Perder Tempo

Por mim não faz grande diferença.
Mas pelo PSD penso que sim.
A decisão do conselho nacional da passada 5ª feira, de permitir que o partido mergulhe num coma profundo até Março do ano que vem , é bem demonstrativa da necessidade de mudança que assola o PSD.
É inaceitável que seja permitido aos responsáveis pelo descalabro eleitoral continuarem a definir estratégias e timings, escolherem lugares, condicionarem a sucessão de uma liderança que falhou em toda a linha.
A Pedro Santana Lopes,com resultados idênticos,foi exigido que se demitisse de imediato.
O que,aliás,ele fez numa notável demonstração de desapego pelo poder.
Pois esses mesmos,os que exigiram a sua demissão imediata a bem do partido ,são os que agora defendem que tudo se deve manter assim até daqui a seis meses.
Como se um partido politico fosse igual a um qualquer produto congelável numa arca frigorifica!
Mas num conselho nacional que se preocupa mais com os pequenos interesses corporativos do que com o real interesse do PSD essa proposta passou.
E com aplausos de alivio.
Porque uns ainda não sabem quem apoiarão,outros estão á espera de um "salvador",outros ainda acreditam que Cristo voltará a descer á terra,outros acreditarão que ainda é possível uma solução de continuidade e por aí fora.
Pelo meio o PSD que se "lixe".
Quando,vamos ser claros,se a dra Ferreira Leite tivesse tomado a decisão que se impunha (demitir-se na noite das autárquicas e convocar directas) o partido teria tido tempo para escolher uma nova liderança e fazer o congresso electivo dos novos orgãos ainda antes da discussão no Parlamento do orçamento de Estado.
E com novo líder, novos protagonistas, outro ânimo, poderia intervir nesse debate com uma força e uma motivação que assim claramente não terá.
Porque com uma liderança a cair aos bocados , um falso unanismo (muito se engana quem pensar o contrário)á volta do líder parlamentar que é o responsável número 2 pelo descalabro eleitoral, e toda a gente a pensar no que está para vir ,o PSD arrisca-se a dar uma triste imagem de si nos confrontos parlamentares com o governo.
Oxalá me engane.
Mas duvido...
Depois Falamos