmente pode ser visto como falta de ambição?
De facto saber perder é muito difícil para os que também não sabem ganhar.
Voltemos à baliza:
De um lado um "monstro" do futebol mundial chamado Iker Casillas que ganhou tudo que há para ganhar em termos de clubes e selecções a nível europeu e mundial e do outro um jovem Bruno Varela que leva época e meia de primeira divisão e só este ano chegou à baliza do Benfica porque o ano passado esteve em Setúbal e anteriormente na II divisão espanhola (fez um jogo!) e nos escalões de formação.
Um jovem que pese embora a sua qualidade, e o grande trabalho que com ele tem sido feito por Luís Esteves, é ainda assim de valor inferior a José Sá o habitual suplente do...Porto.
É parecido não é?
Rui Vitória é um cavalheiro, um homem correcto, educado e culto que assume responsabilidades e não arranja desculpas. Em suma um "tipo porreiro".
Ou seja o perfil ideal para "bode expiatório" dos que não querem dar a cara por insucessos de que são os maiores responsáveis.
Depois Falamos.

domingo, abril 15, 2018

Tristeza!

Este fim de semana foi de profunda tristeza para a esmagadora maioria dos vitorianos.
Aqueles que sabem que o nosso clube é eclético, aqueles que prezam o facto de as modalidades serem parte integrante (e essencial) do nosso ADN, aqueles que sabem que o nosso clube teve através das suas modalidades algumas das mais importantes conquistas da sua História.
A equipa sénior de voleibol masculino do Vitória desceu de divisão.
Desceu de divisão dez anos depois de ter sido campeã nacional e de durante alguns anos ter discutido com o Sporting de Espinho a liderança da modalidade em Portugal.
O voleibol tem dado muito ao Vitória.
O masculino, o feminino, os escalões de formação.
Títulos, taças e outros galardões que enriquecem a nossa sala de troféus e contribuem para o prestigio do clube e tem de ser, por todos, considerados como conquistas de todos!
Confesso a minha enorme tristeza com esta descida.
Nunca pensei, depois do trauma da descida da equipa de futebol em 2006, voltar a ver uma equipa do clube ser despromovida a um campeonato secundário e,ainda por cima, tratando-se da única equipa do Vitória que até hoje foi campeã nacional absoluta.
São conhecidas algumas razões da descida, sabe-se que a modalidade entrou numa rampa descendente desde 2011 muito por força da crise financeira do clube mas não só, mas isso agora pouco importa.
Importa, isso sim, reagir.
E fazer do regresso da equipa de voleibol ao escalão do qual nunca devia ter caído uma prioridade absoluta de todo o clube para a próxima época desportiva.
Tal como aconteceu com o futebol em 2006 temos de fazer das fraquezas forças, saber que este passo atrás apenas pode servir para ganhar balanço para dar dois passos em frente e transformar esta dificuldade numa oportunidade de termos um voleibol mais forte e mais competitivo.
O voleibol vitoriano tem muitos anos de vida. 
Pelo menos desde o tempo das grandes equipas que tivemos no voleibol feminino, quarenta anos atrás, e que disputavam taco a taco com o Leixões campeonatos e taças enchendo o pavilhão do Inatel (agora Almor Vaz) em tarde e noites inolvidáveis de grande voleibol.
Por tudo isso outro cenário que não seja o de apostar no imediato regresso da equipa ao principal escalão é absolutamente indigno de um clube com a grandeza do Vitória e seria (porque me recuso a acreditar que seja) uma enorme vergonha para todos os que tem a responsabilidade de o dirigir.
Depois Falamos.

Fim de Linha

Sabia-se que o quinto lugar era extremamente difícil de atingir quer porque a equipa não dava grandes garantias de uma ponta final de grandes resultados quer porque a diferença pontual para Rio Ave e Marítimo já tinha algum significado.
Mas como enquanto há vida há esperança lá se ia alimentando o sonho de que com um "bocadão" de sorte ainda se podia lá chegar.
E esta jornada até tinha começado bem com o empate entre Boavista e Chaves(que seguiam à nossa frente)e que em caso de triunfo vitoriano permitiria ultrapassar os dois e ficar em sétimo logo atrás de vila condenses e madeirenses.
Mas não fomos capazes.
O Vitória até começou bem, empurrando o homónimo para a rectaguarda, e criando alguns lances bem construidos num dos quais chegaria ao golo inaugural ,relativamente cedo, perspectivando-se um jogo de acordo com aquilo que interessava.
Mas foi sol de pouca dura.
O adversário reagiu, subiu as linhas, começou a pressionar alto logo à saída da intermediária e o Vitória começou a denotar muitas dificuldades em organizar jogo porque com Matheus Oliveira e Hurtado bem marcados pelos setubalenses a equipa via-se obrigada a sair a jogar por Jubal e Pedro Henrique e a ineficácia foi tal que levou os adeptos ao quase desespero.
Depois...o costume ao longo de toda a época.
Um lance de bola parada, um cruzamento ao segundo poste e um adversário completamente à vontade a fazer o golo perante um desamparado Miguel Silva.
Um "filme" já visto esta época para cima de uma dezena de vezes!
Na segunda parte esperava-se que as coisas mudassem, e que o Vitória fosse para cima do adversário, mas a verdade é que as coisas continuaram como estavam e a qualidade do futebol foi decaindo sem grandes ocasiões de golo nem futebol que se visse.
A meia hora do fim Peseiro meteu Whelton, que foi jogar ao lado de Rafael Martins, esperando que nesse sistema de dois pontas de lança os golos aparecessem mas sem  resultados muito por força de a equipa não conseguir cruzamentos adequados para os avançados poderem finalizar.
Depois ainda entrariam Vigário aos 84 minutos e Sturgeon aos 88 (!) mas sem tempo, como é óbvio, para terem qualquer influência no desenrolar do jogo.
E assim se chegou ao final com um empate,desolador, que nos afasta definitivamente da possibilidade de disputarmos a Liga Europa na próxima época.
Em boa verdade também não merecemos pelo que fizemos ao longo de toda a época.
Rui Costa fez uma arbitragem irregular, sem categoria, o que nele não deixa de ser normal.
Dar três minutos de descontos na segunda parte foi simplesmente anedótico face às interrupções do jogo mas em boa verdade desconfio que se desse trinta minutos o resultado seria o mesmo.
Depois Falamos