Foto: www.abola.pt
Agora que abriu oficialmente a "caça" a Carlos Queiroz vou procurar não ser mais uma voz num coro imenso,embora ressalvando aqueles que antes e durante o Mundial sempre manifestaram duvidas sobre o seu desempenho, mas apenas analisar com alguma objectividade os factos.
Queiroz dizia ,ontem á chegada,que um seleccionador não se demite apenas por ter perdido com o campeão da Europa nos 1/8 de final do campeonato do mundo.
Creio que tem razão nesse ponto.
Por essa lógica que se faria aos seleccionadores de Itália ou França os finalistas do ultimo Mundial ?
O problema não é ,contudo, esse.
Põe-se noutros planos.
Não vou discutir a convocatória inicial, a chamada e imediata utilização de Ruben Amorim,os casos Nani e Deco, as opções tácticas nos jogos, as substituições erradas.
São áreas em que cada cabeça cada sentença.
Os factos graves são outros.
Um balneário perdido pelo seleccionador, um total falta de empatia com os adeptos,um autismo de fazer dó perante as criticas de que foi alvo.
Queiroz transmite a sensação de pairar acima da realidade,contente consigo próprio e zangado com o resto do mundo que não o compreende.
É certo que os Rui Santos e Luís Freitas Lobo deste mundo bem podem esforçar-se por tapar o sol com uma peneira mas a verdade é que Queiroz cometeu demasiados erros,que não assumiu,e o impedem de continuar no cargo.
Especialmente face ao "divórcio" entre ele e os jogadores.
Que mais meia dúzia menos meia dúzia são os que temos e é com eles que a selecção tem de continuar o seu caminho.
È óbvio que face ao acontecido neste ultimo mês o seleccionador perdeu a autoridade ("Carlos...assim não ganhamos..." dizia Ronaldo) perante o grupo, o respeito e a solidariedade dos jogadores (ou de grande parte deles) e as condições objectivas de liderança.
É melhor para Portugal,e para ele, a saída do cargo.
Mas que não saia sozinho.
Já nem vou falar do ridículo que é Amândio de Carvalho,24 anos depois de Saltillo(!!!),ainda ser o responsável pela selecção A.
Nem no terceiro mundo.
Mas é mais que tempo do esfíngico Madail,verdadeiro rei da ambiguidade e das frases de tripla interpretação,dar o lugar a alguém bastante mais competente.
Madail tem sobrevivido a todos os problemas,sobrevoado todas as "barracas" como a do Mundial 2002, resistido a todas as tentativas de renovar a FPF.
Hoje,vejo-o muito mais como um gestor/coordenador dos interesses dos patrocinadores da selecção,do que como presidente da Federação.
E não é disso que a FPF e o futebol português precisam.
É de um novo ciclo.
Com outra gente a dirigir,com outra gente a treinar,com outro ânimo a transmitir aos adeptos.
Para que o nosso futebol não continue a perder tempo e a desperdiçar boas gerações de jogadores.
Depois Falamos
A selecção, muito sinceramente, passa-me ao lado.
ResponderEliminarHoje é dia grande, dia de Estádio D. Afonso Henriques!!! Dia do Vitória.
Concordo parcialmente, mas ainda tenho algumas dúvidas que mudar o Queirós vá resolver o problema. Já mudar o Madail e o Amândio é fundamental para o futebol português poder evoluir.
ResponderEliminarO Queirós, com todos os seus defeitos, tem algumas qualidades que deveriam ser aproveitadas pela selecção, nomeadamente a planificação, metodologia e organização que executa. Pergunto-me se ele aceitaria ter um adjunto que assumisse a parte de treinador de campo, que é onde ele mais falha; se assim fosse, acho que ele deveria se manter no cargo.
Seja como for, continuo a achar que o cancro da FPF são os dirigentes e não a equipa técnica - sejamos realistas, a actual geração não tem estofo para muito mais do que foi feito agora, como já se viu no último Europeu em que o endeusado brasileiro não fez melhor que isto. Sendo que não renovou a equipa e o Queirós, honra lhe seja feita, lançou mais de meia equipa que está em formação e vai ser, tenho a certeza, ainda mais renovada já em Setembro próximo com a saída de cena de mais alguns trintões (voluntária ou involuntariamente...).
Caro Sérgio:
ResponderEliminarO Vitória também está em inicio de ciclo.
Espera-se que corra bem.
Caro Nuno:
Concordo que o Queiros tem aspectos positivos que podia ser potenciados.
Daria,certamente,um bom director técnico nacional ficando com responsabilidades de planeamento e coordenação de todo o futebol português.
COmo treinador é que me parece que não vai lá.
É verdade que esta selecção já não tem Figo,Baia,Pauleta,Rui Costa,Fernando Couto ou Sérgio Conceição.
Ainda podia ter Maniche mas acho que não faria uma diferença essencial.
Mesmo assim podia ter passado a Espanha.
Faltou ambição e clarividência táctica.
Mas isso já é passado.
Importa agora é o futuro.
Que com ou sem Queiros terá de passar por uma renovação da equipa.
Eu ando há muito tempo lixado com aqueles que dizem que Queiroz é bom na planificação e tem um projecto para o futebol português. Mas onde está esse projecto? Já alguém o viu? Do que consta? Em que foi aplicado? Metodologia? Qual? Organização? Que frutos dela colhemos na era moderna? Vai andar toda a vida a mamar na teta dos juniores campeões do mundo há mais de 20 anos? Não sei se os meus amigos leram recentemente a noticia segundo a qual também lhe tinha sido encomendado um projecto para o futebol norte-amaericano. E o que o dono do Galaxi, onde ele trabalhou? Diz simplesmente ser CQ a maior fraude do futebol mundial, que lhes gastou milhões de dólares num projecto que foi atirado para o caixote do lixo. É tempo de sermos todos sérios, perante o bluff que temos à frente da nossa selecção. Não presta? Não presta mesmo. E se havia dúvidas. este mundial acaba de as dissipar.
ResponderEliminarCaro Anónimo:
ResponderEliminarOs projectos de médio/longo prazo fazem-se nos escalões de formação.
Na selecção A é necessário outro tipo de actuação.
Escolher os melhores,criar um grupo forte,transmitir-lhes ambição numa linguagem perceptivel por todos e liderá-los em competição.
Assumindo os riscos e as responsabilidades.
Queiros falhou em quase todos estes itens.
Daí o entender que não tem condições para continuar por mais que alguns comentadores(amicissimos de Queiroz)pretendam convencer-nos do contrário.
Queirós,ao contrário do que ele próprio julga,não é nenhum benfeitor(espécie cada vez mais rara...)do futebol português.
Corre,isso sim, o risco de se tornar no seu coveiro.
Com a cumplicidade do cada vez mais insuportável Madail.
Não vejo no mercado de treinadores Portugueses algu~em com estofo para a selecção.
ResponderEliminarSe o M.José ou Cajuda tivessem livres eram boas apostas.
Agora para colocar lá um Carvalhal ou Paulo Bento não me parece.
Mas também o Madail nunca mandaria o Queiróz embora.O Contrato é para cumprir.
Caro lafuente:
ResponderEliminarManuel José seria a aposta adequada do meu ponto de vista.
Creio que Paulo Bento e CArvalhal são demasiado novos para o lugar e Cajuda demasiado..."informal".
Mas claro que Madail vai seguraqr Queirós.
Até porque demiti-lo seria a admissão do próprio fracasso.
Afinal contratou-o contra a vontade da maioria da direcção.
Por mim...iam os dois.
"amândio carvalho... nem no terceiro mundo"
ResponderEliminarconcordando ou não isso não interessa. o que achei engraçado foi mesmo o senhor criticar a sobrevivência desse senhor à frente da selecção quando pertence a uma classe que faz da antiguidade um posto para se agarrar aos cargos.
o senhor amândio caravalho, ao lado de imensos profissionais da política deste país, é um menino.
Caro CEO:
ResponderEliminarComo não sei do que está a falar não lhe posso responder.
boa noite.
ResponderEliminaro senhor criticou a sobrevivencia do senhor amandio carvalho na seleccao, cargo esse que ele ocupa desde o mundial do méxico. disse que isso já nem nos países do terceiro mundo se usa.
então nao é exactamente isso que acontece com os nossos profissionais da política? nos poleiros décadas e décadas a fio, ora à frente de uma junta, de um municipio, ora saltando de cargo mandato após mandato.
Caro CEO:
ResponderEliminarOk,assim já posso comentar.
Devo dizer-lhe,desde já,que sou completamente favorável á limitação de mandatos.
Seja de autarcas,deputados ou membros do governo.
Achava absurdo que até á pouco tempo apenas existisse limitação de mandatos para o Presidente da Republica.
Agora já existe,e bem,para os autarcas.
Mas é preciso torná-la mais abrangente.
Contudo não deixo de lhe fazer notar que os autarcas que estão no poder há muitos anos estão-no devido ao voto popular.
Foram eleitos pelo povo em eleições livres e democráticas.
Os dirigentes da FPF são escolhidos pelas Associaçoes no âmbito de negócios que ninguem a não ser os próprios conhece na totalidade.
É uma grande diferença.
Para além disso depois da vergonha que foi "Saltillo" nunca um dos dirigentes responsáveis devia voltar a exercer cargos federativos.
Só em Portugal onde a culpa morre muitas vezes solteira.