A primeira preocupação de quem lidera o PSD, e muito em especial de quem o vai liderar pela primeira vez, deve ser a unidade interna em volta da liderança, do programa e dos objectivos que se propõe atingir.
Unidade e não unanimidade porque enquanto a primeira é possível,desde que se deem os passos certos nesse sentido, a segunda é uma completa miragem que em democracia não tem nenhuma possibilidade de existir.
E portanto há que trabalhar pela unidade se ela for entendida como objectivo.
Lideres no passado o fizeram desde Francisco Sá Carneiro a Pedro Passos Coelho passando por Aníbal Cavaco Silva, José Manuel Durão Barroso ou Luís Filipe Menezes entre outros exemplos possíveis.
Outros não quiseram ir por esse caminho, como Marques Mendes ou Manuela Ferreira Leite, e a História prova o quão mal fizeram.
E por isso é de bom senso que quem queira liderar um PSD com ambições de vitória queira congregar em torno da liderança o máximo possível de apoios para que o partido saia reforçado e com mais hipóteses de ganhar.
Não foi seguramente por acaso que Pedro Santana Lopes, que já liderara no passado e que tem quarenta anos de militância intensamente vivida, tinha como primeiro objectivo "Unir o partido" para depois "Ganhar o país" porque bem sabe que sem unidade nada feito.
Nunca vi no discurso e na postura de Rui Rio idêntica preocupação com a questão da unidade.
Admito até, conhecendo a sua forma de pensar e o quilate de alguns que o rodeiam, que a primeira tentação será fracturar (como Manuela Ferreira Leite) e não unir (como Pedro Passos Coelho) para citar apenas a postura dos dois lideres que o antecederam.
Fará mal se for por esse caminho.
Tão mal como se promover uma falsa unidade, alicerçada na entrega de meia dúzia de lugares a apoiantes da outra candidatura mais sensíveis a esse tipo de ..."ofertas", que não passará de uma unidade de fachada que se desfará ao primeiro sopro de vento porque esses eventuais aceitantes apenas se representam a eles próprios e não aos 45% de militantes que preferiam outra solução para o partido.
A unidade não se constrói com acções de mercearia assentes na distribuição de cargos e lugares mas sim através de acções concretas como um programa abrangente, a assumpção de objectivos mobilizadores e uma liderança para todos e não apenas para aqueles que a elegeram.
Rui Rio a partir do congresso escolherá o caminho que quer seguir.
Ou unidade ou fratura.
Sendo desejável que a opção por qualquer uma delas seja clara e sem ambiguidades ou hipocrisias ,
a pior das quais seria estimular o "cultivo" e a propagação dos abjectos "feijões frade",para que todos os militantes saibam o que podem esperar da nova liderança do partido.
Depois Falamos.
P.S. Se Rui Rio tiver dúvidas como se constrói a unidade pode sempre aconselhar-se junto do seu apoiante André Coelho Lima.
Que em 2010 pegou numa secção de Guimarães profundamente dividida por décadas de querelas e problemas internos e soube construir uma verdadeira unidade que permite que hoje a secção esteja solidamente unida e com todos os militantes empenhados nos mesmos objectivos.
Caro Luis Cirilo,
ResponderEliminarEste presidente ainda nems equer aqueceu o lugar e já apareceu Pinto Luz a querer se mostrar. Coitado como não é conhecido para lá de Cascais e não teve coragem para avanºar contra Rio vem agora escrever cartas de amor. faz bem, rio em não lhe ligar.
Quanto ao facto de rio olhar para o PSD de Guimarães é bom para o PSD e para Rio não fazer isso pois que eu saiba e por muito que lhe custe guimarães é PS e assim continuará a ser.
Caro cards:
ResponderEliminarRui Rio "deve" olhar para Guimarães apenas como exemplo de como se constrói uma verdadeira unidade dentro do partido. E é essa unidade que um dia nos permitirá voltar a ganhar a Câmara.Uma das razões porque a perdemos,em 1989, foi precisamente a falta de unidade.
Caro Cirilo:
ResponderEliminarTem toda a a razão, mas parece-me que a tralha não deixará que haja unidade.
Aqueles ervilhados, avinagrados e venenosos a comportarem-se como seres sociáveis?
Por isso é que eu paguei 10 aéreos, só para ver :)
Cara il:
ResponderEliminarEu também não acredito que Rio consiga promover a unidade.
Nem estou certo que a queira para ser sincero.
E alguns dos que andam à volta dele não a querem de certeza absoluta.
Lá estaremos no próximo fim de semana a vermos em que param as modas
O PSD de Guimarães vive ainda num passado não muito longíquo de elitismo que existia no pós 25 de Abril, se acentuou com Cavaco Silva e que o povo se encarregou e muito bem de "arrumar para canto". O país dos patrões que mandavam os empregados votar em quem queriam já lá vai.
ResponderEliminarÉ por isso que perdeu a câmara há quase 30 anos e vai andar outros 30 sem lá pôr os pés. Essa unidade de que você fala é um tanto ou quanto podre.
É para isto que você quer que o Rui Rio olhe ? Toda a gente sabe que você não gosta do homem, mas deixar-lhe conselhos destes é demais...
Cumprimentos.
Caro Anónimo:
ResponderEliminarEu falo do que sei. Você do que gostava que fosse. Quanto aos 30 anos...felizmente vivemos em democracia o que significa que de quatro em quatro anos o povo decide. Querer decidir pelo povo é de um salazarismo bafienteo. Quanto ao Rui Rio não o apoiei mas isso não tem nada a ver com gostar dele pessoalmente ou não. Sempre nos demos bem. Apenas não concordo com a estratégia dele para o partido.