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quarta-feira, outubro 18, 2017

Responsáveis!

Não há "spin", "focus group" ou "fake news" que consigam disfarçar a realidade de o governo da geringonça, liderado por António Costa, ter pesadíssimas responsabilidades no facto de este ano terem morrido em Portugal mais de cem portugueses devido a fogos florestais.
Depois de Pedrogão, em que falhou tudo desde a prevenção à coordenação do combate aos fogos, sem que o governo tirasse consequências do seu falhanço e dos 65 mortos então registados o pais assistiu incrédulo à repetição da tragédia no passado fim de semana.
Com a agravante de a tragédia de Pedrogão em nada ter servido para, ao menos, se aprender com o então sucedido.
Já se sabia que em Maio o governo alterara toda a estrutura da protecção civil afastando gente experiente e preenchendo os lugares com "boys" do PS sem qualquer habilitação ou experiência que os recomendasse para o lugar.
Também se sabia que na mesma altura a agora tardiamente demissionária ministra tinha afirmado no Parlamento que estavam tomadas todas as medidas necessárias a enfrentar a tradicional época de fogos sem sobressaltos de maior.
Era igualmente sabido, mas pouco recordado, que o actual primeiro-ministro no tempo em que fora ministro da administração interna acabara com a Guarda Florestal seguramente uma das razões pelas quais a floresta está menos vigiada do que devia.
E embora ele não goste de o recordar foi também António Costa, nesses tempos do MAI, quem contratou o SIRESP (por um valor cinco vezes superior ao valor real) e quem montou o actual sistema de protecção civil que falhou estrepitosamente este verão.
Sabia-se tudo isto.
E aconteceu Pedrogão.
Em que o relatório da comissão técnica independente aponta erros, falhas ,omissões gravíssimas da responsabilidade da protecção civil, ou seja, do próprio Estado cuja primeira missão é defender as populações.
Que se fez então depois da tragédia de Pedrogão de molde a evitar-se a repetição da mesma?
Nada de positivo.
No orçamento de estado para o próximo ano as verbas para a protecção civil diminuíram em cerca de 10%. O que não deixa de ser espantoso face às recentes declarações de António Costa segundo as quais estes fenómenos "é inevitável que se repitam nos próximos anos"(sic)! Então são inevitáveis e diminuem-se as verbas destinadas ao seu combate? Há aqui qualquer coisa que não bate certo
Não se compraram dois aviões "Canadair" próprios para o combate a fogos cuja negociação tinha sido deixada pronta pelo anterior governo. 
Deixaram-se caducar os contratos de aluguer de alguns dos aviões que operavam no combate aos fogos o que significa que em plena tragédia esses aviões deixaram de operar!
Isto quando a protecçao civil reconhece que faltaram meios aéreos no passado fim de semana.
E caberá aqui recordar que foi o actual governo que impediu a Força Aérea de participar no combate aos fogos florestais.
De forma perfeitamente irresponsável o governo manteve as fases de combate aos fogos (que definem o empenhamento de meio no combate aos mesmos) em função do calendário e  não do clima quanto todos os alertas metereológicos apontavam para condições de risco nos primeiros dias de Outubro.
Assim terminaram a fase "Charlie" a 30 de Setembro, o que implicou desmobilizar cerca de 40% dos efectivos, absolutamente insensíveis a todos os alertas e o secretário de estado ainda afirmou no Parlamento que o fim dessa fase tinha os riscos devidamente calculados!!!
Viu-se...
Acresce a isto que o final da fase "Charlie", que podia ter sido adiado por algumas semanas como acontecera em anos anteriores, implicou o encerramento de mais de 230 posto de vigilância florestal com as consequências fáceis de perceber em termos de vigilância da floresta.
São demasiados erros, e bem graves, para um governo que ao longo destas duas tragédias deu sempre uma imagem de incapacidade, incompetência e inexperiência para fazer frente a situações de calamidade publica.
O que não deixa de ser curioso porque o PS esteve no governo em seis dos últimos dez anos e em treze dos últimos vinte e em boa parte deles com António Costa a fazer parte do elenco governativo e em funções directamente ligadas a estas matérias.
O governo, António Costa, Constança Urbano de Sousa (teve de ser o Presidente da República a pô-la na rua mas lá saiu...) e toda a estrutura ligada à protecção civil tem pesadas responsabilidades em tudo que sucedeu e mais cedo ou mais tarde responderão por isso.
Eles e quem os apoia em termos parlamentares bem entendido.
Mais de cem mortos, dezenas de feridos, famílias desfeitas, muitos milhões de euros de prejuízos, a floresta devastada, as empresas destruídas, as pessoas que perderam casas e bens e ainda não viram um cêntimo de indemnizações exigem que desta vez a culpa não morra solteira!
E não é a demissão forçada de uma ministra insensível e incompetente que expia a culpa dos responsáveis!
Depois Falamos.

P.S. Como se tudo isto já não fosse suficientemente mau o país ainda teve de ouvir, incrédulo e indignado, declarações estúpidas do primeiro ministro sobre "vontade de rir" , infantilidade de demissões", "inevitabilidade de estas situações se repetirem" , da ministra sobre as "férias que não teve" e sobre a "resiliência das populações" não faltando a este lote o secretário de estado com a espantosa tese de que as populações "não podem esperar pelos bombeiros e pelos aviões tem é que se organizar" !!!
Infelizmente a nenhum deles se ouviu o pedido de desculpas que era o mínimo exigível a pessoas decentes face a tudo que se passou.
A pessoas decentes repito...

3 comentários:

  1. Caro Cirilo:
    Já nem há comentários para o que sucedeu. O governo é socialista na arrecadação de impostos, mas depois qual estado medieval -autogovernem-se. A contradição é óbvia e não sei quanto tempo é que a carneirada não vai perceber. Por que a carneirada é infantil. Como classificar um chefe militar que diz e cito de memória "Bah! O que interessa é o que me cai no bolso. Vai levar a uma nova bancarrota? Enquanto o pau vai e vem, folgam as costas". Este homem em caso de guerra comandaria um regimento! 1000 a 1200 vidas nas mãos de quem não tem noção de médio prazo? Isto é o pensamento da carneirada!

    90% do território do concelho onde nasceram três dos meus quatros avós, ardeu.
    Só os ossos dos mortos ficaram a salvo -com 7 palmos de terra sobre eles!
    Mas pior do que arder mato/árvores foi arderem empresas. Os poucos empregos no interior desaparecem -mais proletários para Lisboa ou para a Suíça.

    E nas redes sociais a culpa é do Passos do Cavaco, da Cristas, dos eucaliptos (mesmo no Pinhal de Leiria) -claro que lhes é respondido se não devemos ir a D. Dinis ou até ao 'tio' Afonso!

    Ontem vi o vídeo do Costa no parlamento -o homem estava nervoso e nem sequer consegui disfarçar. A voz tremia-lhe. O 'tio' Celito disse que ou havia Geringonça, ou iam todos capinar.

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  2. Caro Cirilo:
    Peço muita desculpa, mesmo muita desculpa, pelo desabafo -estava/estou siderada. No domingo, embora a 300Km fui parar ao hospital com 226-14? de tensão, por causa da ansiedade, e ainda não relaxei completamente.
    As notícias de quem já foi ao local é que é muito pior do que o que as TV's mostram. Ao não mostrarem panorâmicas, mas apenas retalhos de zonas, não dão a real dimensão da tragédia. É o país que temos.

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  3. Cara il:
    Este fim de semana quis o destino (e a apresentação de PSL)que tenha passado por algumas das zonas mais devastadas pelos incêndios.
    E de facto não há nada como ver ao vivo e não nas televisões,para percebermos a desgraça da tragédia que atingiu Portugal e a incapacidade e incompetência de quem nos governa para combater o problema.
    Acho que o Marcelo fez muito bem em por o Costa nervoso e em obrigar a geringonça a apoia-lo. Está feita a clarificação que se impunha.

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