Passaram mais ou menos 24 anos entre os acontecimentos que esta foto documenta e a triste cena de ontem na Covilhã.
Neste 24 anos tudo mudou menos duas coisas:
O amadorismo com que a selecção A continua a preparar as suas presenças em Mundiais e o vice presidente para as selecções que inacreditavelmente,passados os tais 24 anos,é exactamente o mesmo !
E Saltillo lembramo-nos bem do que se passou.
Valerá apenas recordar que foi uma vergonha para Portugal.
Com pesadissimas responsabilidades da estrutura federativa e da falta de profissionalismo dos jogadores.
Ontem na Covilhã foi diferente.
Com base no "nacional porreirismo" que ataca periodicamente todos os sectores da sociedade
resolveu a FPF,com o beneplácito do seleccionador,que alguns treinos da selecção seriam á porta aberta.
Vai daí milhares de pessoas assistem, sempre que lhes é dada a possibilidade, a uma preparação para o maior evento desportivo do mundo (a par dos J.O.) que devia decorrer num ambiente de absoluta privacidade e num lugar de acesso reservadissimo.
Como fazem todas as outras selecções.
Pelos menos as que vão ao Mundial com um mínimo de ambição.
Nós não.
E depois foi o que se viu.
Suas Excelências, o público,acharam que por terem acesso ao treino ele devia decorrer pelo tempo e no modo que lhes convinha e não consoante a planificação dos técnicos.
Como a equipa já tinha tido treino matinal, e estava muito calor, entendeu a equipa técnica com toda a legitimidade que bastaria uma sessão de 45 m.
Foi o bom e o bonito.
Insultos ao seleccionador,aos jogadores, impropérios de toda a ordem.
E umas televisões ,que sempre dispostas a valorizar o que vem da sarjeta,ainda deram voz a meia dúzia de malcriados para insultarem quem quiseram.
Como é possível que continue a existir tanto amadorismo em volta da "equipa de todos nós" ?
Como é possível que depois dos acontecimentos de ontem a direcção da FPF ainda não tenha,pura e simplesmente,terminado com os treinos á porta aberta ?
Porque com gente que não distingue uma matiné do circo Chen(onde o espectáculo tem de ser igual ao da hora nobre)de um treino da selecção (um treino não tem de ser igual a um jogo)mais vale sós do que mal acompanhados.
Mais uma vez, como em Saltillo ou em Macau/2002(preparação do Mundial da Coreia/Japão),começamos mal.
Esperemos que o fim seja diferente.
Depois Falamos
Parece-me normal e até bom para a própria equipa e acima de tudo justo para uma população que raramente lida com os "craques" que alguns treinos sejam abertos. Aliás, não admitiria outra coisa. Se a selecção quer apoio, se quer sentir apoiada, a melhor forma é deixar que o povo se sinta mais perto da equipa nacional. Daí que neste ponto, discordo do seu ponto de vista.
ResponderEliminarPor outro lado, também entendo a desolação de quem terá feito vários kms com aquele calor para estar presente no treino da selecção e depois tenha visto um apronto praticamente de recuperação de apenas meia hora.
O grande problema aqui, e aí sim, concordo com a questão do amadorismo é que, num treino que já se sabia antemão que um treino que seria apenas para 20/30 minutos, porque assim estava pré-estabelecido pela planificação, poderia ter sido fechado ou então de outro modo explicado aos adeptos o que iria acontecer. Claro que planificação dos treinos não pode ser alterada pelo maior ou menor fluxo de adeptos, mas também não me pareceria sensato que, de repente, o seleccionador optasse por fechar as portas em todos os treinos. Agora claro que terá de haver sempre algum cuidado neste tipo de aspectos e acima de tudo, maior compreensão por parte do público.
Caro Vimaranes:
ResponderEliminarNenhum grande treinador do mundo faz hoje treinos abertos ao público.
Pode isso sim,até no âmbito da empatia necessária com os adeptos,fazer esporadicamente um ou dois treinos abertos.
No caso da Covilhã, e compreendendo essa rara oportunidade de lá terem a selecção,isso poderia ser feito nos dois jogos particulares e marcando um ou outro treino de conjunto.
Agora a partir do momento em que se abrem as portas sem divulgar o "programa das festas" é lógico que quem vai arrisca-se a ver peladinhas e pouco mais