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segunda-feira, setembro 11, 2017

Vídeo Vigarice

O meu artigo desta semana no zerozero.

A sete de Agosto, pouco mais de um mês atrás, escrevia aqui no zero uma crónica a que dei o titulo de “A Morte do Vídeo-Árbitro” inspirada na final da supertaça entre Vitória e Benfica em que uma arbitragem desgraçada (como sempre que aparece no caminho do Vitória) de Soares Dias levara o Benfica ao colo até à conquista do troféu sem que da parte do vídeo-árbitro acontecesse qualquer intervenção no sentido de minorar as asneiras do apitador.
Sendo como sempre fui adepto das tecnologias como auxiliares das equipas de arbitragem, por considerar no plano das intenções que isso traz verdade desportiva ao futebol, sempre achei que a excelente intenção da FPF em fazer do nosso futebol pioneiro na introdução do vídeo-árbitro seria traída na prática pelo “sistema” de viciação de resultados que desde sempre existe no futebol português.
Pela mais simples das razões.
Por não acreditar que quem nos relvados ,de apito na boca,  favorece os chamados “grandes e entre eles especialmente o Benfica (como no passado o Porto) se transformasse por um qualquer passe de mágica num juiz imparcial e isento que atrás dos ecrans contribuísse para a verdade desportiva.
Sendo certo que lá longe dos estádios, instalados na “Cidade do Futebol”, sem a pressão do público adversário dos chamados “grandes” ,sem a pressão dos jogadores e “banco” dos prejudicados, se torna muito mais fácil ajudar a inclinar os relvados a favor dos favorecidos de sempre.
A prova está feita pelo que vai destas curtas cinco jornadas de Liga.
E se alguma coisa faltasse para provar que o vídeo-árbitro é uma aposta falhada, e que apenas contribui para desequilibrar ainda mais o que já estava muito desequilibrado, o que aconteceu na Luz (não há coincidências) no Benfica-Portimonense é a prova definitiva de que o “crime” compensa.
Desde logo, e antes do jogo começar, foram muitos os que estranharam que pela terceira vez em apenas cinco jogos o vídeo-árbitro (VAR) designado fosse Fábio Veríssimo que toda a gente sabe ser benfiquista e que ao longo dos poucos anos de carreira se tornou notado por algumas arbitragens em que o seu clube nunca saiu com qualquer razão de queixa para pormos as coisas de forma simpática.
E a estranheza confirmou ter toda a razão de ser.
Sabe-se que o Benfica está a ter um início de época menos bom, que não teve uma época de transferências que aumentasse à qualidade do plantel entre entradas e saídas, pelo que as ajudas adicionais serão sempre bem vindas rumo a um penta ameaçado por Porto e Sporting bastante mais fortes que na época passada.
E por isso o vídeo-árbitro terá de ser o grande “reforço” encarnado nesta temporada. E nas próximas.
E está a cumprir o seu papel.
Atentemos no que se passou.
Depois de uma primeira parte sem golos o Portimonense abriu o marcador , contra o esperado, e instalou-se o alarme na “nação” benfiquista o que levou a que no primeiro lance em que houve a oportunidade um jogador benfiquista se atirar para o chão (três ou quatro minutos depois do golo algarvio) o árbitro prontamente cumprisse o seu “dever” e marcasse um penálti que não existiu e expulsasse o jogador algarvio que não tinha feito qualquer falta!
Dois erros grosseiros.
Curiosamente nem o árbitro teve qualquer duvida no ajuizar do lance nem o minutos depois tão excitado VAR lhe deu qualquer indicação no sentido de , ao menos, rever o lance nos ecrans.
O Benfica empatara, o Portimonense ficara enfraquecido para o resto do jogo passando a jogar com dez, tudo no “bom” caminho depois deste claro favorecimento ao Benfica.
Minutos depois o clube da casa chegava à vantagem e instalava-se a convicção de que o objectivo estava cumprido e o arbitro mais o VAR tinha cumprido a sua “patriótica” missão.
Mas, azar dos Távoras, enganaram-se e a dois minutos do fim num lance de contra ataque o Portimonense chegou ao empate mesmo jogando com dez contra onze e instalava-se o pânico.
Era hora de o até então mudo VAR intervir para ajudar.
Conhece-se, através da gravação publicada pela FPF , o entusiasmo e a excitação (que nem um líder das pelos vistos inexistentes claques benfiquistas conseguiria igualar) com que o VAR mandou anular o golo bem como a forma como se referiu ao jogador algarvio  “...o gajo...” revelando o incómodo pela jogada que ele protagonizara e usando uma padrão de linguagem pelos vistos inspirado em...Jorge Sousa.
Mas isso não é o pior.
O pior é que não há nenhuma imagem que fundamente a decisão. Nenhuma!
Porque as imagens disponibilizadas manhosamente pela Benfica Tv (outra aberração esta de o VAR decidir com base em imagens pertencentes ao canal televisivo de um dos intervenientes) em momento algum mostram o relvado em toda a sua largura o que permitiria ao VAR certificar-se que no lado oposto aquele em que se desenrolou a jogada não estava nenhum jogador do Benfica a colocar em jogo o jogador do Portimonense.
Pelas imagens disponibilizadas parece haver de facto um fora de jogo milimétrico (mas tanto é fora de jogo por um metro como por um milímetro como é evidente) mas são imagens que não servem para nada porque não permitem, como atrás disse, ver o relvado a toda a largura.
E apenas essas permitiriam ao VAR decidir de forma justa.
Assim, com base naquelas imagens, não foi uma decisão.
Foi mais um frete ao Benfica.
E por isso se em Agosto considerei que ao segundo jogo oficial o vídeo-árbitro estava morto como auxiliar eficaz da verdade desportiva agora, e face a tudo que se tem visto (e ouvido), resta-me apenas esperar e desejar que o vídeo-árbitro não seja mais um factor a ajudar a que um dia destes aconteça uma desgraça num estádio deste país.
É que um dia, a continuarmos assim, a indignação dos que estão fartos de ser aldrabados e prejudicados vai atingir um ponto de ruptura de consequências imprevisíveis mas seguramente muito desagradáveis.
E quem não vir o futebol com palas, quem não ache que para o seu clube ganhar vale tudo incluindo as maiores desonestidades, quem queira um futebol sério e com verdade desportiva, sabe que o atrás escrito tem razão de ser.

2 comentários:

  1. Essa questão da largura do campo, de que eu não me tinha lembrado, está corretíssima.
    Aliás foi o fundamento para não validação do golo do Braga na Luz, justamente o não haver certezas absolutas.
    Aqui, pelos vistos havia uma certeza absoluta.
    Conclusão, mesmo que não haja dolo objetivo, há um amadorismo total nesta questão.

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  2. Caro luso:
    Há dolo e muito dolo.
    Porque se fosse amadorismo não se enganavam sempre a favor do mesmo

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