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domingo, abril 30, 2017

O Nosso 14

Dez triunfos fora de casa ( e espero chegar aos onze...), seis vitórias consecutivas e possível recorde de pontos são marcas que ficam para a História vitoriana porque contribuíram para a conquista do quarto lugar catorze (como foi possível???) anos depois do último.
Caso contrário seriam apenas estatística.
O triunfo em Setúbal ,aliado a mais uma derrota do quinto classificado, praticamente garantiu o quarto lugar (seria precisa uma "catástrofe" para isso não acontecer) que é aquele que o Vitória deve ter como aspiração miníma em cada época.
Individualmente:
Douglas: Num excelente momento de forma foi inultrapassável.
Bruno Gaspar: Uma boa primeira parte. Na segunda esteve menos bem.
Josué: Desde que regressou a equipa não voltou a sofrer golos. Não é coincidência.
Pedro Henrique: Muito trabalho de que se saiu airosamente.
Konan: Melhorou em relação aos últimos jogos voltando à "sua" dinâmica ofensiva.
Rafael Miranda: Com os índices físicos a melhorarem voltou a ter mais influencia no jogo.
Zungu: Uma estrela emergente. Com a bola nos pés delicia. Falta-lhe rematar mais e recuperar mais depressa quando se trata de defender para ser um médio completo.
Hurtado: Jogando mais perto do ponta de lança torna-se mais influente e faz golos. Em Setúbal não os fez mas esteve perto em dois cabeceamentos que saíram ligeiramente desviados da baliza.
Marega: Não tem marcado mas as suas assistência tem rendido golos. Um bom jogo.
Texeira: Teve duas oportunidades mas Bruno Varela em ambas tapou-lhe todos os caminhos do golo. Uma exibição bastante positiva.
Hernâni: Em termos de classe pura é um dos melhores jogadores deste campeonato. Dribla, assiste, marca, dá cabo do juízo a qualquer defesa. Merece uma oportunidade na selecção porque não há em Portugal extremo tão desequilibrador como ele.
Foram suplentes utilizados:
Célis: Entrou, como de costume, a render Hurtado dando sinal de que se pretendia segurar o resultado. Não esteve feliz com algumas perdas de bola e cometendo falta em zonas "proibidas".
Raphinha: Entrou, como de costume, a render Hernâni naquilo que é uma "maldade" de Pedro Martins aos defesas adversários que depois de "aturarem" Hernâni ainda levam com Raphinha. Desta vez teve oportunidade de deixar a sua marca com o golo da tranquilidade depois de excelente triangulação com Texeira e Marega.
Prince: Entrou em tempo de descontos para queimar tempo mas ainda ia tendo tempo para marcar. Felizmente não conseguiu porque era na baliza errada!
Não foram utilizados:
Georgemy, Tozé, Sturgeon e Rafael Martins

Melhor em campo: Marega

Conquistado o quarto lugar (matematicamente ainda falta um ponto mas ninguém duvida que ele será feito) o Vitória assegura três coisas muito importantes:
Entrada directa na fase de grupos da Liga Europa, consequente prémio monetário e a tranquilidade de não precisar de iniciar a pré temporada mais cedo para participar em play offs com todos os inconvenientes que isso acarreta.
Agora sim é tempo de, sem desconcentrações para o que falta de Liga, começar a pensar no Jamor.
Gerindo esforço e , essencialmente, gerindo cartões.
É que o adversário do Jamor "joga" bem nesse campo da disciplina...
Depois Falamos

sábado, abril 29, 2017

Um Triunfo Essencial

Não era um jogo decisivo para a conquista do quarto lugar, em termos de definição final da classificação, mas era uma das quatro finais em que o Vitória vai ter de efectivar essa conquista e por isso esperava-se uma equipa compenetrada dessa responsabilidade.
E a equipa esteve à altura.
Mesmo com alguma atrapalhação entre golos o Vitória mostrou sempre um querer e uma determinação, que aliados à sua maior valia individual e colectiva, foram decisivos para regressar de Setúbal com os três pontos.
Há que dizer, desde já, que foi um bom jogo de futebol entre duas boas equipas.
Intenso,competitivo, com oportunidades de ambos os lados, sem anti jogo, bem arbitrado e constituindo um espectáculo muito agradável de ver e que certamente mereceria melhor moldura humana nas bancadas do Bonfim.
Mas sextas feiras à noite não permitem mais.
A primeira parte foi especialmente bem jogada, com bola cá e bola lá, e  boas oportunidades para cada lado mas com o mérito dos guarda redes e a falta de pontaria dos avançados a impedirem os golos que o futebol praticado merecia.
No segundo tempo a qualidade do jogo baixou um pouco, sem deixar de ser de um nível bastante aceitável, as oportunidades também foram menos mas aí veio ao de cima a qualidade dos jogadores do Vitória SC e uma das suas mais temíveis armas que é a rapidez no contra ataque.
E foi assim que numa jogada rápida a assistência de Marega encontrou Hernâni e este não falhou abrindo o marcador com toda a justiça e dando alguma lógica ao resultado depois de Hurtado em excelente posição ter cabeceado ao lado e Texeira, correspondendo a magnifico passe de Zungu, ter visto Bruno Varela tapar-lhe todos os caminhos do golo.
Reagiu o Vitória FC.
E o Vitória SC, a exemplo do já visto noutros jogos, recuou e demonstrou alguma "tremideira" permitindo ao adversário tomar conta do jogo e construir sucessivas jogadas de ataque a que o Vitória não se conseguia opor a não ser através de faltas (algumas em zonas proibidas) e de pontapés para a frente sem grande intencionalidade.
Valeu a grande forma de Douglas e o acerto dos centrais para irem debelando as jogadas de perigo e manterem a vantagem no marcador já que a equipa, enquanto tal, mostrava dificuldade em por a bola no chão e ligar as jogadas de forma eficaz.
Foram 15 minutos menos bons mas que felizmente foram ultrapassados sem prejuízo de maior pese embora o Vitória FC tenha tentado por todas as formas chegar ao golo inclusive através da utilização simultânea de uma experiente dupla de pontas de lança-Edinho e Meyong- que causaram algumas dificuldades ao sector mais recuado vimaranense.
Mas o contra ataque visitante, como atrás se referiu uma das suas mais temíveis armas, estava lá e por isso numa rápida triangulação entre Texeira, Marega e Raphinha o maliano fez uma assistência perfeita (a sua segunda do jogo) e o brasileiro concretizou mais ou menos do mesmo sítio onde Hernâni fizera o primeiro golo.
Estava resolvido o jogo, e muito bem encaminhada a questão do quarto lugar, naquele que foi um triunfo justo do Vitória SC perante um excelente adversário que vendeu cara a derrota e mostrou merecer melhor classificação do que a que actualmente ocupa.
Manuel Oliveira fez um bom trabalho. Deixou jogar, foi criterioso, não complicou e os jogadores também não.
Um excelente espectáculo na noite do Bonfim.

sexta-feira, abril 28, 2017

Ronaldo e Messi

Há imagens que marcam.
Esta é uma delas porque traduz um exemplar fair play entre os dois melhores jogadores do futebol mundial que momentos antes de se iniciar o último Real Madrid-Barcelona quiseram dar público testemunho da cordialidade que existe entre eles.
O futebol precisa disto.
Precisa que os seus melhores deem exemplos positivos, exemplos que os adeptos possam seguir, exemplos que contrastem com a conflitualidade e a violência que em tantas paragens-também em Portugal- vem caracterizando os seus últimos tempos.
Um exemplo que devia ser seguido por aqueles que nas redes sociais  se degladiam violentamente defendendo que um é melhor que o outro e para isso não hesitando em tentar rebaixar o outro até com argumentos simplesmente lamentáveis.
E isto tanto se aplica a "Ronaldistas" como a "Messistas".
Ronaldo e Messi são os dois melhores jogadores do mundo, jogam em dois clubes de dimensão mundial, capitaneiam selecções da primeira linha do futebol.
Porque não desfrutar da excelência do seu futebol em vez de pueris e inúteis discussões sobre qual é melhor?
São diferentes, tem características e formas de jogar diversas, mas são fabulosos e nesta última década tem dado ao futebol do melhor que o futebol tem visto.
E isso é o que realmente importa.
Depois Falamos

Um Passo Decisivo

Embora o Jamor ainda venha longe, mais propriamente de hoje a um mês, e as atenções de muitos vitorianos já estejam para lá viradas mais que não seja pelas "angústias" dos bilhetes a verdade é que antes desse jogo ainda há quatro compromissos para o campeonato e extremamente importantes para a conquista do quarto lugar.
O primeiro é hoje, no Bonfim, e põe frente a frente duas equipas clássicas do nosso campeonato maior dado serem das que contam nele mais presenças ao longo dos anos.
Mais propriamente o quinto (Vitória Sport Clube com 72) e o sexto (Vitória Futebol Clube com 69) em presenças apenas atrás dos chamado "grandes" e do Belenenses o que não deixa de ser significativo quanto à importância dos dois emblemas no nosso futebol.
É,pois, um clássico.
Normalmente bem jogado, normalmente com golos, normalmente em jogos bem disputados e com incerteza no resultado até ao fim.
No Bonfim o "nosso" Vitória já conheceu de tudo.
Triunfos, empates e derrotas, jogos em que goleou e outros em que foi goleado.
Pelo Bonfim passou a caminho da final de Taça de 2012/2013 e no Bonfim ficou numa dramática meia final em que foi derrotado nos pénaltis em 2006/2007.
São jogos com História mas cada um com a sua própria história.
E o de hoje não fugirá à regra.
De um lado o Vitória FC num tranquilo décimo lugar a par do Boavista, sem ambições europeias mas também sem preocupações de despromoção, e do outro o Vitória SC num quarto lugar europeu cuja manutenção não está em causa neste jogo dada a vantagem em relação ao quinto mas do qual importa sair com ela-vantagem- intacta ou se possível aumentada em função do que o quinto faça na recepção ao Sporting.
Mas que ninguém,olhando para este quadro, se engane quanto a possíveis facilidades em termos de um triunfo visitante.
O Vitória FC é a única equipa que nos quatro jogos da Liga não perdeu com Benfica e Porto empatando os jogos fora e  no Bonfim vencendo lisboetas e empatando com portuenses o que mostra bem a valia da equipa e o quão perigoso pode ser subestimá-la.
Por isso, e estou certo que Pedro Martins terá alertado os seus jogadores para essa realidade, só o melhor Vitória SC poderá sair do jogo de logo com os três pontos fruto de uma exibição empenhada, de grande concentração e aproveitamento das oportunidades criadas.
Relaxamentos, desconcentrações, facilidades terão certamente como resultado um...mau resultado!
E o jogo de hoje, em termos de quarto lugar, é quase uma final e assim deve ser encarado.
Porque vencendo o Vitória SC fica a dois curtos passos de confirmar esse desejado lugar, que abre de imediato as portas à fase de grupos da Liga Europa e respectivos milhões, dependendo apenas de si para os dar em jogos caseiros com Arouca e Feirense.
Ou até menos se o quinto classificado fizer um resultado pior que o nosso.
Depois Falamos

Independentes

Confesso que nunca tive simpatia por aquilo a que se convencionar chamar independentes talvez por nunca não ter percebido, de facto, de que é que são verdadeiramente independentes.
Se são da política não deviam andar nela. Se são dos partidos não deviam integrar as suas listas. se são dos governos neles não deviam ter assento como ministros e secretários de estado e executarem as suas políticas.
É um contrassenso.
Vá lá,com grande esforço, talvez consiga perceber a sua independência quando os partidos pelos quais se candidataram, ou em representação dos quais governaram, perdem eleições e eles desaparecem para não mais serem vistos.
Há excepções, e honrosas, mas não são mais do que a confirmação da regra!
Mas o fenómeno que antigamente quase se circunscrevia a listas de deputados e membros do governo está a alargar-se , e de forma exponencial, às câmaras municipais com a proliferação de candidaturas ditas independentes.
Em 2013 já houve um número substancial, em 2017 vai haver bastantes mais e por este caminho em 2021 vai ser um verdadeiro forrobodó de pseudo independentes a concorrerem aos municípios de todo o país.
Essencialmente por duas razões:
A primeira é porque a lei de limitação de mandatos obrigou a que muitos presidentes de câmara cessassem funções,bem contra sua vontade, e agora querem regressar a qualquer preço às funções que desempenhavam.
Como os lugares não ficaram à espera deles, os sucessores não estão disponíveis para lhes devolveram a cadeira e os partidos não patrocinam (e bem) esses regressos de quem parece achar que ser presidente de câmara é profissão então a solução é uma candidatura independente.
Que de independente só tem o nome é claro.
A outra razão é de ordem interna dos partidos especialmente de PSD e PS.
Parece estar a tornar-se moda quando numa concelhia há mais que um candidato a candidato a presidente da câmara aquele que os orgãos próprios não escolhem resolve passar por cima das decisões do próprio partido e abalançar-se a uma candidatura independente.
Que de independente ,tal como no caso anterior, só tem o nome.
Se em 2013 isto já aconteceu, com algum significado em termos de número, nas autárquicas deste ano o fenómeno ameaça aumentar significativamente e por este andar em 2021 e 2025 corre-se o risco de haver tantas candidaturas independentes como de partidos.
É mau?
É.
Porque não se trata de candidaturas verdadeiramente independentes (seja lá isso o que for...) mas sim da pulverização interna dos partidos onde estatutos e regulamentos, coerência e solidariedade, passam a ser subalternizados às ambições pessoais dos que querem poder a qualquer preço e não sabem aceitar as regras de funcionamento interno nem as decisões dos orgãos legitimados para o efeito.
Penso que os partidos, especialmente PSD e PS que são os principais afectados por este surto maligno de "independências", tem de encontrar mecanismos internos e externos que lhes permitam defender-se desta "moda" perniciosa.
Porque embora possa não parecer em ultima análise é a própria democracia que está em causa.
Depois Falamos.

quinta-feira, abril 27, 2017

Títulos...

Não sou muito de escrever sobre a vida interna dos outros clubes e menos ainda sobre a do velho rival minhoto.
Mas dado tratar-se precisamente de um rival, com quem este ano voltamos a disputar lugares europeus (e neste momento com uma vantagem quase decisiva da nossa parte) e que se encontra em período eleitoral com duas listas quando o normal (antes do actual presidente) era ter dificuldade em arranjar uma que fosse decidi deixar aqui uma pequena reflexão.
A primeira sobre o slogan da candidatura, "Braga com Futuro", que achei no mínimo muito pouco original.
Porquê?
Por isto que abaixo se reproduz.
Um slogan que já fora usado em 2012 e cuja utilização nas eleições do Braga traduz, no mínimo, a velha admiração do líder bracarense pelo clube vizinho o que, em bom rigor, só lhe fica bem.
A segunda é sobre a época desportiva do Braga.
Que começou com grandes ambições, a equipa liderada por José Peseiro a jogar bom futebol e a alcançar resultados mas depois algumas exibições menos conseguidas a par de um ou outro mau resultado (e eliminação da Taça de Portugal pelo Covilhã à cabeça) levaram Salvador a enveredar pelo caminho mais fácil que foi o de despedir o treinador e ir contratar um que noutra realidade competitiva estava a fazer bom trabalho em Chaves.
Foi pior a emenda que o soneto.
A equipa nunca mais foi a mesma, perdeu a final da taça CTT com o Moreirense, e no campeonato foi ultrapassada pelo Vitória-heresia suprema para Salvador- o que levou a nova e caricata mudança de treinador a apenas quatro jogos do fim da época.
E isto é um retrato fiel do nosso futebol.
Onde os presidentes nunca tem culpa de nada, onde os responsáveis são sempre os outros de treinadores a árbitros passando por jogadores e até jornalistas, mesmo quando o insucesso tem bem vincado o rosto e a responsabilidade presidencial.
A terceira reflexão tem a ver com os objectivos enunciados por Salvador para o próximo mandato e muito em especial o de querer ser campeão.
Levo-o a sério.
Porque sabendo das dificuldades de um clube fora da lógica do "sistema" ser campeão ( o Boavista foi-o num tempo em que transitoriamente tinha muito peso nos bastidores) reconheço que a ambição de Salvador tem raízes nestes dez anos de sucesso debaixo da sua liderança.
Com ele o Braga foi vice campeão nacional, ganhou uma Taça de Portugal, uma Taça da Liga e esteve numa final europeia.
O passo seguinte, em termos de ambição crescente, só pode ser o título.
Se vai consegui-lo isso é outra questão bem diferente porque depende de muitos e diversos factores boa parte dos quais não dependem do clube e da sua administração.
Mas o ter a ambição, o dar a cara por ela, o não recear assumir o risco de afirmar a candidatura já é uma enorme pedrada no charco de águas estagnadas do nosso futebol e um sério aviso aos tradicionais candidatos .
A que o próprio Vitória não pode estar desatento.
E por isso é fundamental este ano conseguir o quarto lugar e, se possível, ganhar a Taça de Portugal.
Para também nós podermos pensar noutros "voos"e não deixarmos espaço livre a quem de uma época de "passo atrás" pretende retirar o balanço suficiente para dar "passos em frente".
Depois Falamos

quarta-feira, abril 26, 2017

Dois Milhões

A 3 de Maio de 2014 o "Depois Falamos" atingia, com oito anos de vida, o seu primeiro milhão de visualizações e eu escrevia aqui que alcançado o primeiro milhão o blogue partia para a conquista do segundo milhão.
Que foi alcançado algures na semana passada e que no dia me passou despercebido (também não sou fanático das estatísticas...) mas hoje ao consultar o contador de visitas constatei que estava cumprido e ultrapassado em cerca de onze mil visualizações.
Como a média diária "anda" nas duas mil infiro que o segundo milhão terá sido algures no final da semana que passou.
O dia nada importa como é óbvio.
Fico bem mais satisfeito por em três anos menos uma semana o blogue ter alcançado tantas visualizações como nos seus primeiros oito anos de vida o que significa não só a fidelização de leitores tradicionais como a conquista de novos leitores o que é muito gratificante.
Quanto a números, e para não repetir o que aqui escrevi semanas atrás aquando do 11º aniversário do blogue, confirmo apenas que Portugal (naturalmente e com grande distância para os outros) Brasil, Estados Unidos e França são os países em que é mais lido, seguindo-se Alemanha, Rússia, Reino Unido, Suíça e China com a Guiné Bissau a fechar o top ten absoluto destes onze anos e dois milhões de visualizações.
Mas o "Depois Falamos" já foi lido em mais de 100 países dos 5 continentes o que é também natural motivo de satisfação.
Tudo isso é passado.
Agora,neste contexto, importa é o terceiro milhão.
Lá chegaremos...
Depois Falamos

Euforia...

No Vitória tudo se vive com paixão.
Triunfos, derrotas, empates, contratações e vendas de jogadores, entradas e saídas de treinadores, relações com outros clubes, com a liga,com a FPF, com a APAF, com os orgãos disciplinares , conquistas nas modalidades.
Na vivência do Vitória não há 8 e 80.
Apenas 800!
Somos um "povo" diferente, educados desde o berço a gostarmos do clube da nossa Terra e de mais nenhum, a transmitir de pais para filhos um amor profundo ao nosso Vitória, a considerarmos o clube como mais um membro das nossas famílias.
Sabemos que somos diferentes, que a nossa diferença causa admiração mas também inveja, que a nossa existência e a nossa estranha forma de vida causa incómodos aos que gostariam de um desporto (não apenas futebol) com três senhores a reinarem e depois uma corte de humildes vassalos.
Mas sabem que connosco não podem contar para isso.
E por isso, porque temem que o nosso "mau" exemplo acabe por alastrar para outras paragens, andam há mais de 50 anos a tentarem quebrar a nossa vontade, a procurarem rebaixar-nos, a quererem por todos os meios fazer de nós gato sapato.
São as arbitragens que já nos roubaram titulos e taças, são os orgãos disciplinares que connosco são de um rigor e de uma excepcionalidade que não usam para com mais ninguém, é alguma imprensa que usa tudo que pode (e quando não tem inventa) para passar de nós uma imagem que em nada corresponde à realidade.
Eu sei que "eles" se aborrecem por em Guimarães apenas o Vitória ser grande e os que nos visitam serem todos,sem excepção, mais ou menos pequenos.
Eu sei que "eles" detestam que as maiores assistências de sempre no nosso estádio tenham sido em jogos com o Olhanense, num deles ainda na segunda divisão, e não com os pseudo grandes ou até mesmo nos jogos do Euro 2004.
Eu sei que as enormes falanges de apoio que o Vitória leva por todo o país "os" confronta com a triste realidade de sem os adeptos de sofá e das vitórias eles nunca teriam expressão relevante em nenhum estádio do país que não nos deles.
O Vitória é uma questão de amor à Terra e de amor próprio.
Construido no orgulho em Guimarães, no nobre exemplo do Rei que figura no nosso símbolo, no sabermos que mesmo perseguidos e discriminados somos mais fortes do que aqueles que nos perseguem.
Quando por culpa própria descemos à II liga em 2006/2007 soubemos encontrar a energia e a motivação suficientes a regressarmos mais fortes, mais determinados, mais conquistadores.
Deixando um recorde de assistências em jogos do escalão secundário que não acredito que tão cedo seja batido.
Somos assim.
Determinados, conquistadores, apaixonados pelo nosso clube.
Que é e será sempre único em termos de Portugal.
A paixão com que o vivemos, a ânsia de ganhar que nos caracteriza, a consciência que num desporto mais verdadeiro já teríamos muito mais titulos e troféus está na génese dos inúmeros exemplos de galvanização e apoio às nossas equipas que ao longo dos anos temos dado a este país que em termos desportivos continua culturalmente atrasado.
E por isso os adeptos vitorianos, fruto dessa paixão pelo Vitória, conhecem facilmente estados de euforia para tanto bastando uma equipa que jogue bem, conquiste pontos, "ameace" ficar nos quatro primeiros e/ou conquistas taças e troféus.
Basta isso e temos estádio cheio e enormes contingentes de vitorianos em qualquer estádio do país como esta mesma época poderá ser comprovado pelo número de vezes em que jogando fora o Vitória jogou em casa.
Bessa, Chaves, Vila do Conde, Paços de Ferreira e outros mais.
A euforia é o termómetro da nossa paixão!
Mas também uma componente essencial na galvanização das nossas equipas e de condicionamento dos nossos adversários que não cessam de se admirarem com o tremendo ambiente do nosso estádio e de qualquer estádio onde os vitorianos marquem presença.
A euforia é, de alguma forma, uma das nossas imagens de marca.
Mas também pode ser um perigo.
Porque a euforia, o desejo de ganhar, a forma como se idolatram equipas, jogadores, treinadores e até dirigentes se tiver o efeito colateral de desligar as pessoas da realidade, da atenção que devem dedicar aos assuntos do clube extra futebol e modalidades pode ser a "capa" ideal para à sua sombra se tomarem decisões que ponham em causa uma identidade e um sentimento clubista a caminho dos 95 anos de idade.
E o ADN Vitória, de alguma forma atrás descrito, é aquilo que temos de mais forte, aquilo que herdamos de pais, avós e bisavós (se calhar até de trisavós num ou noutro caso) .aquilo que nos torna diferente de todos os outros.
Repito: O que nos torna diferentes, o que nos dá a força extraordinária que temos, é o Vitória ser como é desde 1922!
Um dia, num daqueles inquéritos de jornal, pediram-me para numa frase caracterizar o meu entendimento do que é ser vitoriano no século XXI.
Disse então o seguinte:
" Ser vitoriano é dar tudo pelo Vitória mas não aceitar tudo em nome do Vitória. A Fé e o Amor não podem cegar a Razão".
Continuo a pensar assim.
Certos que a nossa Fé e o nosso Amor pelo Vitória são essenciais mas profundamente convicto que se a Razão não for sempre o valor fundamental podemos perder tudo aquilo que construimos em 95 anos de orgulhosa e honrosa História.
Depois Falamos.

terça-feira, abril 25, 2017

Leis Eleitorais

O meu artigo desta semana no jornal digital Duas Caras.

Não é segredo para ninguém, basta aliás consultar os resultados dos últimos actos eleitorais, que existe um progressivo distanciamento dos cidadãos relativamente à política que se traduz por taxas de abstenção elevadas face ao cada vez maior número de eleitores que optam por não irem às urnas expressar o seu voto.
É um problema sério, que mexe com a qualidade da democracia, e que se não forem tomadas medidas adequadas continuará a aumentar para percentagens que se poderão considerar quase como obscenas face ao desinteresse perante algo tão importante como o poder manifestar-se em liberdade o voto de cada um.
Não defendo, ao contrário do que já se passa nalguns países, o voto obrigatório porque entendo que a liberdade do cidadão deve ir até ao direito de não querer votar, ou seja, a “obrigação” do voto deve residir apenas na consciência de cada um.
Mas entendo que se houver vontade política, para lá das frases sem consequência, os partidos podem e devem por-se de acordo para arpvarem algumas alterações às leis eleitorais que constituam um incentivo ao voto e à participação dos cidadãos na escolha de quem os vai governar no poder central ou no poder local.
É assunto que naturalmente deve ser discutido com tempo, sem a pressão de ser em cima de actos eleitorais, para que as soluções que venham a ser adoptadas sejam tão consensuais quanto possível e por isso mereçam a receptividade de um número tão grande quanto possível de eleitores.
Deixo aqui algumas ideias que defendo há muito tempo e que do meu ponto de vista poderiam ser potenciadoras da  inversão no decrescente número de eleitores que nos últimos anos tem acorrido às urnas em diferentes tipos de eleição.
Deixo de fora as eleições europeias, curiosa mas compreensivelmente aquelas em que o desinteresse é maior, porque as suas regras são transnacionais e não dependem apenas do Parlamento português para serem alteradas.
No que às eleições nacionais toca tenho as seguintes ideias quanto às alterações a serem introduzidas embora deve dizer que não tenho, em todas elas, opinião fechada sobre o assunto antes estou completamente disponível para debater as suas virtudes e defeitos.
Em termos de eleições presidenciais creio que haveria vantagens em que o Presidente da Republica pudesse ser eleito para um mandato único de sete anos, ao invés do actual mandato de cinco anos que pode depois ser renovado por mais cinco (e sempre foi com Eanes,Soares,Sampaio e Cavaco e dificilmente deixará de ser com Marcelo)porque com um mandato único os PR poderiam uniformizar a sua actuação ao invés de como tem sido prática fazerem um primeiro mandato procurando agradar o mais possível e depois um segundo mandato em que são mais fieis à sua forma de pensar e ao seu posicionamento ideológico.
Em termos de Parlamento defendo de há muito os círculos uninominais onde o deputado é eleito pelo seu mérito pessoal e político, pelo seu peso na comunidade e pelo reconhecimento que esta faz das suas qualidades e contributo para o bem comum ao invés da situação actual em que qualquer rapazola pode chegar a deputado desde que tenha os “padrinhos” certos e os votos arregimentados na sua concelhia e distrital para integrar a lista de candidatos ainda que nada tenha feito para o merecer ou se lhe conheça qualquer qualidade que o recomende para o cargo.
Naturalmente que num circulo uninominal, em que o deputado é eleito pelos seus méritos, esses rapazolas não teriam qualquer hipótese de serem eleitos nem os seus partidos correriam jamais o risco de os propor face à derrota mais que certa na respectiva candidatura.
Obviamente que uma vez eleito num circulo uninominal, e sujeito a um escrutínio personalizado por parte dos eleitores, o deputado só teria hipóteses de ser reeleito se o seu trabalho no Parlamento e no circulo eleitoral fosse de molde a merecer o reconhecimento dos seus concidadãos no sentido de lhe renovarem o mandato.
Creio que o facto de cada eleitor saber exactamente em quem estava a votar, e poder acompanhar de perto o seu mandato, seria um forte incentivo a leva mais cidadãos às urnas por sentirem que estavam a participar de forma directa na composição do seu Parlamento.
Finalmente em termos de Poder Local, ou seja de leis eleitorais autárquicas, creio que há algumas reformas de fundo que seriam importantes para melhorarem a qualidade da democracia e levarem mais eleitores às urnas.
Porque a sua explicitação ocupa um espaço que já não existe neste artigo, sob pena de este se tornar demasiado longo, deixarei algumas ideias no geral com a promessa de um destes dias voltar ao assunto de forma mais detalhada.
E sintecticamente são sete as ideias que aqui deixo:
O presidente de câmara devia ser eleito nominalmente (afinal são essencialmente os presidentes e candidatos a presidente que fixam as votações) acabando o modelo actual de ser eleito em lista.
O presidente devia poder, tal como o primeiro -ministro em relação aos membros do governo, escolher livremente os seus vereadores podendo igualmente remodelá-los quando entendesse necessário.
Os executivos deviam ser homogéneos acabando a figura de vereador da oposição que na minha óptica não faz sentido existir num executivo tal como não existem nos governos ministros da oposição.
O limite de mandatos devia ser extensivo aos vereadores e membros dos executivos de freguesia e não apenas, como agora, aos presidentes de câmara e de junta de freguesia.
As Assembleias Municipais seriam mais pequenas em termos de número de membros, reuniriam com muito mais frequência e teriam os seus poderes consideravelmente alargados.
Os presidentes de junta de freguesia deixariam de ter assento na assembleia municipal o que em boa verdade é , actualmente, apenas um embaraço para muitos deles.
Os autarcas (de câmara,assembleia, junta)eleitos por um partido só o poderiam fazer por outro ou como independentes com o espaço temporal de um mandato entre as duas eleições.
São estas as ideias que por hoje aqui deixo.
Reiterando a promessa de um destes dias voltar ao assunto.


segunda-feira, abril 24, 2017

O Nosso 14

Esta época o Vitória defrontou três vezes os outrora rivais do Boavista.
Duas para o campeonato e uma para a Taça de Portugal.
Venceu nas três ocasiões o que é sempre motivo de satisfação para os vitorianos face à repetida animosidade, mesclada de inveja, que o clube do Bessa e os seus adeptos sempre dedicaram ao Vitória porque pese embora terem um palmarés substancialmente melhor que o nosso nunca de nós sequer se aproximaram em termos de grandeza clubista.
Hoje o Boavista é uma sombra do clube dos 30 anos entre 1975 e 2005 , em que ganhou um campeonato e 5 taças de Portugal (uma delas roubada ao Vitória), mas desse tempo mantém um conceito de futebol em que as canelas dos adversários vão até ao pescoço!
Ontem, uma vez mais , assim foi perante a tolerância do apitador Xistra mas de nada lhes serviu porque o Vitória foi sempre melhor.
Individualmente:
Douglas: Uma tarde tranquila.
Bruno Gaspar: Uma boa segunda parte em termos ofensivos depois de um inicio de jogo discreto.
Josué: Trouxe tranquilidade e liderança ao sector defensivo. Podia ter marcado mas rematou por alto.
Pedro Henrique: Os adversários não lhe criaram problemas. Jogo tranquilo.
Konan: Alguma sofreguidão nas saídas para o ataque. A defender cumpriu.
Rafael Miranda: Discreto. Preocupou-se em compensar as subidas dos laterais.
Zungu: Atacou, defendeu, distribuiu jogo. Bela exibição.
Hurtado: Gosta de marcar ao Boavista e mais uma vez cumpriu. No resto esteve mediano.
Marega: Bem merecia o golo que tanto procurou. Muito esforçado mesmo a defender.
Texeira: Desta vez não marcou mas esteve lá perto. Jogou para a equipa.
Hernani: Vale a pena ir ao futebol para o ver jogar. 
Foram suplentes utilizados:
Rapnhinha: Sem ocasião de se salientar.
Celis: Entrou para dar consistência ao meio campo.
Sturgeon: Não tocou na bola
Não foram utilizados:
Georgemy, Prince, Ruben Ferreira e Tozé

Melhor em campo: Zungu

A quatro jogos do fim o Vitória tem o quarto lugar praticamente garantido.
Há que gerir esses jogos em função desse objectivo mas começar também a pensar na final do Jamor em termos de gestão de jogadores e de ...cartões.
Depois Falamos.

Europa

O meu artigo desta semana no zerozero.

Os quartos de final das competições europeias, Liga dos Campeões e Liga Europa, foram a prova clara de que o futebol campeão europeu de selecções  não tem a mesma expressão quando se trata de clubes portugueses envolvidos nessas competições.
Onde, curiosamente e confirmando o atrás escrito, também marcam presença bastantes jogadores e dois treinadores portugueses provando que o grande problema do nosso futebol não está seguramente nos seus profissionais mas sim nos clubes e na organização dos campeonatos.
Mourinho na Liga Europa e Leonardo Jardim na Liga dos Campeões, dois reputados treinadores portugueses o primeiro dos quais no topo dos melhores a nível mundial, são candidatos a vencerem as respectivas competições embora em boa verdade mais Mourinho do que Jardim face às equipas que treinam e aos adversários que terão pela frente.
Ronaldo, Pepe, Coentrão, Tiago, João Moutinho e Bernardo Silva na Liga dos Campeões e Anthony Lopes na Liga Europa são também eles candidatos a vencerem as respectivas competições o que para os jogadores do Real Madrid nem será propriamente uma novidade dado o palmarés que ostentam.
A verdade é que nenhum clube português esteve sequer perto de jogar esses quartos de final.
Na Liga Europa há muito que os emblemas nacionais desapareceram de prova face à fragilidade de que deram mostra frente aos adversários europeus, e nenhum era um “tubarão”, assinando um ano pobre de Portugal nessa competição.
Na Liga dos Campeões Benfica e Porto ainda conseguiram chegar aos oitavos de final mas deles foram facilmente arredados por Borússia Dortmund e Juventus que se revelaram claramente forte demais para o actual potencial dos clubes portugueses.
Do meu ponto de vista isso não tem tanto a ver com a sempre evocada diferença de orçamentos entre os clubes portugueses e os grande clubes europeus, que sendo verdadeira está longe de explicar tudo, mas muito mais a ver com as idiossincrasias das competições internas, da organização dos clubes e do rigor e verdade das competições.
Compare-se com a selecção:
Portugal tem Ronaldo, é verdade, mas depois os jogadores que o rodeiam (com excepção de Quaresma e Pepe) não estão no topo do futebol europeu embora alguns, como Raphael Guerreiro,
possam lá chegar num prazo mais ou menos curto.
Então como explicar que uma selecção que não é a melhor da Europa seja campeã europeia?
Para lá do imenso mérito de jogadores e treinadores há uma organização por trás, da FPF, que é de excelência e deu à equipa a mais valia necessária a equilibrar as operações face a adversários com outro poderio competitivo.
Desde a organização das viagens aos locais de estágio, passando por tudo o mais que rodeia uma equipa profissional de futebol, há um profissionalismo, um rigor e uma competência que colocam a federação portuguesa na primeira linha do futebol mundial.
E naturalmente as selecções, não apenas a A, beneficiam largamente disso.
Nas competições internas que temos?
Dentro dos relvados assistimos a jogos raramente bem jogados, a uma gritante falta de verdade desportiva nalguns deles, a campos “inclinados” a favor dos chamados “grandes” quando jogam com os outros, a um anti jogo em crescendo de ano para ano, a uma invasão de estrangeiros de qualidade mais que duvidosa e , essencialmente e a explicar os tais falhanços europeus, a uma gritante falta de competitividade na maioria dos jogos.
Fora dos relvados vemos médias de assistências vergonhosas, com excepção dos chamados “grandes” e do Vitória (vá lá do Setúbal  do Braga e do Marítimo também…), sorteios das competições feitos para favorecerem três clubes, regulamentos de provas anedóticos (taça CTT por exemplo)constantes quezílias entre dirigentes dos clubes, um estado de permanentes insinuações e suspeições, um clima de banditismo instalado entre alguns membros das claques dos chamados “grandes” orgãos disciplinares sem critério nem isenção nas decisões que tomam sendo frequente para casos idênticos decisões diferentes consoante as camisolas envolvidas.
E por isso as equipas portuguesas envolvidas nas competições europeias, especialmente os tais chamados “grandes”, pouco habituados a uma competitividade interna intensa como a de outras ligas (Inglaterra,Espanha, Alemanha, Itália) e mal habituadas ao “colo” dos árbitros quando se encontram face a adversários europeus de algum gabarito baqueiam com a regularidade que se tem vindo a afirmar como norma dos últimos anos.
Há que mudar de rumo.
Na disciplina, na arbitragem, na organização das competições, nas mentalidades.
Mas essencialmente no dirigismo a nível de clubes e da sua Liga.
Porque é neles clubes ,e nela Liga ,que estão os grandes responsáveis pelas equipas portuguesas não terem as prestações e a influência internacionais que a selecção e a FPF tem.
Num lado estamos no século XXI. No outro persistimos em continuar em meados do século XX.
E enquanto assim for nas grandes competições internacionais de clubes continuaremos a ver quartos, meias e finais disputadas por jogadores e treinadores portugueses mas duvido que lá voltemos a ver os nossos clubes.
Por sua exclusiva responsabilidade.

P.S. As lamentáveis afirmações dos presidentes de Benfica e Sporting depois do jogo de ontem são apenas mais uma prova do que atrás afirmei.
Enquanto não forem os principais interessados a defenderem a industria do futebol como podem querer que ela seja lucrativa, apelativa e fomentadora de verdadeira competitividade?

Com Tranquilidade

Era um jogo importante para consolidar o quarto lugar ,em qualquer circunstância, e mais ainda depois de se saber que o quinto classificado tinha perdido em Paços de Ferreira.
E o Vitória não falhou.
A equipa entrou consciente de que era importante marcar cedo para começar a definir o jogo e foi construindo, e desperdiçando, algumas boas oportunidades quer por falta de pontaria dos seus jogadores quer por boas intervenções do guarda redes adversário.
Marega, Texeira, Josué, Hernâni tiveram o golo nos pés e na cabeça mas a bola teimava em não entrar enquanto o Boavista nas poucas tentativas de atacar era pouco mais que inócuo face a uma defesa vitoriana segura e bem liderada pelo regressado Josué.
Onde os axadrezados não eram inócuos, aliás dando curso a uma sua longa tradição de décadas, era no jogo faltoso perante a mais que esperada tolerância de Carlos Xistra que permitiu sucessivas faltas a quebrarem o ritmo ofensivo do Vitória.
Depois de chegar ao golo por Hurtado o Vitória não abrandou o ritmo e o resultado de 1-0 ao intervalo era altamente lisonjeiro para o Boavista que em toda a primeira parte apenas construiu um lance de relativo perigo.
A segunda parte começou com o segundo golo  e traçou o destino do jogo porque se percebeu claramente que o Vitória, salvo um "apagão" como o dos últimos vinte minutos em Chaves na jornada anterior, nunca deixaria fugir uma vantagem de dois golos ainda para mais face a um adversário de muito pouca qualidade .
E como esse "apagão" não aconteceu a equipa limitou-se a gerir de forma tranquila o passar dos minutos não abdicando de continuar a construir lances ofensivos de bom recorte a que apenas faltou a finalização adequada especialmente por parte de Marega que tufo fez para regressar aos golos mas não era decididamente o seu dia.
Em suma um triunfo tranquilo, uma vantagem já apreciável em relação ao quinto classificado e o Vitória a depender apenas de si para obter um quarto lugar a que inacreditavelmente não chega desde a época 2002/2003.
Carlos Xistra sem ter influência no resultado fez uma arbitragem sem critério demasiado permissiva para o jogo faltoso do Boavista (apenas 3 cartões amarelos) e demasiado rigorosa para o jogo faltoso do Vitória (dois cartões amarelos) o que em nada corresponde à realidade do que se viu no relvado.
Depois Falamos

P.S. Duas notas que não tem a ver directamente com o jogo:
Uma para o alto volume de som nos altifalantes do estádio antes e no intervalo do jogo que incomoda os espectadores e perturba até a conversa com quem se senta ao lado. As bancadas não são uma discoteca e o responsável pelo som se tem vocação de DJ que a exercite noutro lado.
A segunda para o profundo ridículo de o speaker querer condicionar os cânticos dos adeptos especialmente os "olés". Eu não gosto de ouvir os vitorianos a cantarem "olés" porque relaxam a equipa e estimulam os adversários. Mas são cânticos inofensivos especialmente se comparados para outros que também se ouviram no estádio sem ,pelos vistos, incomodarem o speaker.
Acho que o speaker se deve limitar às suas funções, que estão definidas, e não meter-se por caminhos que não são dele e onde apenas conseguiu o ridículo de ver os cânticos intensificarem-se mal se saiu com a insólita intervenção.