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quinta-feira, fevereiro 15, 2018

De Ovar a Pyongyang

A história é pequena, simples e triste.
A distrital de Aveiro do PSD enviou à Mesa do Congresso uma moção para ser apresentada no decorrer do congresso do próximo fim de semana que não cumpria os requisitos  regulamentares dado que não tinha sido atempadamente votada em Assembleia Distrital como o regulamento estipula.
Face a isso, e muito bem, a Mesa do Congresso recusou a admissão da moção.
Não podia fazer outra coisa.
A distrital de Aveiro recorreu da decisão.
Sem ponta de razão mas com a convicção que neste novo tempo do PSD para alguns vale tudo e por isso há quem esteja acima de  um regulamento que supostamente seria igual para todos. 
E fê-lo com o espantoso argumento de que a moção tinha sido subscrita pelo presidente da mesa da assembleia distrital e que isso era suficiente para a sua validação porque ele representa toda a assembleia!!!
Lê-se e não se acredita que ainda há quem tenha tão distorcido conceito de democracia.
Talvez no Estado Novo assim fosse, na Venezuela de Maduro caminha-se para que assim seja e de certeza que na Coreia do Norte assim é.
Basta o presidente assinar que todos os outros, quais meros verbos de encher,estão desde logo representados pela presidencial assinatura.
Face a esta lógica, então no congresso nem valeria a pena eleger orgãos e bastaria eleger os presidentes que depois decidiam por todos sem a "maçada" de terem de debater os assuntos e sujeitá-los à democrática opinião da maioria.
Felizmente que a democracia interna no PSD ainda não chegou  (e espero que não chegue nunca) a este lamentável estado.
Mas não contente com o achar-se credora de privilégios que os outros não tem a distrital de Aveiro "enriqueceu" o recurso com uma acta da assembleia distrital, realizada nove dias após o fim do prazo para a entrega de moções, em que foi finalmente aprovada a moção anteriormente remetida à Mesa do Congresso.
Espantosamente a Mesa pactuou com este estado de coisas e admitiu a moção à discussão no congresso.
Violando o regulamento, pactuando com um estado de privilégio, dando a uma moção um tratamento de favor.
Muito mal andou a Mesa do Congresso.
E é difícil não ficarem a pairar sérias duvidas sobre se o sucedido foi um infeliz caso isolado ou traduz uma a postura daqueles que durante os próximos dois anos vão dirigir o partido  nos vários orgãos.
A ver vamos...
Depois Falamos

2 comentários:

  1. Caro Cirilo:
    Tem dúvidas?
    Eu sou aquela, que neste caso, "não tem dúvidas e nunca se engana" :))))
    Se não amordaçarem o MP, ainda vamos ver outro militante do PS a pagar quotas e 'subsídios' a inscritos no PSD -«quem faz um cesto, faz um cento» ...

    Vai ser engraçado ver como os "riachinhos" vão 'limpar' a concelhia de Lisboa. Mas provavelmente será inside job -ainda há lá 'pretinhos'. Sente-se, que vai haver sangue :(

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  2. Cara il:
    Não tenho nenhuma duvida que será assim.
    E quando na formação das listas para os orgãos nacionais o Rio não quis separar o trigo do joio é evidente que a "festa" vai continuar.

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