Uma vez pressentida a decisão de Pedro Passos Coelho em não se recandidatar à liderança do PSD foi rápida a decisão de Rui Rio e alguns dos seus apoiantes se reunirem para tratarem dos tempos que aí vem.
Em Azeitão em casa do dono da empresa em que Rui Rio trabalha .
Naturalmente que em democracia tem todo o direito de o fazerem e isso não está minimamente em causa.
Mas parece-me que começaram mal.
Desde logo porque todos os nomes vindos a público de participantes dessa reunião se unem pelo traço comum de nestes anos difíceis em que o PSD liderou um governo sob condições terríveis para o exercício do poder( ainda por cima para remediar asneiras que outros tinham feito) e depois teve de ser oposição apesar de ter ganho eleições, se terem destacado apenas por constantes criticas ao partido e ao seu líder nisso ultrapassando por vezes os próprios adversários políticos.
Depois porque querendo construir uma candidatura à liderança com base nos maus resultados das autárquicas, que imputam a Passos Coelho embora não haja notícia de qualquer deles se ter disponibilizado para ajudar com uma candidatura a uma câmara municipal ( de "heroicas" candidaturas a assembleias municipais já estamos todos cheios...), constata-se que em matéria eleitoral nenhum deles (excepto Rui Rio) vale rigorosamente nada porque nunca ganharam uma freguesia, uma câmara e muito menos o país sendo certo que alguns teriam séria dificuldade em ganharem a eleição para o seu próprio...condomínio!
Finalmente, e essa é a razão fundamental que me afasta decisivamente do que venha a sair da "Azeitonice" (reunião em Azeitão), é a visão que tem do PSD.
Que cheira a mofo, remete para um passado já remoto, traduz a nostalgia de tempos que não voltarão nunca.
O tempo dos "barões" que se reuniam em volta de uma mesa e decidiam quem ia mandar acabou.
Acabou em 2007 quando o partido instituiu as directas, por pressão de Pedro Santana Lopes e Luís Filipe Menezes, e passaram a ser os militantes a escolher quem liderava o partido e não as pseudo élites lisboetas que do alto do que achavam ser o seu estatuto de barões punham e dispunham a seu bel prazer.
Aqueles que tinham (alguns ainda tem como se constata com a "Azeitonice") uma visão feudal do partido, em que os "nobres" mandavam e os "servos da gleba" aceitavam as suas decisões, passaram à história por manifesta desconformidade com a realidade e incapacidade de perceberem os tempos presentes e o PSD de hoje.
Caberá aqui recordar que em 2007 o "baronato" estava quase todo em volta de Luís Marques Mendes mas quem ganhou as directas foi Luís Filipe Menezes precisamente porque tinha a maioria do "povo" ao seu lado.
E é assim que deve ser sempre!
Por isso quando vejo Rui Rio convocar a "Azeitonice", e chamar para o seu lado os "Azeitoneiros" (participantes da reunião de Azeitão) , reconheço-lhe todo o direito de o fazer mas espero que o partido não queira ir por um caminho que não é manifestamente o seu nem corresponde aquilo que os portugueses esperam dele.
Porque se há algo que Portugal e o PSD dispensam bem é a reedição por alguns sonhada do famigerado Bloco Central de interesses e negócios.
O PPD, depois PSD, nasceu para ganhar. Não para complementar.
E os militantes devem ponderar isso quando forem chamados a escolher o próximo líder.
Depois Falamos
Caro Cirilo:
ResponderEliminarEu como não consigo dizer melhor, bato palmas.
Exceto numa 'coisinha': "azeitoneiros"? Eu tiro 2 letras, entre o t e o e. Fica muito mais preciso...
Confesso que não me agradam alguns nomes que foram a Azeitão. Mas o “povo” que estava com Menezes não incluía os caciques que foram fazer pagamentos em massa via MB? Não foi a maior golpada das directas do PSD? Está tudo no livro “O Independente” de Liliana Valente e Filipe Santos Costa.
ResponderEliminarCara il:
ResponderEliminarCurvo-me perante o seu bom humor.
Seja feita a sua vontade.
Caro Anónimo:
Cartilhas, ainda por cima vindas de anónimos, não me farão perder tempo a explicar seja o que for sobre essas directas.
De resto, e para sua informação, onde essas histórias vem contadas (de modo muito incompleto) é noutro livro que não esse que refere. É no "Predadores" do jornalista Vitor Matos.
Caro Luis Cirilo
ResponderEliminarVejo neste post uma opção pelas diretas, que contraria uma opinião anterior
Pode clarificar, p.f?
Obrigado
Luso
Caro Luso:
ResponderEliminarNão há nenhuma contradição.
Eu defendo as directas como método de escolha do líder.
Mas também entendo que dez anos depois de serem instituidas talvez seja tempo de as repensar para percebermos se continuam a ser o melhor método de escolha.
Não tenho uma opinião fechada sobre o assunto.
Carloluí cirilo,
ResponderEliminar1º o que Portugal dispensa, e bem, é Passos Coelho.
2º Rui rio é outro sem consciência social e terá mesmo destino de Passos Coelho isto é será sovado em eleições.
3º Concordo consigo Rui Rio anda a jantar com barões, ao menos soube escolher uma bonita terra, o problema é que todos esses barões tê mais onde 70 nos já deviam estar em casa e não a ser serem conselheiros políticos.
Caro cards:
ResponderEliminarPassos Coelho já não é notícia. E ainda bem que Portugal não o dispensou nos tempos difíceis porque sem ele estariamaos bem pior.
Você, como muitos, já se esqueceu que ele saiu da liderança do PSD depois de ganhar duas eleições legislativas.
Quanto a Rui Rio é outro que ainda não percebeu que os ditos barões não valem nada em termos eleitorais. Dentro e fora do partido.