Dois meses depois das directas no PSD, que elegeram Rui Rio em confronto com Pedro Santana Lopes, e quase um mês depois do congresso em que foram eleitos os restantes orgãos do partido há que fazer um pequeno balanço do que se passou de lá para cá.
Em primeiro lugar confirmou-se plenamente a prioridade dada por PSL à unidade do partido no pós eleições - "Unir o partido, ganhar o país" - porque percebeu desde logo que só com um partido unido e motivado seria possível ambicionar uma vitória nas legislativas.
E no congresso deu o seu contributo para isso, como é sabido, dando provas de uma genuína vontade de contribuir para o sucesso da nova liderança e mais do que isso para o sucesso do PSD.
Duvido que outro(s) o tivessem feito se PSL tivesse ganho as directas.
Infelizmente essa necessidade de união e coesão não foi em momento algum a preocupação da nova direcção política do partido como se viu com as escolhas no congresso de alguns vice presidentes e as polémicas em volta da nova (mas desnecessária) liderança parlamentar em que a vontade do grupo parlamentar manifestada poucos meses antes foi completamente desrespeitada.
Depois as confusões de estratégia sobre o Bloco Central, sobre a viabilização de governos do PS, do quase oferecimento de apoio aos socialistas que estes prontamente recusaram, de em dois dias assistirmos a duas tomadas de posição diferentes com um vice presidente a dizer que as eleições que contam são as de 2021 e 2023 e logo a seguir o próprio líder vir afirmar que o foco está nas de 2019.
E os casos.
Os casos em que o propalado "banho de ética" que Rui Rio apregoava na campanha das directas parece não ter aplicação aos seus amigos por ele escolhidos para dirigentes do partido.
São os casos de Salvador Malheiro em Ovar, é o caso de Elina Fraga com a Ordem dos Advogdos, é este recente e espantoso caso de Feliciano Barreiras Duarte e o seu currículo do qual constam falsidades evidentes e já claramente demonstradas e o que mais estará para vir nestes e noutros casos que já se adivinham.
Casos e trapalhadas, trapalhadas e casos tem sido a imagem de marca da liderança de Rui Rio nestes dois meses.
Causas?
Ainda não há.
Propostas que façam a diferença em relação ao PS?
Nem vê-las.
Iniciativas políticas marcantes?
Nada a registar.
Conclusão?
Um partido desunido e desanimado, uma opinião publica perplexa, PS e CDS a esfregarem as mãos de contentes perante os cenários eleitorais de 2019.
Quero com isto dizer que o cenário é negro e as derrotas nas eleições de 2019 inevitáveis?
Não.
Mas Rui Rio, e a sua fragilizada equipa dirigente, terão de mudar muita coisa e muito depressa se querem fazer do PSD uma alternativa ganhadora nas europeias e legislativas do próximo ano constituindo um factor de esperança para os portugueses.
Porque caso contrário escusam de se preocuparem com as autárquicas de 2021 e as legislativas de 2023 (como referia ao Expresso o tal vice presidente que as considerava como os grandes objectivos) porque já não serão problema deles mas de quem lhes suceder.
Ou seja, e muito claramente, a fasquia está na vitória nas legislativas de 2019.
Ganham...continuam.
Perdem...dão o lugar a quem faça melhor.
Afinal até o (por eles) "detestado" Pedro Passos Coelho ganhou duas legislativas consecutivas e a ultima delas em circunstâncias extraordinariamente difíceis.
Depois Falamos.
P.S. Imagino o que alguns apoiantes de Rui Rio, nomeadamente comentadores televisivos, diriam se Santana Lopes tivesse ganho as directas e o secretário geral por ele escolhido estivesse num processo de completa descredibilização política como está o secretário geral de Rui Rio.
«Duvido que outro(s) o tivessem feito se PSL tivesse ganho as directas.»
ResponderEliminarCaro Cirilo:
A começar na prima! Essa anda desaparecida -levou tantas no toutiço que o Rio a mandou calar.
Aquilo (a direção nacional do PSD) é um bando de galinhas chocas. Tão ridículos a oferecerem-se aos socialistas, como 'muletas' -não têm um pingo de orgulho/dignidade, mas talvez tenham uns negócios a precisar de encomendas do Estado...
Engraçado são os avençados do PS; Livre (que nem tem votos); e BE a rugir de indignação porque A. Cristas quer ter mais votos que o PSD. Em vez de ser o PSD, são os que pensavam que Portugal estava domesticado porque tinham os votos comprados, como se fossem propriedades privadas dos partidos. Já se viu que em Lisboa, os palhaços que têm estado a usufruir do nome PSD, já não conseguem ter votos e estão a caminho do oblívio-eles e o partido que foi destruído e em que ninguém confia.
A tristeza continua...
Cara il:
ResponderEliminarDe facto é triste o que se está a passar com o culto da irresponsabilidade e a revelação de que o "banho de ética" é só para os outros e não se aplica aos amigos.
Nunca vi, em 43 anos de militante, uma liderança que com um mês de funções seja tão desanimadora,tão afastada dos militantes, tão incapaz de fazer política como deve ser.
O país olha o PSD com estranheza e sem empatia.
E isso vai ter um alto preço.
Temos,afinal, o que a maioria dos militantes quis.
Caro Cirilo:
ResponderEliminarOs militantes, ou os inscritos das carrinhas?
Na minha ex-secção começou há 12 anos! Também nessa altura a ética era para os outros -lembra-se que a CML foi implodida? Porque havia um inquérito; depois todos os que tivessem inquéritos não eram candidatos -excepto a amiga de Leiria...
E são sempre os mesmos -o clube de fãs do PS inscrito no PSD
Cara il:
ResponderEliminarOs militantes. COm uma importante percentagem dos inscritos das carrinhas é evidente.
Situação que infelizmente tende a piorar dada a preponderância de alguns dos mentores no grupo dos amigos do RIo