Acho que o presidente da República esteve bem na comunicação que dirigiu ao país na noite de ontem e na forma como fundamentou a promulgação da lei em causa.
Por três razões fundamentais:
Já se conhecia a sua posição quanto á lei que permite o casamento entre homossexuais e por isso a mandara para o Tribunal Constitucional.
Ontem foi claro nas criticas ao Parlamento e á forma como a questão foi lá resolvida.
Existiam , de facto, outros caminhos.
Em segundo lugar creio que fez bem ao evitar o veto.
Que teria como única consequência o diploma voltar ao Parlamento, para ser novamente aprovado pela mesmíssima maioria , e posterior promulgação automática.
E Cavaco, claramente , não alinhou em mais mais fait divers e perdas de tempo.
Talvez ao PS desse jeito ir por aí, até tendo em vista lógicas presidenciais (pese embora a forma penosa como adiam o apoio a Alegre),mas ao país não dava.
Em terceiro lugar achei adequada a forma como se referiu á crise económica e ao nela residirem razões para a promulgação.
Creio que o Presidente quis dizer claramente ao Governo que é tempo de ...governar.
E não o de perder tempo com manobras de diversão,com causas fracturantes e que dividem desnecessariamente a sociedade portuguesa, com o prolongar de discussões próprias da estratosfera da "cultura" mas irrelevantes para a qualidade de vida dos portugueses.
O casamento dos homossexuais pode ser muito importante ,para eles, mas é irrelevante para o país.
E foi isso que Cavaco disse ao Governo.
O progresso que os portugueses esperam não é nas leis deste tipo.
É na recuperação económica, na diminuição do desemprego, no crescimento dos salários reais.
Aí é que "a bola pincha" como diz um amigo meu.
Depois Falamos
Subscrevo completamente...
ResponderEliminarMeu caro Luís Cirilo,
ResponderEliminarSó tive oportunidade de assistir à fase inicial do "Dia em análise" da passada 2ª feira. Obviamente concordo contigo em relação à decisão de Cavaco Silva de não usar o seu poder de veto pois, a tê-lo usado, teria sido uma manifesta falta de bom senso. E só não vê isso quem não quer ver...
Claro que para o teu colega de programa (o sociólogo do PS), a decisão não era a mais conveniente. O "chumbo" presidencial permitiria prolongar esta espécie de estado de graça do Governo, que começou com a visita Papal, se prolongou com o título do Benfica, e que agora poderia ser reforçado, em termos políticos, com uma discussão menor numa altura em que tanta coisa está em jogo. Para terminar, gostei de ver o ar, como direi... jocoso talvez, com que apreciavas o desconforto do teu colega...
Realmente os problemas do país são este: a possibilidade legal de 5% da população casar com o seu mais que muito!
ResponderEliminarRealmente o Sr. silva fechou as boquinhas aos palhaços do costume, que durante uns tempos iam lamuriar a desdita dos 5%. A desgraça do país ia ser adiada, depois vinh o mundial, depois as férias e o povão bem entretido. Vão ter de arranjar outra.
Mas casamento gay não rima -é a minha opinião!
Caro Luis Carvalho:
ResponderEliminarAinda bem. Porque acho que a posição de Cavaco foi muito sensata.
Caro Jose Rialto:
é exactamente essa a interpretação que faço da posição de Cavaco.
E do PS.
O Meu colega de programa, e líder do PS/Gaia,tinha naturalmente outra posição sobre a matéria.
Que respeito mas de que discordo.
Caro Anónimo:
É a minha opinião também
Já agora podia rever-se a Constituição, retirando ao Presidente o direito de veto político sempre que um diploma fosse aprovado por maioria dos votos do parlamento. Poupava-se tempo.
ResponderEliminarNão há nada como a "ética da responsabilidade" para evitar assumir responsabilidades!
Caro Francisco:
ResponderEliminarConcordo inteiramente com essa alteração.
Porque as coisas desta forma só servem para expôr as fragilidades do nosso sistema politico