O mundo está cada vez mais perigoso.
Perdido entre uma escalada verbal que não parece ter limites, mas da qual enquanto tal não vem mal ao ...mundo, entre o presidente americano eleito democraticamente e o ditador norte coreano que sucedeu no poder ao pai e ao avô, mas também entre algumas acções concretas que fazem temer o pior como o lançamento de misseis da Coreia do Norte e as manobras militares da Coreia do Sul e dos Estados Unidos daí resulta uma desagradável sensação de que a qualquer momento pode ser dado um passo do qual depois não exista recuo.
É por demais evidente que as sanções da ONU, por mais desagradáveis que sejam para a ditadura norte coreana, não farão Kim Jong Un recuar porque a sobrevivência do regime está dependente desta escalada e da necessidade de agitar o fantasma de um inimigo externo,como é típico das ditaduras, para consolidar o poder interno.
Do outro lado um Donald Trump, personagem que como se sabe não é da minha simpatia, que percebeu que com o ditador norte coreano só a linguagem da força pode ter algum efeito porque todas as outras tem falhado apesar de múltiplas vezes tentadas.
No meio disto tudo que já não é pouco, assiste-se a uma ambiguidade da China, único país com alguma influência no louco de Pyongyang ,que receosa de perder influência na península da Coreia vai pelo silêncio acalentando as loucuras de quem já há muito devia ter sido arredado do poder.
Ninguém sabe como tudo isto vai acabar.
Na melhor das hipóteses seria com a deposição de Kim Jong Un e a instalação de um regime democrático na Coreia do Norte.
Na pior, que ninguém de bom senso quer sequer imaginar, passará por um ataque norte coreano à Coreia do Sul ou ao Japão com misseis convencionais e com a inevitável resposta desses países e dos Estados Unidos com uma escalada militar de consequências imprevisíveis face à posição que a China viesse a tomar.
E depois há ainda uma outra hipótese mais aterradora.
Que é o ditador louco, levar a loucura para lá do inimaginável, e atacar directamente os Estados Unidos eventualmente com misseis atómicos.
Seja Guam, seja o Alasca, seja a costa oeste do país.
É evidente que dez minutos (com algum exagero) depois desse ataque a Coreia do Norte desapareceria do mapa face à retaliação americana.
Mas estaria aberta a mais terrível das caixas de Pandora e sabe-se que uma vez aberta já não é possível fechá-la.
E o que assusta mais em tudo isto é ninguém saber se o louco de Pyongyang tem noção disso.
Depois Falamos.
P.S. É verdade que os Estados Unidos são hoje governados por alguém que em termos da sanidade mental exigível a um Presidente não dá grandes garantias.
Mas numa democracia há sempre forma de conter desvarios de quem manda.
Numa ditadura é que não.
Caro Cirilo:
ResponderEliminarEmbora seja preocupante o nível de ruído, a verdade é que a Coreia sempre foi um estado vassalo da China e como tal é considerado. A ocupação japonesa do início do Séc. XX, foi numa época de contração da China Manchu, uma exceção.
Assim sendo, penso que a China quer qualquer coisa e agita o tigre de papel, no Médio Oriente seria: agitar o sabre.
Quer sobretudo o domínio mundial, que pensa lhe pertence por direito e está com problemas económicos, que o isolacionismo de Trump pode agravar. Se eu fosse o Trump e o Kimzito fizesse mais do que barulho, apontava as ogivas à China. Só apontava, assim como se fosse um erro das miras.
Cara il:
ResponderEliminarApontar as miras à China pode ser perigoso porque se calhar a tecnologia até veio de lá e podem errar os tiros.
Falando mais a sério é claro que a China tem de ser parte activa na solução do problema. Se é que o problema tem solução sem recurso a meios militares.